Autor Tópico: Rádio Fóia - 97,1 MHz Monchique  (Lida 7571 vezes)

brodcastfm

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Re: Rádio Fóia - 97,1 MHz Monchique
« Responder #120 em: Julho 16, 2024, 09:51:31 pm »
Ouvi parte desta última emissão, desconheço a grelha de programas da Rádio Foia e, confesso, nunca ouvi mais de dois minutos a rádio.

Em estúdio estavam três pessoas e uma delas tinha o microfone com o ganho tão alto que o som rebentava por completo e anulava os restantes, criando um efeito de eco / sala altamente desconfortável. Não quero estar a dizer nenhuma asneira, mas acredito que o problema não era do microfone mas terá sido ganho a mais na mesa, isto porque há um momento em que quem está a coordenar a emissão desce a via dos microfones com a locutora ainda a falar e, por uns escassos instantes, o som ficou ok.

Posso estar aqui a partir de um exemplo que até pode não ser 100% verdadeiro mas, ao mesmo tempo, serve de amostra para o que se passa em muitas rádios locais: falta de pessoal competente / que entenda o que é tecnicamente aceitável numa emissão. Há tanta rádio local com volumes fora dos parâmetros, microfones saturados, música altamente comprimida... tudo isto porque os poucos que lá estão não "pescam" nada do assunto.

A rádio, para resultar, também tem que ser agradável para quem a escuta.

Atenção: Nada disto vem justificar o fim que esta rádio vai ter, já nos próximos dias, serve apenas de reflexão.
Certo.

É um retrato daquilo que são muitas rádios locais e também ajudam a explicar porque é que elas são "uma espécie em vias de extinção".
Não meter tudo no mesmo saco se faz favor...porque existem muitos bons exemplos de rádios locais em Portugal.

E são essas que vão ficar...

AG

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Re: Rádio Fóia - 97,1 MHz Monchique
« Responder #121 em: Julho 16, 2024, 10:04:21 pm »
Ouvi parte desta última emissão, desconheço a grelha de programas da Rádio Foia e, confesso, nunca ouvi mais de dois minutos a rádio.

Em estúdio estavam três pessoas e uma delas tinha o microfone com o ganho tão alto que o som rebentava por completo e anulava os restantes, criando um efeito de eco / sala altamente desconfortável. Não quero estar a dizer nenhuma asneira, mas acredito que o problema não era do microfone mas terá sido ganho a mais na mesa, isto porque há um momento em que quem está a coordenar a emissão desce a via dos microfones com a locutora ainda a falar e, por uns escassos instantes, o som ficou ok.

Posso estar aqui a partir de um exemplo que até pode não ser 100% verdadeiro mas, ao mesmo tempo, serve de amostra para o que se passa em muitas rádios locais: falta de pessoal competente / que entenda o que é tecnicamente aceitável numa emissão. Há tanta rádio local com volumes fora dos parâmetros, microfones saturados, música altamente comprimida... tudo isto porque os poucos que lá estão não "pescam" nada do assunto.

A rádio, para resultar, também tem que ser agradável para quem a escuta.

Atenção: Nada disto vem justificar o fim que esta rádio vai ter, já nos próximos dias, serve apenas de reflexão.
Certo.

É um retrato daquilo que são muitas rádios locais e também ajudam a explicar porque é que elas são "uma espécie em vias de extinção".
Não meter tudo no mesmo saco se faz favor...porque existem muitos bons exemplos de rádios locais em Portugal.

E são essas que vão ficar...
Muitas não sei são, mas sim, algumas ficarão e ainda bem.

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Re: Rádio Fóia - 97,1 MHz Monchique
« Responder #122 em: Julho 16, 2024, 10:16:55 pm »
E nos sítios em que teoricamente seria mais difícil que assim fosse. O Alentejo tem muito boas rádios, por exemplo. Na zona centro há exemplos dos quais não se questiona a qualidade. Só que... não são todas.

Alguma gravação deste derradeiro programa da Fóia para podermos escutar, quem não mora na região? :/

Não consigo usar os meus "créditos" de ter sido feito em Armação de Pêra para esta lolol

SamM

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Re: Rádio Fóia - 97,1 MHz Monchique
« Responder #123 em: Julho 16, 2024, 10:20:59 pm »
E hoje, dia 16 de Julho de 2024 se despede um projeto tão importante no Algarve profundo, um projeto com 35 anos (legal desde 1989) que preservava o falar algarvio, os costumes, a informação do Sul de Portugal. Ao ouvir o último programa e ver a conversa animada dos 3 locutores, questionava-me mesmo se aquele ambiente jovial e descontraído não interessa aos jovens de Monchique, como que num contraste com o que a ERC declarou. Além disso, passou me pela mente a tremenda coincidência da decisão ter estado na gaveta durante 10 meses e no inicio da época alta do turismo, quando o pico de viagens Lisboa-Algarve e dentro do Algarve, se deliberar a ampliação da cobertura de uma rádio local de Lisboa para o Algarve...


