Esta "discussão é vã" pois limita-se a debitar factos descontextualizados e que ignoram, conforme já referido, o cerne da questão.
Ah sim, são descontextualizados, são. Tão descontextualizados que ainda nem a TSF saiu deles ou está salva por inteiro (só quando a venda se concretizar, espero que depressa). Mas sim, totalmente, oh claro.
Quando coloquei aqui os números, não era objeto discutir se o locutor X está cansado, ou se o prejuízo da TSF ou de outro grupo qualquer foi superior ou inferior ao da Observador.
Isso é uma discussão que não pode ser feita da maneira que quer seguir
Eu sigo as discussões como eu bem as entender. As pessoas respondem como bem entenderem. Ambos usamos da nossa liberdade para isso e é assim que funciona - justo para todas as partes.
, porque entram em jogo múltiplas variáveis de instalação, custos fixos, produção, etc, etc e a própria fase do projecto em que a TSF se encontra, com "quadros velhos" e dinâmicas reivindicativas e direitos laborais consagrados que o tornam por si só um projeto mais pesado que a Observador neste momento.
Não deve ter certamente ouvido falar no conceito de cessão de alvará, de despedimentos coletivos, de inadequação/extinção do posto de trabalho, etc. Nada está consagrado na vida, está tudo em permanente mutação. Se a TSF não pode pagar instalações nas Torres de Lisboa vai para outro local, se não pode pagar jornalistas faz outras coisas, etc. De qualquer forma os problemas estão longe de ser os custos fixos com trabalhadores, ainda que totalmente inadequados - ainda outro dia se soube que o processamento de salários ronda os 200 mil euros por mês para a TSF (ou seria para a Global Media?), faz parte de outra notícia, e não foi seguramente o excesso de trabalhadores só por si a causar tamanho prejuízo.
Se tivesse lido os meus escritos em tempo, em vez de cair aqui feito paraquedista a tentar dominar um debate onde não esteve - porque não esteve - há 6-9 meses, saberia que eu sou integralmente pela teoria de que houve gestão danosa na TSF, isto é, coloco a tónica do lado da administração, não dos trabalhadores. O mercado rádio está em contração há +20 anos, era o que mais faltava que eu colocasse este tema do lado deles. Agora, gosto de brio.
Se me dissesse assim, e quisesse comparar a dinâmica e resultados do projeto TSF com 7 ou 8 anos de lançamento no mercado e o da Observador, era concerteza mais ajustado.
Não, não seria. 1996 não é comparável a 2024 em nenhuma forma ou função. A começar pelo facto de que a TSF estava num grupo coeso, o bolo do mercado publicitário rádio era muito superior ao que é hoje (e já com fortes quedas de 94 para 95), etc etc etc.
Sugiro que estude sobre o contexto do mercado e da estação na década de 90, como eu fiz e faço continuamente, para que seja possível falar sobre este tema com maior e melhor conhecimento.
Olhe, do que me lembro é que a TSF nos anos 90 era já uma referencia de abrangência nacional, numa altura em que nem havia emissões online, de norte a sul, e tinha nos seus quadros nomes grandes do jornalismo e também do desporto como o Jorge Perestrelo, Fernando Correia, Paulo Sérgio, Mário Fernando, Carlos Daniel, etc, etc, para já não falar de jornalistas como a Judite Menezes ou a Ana Cristina Henriques, só para citar alguns nomes. A grande reportagem, os programas como Quadratura do Circulo que ainda hoje subsistem e já passaram 30 anos... Ainda hoje a TSF preserva e é exemplo no desporto e a Observador fica muito áquem, bem como no investimento que ainda faz em reportagens no exterior.
O desporto em tempo algum foi comparado por mim aqui, eu comparo as estações num todo, mas de qualquer forma foi múltiplas vezes noticiado aqui falhas críticas - a expressão é clara, críticas - de cobertura da TSF que a sua concorrência direta, Observador ou outra, cobrem ou transmitem.
A TSF foi uma referência até meados dos anos 2000. Encontra-se em decadência progressiva desde então, e foi ultrapassada pela Rádio Observador e pela própria Antena 1, sendo que em particular esta 2ª está na sua melhor fase dos últimos 20 ou 25 anos e tem tanto ou mais para falar de estrutura que a TSF. Não isenta de falhas, mas atrevo-me completamente a dizer: o público está a gerir melhor que o privado, e a Antena 1 está a gerir muito melhor que a TSF, embrenhada em fortes problemas de gestão que têm de ser resolvidos.
Mas entendo o seu nervosismo. A TSF está pela 1ª vez à beira de perder a posição que tinha em Lisboa para o Observador, é natural que só agora isto seja um tema. É o normal - as coisas quando estão longe não nos assustam, não desejamos levantar e procurar arranjar fantasmas de intenções terceiras e etc sobre estações... isso é Portugal no seu melhor, estou mais que habituado. Mentalidade tacanha e falta de nobreza de espírito assim se caracteriza. É a vida.
E não me entenda mal, espero que a TSF na nova administração leve um bom abanão, se safe e ocupe a posição que deve ocupar e a rede que tem para isso seja devidamente valorizada, há sinais disso e há melhorias em 3 anos, mas não nos coloquemos a glossar ou a invejar de memórias passadas onde não há para glossar - porque esta TSF, exceção feita às madrugadas, é um caco. E fim de conversa, que eu tenho mais que fazer que ficar aqui a dar à letra.
Sobre a comparação Observador / TSF, evidentemente que não se pode comparar uma TSF com 35 anos com uma Observador com 5. Claro que a estrutura de custos é, evidentemente outra. Contudo, tal como o Memórias referiu, no início de qualquer negócio, e diria que a Observador está na fase em que se não se inverte a tendência nos próximos 2 anos, ficará dependente da boa-vontade dos acionistas de entenderem que o projeto é relevante e justifica a perda de dinheiro, ou pode ter que ser pensado o produto ou até a sua continuidade. Contudo, comparar os primeiros 5 anos da TSF,.que cresceu nos loucos anos 90, com as vacas magras dos tempos da COVID, em que existiu uma fuga massiva das pessoas das rádios de informação para as musicais e para as TVs do mesmo tipo, é comparar água com vinho do melhor. Lembremo-nos que só no inicio de 2021 é que se completaram as redes em Lisboa e Porto com 88.1 S. João da Madeira e 93.7 Amadora.
E aliás, o Observador esteve nesses 5 anos a fazer crescimento que, não podemos negar, foi lento, sustentado mas lento, ficando a rondar bastante na casa de 1%. Primeiro cresce em Lisboa e Porto e depois é que está agora a crescer de forma mais significativa, mas a rede FM também é muito maior. Agora, comparar 1996 (assumindo da legalização, Março de 89), com 2024... o mundo mudou. Podemos é não gostar disso.