Autor Tópico: Grupo RTP  (Lida 27319 vezes)

O Bigode do Sala

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Re: Grupo RTP
« Responder #270 em: Outubro 18, 2024, 08:54:54 pm »
Apesar de sermos o Fórum da Rádio, não quero deixar em branco o 65.º aniversário do programa mais antigo da televisão portuguesa: o Telejornal.

Confesso que, nem sempre, foi a minha primeira opção para o noticiário das 20h, mas é sem dúvida uma marca do jornalismo e da televisão em Portugal.
Para essa marca se perpetuar até aos dias de hoje, uma mão cheia de profissionais deram o litro com o principal intuito de nos informar, destacando claro, o José Rodrigues dos Santos que, independentemente de não gostar do seu registo em algumas ocasiões, é o pivô que está com mais anos ininterruptos de programa... 33!

Nestes meus quase 30 anos de existência, recordo algumas efemérides que tenho nítida imagem de ter assistido através do Telejornal como a Independência de Timor, o início da II Guerra do Golfo, a Cerimónia de Abertura do Euro 2004, a execução de Saddam Hussein, a Primavera Árabe, a eleição de Obama, pedido de resgate financeiro de Portugal, a constituição da Geringonça, os mortíferos incêndios de 2017, o início da Pandemia e o decreto do 1.º Estado de Emergência...

Como, desde dos meus avós, aos meus pais, a preferência deles para o noticiário da noite quase sempre recaiu para o Telejornal, tenho este espaço como formador da minha consciência noticiosa, política e social.

Não sendo propriamente o grafismo que mais aprecio deste espaço, é o poder do arranjo sonoro (que podia, sem problemas, ser aplicado actualmente, de modo a criar uma identidade sonora como uma BBC tão bem o faz desde 1999) o principal motivo de publicar esta escolha de abertura de Telejornal, tão simbólica, não só para a televisão, como para a rádio pública.

Parabéns ao Telejornal!

https://youtu.be/38ya_ZjHp38?si=TYyYlDj65KT_mUxs
«O que acontece no Mundo é que toda a gente que nasce, nasce de alguma maneira poeta! Inventor de algo que não havia no Mundo antes de eles nascerem!
E inteiramente individual: cada um poeta que é!»

Agostinho da Silva

pdnf

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Re: Grupo RTP
« Responder #271 em: Outubro 19, 2024, 02:58:43 am »
Lembro-me bem de estar colado ao ecrã e dessa transição. Estava na fase em que achava mesmo que ia ser jornalista e quiçá, um dia pivot. Ehehe...
No meu caso particular, fiquei muito desiludido, gostava imenso do genérico e trilha sonoroa usada de 2002 a 2004, responsabilidade do Rangel. Aliás, a meu ver desde então, a única que conseguiu rivalizar com essa foi justamente a que esteve até quinta em vigor. Mas a de 2004 acho-a mesmo, ainda hoje, muito, muito fraquinha.
Curioso, passam-se 20 anos, e continua quase tudo na mesma. Esses poucos minutos de video são o espelho do que é a RTP1. O José Rodrigues dos Santos, imagem de marca, e, para mim, um excelente entrevistador, que tem a liberdade de não ser pé de microfone de ninguém, a Grande Entrevista, que mesmo sem a Judite ainda se mantém, o Fernando Mendes e o Preço Certo, o Jorge Gabriel e a Praça da Alegria e a Catarina Furtado e os seus vestidos a fazer pandã. 20 anos depois, tudo igual.
O que mudou, verdadeiramente, é a queda do desporto em antena, que é brutal, o Jornal 2 que hoje sai do Monte da Virgem e o Vitor Gonçalves, que contrariamente aos demais intervenientes, se nota bem a passagem dos anos, mas que ganhou também um enorme protagonismo na antena, merecido, aliás. O estúdio é o mesmo, mas já muito mais evoluido tecnologicamente, penso que atualmente seja tudo fundo verde.

E, incrivelmente, 20 anos passaram mesmo num voar. Daqui a nada o Zé está reformado, e nesse dia nem 40 devia ter. Eu era um miúdo de 13 anos...a vida é mesmo efémera.

Curiosamente, o programa mais antigo da TV faz anos na mesma semana que o programa mais antigo da ?ádio, TJ e OP. 😊 Ambos os programas, RTP1 e RFM e a TV e Rádio estão de parabéns. 65 e 40 anos não são coisa pouca.
« Última modificação: Outubro 19, 2024, 03:03:01 am por pdnf »
Rádio é:
Ir ao fim da Rua, a ligar Portugal, aconteça o que acontecer.
Mais música nova para sentir (e decidir).
Estar no carro, em casa, em todo o lado, só se quiseres.
Saber que se a vida tem uma música, ela passa-a.
É a arte que toca, mais do que música...PESSOAS. Ah, and all that "unique" soul.