São tudo questões que me deixam triste e mais triste fico por ver uma minoria de algarvios, que ainda assim, estão em extâse pela chegada da Mega, ainda que, para isso, se tenha de perder um veículo de difusão da nossa identidade.


Excerto da emissão, antes do sinal horário das 20h.
[size=inherit]https://we.tl/t-IlF4zVS6vC[/size]


P.S. Esta questão técnica foi circunstancial, nem sequer vale a pena tomar este triste dia, como modus operandi desta rádio.
« Última modificação: Julho 16, 2024, 10:25:32 pm por SamM »

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Re: Rádio Fóia - 97,1 MHz Monchique
« Responder #124 em: Julho 16, 2024, 10:35:46 pm »
Até porque ouvi a Fóia em 2019 e não me recordo de haver esse problema nos microfones. O som nunca foi brilhante em termos de ser cristalino mas daí a rebentarem microfones... acho que foram mais nervos de quem estava do que qualquer outra coisa.

Mesmo discos pedidos já ouvi à tarde na Fóia e nunca estiveram assim.

AG

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Re: Rádio Fóia - 97,1 MHz Monchique
« Responder #125 em: Julho 16, 2024, 10:41:38 pm »
E nos sítios em que teoricamente seria mais difícil que assim fosse. O Alentejo tem muito boas rádios, por exemplo. Na zona centro há exemplos dos quais não se questiona a qualidade. Só que... não são todas.

Alguma gravação deste derradeiro programa da Fóia para podermos escutar, quem não mora na região? :/

Não consigo usar os meus "créditos" de ter sido feito em Armação de Pêra para esta lolol
Até estava mais a pensar nas do Minho (as de Famalicão ou Guimarães, por exemplo) como "sobreviventes com qualidade". Mas há mais, claro.

Fica aqui a última meia-hora do Quero Ouvir que ainda fui a tempo de gravar.
https://soundcloud.com/radiodependente/radio-foia-quero-ouvir-ultimo-2024-07-16-2004
« Última modificação: Julho 16, 2024, 10:59:44 pm por AG »

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Re: Rádio Fóia - 97,1 MHz Monchique
« Responder #126 em: Julho 16, 2024, 10:50:04 pm »
E nos sítios em que teoricamente seria mais difícil que assim fosse. O Alentejo tem muito boas rádios, por exemplo. Na zona centro há exemplos dos quais não se questiona a qualidade. Só que... não são todas.

Alguma gravação deste derradeiro programa da Fóia para podermos escutar, quem não mora na região? :/

Não consigo usar os meus "créditos" de ter sido feito em Armação de Pêra para esta lolol
Até estava mais a pensar nas do Minho (as de Famalicão ou Guimarães) como "sobreviventes com qualidade". Mas há mais, claro.

Fica aqui a última meia-hora do Quero Ouvir que ainda fui a tempo de gravar.
https://soundcloud.com/radiodependente/radio-foia-quero-ouvir-ultimo-2024-07-16-2004
As rádios de Famalicão são fora de série em termos de qualidade, com a Cidade Hoje uns pontos acima.

As de Guimarães idem, mas não consigo destacar uma. São ambas bons produtos.

Viana também tem a Alto Minho, que sempre teve qualidade e gente esforçada. Agora mudou o rumo, mas continua com profissionalismo. A Geice idem, até por ser do mesmo grupo.

Em Braga brilha a RUM.

Aqui em cima é o que destacaria.



Dentro do tópico: a Mega ainda vai penar um bocado para começar a emitir em pleno no Algarve. Pelo que sei, as condições técnicas estão caóticas e deploráveis na casa do emissor.


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o_55_olo

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Re: Rádio Fóia - 97,1 MHz Monchique
« Responder #127 em: Julho 16, 2024, 10:50:27 pm »
Gravação completa do último programa Quero Ouvir da Rádio Fóia

https://archive.org/details/foia-quero-ouvir-16-07-2024

ouvinte

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Re: Rádio Fóia - 97,1 MHz Monchique
« Responder #128 em: Julho 16, 2024, 11:30:44 pm »
Gravação completa do último programa Quero Ouvir da Rádio Fóia

https://archive.org/details/foia-quero-ouvir-16-07-2024

Estive a ouvir a gravação e, de facto, houve um problema com os microfones no início (momento que não apanhei em direto, já que cheguei à emissão minutos mais tarde). Mas sim, deu para perceber que dois dos três micros não estavam a funcionar e talvez, num claro momento de 'atrapalhação' [ouvir até ao minuto 7], decidiram mexer onde não era suposto.

