Autor Tópico: DAB+  (Lida 32932 vezes)

nelsonsoares

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Re: DAB+
« Responder #45 em: Junho 10, 2021, 12:47:47 am »
Julgo que a ANACOM ou a ERC ou seja lá quem for, deveria promover um debate nacional sobre esta temática da implementação da rádio digital em Portugal. Fala-se sobre "tudo e mais alguma coisa", há comentadores para tudo neste país e, neste tema, que julgo muito importante - por definir um caminho a seguir - está toda a gente a "assobiar" para o lado...
Somos periféricos :-[
Do momento em que boa parte dos donos das rádios portuguesas, rejeitam a todo o custo o DAB, apontando o caminho para o online, creio que está tudo praticamente dito.
Eu creio que o medo dos donos destas rádios que não apoiam o DAB, é sobretudo o facto de terem que investir em equipamentos digitais (há muitas rádios em Portugal que trabalham com os mesmos equipamentos há 30 anos), e muitas dessas rádios não terem dinheiro para tal.
Na minha opinião, se Portugal quiser mesmo adotar o DAB (eu espero que sim), o estado vai ter de ajudar as rádios a fazerem essa transição, nomeadamente no que toca a questões técnicas.
E se o estado ajudar as rádios nessa transição, como tem ajudado com a publicidade institucional...
Creio que muitas rádios locais, se não mesmo a grande maioria, vão acabar por fechar portas

joao_s

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Re: DAB+
« Responder #46 em: Junho 20, 2021, 10:06:27 pm »
“nelsonsoares”, julgo que tem conhecimento do modo como funcionam as diferentes estações de rádio por experiência própria. Aqui estou no papel de ouvinte e desconheço os bastidores do meio.

Embora se trate de um tópico da “Festa dos 100 anos da rádio francesa” e o assunto já seja outro, reitero que Portugal não é uma ilha isolada do resto da Europa. Se na Europa o DAB+ ganha cada vez mais força, porque motivo a rádio deste país estagnou tecnologicamente, estruturalmente, estrategicamente e está parada no tempo no que à difusão por via terrestre diz respeito? Ora, o que fazem os outros países para terem um número de estações de rádio locais e regionais, em DAB+, absolutamente gigantesco, não só mantendo, como aumentado a democraticidade e pluralismo do meio e melhorando a proximidade com os cidadãos? Esse parece-me um eixo importante da questão. Porque razão na Europa “há mercado” para o DAB+ e por cá ninguém se interessa??  Porquê todo este provincianismo?

Aqui, nesta matéria, estamos ao nível do terceiro mundo.

Luisf662

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Re: DAB+
« Responder #47 em: Junho 21, 2021, 08:34:58 am »
“nelsonsoares”, julgo que tem conhecimento do modo como funcionam as diferentes estações de rádio por experiência própria. Aqui estou no papel de ouvinte e desconheço os bastidores do meio.

Embora se trate de um tópico da “Festa dos 100 anos da rádio francesa” e o assunto já seja outro, reitero que Portugal não é uma ilha isolada do resto da Europa. Se na Europa o DAB+ ganha cada vez mais força, porque motivo a rádio deste país estagnou tecnologicamente, estruturalmente, estrategicamente e está parada no tempo no que à difusão por via terrestre diz respeito? Ora, o que fazem os outros países para terem um número de estações de rádio locais e regionais, em DAB+, absolutamente gigantesco, não só mantendo, como aumentado a democraticidade e pluralismo do meio e melhorando a proximidade com os cidadãos? Esse parece-me um eixo importante da questão. Porque razão na Europa “há mercado” para o DAB+ e por cá ninguém se interessa??  Porquê todo este provincianismo?

Aqui, nesta matéria, estamos ao nível do terceiro mundo.
A culpa desta situação cá em Portugal tem a ver com o que se passou com a TDT .

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nelsonsoares

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Re: DAB+
« Responder #48 em: Junho 21, 2021, 09:30:23 am »
“nelsonsoares”, julgo que tem conhecimento do modo como funcionam as diferentes estações de rádio por experiência própria. Aqui estou no papel de ouvinte e desconheço os bastidores do meio.

