Autor Tópico: DAB+  (Lida 53097 vezes)

augusto neto

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Re: DAB+
« Responder #105 em: Junho 08, 2022, 11:43:47 pm »
O utilizador do texto anterior pela primeira vez escreve uma coisa com a qual concordo.
Subsídios a pessoas com dificuldades ou em posição social dependente para ajudar a comprar um rádio digital, sim.
Agora nem um tostão a empresas de rádio. Têm de entrar na Rádio Digital se quiserem. Ninguém os obriga. Se o Estado lançar um concurso para um mux nacional e não houver interesse (o que eu duvido porque tenho a certeza que a Bauer está interessada) o que se tem de fazer é um concurso Europeu e abrir espaço a grupos de rádio europeus. Aposto que assim a TSF, Grupo Renascença e a Bauer se chegavam logo à frente para não perderem a fatia do mercado.
Cleto é só ver nas habituais empresas de emissores a queda de preços nos equipamentos DAB. Já há muxs DAB a aproximarem-se de preços de emissores FM. É o presente e ainda mais o futuro. Podem o Estado e as empresas de rádio em Portugal remar contra a maré mas ficaram de fora da Rádio Digital tal como a SIC e a TVI não se importaram de estar praticamente de fora da Televisão Digital Terrestre.
pdnf... Não adianta debater mais consigo. Você acha que o liberalismo económico deve ser subsidiado pelo Estado. Eu acho que o Estado deve se centrar na saúde, na educação, na justiça, na cultura e não a andar a distribuir subsídios para as Bauer e Renascenças andarem a ganhar milhões em publicidade com emissores pagos pelo Estado. Onde nem sequer as rádios do Estado podem ter publicidade. Haja decoro. O Estado tem de financiar a rádio pública. Ponto. Vou utilizar uma frase do post anterior que acho muito bem conseguida: "E no processo, acaba-se encher os cofres ao senhor Marinho e negociar em privado recursos públicos." Não se podem negociar frequências como quem negoceia batatas e ainda menos dar dinheiro do erário público a vendedores de batatas como esse e outros aqui do burgo.
Era o cúmulo andarem a receber subsídios para fazerem rádios locais digitais e depois compravam 2 ou 3 e vendiam a peso de ouro.
ZERO subsídios para empresas de rádio. E já agora aproveitar a rádio digital e reorganizar as rádios universitárias. Não faz sentido nenhum não haver pelo menos uma rádio universitária em Lisboa e no Porto. Há mas via internet. Lá está. O público jovem que ouve rádio está todo a fugir para a internet. E muito dificilmente regressará.
Finalizando e tendo em conta a DAB que encerrámos e a TDT que temos que ou metem a Rádio Digital Terrestre em Portugal a breve prazo ou então esqueçam. Não haverá público para ela. E aí nem a oferecerem receptores DAB+ no Nestum vamos lá.

