Um grito de desespero
https://prnoticias.com/2024/06/12/los-trabajadores-de-rne-dicen-basta-ante-la-ausencia-de-proyecto/?amp=1
A RNE e a Radio 5 têm uma plástica muito desfasada.
Há uns tempos, mostrei os jingles a um amigo meu que não tem as nossas preocupações com a rádio e ele acho-a como se tivesse sido feita nos anos 90.
Além disso, a Radio 3 padece de algo maligno: uma indefinição do projecto.
Se nos anos 80, onde o espectro radiofónico espanhol estava mais espartilhado, a Radio 3 era uma espécie da nossa RDP Rádio Comercial, com forte pendor para os jovens que começavam a ter acesso ao ensino superior, hoje, com a panóplia de opções, a estação não se soube modernizar.
Tem um bom programa da manhã, mas depois, começam as quintinhas com programas de autor de gente que já lá está há mais de 30 anos e que deveria ter migrado há muito para a RNE.
Claro que existe qualidade. Contudo, um programa como o Cuando los elefantes sueñan con la música, que é de extrema qualidade e que cheguei a escutar lá a apresentação do último album do Júlio Resende quando o serviço público cá praticamente lhe fez tábua rasa, não tem sentido ser no horário das 15h00 às 16h00, fazendo, na minha opinião, mais sentido ser migrado para um painel nocturno ou mudar para a antena da RNE Clássica.
Na RNE, o que a Antena 1 tem a menos, a congénere espanhola tem a mais. Demasiados espaços de palavra em directo, onde às vezes, se discute o nada.
A juntar isso tudo, está o facto de Espanha dever ser, a par da Itália, um dos países da Europa do Sul onde mais existe ingerência política nos serviços públicos de rádio e televisão.
Nós por cá também a temos, mas foram feitas alterações de fundo que as mitigaram.