Autor Tópico: Centralismo  (Lida 8086 vezes)

Zeca 2021

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1172
Centralismo
« em: Setembro 11, 2022, 06:19:26 pm »
Na conferência de imprensa desta Sexta Feira  do treinador do Braga, apenas estavam presentes tres jornalistas, um do jornal Record, outro do Diário do Minho e outro da agência Lusa. De TVs e rádios ditas nacionais, ninguém. Tal foi criticado pelo dirigente do Braga.
Pergunto:
Afinal, estás rádios que se apresentam como nacionais e que ignoram um clube, uma cidade com uma pujança incrível como Braga e que apenas quetem Braga para efeitos publicidade, existem para que?
A rádio Golo FM afinal onde anda?
A Antena 1, paga por todos onde anda ?
A TSF que ocupa a rede regional Norte, está onde ?
A RR afinal para além de Lisboa, não conhece mais católicos pelo país ?
A Observador, afinal, faz precisamente o mesmo que as outras três, onde só relata 3 clubes, e aí dá com agravante de durante os relatos até tem um adepto dos grandes a comentar, como se o outro clube português fosse um clube do Congo ou do Burkina. 
São uma vergonha estás rádios.
« Última modificação: Setembro 11, 2022, 10:37:49 pm por AG »

nelsonsoares

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 493
Re: Centralismo
« Responder #1 em: Setembro 11, 2022, 07:33:00 pm »
Temos de ter noção que em termos de €€€, as coisas não estão fáceis para os órgãos de comunicação social.
É de conhecimento público as dificuldades neste meio, mas mesmo assim há quem não queira entender.
Quem faz rádio, sobretudo relatos de futebol ou jornalismo de desporto, gostaria obviamente de fazer muito mais.
Mas financeiramente as coisas estão difíceis.
É vermos a quantidade de rádios que hoje preferem fazer um relato pela televisão, ao invés de estar no local.
E contra mim falo.
Falando por mim e pelos meus colegas, gostávamos de fazer mais e melhor.
Não é possível.
Sabem quantas pessoas que colaboram com rádios, trabalham noutro tipo de profissões, por não existir oportunidade de emprego a tempo inteiro nos órgãos de comunicação social?
Até nas rádios nacionais há n casos, que creio ser de conhecimento público alguns deles.
E se nos órgãos de comunicação nacionais estamos assim, nem queiram imaginar nos órgãos de comunicação regionais/locais.
Os clubes têm direito de reclamar.
Eu entendo o lado dos clubes.
Com os horários dos jogos da Liga, já aconteceu-me por algumas ocasiões ter que sair à pressa do estádio, para ir para o meu emprego, para não chegar atrasado.
Enquanto não se conseguir perceber num plano mais profundo o que leva os órgãos de comunicação social em Portugal a terem tantas dificuldades financeiras, podem reclamar sim, mas não devem apontar dedos.
Sobretudo aos jornalistas que muitas vezes fazem os possíveis e os impossíveis, mesmo sem ninguém sonhar.

Julio Carvalho

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 3745
Re: Centralismo
« Responder #2 em: Setembro 11, 2022, 08:14:02 pm »
Ainda bem que um profissional de rádio e do relato vem aqui com este testemunho. Pode ser que assim compreendam as dificuldades enormes que os órgãos de comunicação estão a passar.

Para alguns, as rádios estão cheias de dinheiro...

Por exemplo, a RR não vai a todas as conferências de antevisao dos jogos dos três grandes, geralmente vai quando elas coencidem
 com a Bola Branca das 12.45.

Idas a Braga, por exemplo hoje a RR transmitiu a Eucaristia a partir desta cidade. Ora como rádio Católica a prioridade tem que estar aí. São muitas e cada vez mais as dificuldades financeiras.

Quanto à rádio Pública e  até as


rádios locais a responsabilidade é outra...


« Última modificação: Setembro 11, 2022, 08:15:36 pm por R4 »

Zeca 2021

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1172
Re: Centralismo
« Responder #3 em: Setembro 11, 2022, 08:50:47 pm »
Temos de ter noção que em termos de €€€, as coisas não estão fáceis para os órgãos de comunicação social.
É de conhecimento público as dificuldades neste meio, mas mesmo assim há quem não queira entender.
Quem faz rádio, sobretudo relatos de futebol ou jornalismo de desporto, gostaria obviamente de fazer muito mais.
Mas financeiramente as coisas estão difíceis.
É vermos a quantidade de rádios que hoje preferem fazer um relato pela televisão, ao invés de estar no local.
E contra mim falo.
Falando por mim e pelos meus colegas, gostávamos de fazer mais e melhor.
Não é possível.
Sabem quantas pessoas que colaboram com rádios, trabalham noutro tipo de profissões, por não existir oportunidade de emprego a tempo inteiro nos órgãos de comunicação social?

Até nas rádios nacionais há n casos, que creio ser de conhecimento público alguns deles.
E se nos órgãos de comunicação nacionais estamos assim, nem queiram imaginar nos órgãos de comunicação regionais/locais.
Os clubes têm direito de reclamar.
Eu entendo o lado dos clubes.
Com os horários dos jogos da Liga, já aconteceu-me por algumas ocasiões ter que sair à pressa do estádio, para ir para o meu emprego, para não chegar atrasado.
Enquanto não se conseguir perceber num plano mais profundo o que leva os órgãos de comunicação social em Portugal a terem tantas dificuldades financeiras, podem reclamar sim, mas não devem apontar dedos.
Sobretudo aos jornalistas que muitas vezes fazem os possíveis e os impossíveis, mesmo sem ninguém sonhar.

Simples.
Está o relatador em estúdio a relatar o Braga.
Já não são precisas viagens, deslocações, etc etc.
Se a RR e a TSF relatam os jogos dos grandes lá fora via tv, porque não relatam o Braga via TV atendendo a todas essas circunstancias?
Só não relatam porque não querem.
A Rádio Portuense relata o Porto e o Boavista e sabe quento ganham por isso?
Nada. Amor à rádio.
Sabia disso?
Por isso, não me venha com tretas de custos. Não relatam porque não querem.

nelsonsoares

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 493
Re: Centralismo
« Responder #4 em: Setembro 12, 2022, 01:06:38 am »
Temos de ter noção que em termos de €€€, as coisas não estão fáceis para os órgãos de comunicação social.
É de conhecimento público as dificuldades neste meio, mas mesmo assim há quem não queira entender.
Quem faz rádio, sobretudo relatos de futebol ou jornalismo de desporto, gostaria obviamente de fazer muito mais.
Mas financeiramente as coisas estão difíceis.
É vermos a quantidade de rádios que hoje preferem fazer um relato pela televisão, ao invés de estar no local.
E contra mim falo.
Falando por mim e pelos meus colegas, gostávamos de fazer mais e melhor.
Não é possível.
Sabem quantas pessoas que colaboram com rádios, trabalham noutro tipo de profissões, por não existir oportunidade de emprego a tempo inteiro nos órgãos de comunicação social?