pdnf

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Re: DAB+
« Responder #106 em: Junho 09, 2022, 12:58:09 am »
O utilizador do texto anterior pela primeira vez escreve uma coisa com a qual concordo.
Subsídios a pessoas com dificuldades ou em posição social dependente para ajudar a comprar um rádio digital, sim.
Agora nem um tostão a empresas de rádio. Têm de entrar na Rádio Digital se quiserem. Ninguém os obriga. Se o Estado lançar um concurso para um mux nacional e não houver interesse (o que eu duvido porque tenho a certeza que a Bauer está interessada) o que se tem de fazer é um concurso Europeu e abrir espaço a grupos de rádio europeus. Aposto que assim a TSF, Grupo Renascença e a Bauer se chegavam logo à frente para não perderem a fatia do mercado.
Cleto é só ver nas habituais empresas de emissores a queda de preços nos equipamentos DAB. Já há muxs DAB a aproximarem-se de preços de emissores FM. É o presente e ainda mais o futuro. Podem o Estado e as empresas de rádio em Portugal remar contra a maré mas ficaram de fora da Rádio Digital tal como a SIC e a TVI não se importaram de estar praticamente de fora da Televisão Digital Terrestre.
pdnf... Não adianta debater mais consigo. Você acha que o liberalismo económico deve ser subsidiado pelo Estado. Eu acho que o Estado deve se centrar na saúde, na educação, na justiça, na cultura e não a andar a distribuir subsídios para as Bauer e Renascenças andarem a ganhar milhões em publicidade com emissores pagos pelo Estado. Onde nem sequer as rádios do Estado podem ter publicidade. Haja decoro. O Estado tem de financiar a rádio pública. Ponto. Vou utilizar uma frase do post anterior que acho muito bem conseguida: "E no processo, acaba-se encher os cofres ao senhor Marinho e negociar em privado recursos públicos." Não se podem negociar frequências como quem negoceia batatas e ainda menos dar dinheiro do erário público a vendedores de batatas como esse e outros aqui do burgo.
Era o cúmulo andarem a receber subsídios para fazerem rádios locais digitais e depois compravam 2 ou 3 e vendiam a peso de ouro.
ZERO subsídios para empresas de rádio. E já agora aproveitar a rádio digital e reorganizar as rádios universitárias. Não faz sentido nenhum não haver pelo menos uma rádio universitária em Lisboa e no Porto. Há mas via internet. Lá está. O público jovem que ouve rádio está todo a fugir para a internet. E muito dificilmente regressará.
Finalizando e tendo em conta a DAB que encerrámos e a TDT que temos que ou metem a Rádio Digital Terrestre em Portugal a breve prazo ou então esqueçam. Não haverá público para ela. E aí nem a oferecerem receptores DAB+ no Nestum vamos lá.

Augusto,

Se falarmos de fundos do Orçamento do Estado, aí concordo com o Senhor. Claro que não deve ser dado nenhuma verba. Agora, se os fundos do FEDER e do PRR têm necessariamente de ser destinados às empresas por imperativo do regulamento que está na sua génese, regulamento europeu que quando transposto para a legislação nacional já é esticado ao máximo para o Estado ficar com a maior parcela possível desses fundos, o que prefere? Investimento na rádio ou enterrar dinheiro em PME que não são minimamente viáveis e que ainda nem têm as verbas do PRR aprovadas e já andam com esquemas investigados pela PJ? Não me parece que injetar milhões, r******s pela Isabel dos Santos na EFACEC através do PRR seja melhor que uma tecnologia que favorecia todos, ouvintes incluídos. Ou então de todo, como vai acontecer, não executar a totalidade da verba do envelope que nos estava destinado. Ficar de fora desta tecnologia em rota de colisão com os parceiros europeus, não me parece benéfico para a percepção de Portugal como um país moderno. Eu trabalho com fundos PRR e FEDER, posso garantir-lhe que seriam verbas bem aplicadas, dentro da finalidade para as quais Bruxelas as destina. Mas o governo na programação fez o mesmo com o DAB+ que fez com o 6G... meteu debaixo do tapete! Sabe, se tem 5G em Portugal, é porque existiu um Mobilizador, com fundos do FEDER, que pôs em marcha, com esforço temporal e até financeiro das Universidades e Institutos de Investigação para por à mesa as três operadoras.
Quanto à publicidade, o que eu tenho algumas reservas é quanto ao porquê das rádios públicas não a poderem ter, não é que as privadas possam ganhar dinheiro com ela. Quanto à questão do Sr. Marinho há uma forma muito simples de resolver a coisa: no Termo de Aceitação que é assinado entre o Programa Financiador e o Operador, defina-se que a frequência não pode ser vendida enquanto o reembolso não for integral, acrescido de x anos e que o projeto aprovado para a rádio tem de ser mantido. Depois, cabe somente aos reguladores fazerem o que lhe compete: fiscalizar.
No tocante às rádios Universitárias, estou absolutamente de acordo com o Sr. Augusto. Considero até que é uma urgência, já se deveria ter encontrado uma frequência para estas, nas duas grandes Cidades nacionais. Nem faz sentido esperar pelo DAB +.
Rádio é:
Ir ao fim da Rua, a ligar Portugal, aconteça o que acontecer.
Mais música nova para sentir (e decidir).
Estar no carro, em casa, em todo o lado, só se quiseres.
Saber que se a vida tem uma música, ela passa-a.
É a arte que toca, mais do que música...PESSOAS. Ah, and all that "unique" soul.