No entanto, repito que o que escrevi aqui anteriormente não é diretamente relacionado com a Rádio Foia, uma vez que não a conheço de forma suficiente para afirmar tal, mas serve de exemplo para uma parte considerável das locais. Dou o exemplo da Dom Bosco, Rádio Voz de Santo Tirso, Rádio Escuro, Rádio Dueça (quando emite), a antiga Regional Sanjoanense, a Regional de Arouca, a Rádio NO AR (com o locutor dos finais de tarde que, apesar de ser bastante profissional, está sempre com o micro a saturar, e reconheço a culpa pode não ser dele), entre tantas e tantas outras...

Voltando ao assunto Rádio Foia, achei apenas estranho os locutores nunca afirmarem que a Rádio Foia ia deixar de transmitir para dar lugar a outro produto, mesmo que não dissessem o nome dele... só ficou claro uma coisa: "o programa vai acabar". Notei algum cuidado em demasia com as palavras, atendendo ao momento e ao que já se sabe o que vai acontecer.
Seria bem mais fácil explicar o que daqui a dias será um facto: a rádio vai acabar, ponto.
« Última modificação: Julho 16, 2024, 11:34:01 pm por ouvinte »

nelsonsoares

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Re: Rádio Fóia - 97,1 MHz Monchique
« Responder #129 em: Julho 17, 2024, 10:17:11 am »
Vamos lá, tudo gravado do FM:
Segundo momento de transição, após o orgasmo mental de muitos, e o falso alarme com respectivo fogo de artifício:
https://drive.google.com/file/d/1_Ij1pxhcDRdZTM83UnPS0s3ECJA32gkg/view?usp=drivesdk

Terceiro e último momento de transição, já durante o programa dos discos pedidos (logo ao início):
https://drive.google.com/file/d/1_JMhFRT-7FpywTDzLdb1D5B7Ulownc0k/view?usp=drivesdk

Toda a gravação em bruto:
https://drive.google.com/file/d/1_R06MAjRIs0F2VqFcI-j94voRi9PVXa-/view?usp=drivesdk

nelsonsoares

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Re: Rádio Fóia - 97,1 MHz Monchique
« Responder #130 em: Julho 17, 2024, 12:59:37 pm »
Ouvi parte desta última emissão, desconheço a grelha de programas da Rádio Foia e, confesso, nunca ouvi mais de dois minutos a rádio.
A grelha não difere muito daquilo que está no site.
Eu tenho uma mais atualizada, que estava afixada no estúdio de emissão, e que decidi tirar foto numa das vezes que lá fui fazer o desporto (estive naquele estúdio 8 semanas consecutivas), por isso conheço aquela mesa de emissão como ninguém, até porque utilizava quase todas as vias para poder dar dinâmica à emissão, entre pré-escutas e aquilo que ia verdadeiramente para o ar, vou tentar responder a tudo o que comentaram sobre as questões técnicas.
Em estúdio estavam três pessoas e uma delas tinha o microfone com o ganho tão alto que o som rebentava por completo e anulava os restantes, criando um efeito de eco / sala altamente desconfortável. Não quero estar a dizer nenhuma asneira, mas acredito que o problema não era do microfone mas terá sido ganho a mais na mesa, isto porque há um momento em que quem está a coordenar a emissão desce a via dos microfones com a locutora ainda a falar e, por uns escassos instantes, o som ficou ok.

Posso estar aqui a partir de um exemplo que até pode não ser 100% verdadeiro mas, ao mesmo tempo, serve de amostra para o que se passa em muitas rádios locais: falta de pessoal competente / que entenda o que é tecnicamente aceitável numa emissão. Há tanta rádio local com volumes fora dos parâmetros, microfones saturados, música altamente comprimida... tudo isto porque os poucos que lá estão não "pescam" nada do assunto.

A rádio, para resultar, também tem que ser agradável para quem a escuta.

Atenção: Nada disto vem justificar o fim que esta rádio vai ter, já nos próximos dias, serve apenas de reflexão.

