Para resumir tantos destaques que acho relevantes nesta década da rádio portuguesa, decidi dividir os acontecimentos positivos e negativos que achei mais fulcrais.
Acontecimentos negativos:Morte de dezenas de rádios locais pelos grandes grupos principalmente no Interior mas também nas AM de Lisboa e Porto (sendo o caso mais triste que presenciei a morte cruel da RC Matosinhos que fazia parte da vida de muita gente entre os quais a minha avó de 87 anos, para dar lugar a uma SBSR completamente irrelevante e fechada sobre si própria);
Adormecimento generalizado das rádios musicais (e em parte das generalistas) até meados de 2012/2013 com música a metro e serviços mÃnimos dos radialistas;
Anos negros da Antena 3 (2013-2018);
Baixas audiências das rádios generalistas;
Fim do RCP;
Adormecimento completo da RR até 2016;
BaixÃssimo nÃvel da playlist da RFM;
Recrutamento de youtubers sem qualquer experiência em rádio na Mega e Cidade;
Estado lastimável dos estúdios de Lisboa e as muitos afastamentos, cortes e trabalhadores em situação precária nas rádios da RTP.
Acontecimentos positivos:Surgimento de novos talentos como Tiago Ribeiro, Rui M. Pêgo, André Santos, Mariana Oliveira, Joaquim Quadros, Vanessa Augusto e Alexandre Guimarães;
Implementação da Visual Radio principalmente pela RTP e Grupo Renascença (embora ainda precise de muitos desenvolvimentos);
(Re)aproximação das rádios ao público com exemplos como as tournées das Manhãs da Comercial e o Toca a Todos na Antena 3;
Aumento de palavra nas rádios musicais principalmente nas rádios jovens;
Sucesso da Smooth FM pondo fim à linha de fracassos da MCR com a Star FM e a fase final do RCP;
Surgimento da Rádio Estádio (embora ainda tenha que melhorar muito);
Explosão dos podcasts que não só atraem muitos novos públicos e que acabaram por aproximar muita gente que apenas ouvia rádio em viagem no carro, para além de que "abriram os olhos" a muitas rádios para que deixassem a obsessão pela música a metro (sabendo que não têm qualquer hipótese contra a variedade das plataformas de streaming);
Reformulação da RR em 2016 (embora quase tudo já tenha desaparecido do modelo inicial);
Remodelação/mudança de estúdios do Grupo Renascença, Comercial e TSF;
Surgimento de rádios online com alguma envergadura como a Portuense.
Tentando prever o futuro, o que se sempre arriscado, espero que a rádio continue a crescer em termos de números e de qualidade, que a crise nos media seja combatida de forma eficaz para que não se possa correr o risco de perder rádios como a TSF e que as rádios apostem ainda mais em ferramentas como o Visual Radio uma vez que como já se comprovou este ano só as ajudam a chegar a novos públicos.
Por aqui o texto também já vai longo mas pedia que se o desejarem passassem pelo tópico que criei há uns bons tempos onde vos sugiro que façam as vossas escolhas para as Figuras Radiofónicas do Ano (uma espécie de Oscars da Rádio
):
http://www.mundodaradio.org/forum/index.php?topic=425.0