Memorias da Radio

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Re: DAB+
« Responder #107 em: Junho 09, 2022, 10:09:12 am »
O utilizador do texto anterior pela primeira vez escreve uma coisa com a qual concordo.
Subsídios a pessoas com dificuldades ou em posição social dependente para ajudar a comprar um rádio digital, sim.
Agora nem um tostão a empresas de rádio. Têm de entrar na Rádio Digital se quiserem. Ninguém os obriga. Se o Estado lançar um concurso para um mux nacional e não houver interesse (o que eu duvido porque tenho a certeza que a Bauer está interessada) o que se tem de fazer é um concurso Europeu e abrir espaço a grupos de rádio europeus. Aposto que assim a TSF, Grupo Renascença e a Bauer se chegavam logo à frente para não perderem a fatia do mercado.
Cleto é só ver nas habituais empresas de emissores a queda de preços nos equipamentos DAB. Já há muxs DAB a aproximarem-se de preços de emissores FM. É o presente e ainda mais o futuro. Podem o Estado e as empresas de rádio em Portugal remar contra a maré mas ficaram de fora da Rádio Digital tal como a SIC e a TVI não se importaram de estar praticamente de fora da Televisão Digital Terrestre.

Algum dia haveria de acontecer!

O conceito de “posição social dependente” é excelente e devia ser mais utilizado. Engloba muita coisa e muito importante.

É que para mim não faz sentido. Veja-se: a rádio digital vem cortar custos de emissão terrestre, custos de operação de cada rádio, e ainda se vai subsidiar porquê? E porquê subsidiar operadores e projetos comerciais que se já hoje têm a margem que têm (ou não estariam com as rádios a correr porque ninguém quer perder dinheiro) ainda vão ficar com *mais* margem depois disso? Acrescentar subsídios ainda por cima disso só para tentar aproveitar dinheiros europeus e engordar quem não precisa de ser mais engordado nem traz um diferencial?

Preservar do lado do ouvinte, mantendo o direito à informação (e entretenimento), é mais do que suficiente. Entrar por dois lados não faz sentido nenhum.

A ideia do concurso europeu nessa eventualidade é muito boa mas eu até penso que a figura em causa não está prevista na legislação. O que está previsto é um concurso público internacional. Que, dada a nossa posição e ligações europeias, vai mais ou menos dar ao mesmo…

A TSF vai ficar recuperada - ou morta - a tempo da entrada do DAB. Saber qual das duas é que é mais complicado porque ninguém faz futurologia.

Era interessante de ver se houvesse emissões piratas em DAB, para chamar à atenção. Na década de 80 o espectro FM/AM só foi liberalizado assim.
« Última modificação: Junho 09, 2022, 10:11:07 am por Memorias da Radio »

ruicleto

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Re: DAB+
« Responder #108 em: Junho 09, 2022, 11:03:20 am »
Embora não concordando com pirataria - "Era interessante de ver se houvesse emissões piratas em DAB, para chamar à atenção. Na década de 80 o espectro FM/AM só foi liberalizado assim.", admito que talvez fosse mesmo uma forma de manifestação popular para chamar a atenção desta desoladora situação, que nos está a deixar na retaguarda dos restantes países europeus! A forma mais democrática será, com toda a certeza, através da elaboração de uma petição na Assembleia da República - se houver alguém que saiba como proceder e assuma esta "responsabilidade", eu subscreverei.
Recordo que os novos veículos vendidos na europa dispõem já desta tecnologia de receção digital, mas que, muito infelizmente, no nosso país não poderemos usufruir dela...