Até nas rádios nacionais há n casos, que creio ser de conhecimento público alguns deles.
E se nos órgãos de comunicação nacionais estamos assim, nem queiram imaginar nos órgãos de comunicação regionais/locais.
Os clubes têm direito de reclamar.
Eu entendo o lado dos clubes.
Com os horários dos jogos da Liga, já aconteceu-me por algumas ocasiões ter que sair à pressa do estádio, para ir para o meu emprego, para não chegar atrasado.
Enquanto não se conseguir perceber num plano mais profundo o que leva os órgãos de comunicação social em Portugal a terem tantas dificuldades financeiras, podem reclamar sim, mas não devem apontar dedos.
Sobretudo aos jornalistas que muitas vezes fazem os possíveis e os impossíveis, mesmo sem ninguém sonhar.

Simples.
Está o relatador em estúdio a relatar o Braga.
Já não são precisas viagens, deslocações, etc etc.
Se a RR e a TSF relatam os jogos dos grandes lá fora via tv, porque não relatam o Braga via TV atendendo a todas essas circunstancias?
Só não relatam porque não querem.
A Rádio Portuense relata o Porto e o Boavista e sabe quento ganham por isso?
Nada. Amor à rádio.
Sabia disso?
Por isso, não me venha com tretas de custos. Não relatam porque não querem.
Para mim, rádio é estar no local.
Não podemos criticar por exemplo um órgão de comunicação social por estar sediado em Lisboa, e quase não ter colaboradores a norte, e depois defendermos os relatos via TV.
Aí perdemos a coerência.
Mas neste tópico em questão, falamos das reclamações do Sporting de Braga, como há uns dias lia a reclamação do meu amigo Tiago Cunha do Moreirense.
Se as rádios fizerem relatos pela TV, e não mandarem ninguém aos estádios, como podem depois estar representadas nas conferências de imprensa pós-jogo?
É impossível.
As rádios continuam a fazer o seu trabalho.
Independentemente de ser no estádio ou pela TV.
Se gostávamos todos que as principais rádios marcassem presença em todos os estádios?
É lógico e óbvio que sim.
Mas não podemos esquecer que grande parte das rádios que acompanham a primeira liga são rádios generalistas, e que para além de não poderem dedicar toda a programação ao desporto, por motivos óbvios, também não podem gastar muito dinheiro, quando acredito que muito possivelmente só têm retorno financeiro e de audiências com 3 clubes (em relação a isto, falo sem conhecimento de causa, confesso).
E quando falo no facto das rádios não poderem gastar muito dinheiro, é necessário entender que há grupos de rádios neste país a começar a entrar em colapso financeiro (e mais não posso dizer).
Eu vivi em Espanha um mês.
Achei extraordinário existir 5 rádios nacionais com tardes desportivas desde da hora de almoço até quase de madrugada, ao sábado e ao domingo.
Mas que peso as regiões têm para Espanha?
E que peso têm as regiões para o nosso país?
Será que é rentável em termos financeiros para as rádios seguir o modelo espanhol?
À exceção dos adeptos dos clubes, quem é que está assim tão interessado em ouvir um relato de um Paços de Ferreira vs Casa Pia, ou de um Marítimo vs Gil Vicente?
Vivemos num país teso.
Uma vez fui ao Dragão relatar um jogo das competições europeias contra uma equipa espanhola, e estavam as 5 rádios que mais acompanham desporto em Espanha presentes no Dragão.
Quando uma equipa portuguesa vai a Espanha (e não estamos a falar de uma deslocação tão longa quanto isso), muitas vezes só vai a rádio pública.
Eu posso estar aqui a gastar mais caracteres a tentar explicar o porquê deste tipo de situações, como esta que o Sporting de Braga reclama, realmente acontecerem no nosso país.
Mas creio que basta abrirmos os olhos ao contexto rádio, e facilmente entendemos o porquê de não se fazer mais.

radiokilledtheMTVstar

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 3719
  • "Quintão e Costa, a dupla que o povo gosta!"
Re: Centralismo
« Responder #5 em: Setembro 12, 2022, 09:12:15 am »
Eu compreendo perfeitamente as dificuldades de muitos órgãos de comunicação social. Aliás, agora parecendo que não os pseudo-relatos da CMTV com audiências absurdas vêm tornar as coisas ainda mais difíceis principalmente para as rádios.

Não consigo é entender como a própria Sport TV que transmite todo o campeonato e tem o objetivo de o valorizar não está presente, bem como a RTP que passou do Domingo Desportivo a ter apenas 5 minutos dedicados ao desporto no Telejornal.

Nas rádios privadas apenas a TSF poderia ter a obrigação de estar lá uma vez que transmite os jogos do Braga, já quanto à Antena Minho já os apanhei várias vezes em estúdio a relatar os jogos na Pedreira... Em relação à Antena 1 o orçamento não estica (embora ainda na semana passada deram-se ao luxo de ter 3 emissões diferentes para o Santa Clara-Marítimo) mas parece ter tudo a ver com critérios, se ontem os dois jogos da I Liga fossem às 15h30 em vez das 18h iriam cobri-los aos dois e assim cobririam pelo menos 5 jogos e não 3 como ontem. E se a Tarde Desportiva regressou é porque deverá estar a ter bons resultados.
« Última modificação: Setembro 12, 2022, 09:28:47 am por radiokilledtheMTVstar »

Zeca 2021

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1172
Re: Centralismo
« Responder #6 em: Setembro 12, 2022, 09:21:43 am »
Temos de ter noção que em termos de €€€, as coisas não estão fáceis para os órgãos de comunicação social.
É de conhecimento público as dificuldades neste meio, mas mesmo assim há quem não queira entender.
Quem faz rádio, sobretudo relatos de futebol ou jornalismo de desporto, gostaria obviamente de fazer muito mais.
Mas financeiramente as coisas estão difíceis.
É vermos a quantidade de rádios que hoje preferem fazer um relato pela televisão, ao invés de estar no local.
E contra mim falo.
Falando por mim e pelos meus colegas, gostávamos de fazer mais e melhor.
Não é possível.
Sabem quantas pessoas que colaboram com rádios, trabalham noutro tipo de profissões, por não existir oportunidade de emprego a tempo inteiro nos órgãos de comunicação social?

