De acordo, para ouvir as estações citadas qualquer coisa serve, mas o melhor é descartá-las como som ambiente e optar por outros suportes ou até o silêncio.
Em termos de áudio, para o público audiófilo, o FM sempre foi encarado com alguma reserva. Para tal deve-se a resposta em frequência do áudio, limitada de aproximadamente de 40 Hz ~ 15 kHz, quando a norma cifra-se dos 20 Hz ~20 kHz (gama de frequências audÃveis pelos humanos). Sendo a alta-fidelidade encarada como uma representação fiel dos ambientes acústicos, determinados detalhes, nuances e pormenores subtis do som não estão presentes numa emissão FM, simplesmente porque a tecnologia não os regista, está limitada em frequências áudio. Portanto, é uma aproximação de um ambiente acústico, não uma representação fiel desse mesmo ambiente, o que o ouvinte obtém de uma emissão FM. Acho uma boa ideia a analogia que fez com a fotografia. Podemos comparar, por analogia, a resposta em frequência com a representação a preto & branco ou cromática de uma imagem, já a gama dinâmica reporta-se ao contraste de cores, a pureza das cores, e a resolução da imagem. Quanto maior for a resolução, maior será a pureza de cores e detalhes da imagem, nas texturas, contornos dos objetos (em vez de uma imagem “turvaâ€), etc. Portanto o ouvinte pode ter um sistema que de facto exibe uma resposta de 20 Hz ~20 kHz, mas que apresenta um som desorganizado, algo indefinido, com uma baixa resolução, afastando-se do registo original, ou seja não apresenta uma boa gama dinâmica ( o que se passa, por exemplo, com a Antena 3 – longe de representar um palco sonoro que se aproxime do registo original, aquilo é uma amálgama desorganizada e comprimida de sons).
Em termos áudio em alta-fidelidade, há que distinguir a produção industrial originária do movimento “Deutche Werkbundâ€, que alia o design com a produção industrial de qualidade, mas tendo o propósito da estandardização, ou seja, a produção para um segmento de massas mais exigente, mantendo os preços relativamente acessÃveis, e a produção com processos mais artesanais, empregando os melhores materiais e saberes, para segmentos selecionados de público, nalguns casos com preços quase proibitivos. No segundo tipo de produtos, os preços dos equipamentos áudio disparam para largos milhares de euros, mas o que se obtém não tem paralelo possÃvel.
Para terminar, no segmento que está aqui em discussão, rádios a pilhas, o equipamento áudio que se leva para todo o lado, desde uma mala de viagem para o duche, etc. Este aparelho reflete os pressupostos do movimento supracitado, tem um design apurado e retro, esteticamente apelativo (sobretudo na cor preta, que lhe dá uma aparência de sofisticação tecnológica), mas a relação qualidade/preço não é das melhores, dado que não temos DAB em Portugal, isto é parte das funções que disponibiliza não funcionam em Portugal. Na sintonia ilustrada aparece BBC Radio 2, que tipifica o público-alvo:
http://www.sony.pt/electronics/radios/xdr-s60dbp