Luis Carvalho

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Re: DAB+
« Responder #109 em: Junho 09, 2022, 11:33:34 am »
Embora não concordando com pirataria - "Era interessante de ver se houvesse emissões piratas em DAB, para chamar à atenção. Na década de 80 o espectro FM/AM só foi liberalizado assim.", admito que talvez fosse mesmo uma forma de manifestação popular para chamar a atenção desta desoladora situação, que nos está a deixar na retaguarda dos restantes países europeus! A forma mais democrática será, com toda a certeza, através da elaboração de uma petição na Assembleia da República - se houver alguém que saiba como proceder e assuma esta "responsabilidade", eu subscreverei.
Recordo que os novos veículos vendidos na europa dispõem já desta tecnologia de receção digital, mas que, muito infelizmente, no nosso país não poderemos usufruir dela...

A diferença é que em 1980 qualquer entusiasta da electrónica podia construir o seu próprio emissor de FM soldando componentes e ligando fios. Já relativamente ao DAB+, não é nada fácil (e já nem falo da questão de ainda haver patentes válidas, o que impede a fabricação de vários componentes a não ser sob licenciamento dos detentores dos direitos) contruir um emissor. Não é comprar online umas resistências, uns condensadores, uns diodos, uns transístores e soldar tudo...
Cumprimentos,
Luís Carvalho

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Luisf662

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Re: DAB+
« Responder #110 em: Junho 09, 2022, 03:21:09 pm »
O utilizador do texto anterior pela primeira vez escreve uma coisa com a qual concordo.
Subsídios a pessoas com dificuldades ou em posição social dependente para ajudar a comprar um rádio digital, sim.
Agora nem um tostão a empresas de rádio. Têm de entrar na Rádio Digital se quiserem. Ninguém os obriga. Se o Estado lançar um concurso para um mux nacional e não houver interesse (o que eu duvido porque tenho a certeza que a Bauer está interessada) o que se tem de fazer é um concurso Europeu e abrir espaço a grupos de rádio europeus. Aposto que assim a TSF, Grupo Renascença e a Bauer se chegavam logo à frente para não perderem a fatia do mercado.
Cleto é só ver nas habituais empresas de emissores a queda de preços nos equipamentos DAB. Já há muxs DAB a aproximarem-se de preços de emissores FM. É o presente e ainda mais o futuro. Podem o Estado e as empresas de rádio em Portugal remar contra a maré mas ficaram de fora da Rádio Digital tal como a SIC e a TVI não se importaram de estar praticamente de fora da Televisão Digital Terrestre.

Algum dia haveria de acontecer!

O conceito de “posição social dependente” é excelente e devia ser mais utilizado. Engloba muita coisa e muito importante.

É que para mim não faz sentido. Veja-se: a rádio digital vem cortar custos de emissão terrestre, custos de operação de cada rádio, e ainda se vai subsidiar porquê? E porquê subsidiar operadores e projetos comerciais que se já hoje têm a margem que têm (ou não estariam com as rádios a correr porque ninguém quer perder dinheiro) ainda vão ficar com *mais* margem depois disso? Acrescentar subsídios ainda por cima disso só para tentar aproveitar dinheiros europeus e engordar quem não precisa de ser mais engordado nem traz um diferencial?

Preservar do lado do ouvinte, mantendo o direito à informação (e entretenimento), é mais do que suficiente. Entrar por dois lados não faz sentido nenhum.

A ideia do concurso europeu nessa eventualidade é muito boa mas eu até penso que a figura em causa não está prevista na legislação. O que está previsto é um concurso público internacional. Que, dada a nossa posição e ligações europeias, vai mais ou menos dar ao mesmo…

A TSF vai ficar recuperada - ou morta - a tempo da entrada do DAB. Saber qual das duas é que é mais complicado porque ninguém faz futurologia.

Era interessante de ver se houvesse emissões piratas em DAB, para chamar à atenção. Na década de 80 o espectro FM/AM só foi liberalizado assim.
O problema das emissões piratas em DAB+ é que como ninguém tem recetores DAB+ ninguém as vai sintonizar. Na década de 80 os recetores já existiam toda gente tinha recetores FM e Am em casa.