Primeiro que tudo, estamos a falar de uma mesa de emissão "Axel Oxygen 3" das antigas. Neste caso específico, foi mesmo porque os ganhos da via de um dos microfones (da miúda) estava muito alto, e quando o João levantava as vias, e as colocava ao mesmo nível, aquele microfone rebentava, porque ele tinha que baixar os ganhos no botão dos níveis mais acima da via. E isto também pode ter acontecido por outra razão: as vias têm dupla função. No botão mais acima de cada via, há vias que por exemplo, com o botão em baixo é uma via para um segundo microfone, com o botão em cima é uma via para um leitor de CD's. Depois noutra via, com o botão de cima dessa via em baixo, torna-se uma via para um terceiro microfone, com esse mesmo botão para cima torna-se um leitor de disquetes (por exemplo). O que pode ter acontecido, é que essa via estava inicialmente com outra função, e bastou ele carregar nesse botão para mudar a função da via, e não baixar os ganhos lá em cima. É o suficiente para acontecer o que aconteceu. Eu, por exemplo, antes de arrancar cada emissão desportiva, testava tudo com a pré-escuta, para ver se estava tudo ok, para a utilidade que ia dar à mesa durante a emissão. A mesa de emissão e os micros não tinham problemas. Eu utilizava quase todas as funções da mesa. O único problema que eu mais detetei na mesa de emissão, era do som que vinha da reggie (nós utilizávamos a reggie para o desporto, e segundo percebi, a reggie só era utilizada no desporto e na missa, porque de resto, era tudo feito na mesa de emissão). A reggie é uma AEQ BC 500. E então o som que vinha da reggie para a mesa de emissão, muitas vezes só vinha num canal (ou direito, ou esquerdo). E só quando abria a via para falar no microfone, e verdadeiramente começava a falar, é que o outro canal que não dava som ganhava vida, e começava a funcionar. Depois a partir daí, já funcionava tudo normal, até ao fim de semana seguinte, em que voltava tudo à estaca 0. Era isso, e um recetor de rádio que tinha no estúdio, e que estava ligado diretamente à mesa de emissão, que tinha o mesmo problema. Mas uma pessoa ajeitava os cabos no recetor, e ficava tudo ok.
A rádio até tinha uns dois ou três técnicos que percebiam daquilo. O problema, é que muitas vezes durante os programas, não estava lá nenhum técnico. E isso faz com que alguém que não tenha uma base de formação técnica (eu por exemplo, aprendi muito da parte técnica, com o técnico da Rádio Alvor, e com o Jorge Guimarães Silva da TSF), acabe por descontrolar tudo na mesa (não sei se é o caso do João Costa, mas foi a ideia que passou).
Havia mais dois problemas técnicos que cheguei a notar, e creio que um deles aconteceu na reggie. Uma vez estava a dar os resultados do campeonato nacional de voleibol (nunca mais me vou esquecer) já mesmo a terminar a emissão, e eu deixei de me ouvir. Pensei: "deve ser algum problema na mesa de emissão, ou então nos phones", e continuei como se nada fosse. Mas depois quando fui ouvir a gravação da emissão toda em casa, percebi que estava a falar para "o cabo", e que aquilo provavelmente foi na reggie, porque foi realmente tudo abaixo, pareceu-me que foi um problema nos estúdios, e a rádio consequentemente entrou em portadora (e esta situação aposto que na NET também falhou). Mas houve uma vez que houve uma quebra de emissão durante o desporto, que também deixou a rádio em portadora durante 1 minuto, mas aí tive praticamente a certeza que foi no feixe hertziano (ou no satélite, não sei) que liga os estúdios ao emissor, porque quando a rádio entrou e saiu de portadora, fez um barulho característico de onda hertziana analógica, pelo que creio que foi mesmo na ligação com o emissor, e aposto que dessa vez, o problema nem se deu conta no online.
E hoje, dia 16 de Julho de 2024 se despede um projeto tão importante no Algarve profundo, um projeto com 35 anos (legal desde 1989) que preservava o falar algarvio, os costumes, a informação do Sul de Portugal. Ao ouvir o último programa e ver a conversa animada dos 3 locutores, questionava-me mesmo se aquele ambiente jovial e descontraído não interessa aos jovens de Monchique, como que num contraste com o que a ERC declarou. Além disso, passou me pela mente a tremenda coincidência da decisão ter estado na gaveta durante 10 meses e no inicio da época alta do turismo, quando o pico de viagens Lisboa-Algarve e dentro do Algarve, se deliberar a ampliação da cobertura de uma rádio local de Lisboa para o Algarve...


São tudo questões que me deixam triste e mais triste fico por ver uma minoria de algarvios, que ainda assim, estão em extâse pela chegada da Mega, ainda que, para isso, se tenha de perder um veículo de difusão da nossa identidade.


Excerto da emissão, antes do sinal horário das 20h.
[size=inherit]https://we.tl/t-IlF4zVS6vC[/size]


P.S. Esta questão técnica foi circunstancial, nem sequer vale a pena tomar este triste dia, como modus operandi desta rádio.
Sim, nada a acrescentar.
Faz me espécie muitos desses pseudo-algarvios (ou pelo menos, não sentem a região como eu).
Para ser frontal, eu não me importo nada que uma rádio de palavra como a Observador chegue ao Algarve. Mas se for para destruir uma rádio verdadeiramente local da minha região, como já não há muitas por cá, prefiro ter a Observador bem longe daqui. Se for para destruir uma jukebox, tanto me faz como se fez, porque jukebox's temos nós cá aos pontapés, e não servem para nada.

