Autor Tópico: Golo FM  (Lida 107242 vezes)

Atento

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Re: Golo FM
« Responder #510 em: Setembro 12, 2024, 03:46:04 pm »
Em todo o caso, há uma coisa que penso que deveria ser editada pela moderação, foram expostos neste fórum dados pessoais, o NIF do Sr. João Vinhas. Independentemente da Autoridade Tributária, numa atitude que não é nada pacífica entre os juristas, publicitar a listagem de devedores, penso que nao se deveria expor aqui o NIF pessoal. Diga-se que também não deve 1M€ ao Fisco, deve entre 250k e 1M€. Pode ser 250.000,01€ ou 999.999,99€, o que, evidentemente, não é a mesma coisa.

Já a rádio de Amarante, que é o que aqui releva, tem dívidas no montante de até 50k, está no escalão inferior. É coisa que se pode resolver com acordo com a AT. Para além disso, se quiser fazer como a VOZNEIVA pode muito bem andar de Tribunal em Tribunal e passarem-se muitos anos até que o emissor tenha de ser silenciado. E, honestamente, estou convencido que vão acabar por ganhar, ou a prescrever, que já não falta assim tanto, e ainda tem muitas etapas a percorrer.

Discordo também que os 89.2 possam ser úteis, levam com a Antena 2 em cima a toda a força até em zonas não muito distantes de Amarante. Ok, aguentam-se melhor que os 92.7 da ERA, mas também já não são 100% em Vila Real, pelo que duvido muito que uma Mega, uma Cidade ou uma Observador, as três que podem ter interesse em chegar a Vila Real sem ser em condições muito deficitárias, como atualmente ocorre, comprassem este alvará. Vai na volta, e é mais uma frequência que sendo extinta, não faz assim tanta diferença, sendo certo que é sempre mau, para que fique claro.

Em Espanha, todos os devedores são colocados numa lista pública.

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Re: Golo FM
« Responder #511 em: Setembro 12, 2024, 04:07:58 pm »
E bem.

As consequências para quem deve não são nefastas o suficiente.

Memorias da Radio

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Re: Golo FM
« Responder #512 em: Setembro 12, 2024, 04:43:05 pm »
Super-atento, ou o sujeito da rádio que estamos impedidos "ilegalmente" de dizer aqui no fórum?
É que quem lê isto, e conhece o tal sujeito... Ui ui... Para quem dizia não se esconder atrás de users, está no bom caminho!
Não vou dizer quem é mas posso dizer quem não é.

E a escrita não é a mesma sequer, se formos ler e ver bem...

Tomam essa decisão porque além de não terem dinheiro para manter o serviço de programas, a rádio e as antenas que têm são completamente irrelevantes.

Depois de ler este artigo fiquei surpreendido https://www.briefing.pt/noticias/golo-fm-remata-as-palavras/

O que eu sei, e estou bem informado, é que o alvará terminou em 8 de maio de 2024 e a ERC não irá renovar o alvará nas condições em que se encontra. A empresa detentora da licença SUPERÁDIO, UNIPESSOAL LDA com o NIF 502855690 é devedora de impostos e consta na lista de devedores ao Fisco e Segurança Social.

Por esse facto, e apenas por esse facto, a ERC por muito que queira não pode renovar o alvará por não cumprir com a obrigação de não ser devedor de impostos e contribuições.

Por sua vez essa empresa "Superrádio" é detida pela empresa SALPICOS DE PUBLICIDADE LDA com o NIF 508512310 também devedora de impostos à AT e também na listagem de devedores.

O próprio João Vinhas (José João Vinhas da Silva) NIF 197612636 é ele mesmo pessoalmente, além de todas as suas empresas, um grande devedor de impostos num total superior a um milhão de euros, fora os credores privados que rondam outro milhão de euros. Também ele pessoalmente consta na listagem de devedores e de execuções públicas nos tribunais com insolvências e imensos processos de penhora.

Nestas coisas factos são factos e não há outra forma de o dizer.

É pena porque o alvará de Amarante assentava que nem uma luva em pelo menos 3 rádios próximas.

A verdade é o que é, este senhor merece ser estudado porque transforma uma vergonha de perder a licença por devido a dívidas com mais uma ideia visionária. Isto já nem é copo meio cheio ou meio vazio, é nem copo nem água e ele ver um oceano. Quem realmente se preocupa com o ambiente moderniza o seu parque tecnológico para equipamentos de menor consumo. Fechar é que nunca.

Ok, isto não é bom, de facto, mas temos que ver as coisas também por um outro ângulo.

Para mim a coisa coloca-se da seguinte maneira: se não se fatura, como é que se vai ganhar dinheiro para pagar a Segurança Social e Finanças? Mas alguém alguma vez ouviu minutos seguidos de publicidade na Golo FM? Eram sempre 3/4/5 spots no máximo de cada vez. Não é sequer uma Rádio Comercial, nem perto, para sustentar esse nível de valores.

O que devia acontecer com o João Vinhas para ter esse volume de dívida é seguramente o que eu já vi acontecer em muito sítio: cobrar impostos que depois não passava às Finanças, por falta de tesouraria ou por opção deliberada. Mesmo a Segurança Social é absolutamente obrigatória e pode não só não a ter pago a colaboradores que contratasse, como não pagar a dele próprio por exemplo, o que não me espantaria num quadro pessoal em que tem este valor de dívida. Lembrando que aqui há atrasado houve exatamente um problema parecido com a Cister FM que envolveu questões com equipamentos e fundos/subsidiação, num valor também altamente expressivo.