Até nas rádios nacionais há n casos, que creio ser de conhecimento público alguns deles.
E se nos órgãos de comunicação nacionais estamos assim, nem queiram imaginar nos órgãos de comunicação regionais/locais.
Os clubes têm direito de reclamar.
Eu entendo o lado dos clubes.
Com os horários dos jogos da Liga, já aconteceu-me por algumas ocasiões ter que sair à pressa do estádio, para ir para o meu emprego, para não chegar atrasado.
Enquanto não se conseguir perceber num plano mais profundo o que leva os órgãos de comunicação social em Portugal a terem tantas dificuldades financeiras, podem reclamar sim, mas não devem apontar dedos.
Sobretudo aos jornalistas que muitas vezes fazem os possíveis e os impossíveis, mesmo sem ninguém sonhar.

Simples.
Está o relatador em estúdio a relatar o Braga.
Já não são precisas viagens, deslocações, etc etc.
Se a RR e a TSF relatam os jogos dos grandes lá fora via tv, porque não relatam o Braga via TV atendendo a todas essas circunstancias?
Só não relatam porque não querem.
A Rádio Portuense relata o Porto e o Boavista e sabe quento ganham por isso?
Nada. Amor à rádio.
Sabia disso?
Por isso, não me venha com tretas de custos. Não relatam porque não querem.
Para mim, rádio é estar no local.
Não podemos criticar por exemplo um órgão de comunicação social por estar sediado em Lisboa, e quase não ter colaboradores a norte, e depois defendermos os relatos via TV.
Aí perdemos a coerência.
Mas neste tópico em questão, falamos das reclamações do Sporting de Braga, como há uns dias lia a reclamação do meu amigo Tiago Cunha do Moreirense.
Se as rádios fizerem relatos pela TV, e não mandarem ninguém aos estádios, como podem depois estar representadas nas conferências de imprensa pós-jogo?
É impossível.
As rádios continuam a fazer o seu trabalho.
Independentemente de ser no estádio ou pela TV.
Se gostávamos todos que as principais rádios marcassem presença em todos os estádios?
É lógico e óbvio que sim.
Mas não podemos esquecer que grande parte das rádios que acompanham a primeira liga são rádios generalistas, e que para além de não poderem dedicar toda a programação ao desporto, por motivos óbvios, também não podem gastar muito dinheiro, quando acredito que muito possivelmente só têm retorno financeiro e de audiências com 3 clubes (em relação a isto, falo sem conhecimento de causa, confesso).
E quando falo no facto das rádios não poderem gastar muito dinheiro, é necessário entender que há grupos de rádios neste país a começar a entrar em colapso financeiro (e mais não posso dizer).
Eu vivi em Espanha um mês.
Achei extraordinário existir 5 rádios nacionais com tardes desportivas desde da hora de almoço até quase de madrugada, ao sábado e ao domingo.
Mas que peso as regiões têm para Espanha?
E que peso têm as regiões para o nosso país?
Será que é rentável em termos financeiros para as rádios seguir o modelo espanhol?
À exceção dos adeptos dos clubes, quem é que está assim tão interessado em ouvir um relato de um Paços de Ferreira vs Casa Pia, ou de um Marítimo vs Gil Vicente?
Vivemos num país teso.
Uma vez fui ao Dragão relatar um jogo das competições europeias contra uma equipa espanhola, e estavam as 5 rádios que mais acompanham desporto em Espanha presentes no Dragão.
Quando uma equipa portuguesa vai a Espanha (e não estamos a falar de uma deslocação tão longa quanto isso), muitas vezes só vai a rádio pública.
Eu posso estar aqui a gastar mais caracteres a tentar explicar o porquê deste tipo de situações, como esta que o Sporting de Braga reclama, realmente acontecerem no nosso país.
Mas creio que basta abrirmos os olhos ao contexto rádio, e facilmente entendemos o porquê de não se fazer mais.
Ninguem está a falar do Casa Pia. Estamos a falar do Sp de Braga.
O clube que representa Portugal na Liga Europa e que está em segundo no campeonato e que desde há muitos anos, está sempre no topo da classificação.
Essa mentalidade a tentar justificar a ostracização do Braga em prol dos clubes do costume mostra bem como somos um país provinciano. Se calhar você também apoia o clube da terra dos outros em vez do clube da sua terra. Onde está a coerencia de se apoiar o clube da terra dos outros?

Luis Carvalho

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1434
  • Façam a TSF Grande Outra Vez!
Re: Centralismo
« Responder #7 em: Setembro 12, 2022, 09:38:51 am »
Corrijam-me se estiver muito enganado, mas creio que nem a RTP, nem a TSF nem a Observador têm estúdios em Braga. A RR tinha há uns anos mas julgo que encerraram ou foram reduzidos à expressão mínima do mínimo para gravar o "Ser Igreja" e talvez transmitir a partir da cidade dos arcebispos um uma ou outra cerimónia religiosa. E deslocar meios de V. N. Gaia para cobrir um jogo de futebol em Braga não fica muito barato...
Cumprimentos,
Luís Carvalho

Administrador do "Fórum da Rádio"

Julio Carvalho

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 3745
Re: Centralismo
« Responder #8 em: Setembro 12, 2022, 09:52:10 am »
A RR já não tem estúdios em Braga.

Mas estes testemunhos do profissional Nelson Soares são muito importantes, no fundo ele diz muito do que eu ando aqui a dizer à anos, sobre esta matéria de desporto na rádio.

Zeca 2021

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1172
Re: Centralismo
« Responder #9 em: Setembro 12, 2022, 02:49:08 pm »
Corrijam-me se estiver muito enganado, mas creio que nem a RTP, nem a TSF nem a Observador têm estúdios em Braga. A RR tinha há uns anos mas julgo que encerraram ou foram reduzidos à expressão mínima do mínimo para gravar o "Ser Igreja" e talvez transmitir a partir da cidade dos arcebispos um uma ou outra cerimónia religiosa. E deslocar meios de V. N. Gaia para cobrir um jogo de futebol em Braga não fica muito barato...
A RR relata os jogos dos grandes lá fora a partir do estúdio.
Acho que se o pode fazer para uns, pode o fazer para outros.
A RR só quer Braga para receber o dizimo da Igreja.

nelsonsoares

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 493
Re: Centralismo
« Responder #10 em: Setembro 12, 2022, 04:04:17 pm »
Temos de ter noção que em termos de €€€, as coisas não estão fáceis para os órgãos de comunicação social.
É de conhecimento público as dificuldades neste meio, mas mesmo assim há quem não queira entender.
Quem faz rádio, sobretudo relatos de futebol ou jornalismo de desporto, gostaria obviamente de fazer muito mais.
Mas financeiramente as coisas estão difíceis.
É vermos a quantidade de rádios que hoje preferem fazer um relato pela televisão, ao invés de estar no local.
E contra mim falo.
Falando por mim e pelos meus colegas, gostávamos de fazer mais e melhor.
Não é possível.
Sabem quantas pessoas que colaboram com rádios, trabalham noutro tipo de profissões, por não existir oportunidade de emprego a tempo inteiro nos órgãos de comunicação social?