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Re: Rádio Fóia - 97,1 MHz Monchique
« Responder #131 em: Julho 17, 2024, 01:11:28 pm »

Terceiro e último momento de transição, já durante o programa dos discos pedidos (logo ao início):
https://drive.google.com/file/d/1_JMhFRT-7FpywTDzLdb1D5B7Ulownc0k/view?usp=drivesdk


Embaraçoso para o grupo Renascença... é que não foi só entrarem por cima do link da transmissão no meio do programa de maior audiência, foi um erro de automação que deixa uma das locutoras a falar bem mais de 1 minuto por baixo da publicidade!!!

E não viram nem uma, nem outra!

Já nem falo dos cortes de transmissão/link que estão claramente a vir por IP nesse emissor do Algarve (ouvi as duas gravações) e que ou eu muito me engano, ou vai dar senhora raia em Monchique, mas isto sou eu que não pesco nada disto.

Muito bem R/Com, muito bem.

ouvinte

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Re: Rádio Fóia - 97,1 MHz Monchique
« Responder #132 em: Julho 17, 2024, 01:14:46 pm »
Ouvi parte desta última emissão, desconheço a grelha de programas da Rádio Foia e, confesso, nunca ouvi mais de dois minutos a rádio.
A grelha não difere muito daquilo que está no site.
Eu tenho uma mais atualizada, que estava afixada no estúdio de emissão, e que decidi tirar foto numa das vezes que lá fui fazer o desporto (estive naquele estúdio 8 semanas consecutivas), por isso conheço aquela mesa de emissão como ninguém, até porque utilizava quase todas as vias para poder dar dinâmica à emissão, entre pré-escutas e aquilo que ia verdadeiramente para o ar, vou tentar responder a tudo o que comentaram sobre as questões técnicas.
Em estúdio estavam três pessoas e uma delas tinha o microfone com o ganho tão alto que o som rebentava por completo e anulava os restantes, criando um efeito de eco / sala altamente desconfortável. Não quero estar a dizer nenhuma asneira, mas acredito que o problema não era do microfone mas terá sido ganho a mais na mesa, isto porque há um momento em que quem está a coordenar a emissão desce a via dos microfones com a locutora ainda a falar e, por uns escassos instantes, o som ficou ok.

Posso estar aqui a partir de um exemplo que até pode não ser 100% verdadeiro mas, ao mesmo tempo, serve de amostra para o que se passa em muitas rádios locais: falta de pessoal competente / que entenda o que é tecnicamente aceitável numa emissão. Há tanta rádio local com volumes fora dos parâmetros, microfones saturados, música altamente comprimida... tudo isto porque os poucos que lá estão não "pescam" nada do assunto.

A rádio, para resultar, também tem que ser agradável para quem a escuta.

Atenção: Nada disto vem justificar o fim que esta rádio vai ter, já nos próximos dias, serve apenas de reflexão.