Empreender em Portugal é difícil, abrir uma empresa é difícil a partir de um salário recebido sem contrair dívida, arriscar sabendo que se é possível poder afundar-se ainda mais, não se julgue que é pêra doce só porque algumas pessoas têm aí às 10 e 15 empresas porque já antes tinham dinheiro na família. Não é um elevador social como é noutros países europeus, não é visto em muito sítio assim. Para pessoas em situações como o João Vinhas, isto é um problema. E legalmente, em Portugal, os créditos tributários expiram ao fim de 8 anos (não sei a contar do quê, não me perguntem). Os de credores privados creio que ao fim de 20 anos. Ele não é exatamente sénior, portanto não é como se os fosse levar até ao fim da vida.

Portanto, apontar o dedo é fácil, metermo-nos nos papéis dos outros é que não. Atenção.

A parte engraçada de tudo isto é que aqui há atrasado houve uma cessão de alvará a favor da dita empresa, dado que já a anterior tinha dívidas, e a ERC até autorizou. Alguém sensato esperaria que nesta se procurasse estar limpo disso. Não se fez.

Para lá de tudo isso, temos que ele vai preferir desviar aquilo que a última informação que tenho (posso estar enganado, tomar com cautela) é que era cerca de 700 euros por mês (licenciamento da Audiogest), para pagar programação de palavra. Ou seja, deve ter chegado à conclusão, contra todo o mercado, que a palavra em Portugal é mais barata que a música, ou deve conseguir fazê-la mais barata que pagar música + ter licenciamento.

Gostava ainda de perceber exatamente em que ponto é que apenas 16% da emissão que ouço é música, quando sempre que eu ligo a estação está a dar música. Haverá noção?

Isto sendo dito, é uma história mal contada: não é tecnicamente fácil nem possível chegar a mais de 1 milhão de euros de dívida e esse estado de coisas a partir da base que existe. A essa escala tem que haver mais coisas para se saber.

Saberemos certamente dessa cessão de alvará, a confirmar-se, em breve: a ERC voltou aos trabalhos.

« Última modificação: Setembro 12, 2024, 04:45:05 pm por Memorias da Radio »

SUPER-ATENTO

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Re: Golo FM
« Responder #513 em: Setembro 12, 2024, 06:00:54 pm »
Boa tarde.

Vamos esclarecer uma coisa. Eu não sou deste meio. Escolhi o nome SUPER-ATENTO porque há aqui um Atento que, tal como outros, por vezes escreve umas coisas engraçadas e achei piada ao nome.

Sou profissional da área da justiça, que por razões de natureza profissional permite-me conhecer alguns dos processos judiciais em que o Sr. José Silva (João Vinhas) é ou foi parte processual.

Acompanho esta página há vários anos porque a rádio é regulada por direito próprio por força da Lei da Rádio. Apenas decidi inscrever-me agora porque aquela publicação é o extremo das "fake news" e o dever da correção e de consciência profissional obrigou-me a vir aqui esclarecer.

Naturalmente que falei das dívidas ao Estado exatamente por serem públicas, porém é apenas uma gota de água. Pelo menos até um passado não muito distante, esse senhor estava envolvido em processos muito graves enquanto gestor e cidadão e sobre o qual não quero, não posso e não devo, fazer qualquer comentário.

No meio da justiça esse senhor é bem conhecido pelas piores razões. Há uns anos eu conheci-o num processo em que defendia um credor onde percebi que não é pessoa de bem.

Alguém escreveu aqui que de 250m a 1M vem uma grande diferença. Sim vai mas posso assegurar-lhe que a dívida é muito grande. Digo-lhe ainda que resulta do somatório de vários processos apensos em que é devedor principal e outros em que é devedor por reversão. Se somar as coimas, juros e correções nas liquidações tributárias então a coisa complica-se. Facilmente quem deve 500m chega a perto de 1M após 10 anos em juros, e cresce todos os anos dezenas de milhares de euros em juros à velocidade que rendimentos normais não conseguem acompanhar.

Dizer ainda que 50K está dentro de um acordo com a AT, sim está, mas é preciso conhecer a natureza originária da dívida. Uma coisa é pagar em prestações dividas que resultem por exemplo de IRC ou IRS e bem diferente se for de IVA não entregue ao Estado (que inclusivamente tem a responsabilidade acessória da prática do crime de abuso de confiança). Há dívidas fiscais que não se pagam com um simples acordo, pois conforme a dívida poderá ser exigível a prestação de garantia patrimonial, e esse senhor não tem absolutamente nada em nome dele e um cadastro pouco abonatório na AT.

Outra questão mal explicada é a inclusão de devedores nas listagens. A AT prefere sempre receber, ainda que em prestações, do que incluir um devedor em listagens. Os serviços de cobrança da AT esgotam sempre todas as possibilidades de permitir ao credor pagar, desde acordos oficiais a acordos oficiosos, ainda que seja em suaves prestações, desde que apareça nos serviços e mostre vontade de pagar e cumprir. Quando se lida com devedores crónicos a solução é mesmo a listagem, e nem assim funciona.

Renovar as licenças de uma rádio que não paga nada a ninguém constitui o maior atentado de deslealdade para com os demais que cumprem com as suas obrigações. Relembro a Rádio Festival que foi obrigada a pagar, por acordo, uma enorme dívida se queria ver o seu alvará renovado.
 
Vejo ainda fazer aqui críticas à ERC absolutamente desprovidas de sentido. Alguém disse aqui, e bem, a ERC é regulador e não legislador. Quem conhece a legislação do sector sabe que a ERC tem feito um trabalho notável no sentido de ser exigente naquelas obrigações onde o a lei é taxativa (dívidas ao estado por exemplo) ao mesmo tempo que exerce um trabalho pedagógico junto de alguns infratores, e depois sim, agir quando a pedagogia não resulta.