Caro AG,
Em 2010 a Antena 1 tinha 4,9 vs, 5,1 a TSF tinha 4,5 vs 3,7 e a RR (na altura com mais palavra) 8,6 vs 6,4 e agora a Observador com 1,5.
Fazendo um somatório entre 2010 e 2025 (último bareme), temos 18 vs 16,7.
Com tudo isto o que me apraz dizer é que se facto em 15 anos não se vislumbrou qualquer evolução positiva nas audiências das rádios não musicais, já muitas fórmulas e grelhas foram testadas e a situação até piorou. Como sabemos, uma rádio de informação/palavra obriga a grandes investimentos e pergunto eu qual o empresário que arriscaria desinteressadamente num investimento num projecto deste tipo? Quando se fala na CMR, importa referir que aquilo é um produto muito específico que importa e faz emissao simultanea de conteúdos da TV para a rádio, ao contrário do que vimos desde sempre com os mais reputados programas da rádio (ex TSF) a serem aproveitados pela TV.
Há um empresário: chama-se CAV. Esse tem obrigação de fazer um produto de exceção, sem ter de correr atrás de audiências. Por isso, defendo realmente que se acabe de vez com a música na Antena 1, exceto em programas específicos sobre esta e, excecionalmente, enquanto o Jorge Afonso tiver vontade, o Uma Noite em Forma de Assim.
Depois, há a questão de se confundir palavra com rúbricas comprimidas, ao estilo TSF, sai uma, entra outra. Assim, não dá!
O panorama ainda é mais aterrador se tirarmos a RR da equação, que é a mais musical das rádios com palavra (talvez melhor do que de palavra).
Inacreditavelmente, talvez ainda não tenham percebido, programadores e mercado, que o segredo pode não ser ter muita audiência, mas sim o captar os nichos que, efetivamente gastam dinheiro. Claramente não perceberam, basta ver o caso da Smooth FM, praticamente sem publicidade.