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Luis Carvalho

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Re: DAB+
« Responder #111 em: Junho 09, 2022, 04:23:30 pm »
O utilizador do texto anterior pela primeira vez escreve uma coisa com a qual concordo.
Subsídios a pessoas com dificuldades ou em posição social dependente para ajudar a comprar um rádio digital, sim.
Agora nem um tostão a empresas de rádio. Têm de entrar na Rádio Digital se quiserem. Ninguém os obriga. Se o Estado lançar um concurso para um mux nacional e não houver interesse (o que eu duvido porque tenho a certeza que a Bauer está interessada) o que se tem de fazer é um concurso Europeu e abrir espaço a grupos de rádio europeus. Aposto que assim a TSF, Grupo Renascença e a Bauer se chegavam logo à frente para não perderem a fatia do mercado.
Cleto é só ver nas habituais empresas de emissores a queda de preços nos equipamentos DAB. Já há muxs DAB a aproximarem-se de preços de emissores FM. É o presente e ainda mais o futuro. Podem o Estado e as empresas de rádio em Portugal remar contra a maré mas ficaram de fora da Rádio Digital tal como a SIC e a TVI não se importaram de estar praticamente de fora da Televisão Digital Terrestre.
pdnf... Não adianta debater mais consigo. Você acha que o liberalismo económico deve ser subsidiado pelo Estado. Eu acho que o Estado deve se centrar na saúde, na educação, na justiça, na cultura e não a andar a distribuir subsídios para as Bauer e Renascenças andarem a ganhar milhões em publicidade com emissores pagos pelo Estado. Onde nem sequer as rádios do Estado podem ter publicidade. Haja decoro. O Estado tem de financiar a rádio pública. Ponto. Vou utilizar uma frase do post anterior que acho muito bem conseguida: "E no processo, acaba-se encher os cofres ao senhor Marinho e negociar em privado recursos públicos." Não se podem negociar frequências como quem negoceia batatas e ainda menos dar dinheiro do erário público a vendedores de batatas como esse e outros aqui do burgo.
Era o cúmulo andarem a receber subsídios para fazerem rádios locais digitais e depois compravam 2 ou 3 e vendiam a peso de ouro.
ZERO subsídios para empresas de rádio. E já agora aproveitar a rádio digital e reorganizar as rádios universitárias. Não faz sentido nenhum não haver pelo menos uma rádio universitária em Lisboa e no Porto. Há mas via internet. Lá está. O público jovem que ouve rádio está todo a fugir para a internet. E muito dificilmente regressará.
Finalizando e tendo em conta a DAB que encerrámos e a TDT que temos que ou metem a Rádio Digital Terrestre em Portugal a breve prazo ou então esqueçam. Não haverá público para ela. E aí nem a oferecerem receptores DAB+ no Nestum vamos lá.

Eu até sou a favor de subsídios para as rádios locais.  Se a Bauer pode emitir em DAB+, se a RR pode, porque são operadores nacionais com dinheiro, então porque é que  a Rádio Afifense ou o Rádio Clube de Alcoutim não são discriminadas de forma positiva, ajudadas para se adaptarem ao sistema digital?
Cumprimentos,
Luís Carvalho

Administrador do "Fórum da Rádio"

modernices

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Re: DAB+
« Responder #112 em: Junho 09, 2022, 05:25:12 pm »
Mais importante que os subsídios a migração para o DAB deveria era corrigir o erro que foi o atribuir de alvarás que foi nos anos 80…. E não meter la as radiozecas que já provaram não ter condições nem para mandar cantar um cego só porque sim.

pdnf

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Re: DAB+
« Responder #113 em: Junho 09, 2022, 05:33:00 pm »
Mais importante que os subsídios a migração para o DAB deveria era corrigir o erro que foi o atribuir de alvarás que foi nos anos 80…. E não meter la as radiozecas que já provaram não ter condições nem para mandar cantar um cego só porque sim.

Também é verdade! Por isso digo sempre que se fala nesse assunto: rádios regionais, com escala e que respondam a um rigoroso caderno de encargos de forma escrupulosa. Após esse concurso, claro que sim, devem ser subsidiadas como as estações nacionais. Diria que haver concurso para as nacionais vai dar ao mesmo, dificilmente algum player externo ganharia, mas sim, admito essa possibilidade. Contando que do lado do Estado sejam atribuídas por fora do concurso no máximo duas redes, Antena 1 e Antena 2. A A3 já opera num segmento comercial, o que, a meu ver não ocorre com as demais.