Embora se trate de um tópico da “Festa dos 100 anos da rádio francesa” e o assunto já seja outro, reitero que Portugal não é uma ilha isolada do resto da Europa. Se na Europa o DAB+ ganha cada vez mais força, porque motivo a rádio deste país estagnou tecnologicamente, estruturalmente, estrategicamente e está parada no tempo no que à difusão por via terrestre diz respeito? Ora, o que fazem os outros países para terem um número de estações de rádio locais e regionais, em DAB+, absolutamente gigantesco, não só mantendo, como aumentado a democraticidade e pluralismo do meio e melhorando a proximidade com os cidadãos? Esse parece-me um eixo importante da questão. Porque razão na Europa “há mercado” para o DAB+ e por cá ninguém se interessa??  Porquê todo este provincianismo?

Aqui, nesta matéria, estamos ao nível do terceiro mundo.
Na minha opinião, creio que se falhou na legalização das rádios locais em 89.
Somos um país pequeno, e na minha opinião, não há mercado para tanta rádio local.
Não havendo mercado, as rádios têm menos receitas.
Tendo menos receitas, não conseguem modernizar-se, quer em termos técnicos, quer em termos programáticos.
A rádio em Portugal necessita de se reinventar.
Como?
Talvez saindo à rua, estando mais perto dos ouvintes.
Quantas rádios nos dias de hoje saem dos estúdios?
Mas depois também é necessário questionar-se que recursos humanos têm a maioria das rádios locais, para poderem sair dos estúdios.
É um tema muito espesso, e que dá para horas e horas de debate.
Mas na minha opinião, creio que as rádios deveriam começar a pensar no DAB, porque acredito que seja uma questão de tempo, até termos normas da União Europeia, para sermos "obrigados" a arrancar com a rádio no digital.

Memorias da Radio

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Re: DAB+
« Responder #49 em: Junho 21, 2021, 09:39:39 am »
Uma maneira das rádios locais sobreviverem melhor é a atribuição de emissores por distrito que num x distrito inteiro ofereçam o mesmo número de rádios que há agora.

Por exemplo (os números não vão estar corretos e é simplista de propósito):

Coimbra tem 8 rádios locais. Cobrir o distrito precisa de 1 emissor. Atualmente cada estação tem 1 (faz 8 ). Se se juntarem todas e emitirem no que há em digital, reduzem os custos de manutenção e eletricidade em 8x porque um único emissor passa a albergar 8 rádios e sem dúvida que os ouvintes de um dado concelho continuarão a ouvir a rádio do seu concelho, assim se posicione como tal.

Se o custo de manutenção e emissão representar, sei lá, 240€/mês para cada uma, passa a ser de 30€/mês para cada uma e liberta recursos da estação enquanto continua a estar focada no seu concelho. Novos dipolos, torres, equipamentos externos, onde custa dinheiro a sério no fundo, é uma vaquinha por oito. A única coisa em que cada uma tem separada é o processador de som mas essas aquisições já são sustentadas a 50% pelo Estado atualmente nos vários concursos fora que há soluções digitais muito muito low cost para dar a assinatura que querem.

Quem perde são as empresas industriais que fabricam componentes rádio e, basicamente, a EDP, mas se não fossem perder agora iam perder mais à frente com a falência das locais, e é por isso, e sobretudo por isso, que há campanha contra o digital. Lobbies.

Fala-se que o DAB+ pode ser a morte das locais, mas na verdade pode é ser um bálsamo autêntico face às estruturas de custos e proveitos atuais, todas pressionadas. É preciso é haver visão e não um provincianismo saloio de velho do Restelo que não deixa avançar nada.
« Última modificação: Junho 21, 2021, 09:42:50 am por Memórias da Rádio »

nelsonsoares

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Re: DAB+
« Responder #50 em: Junho 21, 2021, 09:46:55 am »
Uma maneira das rádios locais sobreviverem melhor é a atribuição de emissores por distrito que num x distrito inteiro ofereçam o mesmo número de rádios que há agora.

Por exemplo (os números não vão estar corretos e é simplista de propósito):

Coimbra tem 8 rádios locais. Cobrir o distrito precisa de 1 emissor. Atualmente cada estação tem 1 (faz 8 ). Se se juntarem todas e emitirem no que há em digital, reduzem os custos de manutenção e eletricidade em 8x porque um único emissor passa a albergar 8 rádios e sem dúvida que os ouvintes de um dado concelho continuarão a ouvir a rádio do seu concelho, assim se posicione como tal.

