O novo "Canal do Conhecimento" na TDT vindo da mente do Nuno Artur Silva não é nada mais que criar ainda mais um canal de nicho, empurrá-lo para a RTP quer queira quer não e ainda por cima retirar programas à já fragilizada RTP2... Sinceramente tenho cada vez menos dúvidas que continue a interferir na rádio pública.
Só para se ter a noção até a BBC com o homónimo BBC Knowledge desistiu ao fim de 3 anos.
Tendo a concordar com o seu ponto de vista. Um canal temático, em que programas do mesmo tipo se sucedem, não me parece apelativo. O nome também não é apelativo, já que soa a algo de fechado, hermético e confinado. O espetador pode adquirir conhecimentos numa multiplicidade de registos, por exemplo, filmes (um exemplo, “
The Postâ€, exibido em horário nobre -21 horas - na ‘France.2’ um dia destes, permite que o espetador reflita sobre a liberdade de imprensa e a importância das fontes credÃveis de informação para o bom funcionamento da democracia), documentários, magazines culturais, programas biográficos, tertúlias televisionadas com especialistas de diferentes áreas, reportagens, programas informativos com análises de fundo, etc. e em diferentes áreas, por exemplo, ciência, sociedade, história, música, polÃtica, economia, tecnologia, técnicas, artes, etc.
Uma vez que o operador público francês é frequentemente referido, a abordagem deste não é essa. O eixo da ‘France.tv’ não são canais temáticos, mas sim canais generalistas destinados a segmentos diferenciados de público ou faixas etárias, mas simultaneamente, em determinados perÃodos, para todos. Todos os canais têm programas que fomentam o gosto pela cultura, conhecimento e reflexão crÃtica dos espetadores. Não estão compartimentados como se procura fazer por aqui. Os melhores programas passam em horário nobre, não de madrugada como por cá. Talvez o canal generalista que tenha um desenho de grelha mais exigente seja o ‘France.5’, passa documentários (vejo vários), tem programas de análise da atualidade (vejo vários), passa cinema, sobretudo os clássicos (vejo vários), programas de história e biografias (vejo vários), magazines culturais, divulgação cientÃfica e tecnológica (vejo vários), artes, etc.
Por cá, parece que o sistema do operador público é fechado e retrógrado. Por favor, vejam, analisem, verifiquem quais os melhores modelos/desenhos das grelhas que sejam apelativos para os espetadores. A “roda foi inventada†pelos operadores públicos europeus, funciona, está mais do que testada, tem público, basta adaptar à nossa realidade e aos meios financeiros disponÃveis.
A ‘France.5’ tem 3,6% de audiência (dados de outubro de 2020)
A ‘France.2’ é o segundo canal mais visto em França, com 13,9% (dados de outubro de 2020) e o primeiro de serviço público a figurar na tabela de audiências.
Consulte a tabela de audiências das televisões francesas aqui.
Chamo a atenção para o seguinte. Tudo aquilo que a RTP não consegue fazer ou que faz mal, nós, espetadores/ouvintes vamos ver/ouvir nos operadores públicos de outros paÃses. Não se esqueçam que, cada vez mais, o que se faz em matéria de audiovisual público nos paÃses do espaço europeu também está disponÃvel para nós. Nos operadores públicos europeus a qualidade e a satisfação de programação de entretenimento com substância, bem como, programação mais exigente, é prioritária. Não há misturas com os interesses privados, nem limitações a esse nÃvel, o caminho está bem definido e o espetador/cidadão está em primeiro lugar.