Para a petição à Assembleia da República:
https://www.parlamento.pt/EspacoCidadao/Paginas/DireitoPeticao.aspx


Rádio é:
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augusto neto

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Re: DAB+
« Responder #114 em: Junho 10, 2022, 01:56:00 am »
pdnf... Você tem o condão de irritar uma parede. Essa coisa de ser de direita neoliberal tolda-lhe a o raciocínio. Portanto em DAB+ onde o Estado pode finalmente ter uma Antena 4 de informação/desporto e quem sabe até uma Antena Regional e você quer só Antena 1 e 2 porque a Antena 3 é comercial? Você alguma vez ouviu a BBC Radio 1? Mas há rádio mais comercial do que esta que é das primeiras a nível mundial (quando não mesmo a 1ª) a emitir as mais recentes obras dos músicos mais conhecidos?
Mas o sector de rádio do Estado tem de ser pequenino e coitadinho e só falar para meia dúzia de caramelos?
Luís Carvalho eu estive para publicar um esquema MUITO SIMPLES de fazer um multiplex DAB+ mas estive naquela que a sua pena censória viesse de novo e sinceramente não me vou dar ao trabalho. Há várias páginas públicas de como fazer um multiplex DAB+. E espante-se, não é preciso nem um ferro de soldar. É só comprar os aparelhos perfeitamente legais à venda montar e programar através de software livre. Bem-vindo ao século XXI.
Aos restantes, sim para haver rádios piratas em DAB+ teria de haver já em casa e nas viaturas dos cidadãos rádios receptores. E não há. É por isso que as piratas DAB+ em Espanha não estão a ter muita divulgação. Mas ela existem e também em Itália, França, Inglaterra onde já há Rádio Digital Terrestre a nível nacional mas como a oferta de canais de rádio é abundante estes projectos pirata não estão a ter sucesso.
O Luisf662 toca no essencial. Sem receptores não faz sentido haver rádios piratas DAB+ que é o que está a acontecer em Espanha. Mas não se julgue que a quantidade é qualidade. Lá por haver rádios digitais aos pontapés não quer dizer que tenham qualidade até porque a maioria delas ou são de grandes grupos ou estão com dificuldades em audiência.
Quanto às rádios locais em DAB+. Esta semana saiu um estudo onde se demonstra que 61 municípios portugueses não têm rádio local nem sequer jornal local. Esqueçam rádios locais nestes moldes em DAB+. Já em FM não têm audiência. Fui e sou um forte defensor de rádios locais, universitárias, comunitárias mas felizmente já existem soluções SSDAB mas mesmo assim acho que nem aqui haverá muito mercado em Portugal.
Os grandes grupos de rádio em Portugal não têm uma única rádio de palavra ou informação. Tirando a TSF que está a ser transformada numa rádio de informação com agenda de direita (coitados dos da Rádio Observador). Portanto para ter rádios em DAB+ a emitir música em mp3 pomos o nosso serviço de streamimg e levamos uma chave usb para o auto rádio com gravações.
Felizmente acho que a Bauer quer apostar no digital. Agora no digital online ou no broadcasting? Esta é a pergunta de um milhão de Euros.
Mas é interessante como desenterrei um tema que está em foco em quase toda a Europa e que aqui neste fórum não era falado desde 17 de Dezembro do ano passado. Mostra bem o interesse pelo que é o presente na rádio na Europa e no Mundo.


pdnf

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Re: DAB+
« Responder #115 em: Junho 10, 2022, 01:03:47 pm »
pdnf... Você tem o condão de irritar uma parede. Essa coisa de ser de direita neoliberal tolda-lhe a o raciocínio. Portanto em DAB+ onde o Estado pode finalmente ter uma Antena 4 de informação/desporto e quem sabe até uma Antena Regional e você quer só Antena 1 e 2 porque a Antena 3 é comercial? Você alguma vez ouviu a BBC Radio 1? Mas há rádio mais comercial do que esta que é das primeiras a nível mundial (quando não mesmo a 1ª) a emitir as mais recentes obras dos músicos mais conhecidos?
Mas o sector de rádio do Estado tem de ser pequenino e coitadinho e só falar para meia dúzia de caramelos?