Se o custo de manutenção e emissão representar, sei lá, 240€/mês para cada uma, passa a ser de 30€/mês para cada uma e liberta recursos da estação enquanto continua a estar focada no seu concelho. Novos dipolos, torres, equipamentos externos, onde custa dinheiro a sério no fundo, é uma vaquinha por oito. A única coisa em que cada uma tem separada é o processador de som mas essas aquisições já são sustentadas a 50% pelo Estado atualmente nos vários concursos fora que há soluções digitais muito muito low cost para dar a assinatura que querem.

Quem perde são as empresas industriais que fabricam componentes rádio e, basicamente, a EDP, mas se não fossem perder agora iam perder mais à frente com a falência das locais, e é por isso, e sobretudo por isso, que há campanha contra o digital. Lobbies.

Fala-se que o DAB+ pode ser a morte das locais, mas na verdade pode é ser um bálsamo autêntico face às estruturas de custos e proveitos atuais, todas pressionadas. É preciso é haver visão e não um provincianismo saloio de velho do Restelo que não deixa avançar nada.
Totalmente de acordo.
Mas convém frisar que nem todos os distritos são geograficamente do mesmo tamanho.
Falando do Algarve, por exemplo, o Distrito de Faro é geograficamente enorme, contando com um litoral mais ou menos plano, e um interior mais serrano.
Enquanto, por exemplo, no Alentejo, temos a maior planície da Europa.
E por exemplo, a Ilha da Madeira, sendo rochosa como é, jamais seria coberta na tonalidade, com apenas um emissor.
Depende de cada região, e como ela é geograficamente.
Mas com o tempo, é inevitável esta discussão sobre o DAB.

Memorias da Radio

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Re: DAB+
« Responder #51 em: Junho 21, 2021, 09:56:58 am »
Uma maneira das rádios locais sobreviverem melhor é a atribuição de emissores por distrito que num x distrito inteiro ofereçam o mesmo número de rádios que há agora.

Por exemplo (os números não vão estar corretos e é simplista de propósito):

Coimbra tem 8 rádios locais. Cobrir o distrito precisa de 1 emissor. Atualmente cada estação tem 1 (faz 8 ). Se se juntarem todas e emitirem no que há em digital, reduzem os custos de manutenção e eletricidade em 8x porque um único emissor passa a albergar 8 rádios e sem dúvida que os ouvintes de um dado concelho continuarão a ouvir a rádio do seu concelho, assim se posicione como tal.

Se o custo de manutenção e emissão representar, sei lá, 240€/mês para cada uma, passa a ser de 30€/mês para cada uma e liberta recursos da estação enquanto continua a estar focada no seu concelho. Novos dipolos, torres, equipamentos externos, onde custa dinheiro a sério no fundo, é uma vaquinha por oito. A única coisa em que cada uma tem separada é o processador de som mas essas aquisições já são sustentadas a 50% pelo Estado atualmente nos vários concursos fora que há soluções digitais muito muito low cost para dar a assinatura que querem.

Quem perde são as empresas industriais que fabricam componentes rádio e, basicamente, a EDP, mas se não fossem perder agora iam perder mais à frente com a falência das locais, e é por isso, e sobretudo por isso, que há campanha contra o digital. Lobbies.

Fala-se que o DAB+ pode ser a morte das locais, mas na verdade pode é ser um bálsamo autêntico face às estruturas de custos e proveitos atuais, todas pressionadas. É preciso é haver visão e não um provincianismo saloio de velho do Restelo que não deixa avançar nada.
Totalmente de acordo.
Mas convém frisar que nem todos os distritos são geograficamente do mesmo tamanho.
Falando do Algarve, por exemplo, o Distrito de Faro é geograficamente enorme, contando com um litoral mais ou menos plano, e um interior mais serrano.
Enquanto, por exemplo, no Alentejo, temos a maior planície da Europa.
E por exemplo, a Ilha da Madeira, sendo rochosa como é, jamais seria coberta na tonalidade, com apenas um emissor.
Depende de cada região, e como ela é geograficamente.
Mas com o tempo, é inevitável esta discussão sobre o DAB.

