Não me parece correto a comparação entre uma implementação de DAB+ bem feita com o fiasco da TDT. A TDT portuguesa foi alvo de bloqueio pelos operadores de TV Cabo, com conivências várias, e constitui um manual daquilo que não se deve fazer. Foi propositado. Quem tem familiares diretos emigrados em países europeus sabe avaliar as diferenças de outros países com Portugal. O meu afilhado, 34 anos, emigrou há cerca de 10 anos para o Reino Unido. A aventura correu de tal forma bem, que influenciou irmãos, primos e amigos de faixas etárias entre 25 e 31 anos e seguirem o exemplo. Não se pode considerar que quem aufere 80 mil Libras/ano propriamente remediado, o que é certo é que não pagam para ver televisão por subscrição, veem a TDT inglesa. Pagam pacotes de Internet e telefone, ou seja, muito menos do que eu em Portugal, em serviços de comunicações. Portanto, os portugueses, “ricos”, pagam TV e dão milhões de lucro às operadoras.
Não se antevê interesses opacos deste tipo com o DAB+, porque é o próprio futuro da rádio que está em causa. Obviamente que o switch-off do FM deve estar dilatado no tempo, vários anos, coexistindo o FM/DAB+ como aconteceu durante décadas com o AM/FM.
Resistência à mudança, imagine-se o que seria se nas décadas 50/60 não houvesse os visionários que trouxeram para Portugal a radiodifusão em FM, contemporânea com os outros países da Europa. Como seria a rádio de hoje?