Até nas rádios nacionais há n casos, que creio ser de conhecimento público alguns deles.
E se nos órgãos de comunicação nacionais estamos assim, nem queiram imaginar nos órgãos de comunicação regionais/locais.
Os clubes têm direito de reclamar.
Eu entendo o lado dos clubes.
Com os horários dos jogos da Liga, já aconteceu-me por algumas ocasiões ter que sair à pressa do estádio, para ir para o meu emprego, para não chegar atrasado.
Enquanto não se conseguir perceber num plano mais profundo o que leva os órgãos de comunicação social em Portugal a terem tantas dificuldades financeiras, podem reclamar sim, mas não devem apontar dedos.
Sobretudo aos jornalistas que muitas vezes fazem os possíveis e os impossíveis, mesmo sem ninguém sonhar.

Simples.
Está o relatador em estúdio a relatar o Braga.
Já não são precisas viagens, deslocações, etc etc.
Se a RR e a TSF relatam os jogos dos grandes lá fora via tv, porque não relatam o Braga via TV atendendo a todas essas circunstancias?
Só não relatam porque não querem.
A Rádio Portuense relata o Porto e o Boavista e sabe quento ganham por isso?
Nada. Amor à rádio.
Sabia disso?
Por isso, não me venha com tretas de custos. Não relatam porque não querem.
Para mim, rádio é estar no local.
Não podemos criticar por exemplo um órgão de comunicação social por estar sediado em Lisboa, e quase não ter colaboradores a norte, e depois defendermos os relatos via TV.
Aí perdemos a coerência.
Mas neste tópico em questão, falamos das reclamações do Sporting de Braga, como há uns dias lia a reclamação do meu amigo Tiago Cunha do Moreirense.
Se as rádios fizerem relatos pela TV, e não mandarem ninguém aos estádios, como podem depois estar representadas nas conferências de imprensa pós-jogo?
É impossível.
As rádios continuam a fazer o seu trabalho.
Independentemente de ser no estádio ou pela TV.
Se gostávamos todos que as principais rádios marcassem presença em todos os estádios?
É lógico e óbvio que sim.
Mas não podemos esquecer que grande parte das rádios que acompanham a primeira liga são rádios generalistas, e que para além de não poderem dedicar toda a programação ao desporto, por motivos óbvios, também não podem gastar muito dinheiro, quando acredito que muito possivelmente só têm retorno financeiro e de audiências com 3 clubes (em relação a isto, falo sem conhecimento de causa, confesso).
E quando falo no facto das rádios não poderem gastar muito dinheiro, é necessário entender que há grupos de rádios neste país a começar a entrar em colapso financeiro (e mais não posso dizer).
Eu vivi em Espanha um mês.
Achei extraordinário existir 5 rádios nacionais com tardes desportivas desde da hora de almoço até quase de madrugada, ao sábado e ao domingo.
Mas que peso as regiões têm para Espanha?
E que peso têm as regiões para o nosso país?
Será que é rentável em termos financeiros para as rádios seguir o modelo espanhol?
À exceção dos adeptos dos clubes, quem é que está assim tão interessado em ouvir um relato de um Paços de Ferreira vs Casa Pia, ou de um Marítimo vs Gil Vicente?
Vivemos num país teso.
Uma vez fui ao Dragão relatar um jogo das competições europeias contra uma equipa espanhola, e estavam as 5 rádios que mais acompanham desporto em Espanha presentes no Dragão.
Quando uma equipa portuguesa vai a Espanha (e não estamos a falar de uma deslocação tão longa quanto isso), muitas vezes só vai a rádio pública.
Eu posso estar aqui a gastar mais caracteres a tentar explicar o porquê deste tipo de situações, como esta que o Sporting de Braga reclama, realmente acontecerem no nosso país.
Mas creio que basta abrirmos os olhos ao contexto rádio, e facilmente entendemos o porquê de não se fazer mais.
Ninguem está a falar do Casa Pia. Estamos a falar do Sp de Braga.
O clube que representa Portugal na Liga Europa e que está em segundo no campeonato e que desde há muitos anos, está sempre no topo da classificação.
Essa mentalidade a tentar justificar a ostracização do Braga em prol dos clubes do costume mostra bem como somos um país provinciano. Se calhar você também apoia o clube da terra dos outros em vez do clube da sua terra. Onde está a coerencia de se apoiar o clube da terra dos outros?
Apenas dei uma visão mais por dentro do que se passa em termos radiofónicos neste país.
Repito:
Não há falta de vontade para fazer as coisas. Há sim, falta do básico, até porque são poucos os que vivem verdadeiramente da rádio neste país (o que suporta a rádio neste país, são sobretudo os colaboradores que as mesmas têm, e que são pagos à peça).
Vai voltar a falar-me da Rádio Portuense, já sei.
Fazem um excelente trabalho em prol da cidade.
Conheço muito bem as pessoas ligadas ao projeto, até nutro uma amizade e um respeito por elas, e por aquilo que dedicam à rádio.
Mas falamos de uma web-rádio.
E quer queiram, quer não, não há comparação possível entre os custos de manutenção de uma web-rádio, e custos de manutenção de uma rádio que emite em frequência modulada.
Por exemplo, as rádios que emitem em frequência modulada têm a obrigação de passar 3 blocos noticiosos por dia, as web-rádios não têm essa obrigação.
Uma licença de uma web-rádio na ERC não chega sequer à centena de euros, de uma frequência modulada a renovação do alvará creio que não é nada barata.
Não há comparação possível.
E depois podemos defender os relatos pela TV, e ao mesmo tempo criticarmos a Rádio Observador por supostamente não ter repórteres a norte (quando até os tem) e por não ter estúdios na região.
A pessoa que começa com este tópico, ataca a imprensa por não ir a uma conferência de imprensa do 2° classificado do campeonato (é legítima a crítica).
Depois defende os relatos pela TV.
Uma rádio que faça relatos pela TV, não consegue marcar presença nas conferências de imprensa, porque não existe vídeoconferência nos jogos do campeonato, como alguns clubes ainda chegaram a fazer no tempo da pandemia.
Desculpe a minha interpretação e a minha opinião, mas não há qualquer tipo de coerência no seu discurso.
E para finalizar:
Em termos de regiões, eu sei muito bem como está o país atualmente.
Sou algarvio, vivi no Porto durante 3 anos, estudei 1 ano e meio no Minho, mais um em Trás-os-Montes, tenho família no Alentejo, e tive ligações afetivas ao arquipélago da Madeira.
Conheço extremamente bem este país de norte a sul.
Sou defensor do regionalismo.
Mas não podemos comparar regiões.
Por exemplo, custa-me muito mais ver uma rádio do norte a fazer relatos pela TV, que uma rádio de qualquer outra região, até porque a maioria dos clubes do nosso campeonato estão a norte.
A Emissora das Beiras de Tondela, e a Rádio Alvor de Portimão, fazem praticamente todos os relatos no estádio.
Sabe quanto é que a Rádio Alvor gasta em deslocações?
Sabe que marcas fazem patrocínio nas rádios algarvias?
Mas possivelmente saberá que marcas patrocinam as rádios da região norte, nomeadamente do Minho?
As rádios locais passam por dificuldades de norte a sul.
Mas as rádios algarvias não têm marcas fortes a patrocinar as mesmas e a região vive somente de 3 meses (é assim também em termos comerciais nas rádios do Algarve), ao passo que as rádios da região norte têm quase sempre uma ou outra marca de peso a patrocinar, já para não falar que quase toda a indústria deste país encontra-se a norte.
Se olharmos para uma tabela de publicidade de uma rádio local do norte, e para uma tabela de publicidade de uma rádio local do Algarve, percebemos o diferencial que existe nos preços praticados.
As rádios têm que se adaptar às regiões a que estão inseridas.
Para finalizar, é óbvio que por motivos lógicos e deontológicos, eu não lhe vou dizer o qual é o meu clube, mas também nunca escondi de ninguém.
Quem me conhece, sabe o meu clube.
Mas dando-lhe uma pista, deixe-me responder à sua provocação:
Quando estudava em Trás-os-Montes, ia para o café ver jogos do clube da minha terra, com o cachecol ao pescoço.
O clube da minha terra era o único que me fazia levantar da cama a uma segunda feira à noite, muitas vezes com temperaturas negativas, para ir para o café vê-lo.
Está a ver como muitas vezes atiramos coisas para o ar, sem termos conhecimento das mesmas?
E quando não sabemos, para não nos arriscarmos a dizer coisas sem nexo, o melhor é cingirmo-nos ao silêncio.