joao_s

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Re: Grupo RTP
« Responder #272 em: Outubro 20, 2024, 11:01:46 pm »
Em matéria audiovisual, como noutras áreas e setores, convém analisar o sistema mediático europeu, bloco a que pertencemos, até para não cairmos no atraso ou retrocesso civilizacional face aos países congéneres. Uma coisa é certa, não há nenhum estado europeu que abdique dos serviços públicos de rádio e televisão porque são considerados como estruturantes na coesão social e territorial, promotores de vínculos de pertença e/ou ligação ao país, divulgadores de conhecimento, cultura e entretenimento consentâneo com padrões de civilização ocidental, bem como, instrumentos de veiculação de informação enxuta (tratada sem tiques sensacionalistas ou de espetáculo) e de debate dignificante, fundamentais para formação de cidadãos informados, portanto, para o bom funcionamento dos estados democráticos. Também não conheço um operador de rádio ou televisão pública que abdique de uma parcela significativa de programação, digamos, de teor comercial, dado que capta audiência. Na prática, são impostos limites ao teor desses programas, ou seja, não são exploradas emoções primárias ou abertas as portas do sensacionalismo ou espetáculo mediático de não assuntos. As grelhas de programas são diversificadas nos canais generalistas e evita-se uma conduta monocultural. A esmagadora maioria dos operadores públicos europeus têm publicidade, no entanto, há um número relativamente reduzido que apenas é financiado pelo estado.

Ainda ontem, o canal público alemão ARD, das erst, exibiu um espetáculo de variedades dirigido às massas que, dada a grandeza, na mentalidade tacanha de Portugal seria considerado um escândalo, pois seria apontado como estando em território das privadas. Suponham um recinto de espetáculos maior que o Altice Arena, cheio, apinhado de gente, uma cenografia e espetáculo visual de grande impacto, chamava a atenção de qualquer um, um palco gigante por onde desfilaram os músicos e artistas do panorama musical alemão, uma dinâmica constante, na qual o apresentador mudava de papel para cantor e vice versa. A ARD tem publicidade.  Foi isto que aconteceu e na TV francesa, italiana, britânica, espanhola, etc. acontece o mesmo. Isto é comum por essa Europa fora.

O canal da TV Cabo, ODISSEIA, tem vindo a exibir documentário científicos muito bons produzidos pela ZDF, BBC e France Televisions, que são públicos e promovem a atividade/divulgação científica nos respetivos países. Posteriormente esses programas são encaminhados para os canais de distribuição internacionais e são promovidos os respetivos países e cientistas no globo.

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tuscano332

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Re: Grupo RTP
« Responder #273 em: Novembro 03, 2024, 12:46:31 pm »
Em matéria audiovisual, como noutras áreas e setores, convém analisar o sistema mediático europeu, bloco a que pertencemos, até para não cairmos no atraso ou retrocesso civilizacional face aos países congéneres. Uma coisa é certa, não há nenhum estado europeu que abdique dos serviços públicos de rádio e televisão porque são considerados como estruturantes na coesão social e territorial, promotores de vínculos de pertença e/ou ligação ao país, divulgadores de conhecimento, cultura e entretenimento consentâneo com padrões de civilização ocidental, bem como, instrumentos de veiculação de informação enxuta (tratada sem tiques sensacionalistas ou de espetáculo) e de debate dignificante, fundamentais para formação de cidadãos informados, portanto, para o bom funcionamento dos estados democráticos. Também não conheço um operador de rádio ou televisão pública que abdique de uma parcela significativa de programação, digamos, de teor comercial, dado que capta audiência. Na prática, são impostos limites ao teor desses programas, ou seja, não são exploradas emoções primárias ou abertas as portas do sensacionalismo ou espetáculo mediático de não assuntos. As grelhas de programas são diversificadas nos canais generalistas e evita-se uma conduta monocultural. A esmagadora maioria dos operadores públicos europeus têm publicidade, no entanto, há um número relativamente reduzido que apenas é financiado pelo estado.

Ainda ontem, o canal público alemão ARD, das erst, exibiu um espetáculo de variedades dirigido às massas que, dada a grandeza, na mentalidade tacanha de Portugal seria considerado um escândalo, pois seria apontado como estando em território das privadas. Suponham um recinto de espetáculos maior que o Altice Arena, cheio, apinhado de gente, uma cenografia e espetáculo visual de grande impacto, chamava a atenção de qualquer um, um palco gigante por onde desfilaram os músicos e artistas do panorama musical alemão, uma dinâmica constante, na qual o apresentador mudava de papel para cantor e vice versa. A ARD tem publicidade.  Foi isto que aconteceu e na TV francesa, italiana, britânica, espanhola, etc. acontece o mesmo. Isto é comum por essa Europa fora.

O canal da TV Cabo, ODISSEIA, tem vindo a exibir documentário científicos muito bons produzidos pela ZDF, BBC e France Televisions, que são públicos e promovem a atividade/divulgação científica nos respetivos países. Posteriormente esses programas são encaminhados para os canais de distribuição internacionais e são promovidos os respetivos países e cientistas no globo.

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O Odisseia também tem vindo a transmitir documentários portugueses, de produção da SiC.

Atento

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Re: Grupo RTP
« Responder #274 em: Novembro 06, 2024, 02:02:26 pm »
Uma parte do banco mau da impresa, banco travestido de uma treta qualquer do Delgado, vai ter muitas dificuldades sem o apoio estatal de viabilização...

Muito bem!!

Muito mal continua o governo ao insistir roubar publicidade à rtp para dar aos privados.

Muito bem o Chega, ao dizer que está vontra a retirada de publicidade do grupo rtp.

Diz ainda que o grupo RTP deve ter direito a mais minutos de publicidade.

Mais uma vez muito bem o Chega.