Sr. Augusto,

Não é uma questão de ser de direita, muito menos neo-liberal. Se for ver, nem a IL defende a privatização total da Rádio, coisa que eu nem sequer defendo. Para que conste, defendo que o Estado deve ter um serviço público de rádio, como de transportes urbanos, de saúde, educação, entre outros. No fundo, o ponto é que o Estado deve operar em três situações. Onde há falhas de mercado, que podem ser de dois tipos: ou de não existir mercado de todo por parte dos privados, de que são exemplos a Antena 2, os Hospitais Oncológicos, ou as ligações Ferroviárias no Interior, ou então quando o serviço prestado pelo Estado seja imensuravelmente superior àquele que é prestado pelos privados, como é o caso dos transportes urbanos e das Universidades Públicas. O Estado também nunca deveria entregar monopólios aos privados, como são exemplos a REN, a REFER, a ANA, os CTT, ou as concessões dos parquímetros. Ora, no contexto atual, a Rádio não se inclui em nenhum dos últimos dois casos, porque o serviço público atual consegue ser mais fraco que o dos privados e o setor não é um monopólio. Diria que no Universo empresarial do Estado, comparado à RTP/RDP, neste momento só encontro a CGD. Daí que defenda que se existir concurso, apenas Antena 1 e 2 não deverão ir a concurso, porque não faz sentido. Não quer dizer que se o Estado entregar uma proposta de valor que seja superior para a Antena 3, 4 ou 5 que não possa e a meu ver deveria ter essas redes. Não obstante, ao momento atual, tenho algumas dúvidas de que a Antena 3 sem publicidade, a operar apenas com recurso a fundos públicos, num mercado onde existe concorrência (o que não acontece com a 2, e considerando que a 1 cumpre efetivamente obrigações de serviço público) não estará em incumprimento de matéria relativa a auxílios de Estado e distorção da concorrência. Outro aspeto que importa refletir é se em Portugal temos condições económicas para manter 3 ou 4 ou 5 rádios nacionais detidas pelo Estado. Honestamente, adoraria que tivessemos, mas acho que não, e isso também explicará algum do marasmo que se vive. Portanto, é preferível ter duas redes públicas de qualidade que disputem com as congéneres por essa Europa fora os lugares cimeiros do que quatro ou cinco medíocres. Repare, até a BBC que citou e que é de facto a melhor rádio europeia, penso que é mais ao menos consensual, vai fazer cortes brutais. Os tempos estão difíceis em matéria económica. O que deveria, e poderia fazer, é no segmento em que opera a BBC 1, em que temos mercado para as privadas, defender cadernos de encargos exigentíssimos em matéria de qualidade, que suplantem em muito o poucochinho que temos hoje.
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modernices

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Re: DAB+
« Responder #116 em: Junho 10, 2022, 01:11:38 pm »
Esqueçam o DAB… não há dinheiro para isso e os grupos atuais estão mais interessados em rentabilizar o sistema atual que já foi pago do que investir em mais tecnologia.

E ó pdnf você até tem umas teorias porreiras mas o problema é que esbarram na realidade. Falta-lhe idade e experiência de vida para amadurecer essas teorias! Abraço

pdnf

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Re: DAB+
« Responder #117 em: Junho 10, 2022, 01:35:08 pm »
Esqueçam o DAB… não há dinheiro para isso e os grupos atuais estão mais interessados em rentabilizar o sistema atual que já foi pago do que investir em mais tecnologia.

