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Quem não percebe o que significa "centralismo" nunca irá perceber nada de nada.
Somos o unico não regionalizado e por alguma razão o mais pobre da Europa.
Então Zeca, segundo as suas palavras, não somos um país regionalizado. As regiões autónomas dos Açores e Madeira são o quê? Países independentes?
Os seus argumentos primários carecem de fundamentação e, dada a repetição, o que num primeiro momento dá vontade de rir, pelas queixinhas, vitimização, mania da perseguição, em suma, pela infantilidade, a partir de certo momento chateia. É um discurso chato, repetitivo, oco.
Se tivermos que associar uma rádio ao seu tipo de discurso, chegamos… à megaSeca.
Por enquanto, não somos o país mais pobre da União Europeia, mas, o desenrolar dos acontecimentos dos últimos dias e o se tem verificado nas últimas décadas, indicia que esse tende a ser o trajeto. Ou seja, vai ser mais difícil para os mais novos do que foi para nós.
A desagregação e impreparação deste governo socialista é quase surreal. Parece que estão a bater recordes do maior número de demissões no menor espaço de tempo para figurar no guiness.
A meu ver, a regionalização (política) tende a agravar o problema de subdesenvolvimento em relação ao resto da União Europeia. Ao acrescentar nível intermédio decisão política, tende a aumentar a opacidade, rede tentacular de interesses que se apoderam do estado e dos recursos financeiros do país a seu favor, clientelismo, favorecimentos, incompetentes a ocupar cargos de decisão, crime económico e financeiro, etc. Portanto, os dois fatores principais para este nível subdesenvolvimento são: fraca qualidade da classe política e sistema de justiça capturado e conivente, não funciona quando devia. Nada acontece aos que mais lesam o país e a sociedade no seu conjunto. Estes são os dois principais problemas a resolver, assim como as estratégias de crescimento.
Descentralização, afigura-se como a solução mais adequada, neste contexto.
De facto, a democracia neste país continua muito frágil e, em certo ponto, em retrocesso civilizacional. Nos setores da Educação, nenhum jovem quer ser professor pois a profissão deixou de ser apelativa, no setor da Saúde, muitos pretendem emigrar quando terminam os seus estudos, etc. Emigram profissionais qualificados, formados nas universidades portuguesas, que tiveram um custo para o Estado, são compensados pela imigração de paquistaneses, indianos, brasileiros sem essa qualificação. Portanto, o empobrecimento relativo em relação ao resto da Europa tende a vincar-se.