Outra: rádios em cadeia têm espírito de partilha de produção, a ERC tem andado a fazer um enforcement disso. Em que é que uma M80, que é uma rádio quase meramente de playlist, cumpre nisso nas locais que tem em cadeia a Norte (que recordo, são Leiria, Coimbra, Aveiro, Porto, Fafe e Vila Real)? Em que é que isso é visível em antena? Não é...
Memórias, M80 Vila Real tem horas locais. A associação é RRS+93.0 Leiria+98.4 Coimbra+ 94.4 Aveiro+ 90.0 Porto+ 103.8 Fafe=6. Honestamente, como em todas as leis, há artigos que existem para decorar o Diário da República, e a questão da partilha de meios nas rádios em associação de serviço de programas, parece-me francamente que é o caso. O artigo 10º, nº1 é muito lato, no conceito de "produção partilhada", facilmente qualquer advogado saído da Faculdade arrasa esse argumento. Não obstante, é verdade, a ERC no seu relatório, na página 120 fala em subjugação das pequenas rádios locais aos grandes grupos económicos (PCP, PCP... é o que falta). Diria que algum alvará que não seja renovado por esse fito, recorre-se para o Administrativo, que é procedente para julgar a ação, e o caso está ganho. Caso diferente, é o regime de parceira disposto no artigo 11º, aí sim, a ERC pode ter por onde pegar, casos de Vila Real, Valongo, Viseu, e outros. Mas mesmo assim, como há emissões diferenciadas, tenho dúvidas que possam verdadeiramente pegar.
A questão da lei, é óbvio que deverá ser para cumprir, mas acho que essa discussão é redutora quanto às rádios locais em si.
Exemplo: uma rádio local que cumpre escrupulosamente a lei, com as quotas e os noticiários (gravados) e que se resumem a leitura de 5 ou 6 comunicados recebidos por email, mas que toda a sua emissão é uma cassete em automático, sem nenhuma interação em direto com o ouvinte. Sem emissão desportiva, etc. etc. Cumprem a lei? Sim! E isso trás alguma mais valia? Não!!! No Algarve temos alguns exemplos do que falo.
É importante cumprir a lei, mas e o resto? não é mais importante? Por exemplo, a RUA FM não sendo uma rádio "normal", para mim faz mais serviço publico que muitas rádios locais.
E depois ainda temos os casos de rádios locais com enormes dificuldades económicas, que sofrem para estar no ar., mas do que podem fazer, vê-se que é uma mais valia para a comunidade.. É importante reconhecer isso! E dar meios e visibilidade às rádios locais, para que as frequências nao fiquem vazias ou aborvidas por rádios que falam ZERO da região.
Absolutamente de acordo com este alerta mais que pertinente do SamM. Aqui há logo uma rádio que me vem à cabeça que termina em 5, outra que é Linear a ser uma absoluta nulidade. Por outro lado, e aqui sei que me vão bater, mas preocupa-me também que as travestidas nacionais não tenham capacidade de crescimento. Há zonas em que as 6 nacionais não satisfazem a oferta, seja na vertente musical, seja de palavra. Tem de existir espaço para tudo, e uma coisa é certa. Há locais a mais, a questão de ser uma por concelho, estando-se já a renovar alvarás, estamos a perder oportunidades de crescimento.
Fico contente por a primeira rádio a ser confirmada seja o Onda Livre de Macedo na minha região.
Uma das rádios que costumo ouvir sempre que vou a Trás os Montes.
Sinto até orgulho regional...
É óbivo que é motivo para dar os parabéns à OndaLivre. É motivo, isso sim, para expressar a mais veemente crítica ao poder político, mormente a uma Assembleia da República com maioria absoluta em funções plenas até 15/01 bem como à ERC, por iniciarem este processo sem permitirem que se resolvesse de uma vez por todas a questão da abrangência territorial. Pior é que a atual Lei, no seu artigo 7º, nº1, alínea d) já refere que uma local tem por abrangência "Um município ou um conjunto de municípios contíguos e eventuais áreas limítrofes". Ou seja, já se poderia ter aproveitado para atribuir licenças para as CIM's. Para mim é óbvio, o âmbito territorial é o município e os contíguos, e as áreas limítrofes, ou seja, os concelhos que pertencem à mesma comunidade. Dito isto, aquela historieta da localização dos emissores já devia de ser revista.
No caso das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, parece-me ainda mais grave, conquanto a alínea c) do mesmo artigo já permitiria acabar com o licenciamento local, e converter todas as rádios em regionais para a respetiva região metropolitana. Ou seja, mandar os emissores todos para os pares Monte da Virgem/Santa Justa e Monsanto/Arrábida. A questão do espectro poderia ser gerida de uma forma simples, licenciando menos, afinal de contas, nas duas regiões, há rádios aos pontapés que não servem para coisa nenhuma. E se se tiver de ter o espectro mais à espanhola, pois que seja.
Era giro fazermos uma lista de rádios que conhecemos que estejam nesse cenário e depois vermos quantas delas passam e quantas delas têm alvará cassado.
Assim de repente tenho várias de cabeça:
89.1 - Rádio Lezíria
90.1 - Rádio Salesiana
91.0 - 91 FM Rádio estava assim da última vez que ouvi, não sei como estará agora
92.2 - Kapa FM
96.0 - RCM96 (tem pub, nunca lhe ouvi locução)
97.1 - Vida FM (nunca lhe ouvi uma pinga de locução ou de notícias em anos)
97.1 - Caima FM
98.1 - SFM (nunca ouvi locução ou notícias, pub tem qualquer coisa)
105.4 - 105.4 Cascais (nunca lhe ouvi notícias nem locução!)
105.6 - Rádio Independente
106.4 - Rádio Capsao
e por aí fora...
97.1 tem locução, pelo menos ali por volta das 20H, a SFM houve uma altura dos confinanmentos em que a escolhia muito para música de fundo, porque esteve um bom período quase sem publicidade nenhuma, e tinha locução 3/4 takes por hora entre as 13 e as 16, mas não tinha manhãs nem tardes. A 105.4 não tem que ter noticiários, é temática musical, assim como a 105.6. Locução é que acho que ambas é bola.
Juntava a essa lista a Rádio 5 à cabeça, a Linear (embora agora ande a ter uns discos pedidos de quando em vez), a Lafões, a Montemuro, a Resende, a Douro FM, e há uma outra em que pensei, mas não vou dizer!
A escassez de música portuguesa na Nova Era é gritante, deixei a gravar mais de 5h de emissão, e num resumido rewind não me lembro de me ter cruzado com nenhuma, nem em português do Brasil, nem em português de Portugal. Não sei se noutros horários passam, mas desde cerca das 18h de hoje não.
Se o não cumprimento da quota mínima para reprodução de música em língua portuguesa der direito a cassação da licença, a Nova Era põe-se a jeito.
Isenção de quota de música portuguesa, porque o género predominante EDM não tem produção suficiente. A Nova Era tem outro problema grave, esse sim, que me palpita que lhe vai sair caro, que é ter 100.1 a retransmitir integralmente 101.3. Acho que já ia sendo altura de o Sr. Montez pedir para transmitir em 101.3 a Marginal ou a Amália, apesar de concorrerem com a Nova e com a Festival que detém (no caso da Nova 25%). Ah, e os 100.1 estão muito mais fracos que antes da avaria, só para que conste. Ou será que estavam mais fortes do que o que deviam