Zeca 2021

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1172
Re: Centralismo
« Responder #11 em: Setembro 13, 2022, 08:13:39 am »
Temos de ter noção que em termos de €€€, as coisas não estão fáceis para os órgãos de comunicação social.
É de conhecimento público as dificuldades neste meio, mas mesmo assim há quem não queira entender.
Quem faz rádio, sobretudo relatos de futebol ou jornalismo de desporto, gostaria obviamente de fazer muito mais.
Mas financeiramente as coisas estão difíceis.
É vermos a quantidade de rádios que hoje preferem fazer um relato pela televisão, ao invés de estar no local.
E contra mim falo.
Falando por mim e pelos meus colegas, gostávamos de fazer mais e melhor.
Não é possível.
Sabem quantas pessoas que colaboram com rádios, trabalham noutro tipo de profissões, por não existir oportunidade de emprego a tempo inteiro nos órgãos de comunicação social?

Até nas rádios nacionais há n casos, que creio ser de conhecimento público alguns deles.
E se nos órgãos de comunicação nacionais estamos assim, nem queiram imaginar nos órgãos de comunicação regionais/locais.
Os clubes têm direito de reclamar.
Eu entendo o lado dos clubes.
Com os horários dos jogos da Liga, já aconteceu-me por algumas ocasiões ter que sair à pressa do estádio, para ir para o meu emprego, para não chegar atrasado.
Enquanto não se conseguir perceber num plano mais profundo o que leva os órgãos de comunicação social em Portugal a terem tantas dificuldades financeiras, podem reclamar sim, mas não devem apontar dedos.
Sobretudo aos jornalistas que muitas vezes fazem os possíveis e os impossíveis, mesmo sem ninguém sonhar.