Sem dúvida, sem dúvida. Para o Algarve um só nunca chegaria por exemplo, teriam de ser dois como já hoje acontece, e com o multipath eventual junto da costa ou nas serranias talvez um terceiro a menor cota fosse necessário para ficar perfeito, mas ainda assim temos por exemplo nesse caso 14 estações* e 14 emissores que reduziam a 2/3 :)

Na Ilha da Madeira por exemplo são 12 resistentes que em muitos casos mal se fazem ouvir fora dos concelhos de origem ou pouco mais, e que passavam a ganhar a ilha toda, e embora para 100% de cobertura tenhamos a rádio pública com 13 emissores na Antena 1 e na 3, nada impede uma solução aproximada à Antena 2, com 4 emissores para uns 95%, *ou* a subsidiação de custos de emissão dos microcentros pela Região Autónoma *ou* pendurarem-se nas eventuais micros digitais da rádio pública, tratando-se de determinação dos vários concelhos e da substancial melhoria das condições de recepção...

Nos Açores também o mesmo pode acontecer.

* não conta com as rádios locais que foram compradas pelas nacionais e é baseado no FM-Scan

pdnf

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Re: DAB+
« Responder #52 em: Dezembro 10, 2021, 01:27:26 am »
Coisa distinta é o problema de não abrirem novos concursos. Isso está muito mal.
Isso não faz sentido nenhum.

Concursos só para o DAB+, com naturalmente prioridade para quem já opera em FM - isso já está assegurado, e bem, pela LdR actual.

Neste momento em FM dava à ERC poder para licenciar estações a pedido dos interessados. Isto é, imaginemos que entidade X quer emitir num dado distrito. Faz um pedido à ERC, esta faz avalia o projecto e caso seja aprovado manda um pedido à ANACOM para que encontre as frequências disponíveis.

Quanto a esta pirata, lamento mas só tem que fechar. Pelos motivos que o Nuno Soares bem apresentou.

Sim, concursos ou essa alternativa, embora eu ache que as locais vão morrer e vão, seja por um concurso que permita reformular o espectro em FM ou seja pela adoção do DAB+:

https://www.dn.pt/sociedade/portugal-sem-condicoes-para-acabar-com-a-radio-fm-5619192.html

A sugestão do sujeito da TSF até que não seria mal pensada, mas ainda tenho dúvidas que lá para o interior não fossemos a ouvir rádio aos soluços... mal por mal o estático, que pelo menos segue a hora.
« Última modificação: Dezembro 10, 2021, 02:03:55 pm por AG »
Rádio é:
Ir ao fim da Rua, a ligar Portugal, aconteça o que acontecer.
Mais música nova para sentir (e decidir).
Estar no carro, em casa, em todo o lado, só se quiseres.
Saber que se a vida tem uma música, ela passa-a.
É a arte que toca, mais do que música...PESSOAS. Ah, and all that "unique" soul.

ruicleto

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Re: DAB+
« Responder #53 em: Dezembro 10, 2021, 09:05:50 am »
Coisa distinta é o problema de não abrirem novos concursos. Isso está muito mal.
Isso não faz sentido nenhum.

Concursos só para o DAB+, com naturalmente prioridade para quem já opera em FM - isso já está assegurado, e bem, pela LdR actual.

Neste momento em FM dava à ERC poder para licenciar estações a pedido dos interessados. Isto é, imaginemos que entidade X quer emitir num dado distrito. Faz um pedido à ERC, esta faz avalia o projecto e caso seja aprovado manda um pedido à ANACOM para que encontre as frequências disponíveis.

Quanto a esta pirata, lamento mas só tem que fechar. Pelos motivos que o Nuno Soares bem apresentou.

Sim, concursos ou essa alternativa, embora eu ache que as locais vão morrer e vão, seja por um concurso que permita reformular o espectro em FM ou seja pela adoção do DAB+:

https://www.dn.pt/sociedade/portugal-sem-condicoes-para-acabar-com-a-radio-fm-5619192.html

A sugestão do sujeito da TSF até que não seria mal pensada, mas ainda tenho dúvidas que lá para o interior não fossemos a ouvir rádio aos soluços... mal por mal o estático, que pelo menos segue a hora.