E ó pdnf você até tem umas teorias porreiras mas o problema é que esbarram na realidade. Falta-lhe idade e experiência de vida para amadurecer essas teorias! Abraço

Obrigado. Bom, no caso, trabalho há 8 anos com financiamentos do FEDER, da União Europeia, e agora do PRR diariamente. Trabalho também num setor regulado e na Administração Pública Indireta. Diria que já não são dois dias, mas sim, admito que com a idade vou cada vez mais ficando descrente de que se mude alguma coisa de estrutural neste país que cada vez vai ficando mais atrasado em relação à demais Europa, apenas para proteger a capela A ou B. Mas há que expor, partir pedra e trabalhar. Se depois o decisor político não o fizer, não é por culpa de quem está abaixo não ter apresentado a ideia. E de 4 em 4 anos cá está o povo para dizer que está tudo bem ou tudo mal.
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ruicleto

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Re: DAB+
« Responder #118 em: Fevereiro 13, 2023, 01:21:17 pm »
Deixo a indicação para quem quiser saber "tudo" sobre a rádio digital (DAB+) - ebook:

https://www.worlddab.org/resources/establishing-dab-plus-ebook

pdnf

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Re: DAB+
« Responder #119 em: Março 31, 2023, 11:21:37 pm »
Continuamos com estas conversas de uma tecnologia ultrapassada, limitada e primitiva para os padrões atuais, que é o FM. Com o DAB+ nada disto acontece: interferência, ruído, limitação da gama de frequências áudio, impedimento de audição da estação da preferência do ouvinte, devido à limitada cobertura, elevados custos de manutenção e operação, etc., etc. Vamos na última carruagem em termos de tecnologia de difusão de rádio (fim de linha, parece que não somos Europa), todos vão à nossa frente.

Aqui neste ponto está coberto de razão e fica muito mal ao poder político não forçar qualquer investimento com recurso aos fundos estruturais, ou, como teve oportunidade, do PRR, para pensar no DAB +, que note-se, também já não é uma tecnologia tão recente quanto isso. Ainda que, como o Luís já explicou, o FM tenha também alguns pontos a favor, não podemos ficar a parecer uma extensão de África na cauda da Europa. Pedir às rádios privadas que o façam, muito menos a locais, quando é conhecido de todos as condições financeiras que enfrentam, é demasiado. É verdade que terão poupança energética futura, o que também gera externalidades positivas para o país, mas o retorno é tão postecipado no tempo que não compensa o investimento inicial. E se noutros sectores e indústrias, ao abrigo do FEE/FAI (agora FA) existem apoios, porque não para a rádio?
Os próprios consumidores deverão ser apoiados na troca dos recetores. Dito isto, acredito que a má experiência da TDT possa levar os governos a terem falta de coragem de dar essa orientação de política.


Deixo este artigo de 2017, que explora ainda melhor, os pontos em que toquei:
https://www.dn.pt/sociedade/portugal-sem-condicoes-para-acabar-com-a-radio-fm-5619192.html


Aplaudo o que foi dito!
Acrescento ainda, a título de curiosidade e com algum sentido de humor, que estive num stand de automóveis há bem pouco tempo e constatei que, nos extras que eram incluídos e muito publicitados em todas as viaturas, era indicada a disponibilidade de receção DAB... Apenas sorri perante tal facto!... ;)

Ora aí está. Sabem quando se vai resolver esta questão? Quando daqui por uma década os emissores DAB + deixarem de captar FM por se ter tornado obsoleto noutras geografias e, ao entrarem na fronteira portuguesa, perderem o sinal de rádio. Aí sim, isto muda...

Quanto ao stand, eis a justificação:
https://industryeurope.com/sectors/transportation/digital-radios-in-cars-compulsory-under-eu-mandate/

Como em muita coisa, resta-nos Bruxelas, alguma iniciativa privada e uma academia que prima em estar ao nível das melhores da Europa, senão até a América Latina era bem capaz de nos ultrapassar em inúmeros indicadores de desenvolvimento.
Rádio é:
Ir ao fim da Rua, a ligar Portugal, aconteça o que acontecer.
Mais música nova para sentir (e decidir).
Estar no carro, em casa, em todo o lado, só se quiseres.
Saber que se a vida tem uma música, ela passa-a.
É a arte que toca, mais do que música...PESSOAS. Ah, and all that "unique" soul.