Simples.
Está o relatador em estúdio a relatar o Braga.
Já não são precisas viagens, deslocações, etc etc.
Se a RR e a TSF relatam os jogos dos grandes lá fora via tv, porque não relatam o Braga via TV atendendo a todas essas circunstancias?
Só não relatam porque não querem.
A Rádio Portuense relata o Porto e o Boavista e sabe quento ganham por isso?
Nada. Amor à rádio.
Sabia disso?
Por isso, não me venha com tretas de custos. Não relatam porque não querem.
Para mim, rádio é estar no local.
Não podemos criticar por exemplo um órgão de comunicação social por estar sediado em Lisboa, e quase não ter colaboradores a norte, e depois defendermos os relatos via TV.
Aí perdemos a coerência.
Mas neste tópico em questão, falamos das reclamações do Sporting de Braga, como há uns dias lia a reclamação do meu amigo Tiago Cunha do Moreirense.
Se as rádios fizerem relatos pela TV, e não mandarem ninguém aos estádios, como podem depois estar representadas nas conferências de imprensa pós-jogo?
É impossível.
As rádios continuam a fazer o seu trabalho.
Independentemente de ser no estádio ou pela TV.
Se gostávamos todos que as principais rádios marcassem presença em todos os estádios?
É lógico e óbvio que sim.
Mas não podemos esquecer que grande parte das rádios que acompanham a primeira liga são rádios generalistas, e que para além de não poderem dedicar toda a programação ao desporto, por motivos óbvios, também não podem gastar muito dinheiro, quando acredito que muito possivelmente só têm retorno financeiro e de audiências com 3 clubes (em relação a isto, falo sem conhecimento de causa, confesso).
E quando falo no facto das rádios não poderem gastar muito dinheiro, é necessário entender que há grupos de rádios neste país a começar a entrar em colapso financeiro (e mais não posso dizer).
Eu vivi em Espanha um mês.
Achei extraordinário existir 5 rádios nacionais com tardes desportivas desde da hora de almoço até quase de madrugada, ao sábado e ao domingo.
Mas que peso as regiões têm para Espanha?
E que peso têm as regiões para o nosso país?
Será que é rentável em termos financeiros para as rádios seguir o modelo espanhol?
À exceção dos adeptos dos clubes, quem é que está assim tão interessado em ouvir um relato de um Paços de Ferreira vs Casa Pia, ou de um Marítimo vs Gil Vicente?
Vivemos num país teso.
Uma vez fui ao Dragão relatar um jogo das competições europeias contra uma equipa espanhola, e estavam as 5 rádios que mais acompanham desporto em Espanha presentes no Dragão.
Quando uma equipa portuguesa vai a Espanha (e não estamos a falar de uma deslocação tão longa quanto isso), muitas vezes só vai a rádio pública.
Eu posso estar aqui a gastar mais caracteres a tentar explicar o porquê deste tipo de situações, como esta que o Sporting de Braga reclama, realmente acontecerem no nosso país.
Mas creio que basta abrirmos os olhos ao contexto rádio, e facilmente entendemos o porquê de não se fazer mais.
Ninguem está a falar do Casa Pia. Estamos a falar do Sp de Braga.
O clube que representa Portugal na Liga Europa e que está em segundo no campeonato e que desde há muitos anos, está sempre no topo da classificação.
Essa mentalidade a tentar justificar a ostracização do Braga em prol dos clubes do costume mostra bem como somos um país provinciano. Se calhar você também apoia o clube da terra dos outros em vez do clube da sua terra. Onde está a coerencia de se apoiar o clube da terra dos outros?
Apenas dei uma visão mais por dentro do que se passa em termos radiofónicos neste país.
Repito:
Não há falta de vontade para fazer as coisas. Há sim, falta do básico, até porque são poucos os que vivem verdadeiramente da rádio neste país (o que suporta a rádio neste país, são sobretudo os colaboradores que as mesmas têm, e que são pagos à peça).
Vai voltar a falar-me da Rádio Portuense, já sei.
Fazem um excelente trabalho em prol da cidade.
Conheço muito bem as pessoas ligadas ao projeto, até nutro uma amizade e um respeito por elas, e por aquilo que dedicam à rádio.
Mas falamos de uma web-rádio.
E quer queiram, quer não, não há comparação possível entre os custos de manutenção de uma web-rádio, e custos de manutenção de uma rádio que emite em frequência modulada.
Por exemplo, as rádios que emitem em frequência modulada têm a obrigação de passar 3 blocos noticiosos por dia, as web-rádios não têm essa obrigação.
Uma licença de uma web-rádio na ERC não chega sequer à centena de euros, de uma frequência modulada a renovação do alvará creio que não é nada barata.
Não há comparação possível.
E depois podemos defender os relatos pela TV, e ao mesmo tempo criticarmos a Rádio Observador por supostamente não ter repórteres a norte (quando até os tem) e por não ter estúdios na região.
A pessoa que começa com este tópico, ataca a imprensa por não ir a uma conferência de imprensa do 2° classificado do campeonato (é legítima a crítica).
Depois defende os relatos pela TV.
Uma rádio que faça relatos pela TV, não consegue marcar presença nas conferências de imprensa, porque não existe vídeoconferência nos jogos do campeonato, como alguns clubes ainda chegaram a fazer no tempo da pandemia.
Desculpe a minha interpretação e a minha opinião, mas não há qualquer tipo de coerência no seu discurso.
E para finalizar:
Em termos de regiões, eu sei muito bem como está o país atualmente.
Sou algarvio, vivi no Porto durante 3 anos, estudei 1 ano e meio no Minho, mais um em Trás-os-Montes, tenho família no Alentejo, e tive ligações afetivas ao arquipélago da Madeira.
Conheço extremamente bem este país de norte a sul.
Sou defensor do regionalismo.
Mas não podemos comparar regiões.
Por exemplo, custa-me muito mais ver uma rádio do norte a fazer relatos pela TV, que uma rádio de qualquer outra região, até porque a maioria dos clubes do nosso campeonato estão a norte.
A Emissora das Beiras de Tondela, e a Rádio Alvor de Portimão, fazem praticamente todos os relatos no estádio.
Sabe quanto é que a Rádio Alvor gasta em deslocações?
Sabe que marcas fazem patrocínio nas rádios algarvias?
Mas possivelmente saberá que marcas patrocinam as rádios da região norte, nomeadamente do Minho?
As rádios locais passam por dificuldades de norte a sul.
Mas as rádios algarvias não têm marcas fortes a patrocinar as mesmas e a região vive somente de 3 meses (é assim também em termos comerciais nas rádios do Algarve), ao passo que as rádios da região norte têm quase sempre uma ou outra marca de peso a patrocinar, já para não falar que quase toda a indústria deste país encontra-se a norte.
Se olharmos para uma tabela de publicidade de uma rádio local do norte, e para uma tabela de publicidade de uma rádio local do Algarve, percebemos o diferencial que existe nos preços praticados.
As rádios têm que se adaptar às regiões a que estão inseridas.
Para finalizar, é óbvio que por motivos lógicos e deontológicos, eu não lhe vou dizer o qual é o meu clube, mas também nunca escondi de ninguém.
Quem me conhece, sabe o meu clube.
Mas dando-lhe uma pista, deixe-me responder à sua provocação:
Quando estudava em Trás-os-Montes, ia para o café ver jogos do clube da minha terra, com o cachecol ao pescoço.
O clube da minha terra era o único que me fazia levantar da cama a uma segunda feira à noite, muitas vezes com temperaturas negativas, para ir para o café vê-lo.
Está a ver como muitas vezes atiramos coisas para o ar, sem termos conhecimento das mesmas?
E quando não sabemos, para não nos arriscarmos a dizer coisas sem nexo, o melhor é cingirmo-nos ao silêncio.
Nelson, parece que não percebeu.
Eu não entrei em contradicao.
O que eu disse foi que não se admite que rádios que se apresentam como nacionais, omitam os relatos do Braga.
Depois, em função do seu comentário, acrescentei que então, pelo menos o mínimo, ou seja, se essas rádios relatam os grandes lá fora via TV, então que para o Braga o façam nesses moldes, por contenção de custos. Foi isto que eu escrevi.

nelsonsoares

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 493
Re: Centralismo
« Responder #12 em: Setembro 13, 2022, 06:47:55 pm »
Temos de ter noção que em termos de €€€, as coisas não estão fáceis para os órgãos de comunicação social.
É de conhecimento público as dificuldades neste meio, mas mesmo assim há quem não queira entender.
Quem faz rádio, sobretudo relatos de futebol ou jornalismo de desporto, gostaria obviamente de fazer muito mais.
Mas financeiramente as coisas estão difíceis.
É vermos a quantidade de rádios que hoje preferem fazer um relato pela televisão, ao invés de estar no local.
E contra mim falo.
Falando por mim e pelos meus colegas, gostávamos de fazer mais e melhor.
Não é possível.
Sabem quantas pessoas que colaboram com rádios, trabalham noutro tipo de profissões, por não existir oportunidade de emprego a tempo inteiro nos órgãos de comunicação social?

