Independentemente de questões estritamente polÃticas, a verdade é que, finalmente, se vai acabar com o statu quo em que a TDT era assunto arrumado. Afinal, a "carrinha" em que "viajam" os canais, tem espaço para 9. Ou seja, excluindo o inútil canal HD, fica-se com cerca de metade do multiplex livre; com ajustes na compressão de dados, aos 5 canais existentes, somar-se-ão mais 2 da RTP e, espera-se, 2 privados. Na proporção, o Estado fica com 4 canais e "meio" (ARTV), os privados com 4 canais. Naturalmente que não será a solução ideal, todavia, diria que será a solução menos má, tendo em conta o actual cenário polÃtico, a capacidade existente no MUX e a viabilidade do projecto.
Não é possÃvel comparar Portugal com Espanha quando nos referimos a um paÃs com uma dimensão económica largamente superior ao nosso, em que, além de grandes grupos de media (TV) como a Mediaset (Cuatro, Tele 5, etc.), uma Antena 3, etc. E como se não bastasse, o próprio sector público de comunicação social está descentralizado, não só através de serviços regionais da TVE, como, sobretudo, das rádios e TVs detidas pelas regiões autonómicas (por falar em Vigo, incluindo a TV Galicia e a Radio Galega); acrescentaria o caso da "Extremadura", com o "Canal Extremadura Radio" e a "TV Extremadura".
Por último, todavia não menos importante, TVs locais. É que os espanhóis têm canais de TV de muitos municÃpios, fruto de um sector privado de pequenas empresas de comunicação social. Haveria condições económicas para desenvolver uma TDT portuguesa com a dimensão da espanhola? Receio que não.