Eu também concordo que na Antena 1, bem como em nenhuma das atuais rádios nacionais dos grandes grupos, esse tipo de música tem lugar, mas é um ponto pertinente, e provavelmente, a única boa razão que encontro para que subsistam rádios locais, como sejam a R-AROUCA, ABC P, BLITORAL, NO AR, FESTIVAL, BARCA FM. Todas em conjunto, cada uma com a sua emissão, acabam por criar uma espécie de ""rede nacional"" que passa um tipo de música que é procurada pelas pessoas do chamado "Portugal real", que não representam a amostra que está aqui neste fórum, nem tampouco de quem toma decisões nas rádios nacionais em Lisboa (e qualquer coisa no Porto).
Não é muito procura porque o que essas pessoas procuram é proximidade. Se houvesse mercado para isso existiria uma rádio nacional (ou com uma rede próxima das da Mega, Observador, etc) e isso não acontece.
O mais próximo foi a Rádio Nacional da MCR (onde lá esteve o inevitável Carlos Ribeiro) que até teve programas na TVI (Reis da Música Nacional) mas nunca teve grande audiência e terminou passado pouco tempo.
A RECORD entra um bocado nesse território, mas excetuando os inenarráveis espaços das 18H (?) e das 22H, a playlist também é um bocado caótica, diga-se, pelo menos do que me apercebo quando calho de passar por aquelas frequências.
É uma rádio sem grande identidade e é pena porque tem uma rede muito boa. Penso que esses programas das seitas afugentam o público (e ainda bem). A playlist como dizes é confusa, do muito pouco que ouço da rádio - basicamente em zapping. Não me importava nada que se transformasse a estação para esse formato.
Parece-me, honestamente, que a IURD foi adquirindo licenças sem qualquer estratégia para as estações, que não seja a de passarem a propaganda da seita. O resto do horário é absolutamente secundário. Para mim, face ao que se passou durante a pandemia, diria que foi uma sorte total não terem perdido as licenças, dado que passavam coisas na RECORD que eram autênticos atentados à saúde pública, mais que teria justificado uma ação musculada da ERC. Aliás, para mim essa falta de estratégia ou qualquer interesse justifica que nem sequer se tenham dado ao trabalho de passar a Maiorca para a rede RECORD, permitindo fechar o anel Braga/Viana-Setúbal, sendo certo, que a muito custo, mas 93.0 lá vão conseguindo comutar com 93.5, e que no caso da RECORD não há muito essa preocupação. O caso da Linear, honestamente, nunca percebi o objetivo da compra, considerando que 95.5 cobrem bem Vila do Conde. A cobertura é bastante redundante, mas poderia passar, perfeitamente também para a RECORD, nos mesmos termos que 95.5/105.8 da M80. Talvez alguma pressão da CMVC, particularmente da ex-autarca Elisa Ferraz, que nunca se conformou com a venda da rádio à IURD. Certo é que, nos últimos tempos, no zapping que apanho na frequência, tenho notado animação em direto, discos pedidos, etc. Parece que está a deixar de ser jukebox. Os 95.0 Oeiras também são deles, certo?
Falamos muitas vezes por aqui do incumprimento da Lei da Rádio, quando em horas supostamente locais, está colocado RDS nacional. Mas esquecemo-nos que pode existir outro incumprimento, o inverso. Que é o de, em horas nacionais, existir desdobramentos de emissão. Aqui há uns tempos apanhei em hora nacional 95.5, 101.4 e 107.7 com RDS aqui por Gaia, e foi engraçado ver o autoradio a trocar entre frequências, e todas elas com emissões diferentes, mas mantendo a designação RECORD. Obviamente que se percebe pelo BAREME, que apesar da RECORD ter uma rede quase nacional, não conta para o totobola. Ainda assim, a Lei é para cumprir por todos, a ERC deveria atentar mais nestas situações.
A situação está finalmente normalizada, e já há RDS nas horas locais RECORD L. O que não normaliza é a espúria em 97.3 que se faz ouvir com RDS numa boa parte da cidade do Porto.