Primeiro que tudo, estamos a falar de uma mesa de emissão "Axel Oxygen 3" das antigas. Neste caso específico, foi mesmo porque os ganhos da via de um dos microfones (da miúda) estava muito alto, e quando o João levantava as vias, e as colocava ao mesmo nível, aquele microfone rebentava, porque ele tinha que baixar os ganhos no botão dos níveis mais acima da via. E isto também pode ter acontecido por outra razão: as vias têm dupla função. No botão mais acima de cada via, há vias que por exemplo, com o botão em baixo é uma via para um segundo microfone, com o botão em cima é uma via para um leitor de CD's. Depois noutra via, com o botão de cima dessa via em baixo, torna-se uma via para um terceiro microfone, com esse mesmo botão para cima torna-se um leitor de disquetes (por exemplo). O que pode ter acontecido, é que essa via estava inicialmente com outra função, e bastou ele carregar nesse botão para mudar a função da via, e não baixar os ganhos lá em cima. É o suficiente para acontecer o que aconteceu. Eu, por exemplo, antes de arrancar cada emissão desportiva, testava tudo com a pré-escuta, para ver se estava tudo ok, para a utilidade que ia dar à mesa durante a emissão. A mesa de emissão e os micros não tinham problemas. Eu utilizava quase todas as funções da mesa. O único problema que eu mais detetei na mesa de emissão, era do som que vinha da reggie (nós utilizávamos a reggie para o desporto, e segundo percebi, a reggie só era utilizada no desporto e na missa, porque de resto, era tudo feito na mesa de emissão). A reggie é uma AEQ BC 500. E então o som que vinha da reggie para a mesa de emissão, muitas vezes só vinha num canal (ou direito, ou esquerdo). E só quando abria a via para falar no microfone, e verdadeiramente começava a falar, é que o outro canal que não dava som ganhava vida, e começava a funcionar. Depois a partir daí, já funcionava tudo normal, até ao fim de semana seguinte, em que voltava tudo à estaca 0. Era isso, e um recetor de rádio que tinha no estúdio, e que estava ligado diretamente à mesa de emissão, que tinha o mesmo problema. Mas uma pessoa ajeitava os cabos no recetor, e ficava tudo ok.
A rádio até tinha uns dois ou três técnicos que percebiam daquilo. O problema, é que muitas vezes durante os programas, não estava lá nenhum técnico. E isso faz com que alguém que não tenha uma base de formação técnica (eu por exemplo, aprendi muito da parte técnica, com o técnico da Rádio Alvor, e com o Jorge Guimarães Silva da TSF), acabe por descontrolar tudo na mesa (não sei se é o caso do João Costa, mas foi a ideia que passou).
Havia mais dois problemas técnicos que cheguei a notar, e creio que um deles aconteceu na reggie. Uma vez estava a dar os resultados do campeonato nacional de voleibol (nunca mais me vou esquecer) já mesmo a terminar a emissão, e eu deixei de me ouvir. Pensei: "deve ser algum problema na mesa de emissão, ou então nos phones", e continuei como se nada fosse. Mas depois quando fui ouvir a gravação da emissão toda em casa, percebi que estava a falar para "o cabo", e que aquilo provavelmente foi na reggie, porque foi realmente tudo abaixo, pareceu-me que foi um problema nos estúdios, e a rádio consequentemente entrou em portadora (e esta situação aposto que na NET também falhou). Mas houve uma vez que houve uma quebra de emissão durante o desporto, que também deixou a rádio em portadora durante 1 minuto, mas aí tive praticamente a certeza que foi no feixe hertziano (ou no satélite, não sei) que liga os estúdios ao emissor, porque quando a rádio entrou e saiu de portadora, fez um barulho característico de onda hertziana analógica, pelo que creio que foi mesmo na ligação com o emissor, e aposto que dessa vez, o problema nem se deu conta no online.
E hoje, dia 16 de Julho de 2024 se despede um projeto tão importante no Algarve profundo, um projeto com 35 anos (legal desde 1989) que preservava o falar algarvio, os costumes, a informação do Sul de Portugal. Ao ouvir o último programa e ver a conversa animada dos 3 locutores, questionava-me mesmo se aquele ambiente jovial e descontraído não interessa aos jovens de Monchique, como que num contraste com o que a ERC declarou. Além disso, passou me pela mente a tremenda coincidência da decisão ter estado na gaveta durante 10 meses e no inicio da época alta do turismo, quando o pico de viagens Lisboa-Algarve e dentro do Algarve, se deliberar a ampliação da cobertura de uma rádio local de Lisboa para o Algarve...


São tudo questões que me deixam triste e mais triste fico por ver uma minoria de algarvios, que ainda assim, estão em extâse pela chegada da Mega, ainda que, para isso, se tenha de perder um veículo de difusão da nossa identidade.


Excerto da emissão, antes do sinal horário das 20h.
[size=inherit]https://we.tl/t-IlF4zVS6vC[/size]


P.S. Esta questão técnica foi circunstancial, nem sequer vale a pena tomar este triste dia, como modus operandi desta rádio.
Sim, nada a acrescentar.
Faz me espécie muitos desses pseudo-algarvios (ou pelo menos, não sentem a região como eu).
Para ser frontal, eu não me importo nada que uma rádio de palavra como a Observador chegue ao Algarve. Mas se for para destruir uma rádio verdadeiramente local da minha região, como já não há muitas por cá, prefiro ter a Observador bem longe daqui. Se for para destruir uma jukebox, tanto me faz como se fez, porque jukebox's temos nós cá aos pontapés, e não servem para nada.

Agradeço as explicações.
Entendo as dificuldades pelas quais muitas locais passam, no entanto, defendo que quem se senta em frente ao microfone deve ter a obrigação de conhecer o material de trabalho (mesa do estúdio, neste caso).

Sobre a questão do satélite / feixe que liga o estúdio ao emissor: É mesmo feixe. Já reparei que existe um prato/satélite à porta da rádio mas deve ser mesmo para "inglês ver". Não creio que uma Rádio Foia pague um feed de satélite para transportar o sinal até ao emissor (até as nacionais cortam isso).

Aproveito a presença do Nelson cá para perguntar: Porque é que a rádio não acompanhou os novos tempos? A rádio tem, pelo menos, um jornalista, certo ? Porque não ter um site para onde iriam as notícias e os noticiários editados na rádio ? Redes Sociais... tem facebook... mas é partilha atrás de partilha dos municipios...
« Última modificação: Julho 17, 2024, 01:22:41 pm por ouvinte »

