Ora a RR quer ser um misto das duas coisas.
Eu comprendo o Nelson, ele jornalista desportivo( e dos bons, conheco bem o seu trabalho, ainda não chegou a uma radio nacional, porque esta longe dos grandes centros).
Influencia bastante, mas não é só por culpa disso.
Sabendo que estou fora dos grandes centros, e que as privadas não apostam em ninguém fora dos grandes centros, isso acaba por me dar liberdade para ser crítico, coisa que os meus colegas não são, ou por uma questão de postura, ou porque simplesmente não podem, porque não faz sentido criticar o patrão em público (eu consigo compreendê-los).
Mas posso garantir, que muitas vezes recebo mensagens de colegas, a exporem-me situações nas casas onde trabalham, no intuito de eu criticá-las aqui, para que os seus superiores vejam, e tentem melhorar.
Como estou fora dos grandes centros, e como não tenho ambição de mais nada no mundo radiofónico, bato no que está mal, porque quero acreditar que as coisas podem melhorar neste meio cada vez mais caótico.
Eu quero o bem da rádio, quero o bem dos meus colegas, e quero que quem efetivamente precise do jornalismo para viver, tenha condições mínimas dignas.
Eu posso afirmar que não preciso do jornalismo para nada.
Faço por gosto à causa.
Estava muito mal, neste contexto atual, se necessitasse do jornalismo para viver, como eles precisam.
Por isso, é que critico, porque quero um jornalismo e uma rádio melhor em Portugal.
Mesmo que a minha geração não consiga inverter este declínio, que ao menos a geração futura não apanhe isto como a minha apanhou.
Para além de sentir que não tenho postura para estar numa nacional, a verdade é que no local onde trabalho, ganho bem mais que ganharia em qualquer nacional, mesmo que nos quadros (há colegas meus que estão para entrar nos quadros de rádios nacionais há mais de 20 anos).
Por isso, quase que posso afirmar que há um não querer mútuo desses caminhos.
Mas naquilo que conseguir ajudar os meus colegas, nem que seja a abrir os olhos ou a mente a alguns Senhores Doutores da rádio, para mim, já é um descargo de consciência, e um suspirar de alívio, pelo nosso querido meio radiofónico.