Até nas rádios nacionais há n casos, que creio ser de conhecimento público alguns deles.
E se nos órgãos de comunicação nacionais estamos assim, nem queiram imaginar nos órgãos de comunicação regionais/locais.
Os clubes têm direito de reclamar.
Eu entendo o lado dos clubes.
Com os horários dos jogos da Liga, já aconteceu-me por algumas ocasiões ter que sair à pressa do estádio, para ir para o meu emprego, para não chegar atrasado.
Enquanto não se conseguir perceber num plano mais profundo o que leva os órgãos de comunicação social em Portugal a terem tantas dificuldades financeiras, podem reclamar sim, mas não devem apontar dedos.
Sobretudo aos jornalistas que muitas vezes fazem os possíveis e os impossíveis, mesmo sem ninguém sonhar.

Simples.
Está o relatador em estúdio a relatar o Braga.
Já não são precisas viagens, deslocações, etc etc.
Se a RR e a TSF relatam os jogos dos grandes lá fora via tv, porque não relatam o Braga via TV atendendo a todas essas circunstancias?
Só não relatam porque não querem.
A Rádio Portuense relata o Porto e o Boavista e sabe quento ganham por isso?
Nada. Amor à rádio.
Sabia disso?
Por isso, não me venha com tretas de custos. Não relatam porque não querem.
Para mim, rádio é estar no local.
Não podemos criticar por exemplo um órgão de comunicação social por estar sediado em Lisboa, e quase não ter colaboradores a norte, e depois defendermos os relatos via TV.
Aí perdemos a coerência.
Mas neste tópico em questão, falamos das reclamações do Sporting de Braga, como há uns dias lia a reclamação do meu amigo Tiago Cunha do Moreirense.
Se as rádios fizerem relatos pela TV, e não mandarem ninguém aos estádios, como podem depois estar representadas nas conferências de imprensa pós-jogo?
É impossível.
As rádios continuam a fazer o seu trabalho.
Independentemente de ser no estádio ou pela TV.
Se gostávamos todos que as principais rádios marcassem presença em todos os estádios?
É lógico e óbvio que sim.
Mas não podemos esquecer que grande parte das rádios que acompanham a primeira liga são rádios generalistas, e que para além de não poderem dedicar toda a programação ao desporto, por motivos óbvios, também não podem gastar muito dinheiro, quando acredito que muito possivelmente só têm retorno financeiro e de audiências com 3 clubes (em relação a isto, falo sem conhecimento de causa, confesso).
E quando falo no facto das rádios não poderem gastar muito dinheiro, é necessário entender que há grupos de rádios neste país a começar a entrar em colapso financeiro (e mais não posso dizer).
Eu vivi em Espanha um mês.
Achei extraordinário existir 5 rádios nacionais com tardes desportivas desde da hora de almoço até quase de madrugada, ao sábado e ao domingo.
Mas que peso as regiões têm para Espanha?
E que peso têm as regiões para o nosso país?
Será que é rentável em termos financeiros para as rádios seguir o modelo espanhol?
À exceção dos adeptos dos clubes, quem é que está assim tão interessado em ouvir um relato de um Paços de Ferreira vs Casa Pia, ou de um Marítimo vs Gil Vicente?
Vivemos num país teso.
Uma vez fui ao Dragão relatar um jogo das competições europeias contra uma equipa espanhola, e estavam as 5 rádios que mais acompanham desporto em Espanha presentes no Dragão.
Quando uma equipa portuguesa vai a Espanha (e não estamos a falar de uma deslocação tão longa quanto isso), muitas vezes só vai a rádio pública.
Eu posso estar aqui a gastar mais caracteres a tentar explicar o porquê deste tipo de situações, como esta que o Sporting de Braga reclama, realmente acontecerem no nosso país.
Mas creio que basta abrirmos os olhos ao contexto rádio, e facilmente entendemos o porquê de não se fazer mais.
Ninguem está a falar do Casa Pia. Estamos a falar do Sp de Braga.
O clube que representa Portugal na Liga Europa e que está em segundo no campeonato e que desde há muitos anos, está sempre no topo da classificação.
Essa mentalidade a tentar justificar a ostracização do Braga em prol dos clubes do costume mostra bem como somos um país provinciano. Se calhar você também apoia o clube da terra dos outros em vez do clube da sua terra. Onde está a coerencia de se apoiar o clube da terra dos outros?
Apenas dei uma visão mais por dentro do que se passa em termos radiofónicos neste país.
Repito:
Não há falta de vontade para fazer as coisas. Há sim, falta do básico, até porque são poucos os que vivem verdadeiramente da rádio neste país (o que suporta a rádio neste país, são sobretudo os colaboradores que as mesmas têm, e que são pagos à peça).
Vai voltar a falar-me da Rádio Portuense, já sei.
Fazem um excelente trabalho em prol da cidade.
Conheço muito bem as pessoas ligadas ao projeto, até nutro uma amizade e um respeito por elas, e por aquilo que dedicam à rádio.
Mas falamos de uma web-rádio.
E quer queiram, quer não, não há comparação possível entre os custos de manutenção de uma web-rádio, e custos de manutenção de uma rádio que emite em frequência modulada.
Por exemplo, as rádios que emitem em frequência modulada têm a obrigação de passar 3 blocos noticiosos por dia, as web-rádios não têm essa obrigação.
Uma licença de uma web-rádio na ERC não chega sequer à centena de euros, de uma frequência modulada a renovação do alvará creio que não é nada barata.
Não há comparação possível.
E depois podemos defender os relatos pela TV, e ao mesmo tempo criticarmos a Rádio Observador por supostamente não ter repórteres a norte (quando até os tem) e por não ter estúdios na região.
A pessoa que começa com este tópico, ataca a imprensa por não ir a uma conferência de imprensa do 2° classificado do campeonato (é legítima a crítica).
Depois defende os relatos pela TV.
Uma rádio que faça relatos pela TV, não consegue marcar presença nas conferências de imprensa, porque não existe vídeoconferência nos jogos do campeonato, como alguns clubes ainda chegaram a fazer no tempo da pandemia.
Desculpe a minha interpretação e a minha opinião, mas não há qualquer tipo de coerência no seu discurso.
E para finalizar:
Em termos de regiões, eu sei muito bem como está o país atualmente.
Sou algarvio, vivi no Porto durante 3 anos, estudei 1 ano e meio no Minho, mais um em Trás-os-Montes, tenho família no Alentejo, e tive ligações afetivas ao arquipélago da Madeira.
Conheço extremamente bem este país de norte a sul.
Sou defensor do regionalismo.
Mas não podemos comparar regiões.
Por exemplo, custa-me muito mais ver uma rádio do norte a fazer relatos pela TV, que uma rádio de qualquer outra região, até porque a maioria dos clubes do nosso campeonato estão a norte.
A Emissora das Beiras de Tondela, e a Rádio Alvor de Portimão, fazem praticamente todos os relatos no estádio.
Sabe quanto é que a Rádio Alvor gasta em deslocações?
Sabe que marcas fazem patrocínio nas rádios algarvias?
Mas possivelmente saberá que marcas patrocinam as rádios da região norte, nomeadamente do Minho?
As rádios locais passam por dificuldades de norte a sul.
Mas as rádios algarvias não têm marcas fortes a patrocinar as mesmas e a região vive somente de 3 meses (é assim também em termos comerciais nas rádios do Algarve), ao passo que as rádios da região norte têm quase sempre uma ou outra marca de peso a patrocinar, já para não falar que quase toda a indústria deste país encontra-se a norte.
Se olharmos para uma tabela de publicidade de uma rádio local do norte, e para uma tabela de publicidade de uma rádio local do Algarve, percebemos o diferencial que existe nos preços praticados.
As rádios têm que se adaptar às regiões a que estão inseridas.
Para finalizar, é óbvio que por motivos lógicos e deontológicos, eu não lhe vou dizer o qual é o meu clube, mas também nunca escondi de ninguém.
Quem me conhece, sabe o meu clube.
Mas dando-lhe uma pista, deixe-me responder à sua provocação:
Quando estudava em Trás-os-Montes, ia para o café ver jogos do clube da minha terra, com o cachecol ao pescoço.
O clube da minha terra era o único que me fazia levantar da cama a uma segunda feira à noite, muitas vezes com temperaturas negativas, para ir para o café vê-lo.
Está a ver como muitas vezes atiramos coisas para o ar, sem termos conhecimento das mesmas?
E quando não sabemos, para não nos arriscarmos a dizer coisas sem nexo, o melhor é cingirmo-nos ao silêncio.
Nelson, parece que não percebeu.
Eu não entrei em contradicao.
O que eu disse foi que não se admite que rádios que se apresentam como nacionais, omitam os relatos do Braga.
Depois, em função do seu comentário, acrescentei que então, pelo menos o mínimo, ou seja, se essas rádios relatam os grandes lá fora via TV, então que para o Braga o façam nesses moldes, por contenção de custos. Foi isto que eu escrevi.
A TSF fruto do protocolo que tem com o clube minhoto, relata todos os jogos do Sp. Braga.
A Golo FM também relata todos os jogos do Sp. Braga.
A Antena 1 tem um repórter presente em todos os jogos do Sp. Braga, e nas competições europeias faz relato integral.
A Renascença relata os jogos do Sp. Braga nas competições europeias no seu site (creio que podiam retransmitir os jogos no antigo emissor da Rádio Sim na cidade de Braga, que atualmente emite a própria Renascença, e quiçá poderiam retransmitir os relatos do Sp. Braga nos poucos emissores de onda média que a Renascença ainda tenha ativos, se é que a Renascença ainda tem emissores de onda média ativos).
A Antena Minho relata todos os jogos do Sp. Braga.
A Voz do Neiva também.
Eu não creio que exista uma omissão das rádios aos relatos do Sp. Braga.
As rádios podem fazer mais e melhor, é óbvio que sim, e todos que estamos dentro da área desejaríamos fazer melhor.
Mas fruto do que escrevi acima, não é possível.
São demasiadas as dificuldades financeiras que as rádios atravessam atualmente.
Rádios das locais às nacionais com salários a crédito, e grandes grupos que estão à porta de estoirarem financeiramente de vez.
As rádios neste momento já fazem muito para o contexto económico atual do país.