nelsonsoares

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Re: Rádio Fóia - 97,1 MHz Monchique
« Responder #133 em: Julho 17, 2024, 02:47:42 pm »
Ouvi parte desta última emissão, desconheço a grelha de programas da Rádio Foia e, confesso, nunca ouvi mais de dois minutos a rádio.
A grelha não difere muito daquilo que está no site.
Eu tenho uma mais atualizada, que estava afixada no estúdio de emissão, e que decidi tirar foto numa das vezes que lá fui fazer o desporto (estive naquele estúdio 8 semanas consecutivas), por isso conheço aquela mesa de emissão como ninguém, até porque utilizava quase todas as vias para poder dar dinâmica à emissão, entre pré-escutas e aquilo que ia verdadeiramente para o ar, vou tentar responder a tudo o que comentaram sobre as questões técnicas.
Em estúdio estavam três pessoas e uma delas tinha o microfone com o ganho tão alto que o som rebentava por completo e anulava os restantes, criando um efeito de eco / sala altamente desconfortável. Não quero estar a dizer nenhuma asneira, mas acredito que o problema não era do microfone mas terá sido ganho a mais na mesa, isto porque há um momento em que quem está a coordenar a emissão desce a via dos microfones com a locutora ainda a falar e, por uns escassos instantes, o som ficou ok.

Posso estar aqui a partir de um exemplo que até pode não ser 100% verdadeiro mas, ao mesmo tempo, serve de amostra para o que se passa em muitas rádios locais: falta de pessoal competente / que entenda o que é tecnicamente aceitável numa emissão. Há tanta rádio local com volumes fora dos parâmetros, microfones saturados, música altamente comprimida... tudo isto porque os poucos que lá estão não "pescam" nada do assunto.

A rádio, para resultar, também tem que ser agradável para quem a escuta.

Atenção: Nada disto vem justificar o fim que esta rádio vai ter, já nos próximos dias, serve apenas de reflexão.

Primeiro que tudo, estamos a falar de uma mesa de emissão "Axel Oxygen 3" das antigas. Neste caso específico, foi mesmo porque os ganhos da via de um dos microfones (da miúda) estava muito alto, e quando o João levantava as vias, e as colocava ao mesmo nível, aquele microfone rebentava, porque ele tinha que baixar os ganhos no botão dos níveis mais acima da via. E isto também pode ter acontecido por outra razão: as vias têm dupla função. No botão mais acima de cada via, há vias que por exemplo, com o botão em baixo é uma via para um segundo microfone, com o botão em cima é uma via para um leitor de CD's. Depois noutra via, com o botão de cima dessa via em baixo, torna-se uma via para um terceiro microfone, com esse mesmo botão para cima torna-se um leitor de disquetes (por exemplo). O que pode ter acontecido, é que essa via estava inicialmente com outra função, e bastou ele carregar nesse botão para mudar a função da via, e não baixar os ganhos lá em cima. É o suficiente para acontecer o que aconteceu. Eu, por exemplo, antes de arrancar cada emissão desportiva, testava tudo com a pré-escuta, para ver se estava tudo ok, para a utilidade que ia dar à mesa durante a emissão. A mesa de emissão e os micros não tinham problemas. Eu utilizava quase todas as funções da mesa. O único problema que eu mais detetei na mesa de emissão, era do som que vinha da reggie (nós utilizávamos a reggie para o desporto, e segundo percebi, a reggie só era utilizada no desporto e na missa, porque de resto, era tudo feito na mesa de emissão). A reggie é uma AEQ BC 500. E então o som que vinha da reggie para a mesa de emissão, muitas vezes só vinha num canal (ou direito, ou esquerdo). E só quando abria a via para falar no microfone, e verdadeiramente começava a falar, é que o outro canal que não dava som ganhava vida, e começava a funcionar. Depois a partir daí, já funcionava tudo normal, até ao fim de semana seguinte, em que voltava tudo à estaca 0. Era isso, e um recetor de rádio que tinha no estúdio, e que estava ligado diretamente à mesa de emissão, que tinha o mesmo problema. Mas uma pessoa ajeitava os cabos no recetor, e ficava tudo ok.
A rádio até tinha uns dois ou três técnicos que percebiam daquilo. O problema, é que muitas vezes durante os programas, não estava lá nenhum técnico. E isso faz com que alguém que não tenha uma base de formação técnica (eu por exemplo, aprendi muito da parte técnica, com o técnico da Rádio Alvor, e com o Jorge Guimarães Silva da TSF), acabe por descontrolar tudo na mesa (não sei se é o caso do João Costa, mas foi a ideia que passou).
Havia mais dois problemas técnicos que cheguei a notar, e creio que um deles aconteceu na reggie. Uma vez estava a dar os resultados do campeonato nacional de voleibol (nunca mais me vou esquecer) já mesmo a terminar a emissão, e eu deixei de me ouvir. Pensei: "deve ser algum problema na mesa de emissão, ou então nos phones", e continuei como se nada fosse. Mas depois quando fui ouvir a gravação da emissão toda em casa, percebi que estava a falar para "o cabo", e que aquilo provavelmente foi na reggie, porque foi realmente tudo abaixo, pareceu-me que foi um problema nos estúdios, e a rádio consequentemente entrou em portadora (e esta situação aposto que na NET também falhou). Mas houve uma vez que houve uma quebra de emissão durante o desporto, que também deixou a rádio em portadora durante 1 minuto, mas aí tive praticamente a certeza que foi no feixe hertziano (ou no satélite, não sei) que liga os estúdios ao emissor, porque quando a rádio entrou e saiu de portadora, fez um barulho característico de onda hertziana analógica, pelo que creio que foi mesmo na ligação com o emissor, e aposto que dessa vez, o problema nem se deu conta no online.
E hoje, dia 16 de Julho de 2024 se despede um projeto tão importante no Algarve profundo, um projeto com 35 anos (legal desde 1989) que preservava o falar algarvio, os costumes, a informação do Sul de Portugal. Ao ouvir o último programa e ver a conversa animada dos 3 locutores, questionava-me mesmo se aquele ambiente jovial e descontraído não interessa aos jovens de Monchique, como que num contraste com o que a ERC declarou. Além disso, passou me pela mente a tremenda coincidência da decisão ter estado na gaveta durante 10 meses e no inicio da época alta do turismo, quando o pico de viagens Lisboa-Algarve e dentro do Algarve, se deliberar a ampliação da cobertura de uma rádio local de Lisboa para o Algarve...


