“AGâ€, se comparar a RTP Antena 1 com a BBC Radio 2, verifica que os conceitos são bastante diferentes, quase diametralmente opostos. No entanto a “Radio Two†é uma estação generalista e presta um serviço público pertinente, atual, quiçá na lógica de reunir numa estação “a nova tradição†com “o mais tradicionalâ€, o novo com o antigo, a audição “fácil†com a audição “mais astuta e informadaâ€, o certo é que rende bastante audiência e, igualmente importante, fideliza público. Talvez a RTP A1 se aproxime do conceito da BBC R4, embora não tenha hábitos de escuta desta última (logo, não tenho opinião formada).
Não temos uma rádio que se dirija ao público adulto e, a partir deste, se expanda para faixas etárias maiores (os pais dos adultos – idosos) e faixas etárias menores (os filhos – crianças e jovens). A BBC R2 dirige-se a todos, trata-se de uma rádio culturalmente rica, com diversificação de conteúdos, que sabe cativar, e, sublinho isto, contemporânea. Se reparar, a rádio que se faz por cá e que se dirige a adultos, trata o auditório como se este tivesse parado no tempo, como se os gostos não evoluÃssem com a idade, como se ouvisse sempre a mesma coisa, como se as pessoas se contentassem com qualquer coisa.
É impossÃvel formar uma opinião da Radio 2 com escutas ocasionais. Duas semanas talvez sejam suficientes para formar uma opinião, após a apreciação de como são ligados os diferentes conteúdos. Um aspeto que me chama no momento a atenção é que esta rádio tem um conjunto de locutores fixo e outro rotativo, ou seja, até na dinamização de programas há rotatividade, provavelmente para imprimir um certo ritmo, efeito de novidade e, talvez, para evitar laxismo dos locutores. Que se trata de serviço público de qualidade e generalista, não tenho dúvidas. Por cá não existe. Porquê? Não faz sentido.
Uma nota de rodapé, caro “AGâ€: já ouvi, por diversas vezes, música cantada em português na Radio Two, mormente em português do Brasil. O detalhe de informação sobre as influências, compositores, autores, vocalistas, deixou-me estupefacto. É preciso ouvir rádios estrangeiras para sabermos mais…