radiokilledtheMTVstar

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 3719
  • "Quintão e Costa, a dupla que o povo gosta!"
Re: Centralismo
« Responder #13 em: Setembro 13, 2022, 06:56:41 pm »
Obrigado por confirmares o protocolo entre o Braga e a TSF, realmente não os estava mesmo nada a ir a Malmo pelos próprios meios.
De resto concordo, só a Antena 1 devia fazer muito mais porque com os horários nesta altura tem o absurdo de terminar a emissão às 19h para uma hora de música a metro até às 20h e um derby do Minho não se pode ignorar e na RR relatos online é um desperdício.

Enviado do meu M2010J19SY através do Tapatalk
« Última modificação: Setembro 13, 2022, 06:59:43 pm por radiokilledtheMTVstar »

Zeca 2021

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1172
Re: Centralismo
« Responder #14 em: Janeiro 11, 2023, 02:50:21 pm »
Próxima quinta-feira, 12/01, o Turno da Tarde será em direto do Porto, do Teatro Nacional São João, a propósito da estreia da programação itenerante do D. Maria II, encerrado para obras.

Deixo também um apontamento histórico que a Miriam partilhou agora no ar: Tintim começou em Portugal a ser transmitido pela Rádio Renascença, numa rúbrica radiofónica, antes mesmo de sair em formato B.D. Curiosidade interessante do património imaterial desta estação.

Um programa feito por dois lisboetas que durante 365 dias fazem daquilo um programa dedicado a Lisboa vão subir até ao Porto para esses inenarráveis programas de "proximidade" em que vão começar por dizer: "Gostamos muito do Norte". O paroxismo na sua plenitude.
Vão convidar os do costume, Rui reininho e Manuel serrão para dizer as mesmas coisas de sempre e depois lá descem até casa.
Pobre rádio RR. Uma rádio que nos anos 80 era feita 12 horas desde o Porto e agora resumida a meia duzia de noticiários com toda a locução de continuidade com sotaque lisboeta.
« Última modificação: Janeiro 11, 2023, 02:52:07 pm por Zeca 2021 »