Lembro que o artigo foi publicado no início de 2017, contém demasiados erros de avaliação e de comentários incongruentes e desajustados, face à realidade atual, como o comprova a forte implementação não do DAB mas sim do DAB+ (tecnologia mais robusta e fiável) em toda a europa - enganaram-se no artigo publicado! Convém estar atento à disseminação da tecnologia DAB+, pois julgo que os restantes países europeus não têm nem técnicos nem gestores "incapazes e incompetentes". Por exemplo, na Bélgica já existem dois MUX regionais, para além dos nacionais que cobrem praticamente todo o território. Um bom exemplo de organização de rádios locais para diminuição de custos, que, como sabem, são bem menores no digital do que no analógico. Façam o favor de "passar com o rato" na imagem:
https://www.dabplus.be/fr/couverture/

pdnf

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Re: DAB+
« Responder #54 em: Dezembro 10, 2021, 11:45:59 am »
Coisa distinta é o problema de não abrirem novos concursos. Isso está muito mal.
Isso não faz sentido nenhum.

Concursos só para o DAB+, com naturalmente prioridade para quem já opera em FM - isso já está assegurado, e bem, pela LdR actual.

Neste momento em FM dava à ERC poder para licenciar estações a pedido dos interessados. Isto é, imaginemos que entidade X quer emitir num dado distrito. Faz um pedido à ERC, esta faz avalia o projecto e caso seja aprovado manda um pedido à ANACOM para que encontre as frequências disponíveis.

Quanto a esta pirata, lamento mas só tem que fechar. Pelos motivos que o Nuno Soares bem apresentou.

Sim, concursos ou essa alternativa, embora eu ache que as locais vão morrer e vão, seja por um concurso que permita reformular o espectro em FM ou seja pela adoção do DAB+:

https://www.dn.pt/sociedade/portugal-sem-condicoes-para-acabar-com-a-radio-fm-5619192.html

A sugestão do sujeito da TSF até que não seria mal pensada, mas ainda tenho dúvidas que lá para o interior não fossemos a ouvir rádio aos soluços... mal por mal o estático, que pelo menos segue a hora.

Lembro que o artigo foi publicado no início de 2017, contém demasiados erros de avaliação e de comentários incongruentes e desajustados, face à realidade atual, como o comprova a forte implementação não do DAB mas sim do DAB+ (tecnologia mais robusta e fiável) em toda a europa - enganaram-se no artigo publicado! Convém estar atento à disseminação da tecnologia DAB+, pois julgo que os restantes países europeus não têm nem técnicos nem gestores "incapazes e incompetentes". Por exemplo, na Bélgica já existem dois MUX regionais, para além dos nacionais que cobrem praticamente todo o território. Um bom exemplo de organização de rádios locais para diminuição de custos, que, como sabem, são bem menores no digital do que no analógico. Façam o favor de "passar com o rato" na imagem:
https://www.dabplus.be/fr/couverture/

O problema são os custos que a mudança acarreta, tanto para os operadores como para os ouvintes. Não antevejo que em Portugual, como já referi aqui, isso venha a ser um desígnio estratégico. PRR dotou de 0,00€ as verbas para a rádio. Se o P2030 for pelo mesmo caminho, o que deverá ser, teremos DAB+, na melhor das hipóteses, daqui a 15 anos em Portugal. Ora, parece-me que 15 anos é muito tempo para estarmos à espera, enquanto assistimos a um setor estagnado. É por isso que devemos pensar bem se o modelo que temos hoje continua a fazer sentido!
Rádio é:
Ir ao fim da Rua, a ligar Portugal, aconteça o que acontecer.
Mais música nova para sentir (e decidir).
Estar no carro, em casa, em todo o lado, só se quiseres.
Saber que se a vida tem uma música, ela passa-a.
É a arte que toca, mais do que música...PESSOAS. Ah, and all that "unique" soul.

Luis Carvalho

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Re: DAB+
« Responder #55 em: Dezembro 10, 2021, 12:17:38 pm »
A pergunta que importa colocar: seja em FM, seja em DAB+, seja em qualquer outra tecnologia, haverá em Portugal capacidade económica para manter, através da publicidade, as rádios existentes e hipotéticas futuras estações? Por outras palavras, se aparecessem mais 3 ou 4 operadores, as novas rádios e as que já existem conseguiriam assegurar a sustentabilidade financeira? Não creio que valesse a pena lançar um concurso para "n" rádios se essas estações não resistissem mais do que 2 ou 3 anos com prejuízo... E Portugal, ao contrário da Noruega, por exemplo, não tem uma solução mágica como recorrer aos poços de petróleo para ganhar bom dinheiro de uma forma fácil...
« Última modificação: Dezembro 10, 2021, 12:24:23 pm por Luis Carvalho »
Cumprimentos,
Luís Carvalho

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Luís Gonçalves

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Re: DAB+
« Responder #56 em: Dezembro 10, 2021, 12:41:45 pm »
No fundo, a única e verdadeira grande vantagem da tecnologia DAB+ é permitir a emissão de várias rádios numa mesma frequência (Multiplex), o que reduz bastante os custos de exploração energética, para além de acabar com as interferências. De resto, a qualidade do som não é assim tão superior á do FM e o sinal é muito mais frágil a obstáculos geográficos, assim que se perde sinal, é o silêncio absoluto ou cortes incomodativos.
Luís Gonçalves

ruicleto

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Re: DAB+
« Responder #57 em: Dezembro 10, 2021, 04:32:45 pm »
No fundo, a única e verdadeira grande vantagem da tecnologia DAB+ é permitir a emissão de várias rádios numa mesma frequência (Multiplex), o que reduz bastante os custos de exploração energética, para além de acabar com as interferências. De resto, a qualidade do som não é assim tão superior á do FM e o sinal é muito mais frágil a obstáculos geográficos, assim que se perde sinal, é o silêncio absoluto ou cortes incomodativos.
Caro Gonçalves, desculpe a frontalidade mas julgo que está parcialmente errado. Não são apenas várias rádios num único MUX (que dava para todas as nacionais em Portugal e ainda incluir as regionais), mas sim o potencial de imagem agregado e outra informação (imagem da capa do álbum, meteorologia, trânsito, etc., etc.). Quanto à qualidade do som, pergunto-lhe se, pessoalmente já teve oportunidade de ouvir no carro ou em casa, tal como eu experienciei durante quatro anos na Bélgica, Alemanha e França, e com qualidade excelente e sem cortes. Recordo que existe a possibilidade de a mesma estação comutar entre o FM e o DAB+, mantendo, com as devidas diferenças para muito melhor no DAB+, a continuidade de emissão - simulcast. Basta verificar a orografia da Suíça e a transição que está a ser feita com melhor qualidade e rendimento e menor número de emissores, para além de menores custos ... Recordo aqui que a Suíça vai terminar o FM em 2024! Não será por acaso esta decisão, num país considerado de topo no mundo!

ruicleto

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Re: DAB+
« Responder #58 em: Dezembro 10, 2021, 04:36:49 pm »
A pergunta que importa colocar: seja em FM, seja em DAB+, seja em qualquer outra tecnologia, haverá em Portugal capacidade económica para manter, através da publicidade, as rádios existentes e hipotéticas futuras estações? Por outras palavras, se aparecessem mais 3 ou 4 operadores, as novas rádios e as que já existem conseguiriam assegurar a sustentabilidade financeira? Não creio que valesse a pena lançar um concurso para "n" rádios se essas estações não resistissem mais do que 2 ou 3 anos com prejuízo... E Portugal, ao contrário da Noruega, por exemplo, não tem uma solução mágica como recorrer aos poços de petróleo para ganhar bom dinheiro de uma forma fácil...
Caríssimo administrador, é por esses motivos que tão bem apontou aqui e em outras mensagens, que temos que ser "inteligentes" e encontrarmos formas simples de coordenação e união entre operadores que diminuam os custos. Um dia destes, alguém na União Europeia nos vai obrigar certamente a optar pelo digital...

ruicleto

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Re: DAB+
« Responder #59 em: Dezembro 11, 2021, 11:49:22 am »
Provavelmente uma solução em DAB+ para as rádios locais, com baixos custos. A pensar... vale a pena ler até ao fim, apesar de ser em língua inglesa - muito atual.
https://getdigitalradio.com/13901-2/