São tudo questões que me deixam triste e mais triste fico por ver uma minoria de algarvios, que ainda assim, estão em extâse pela chegada da Mega, ainda que, para isso, se tenha de perder um veículo de difusão da nossa identidade.


Excerto da emissão, antes do sinal horário das 20h.
[size=inherit]https://we.tl/t-IlF4zVS6vC[/size]


P.S. Esta questão técnica foi circunstancial, nem sequer vale a pena tomar este triste dia, como modus operandi desta rádio.
Sim, nada a acrescentar.
Faz me espécie muitos desses pseudo-algarvios (ou pelo menos, não sentem a região como eu).
Para ser frontal, eu não me importo nada que uma rádio de palavra como a Observador chegue ao Algarve. Mas se for para destruir uma rádio verdadeiramente local da minha região, como já não há muitas por cá, prefiro ter a Observador bem longe daqui. Se for para destruir uma jukebox, tanto me faz como se fez, porque jukebox's temos nós cá aos pontapés, e não servem para nada.

Agradeço as explicações.
Entendo as dificuldades pelas quais muitas locais passam, no entanto, defendo que quem se senta em frente ao microfone deve ter a obrigação de conhecer o material de trabalho (mesa do estúdio, neste caso).

Sobre a questão do satélite / feixe que liga o estúdio ao emissor: É mesmo feixe. Já reparei que existe um prato/satélite à porta da rádio mas deve ser mesmo para "inglês ver". Não creio que uma Rádio Foia pague um feed de satélite para transportar o sinal até ao emissor (até as nacionais cortam isso).

Aproveito a presença do Nelson cá para perguntar: Porque é que a rádio não acompanhou os novos tempos? A rádio tem, pelo menos, um jornalista, certo ? Porque não ter um site para onde iriam as notícias e os noticiários editados na rádio ? Redes Sociais... tem facebook... mas é partilha atrás de partilha dos municipios...
Sim, eu também acho que o satélite é de outros tempos, e provavelmente seria para dar mais canais à televisão do estúdio, que atualmente está ligada à TDT.
A rádio não acompanhou os novos tempos, porque como em muitas das rádios locais deste país (para não dizer a maioria) existem muitas "capelinhas". Diretores presos a 1990, com medo de arriscar em tudo o que seja novo. Qualquer ideia que uma pessoa tenha, nem que seja para um programa, perguntam logo o que é que a rádio ganha com aquilo (e atenção que não estou a falar propriamente da Fóia neste exemplo, mas de algumas rádios que conheço, e que é isto que acontece). Não é melhor uma rádio local arriscar em algo novo, que ter enlatados atrás de enlatados, e sem conteúdo a passar? Ainda relativamente à Fóia, a Rádio Fóia pertence ao concelho de Monchique, que se situa no interior do Algarve. Contrariamente ao que a ERC nos faz crer (que vergonha alheia daquela deliberação), Monchique não tem jovens praticamente nenhuns. E os poucos que tem, não têm interesse pela rádio. Já é uma dor de cabeça terem que vir e voltar todos os dias de Portimão, para poderem estudar no secundário (não há escolas secundárias no concelho de Monchique). O fim de semana que é para curtir, vão se enfiar num estúdio de rádio? Não. Outra questão, a direção da rádio está toda acima dos 50, para não dizer 60. As pessoas que lá fazem programas, igual. Eu com 25 era o mais novo. O segundo mais novo do desporto, tinha 45. A média do desporto, andava nos 60 anos de idade. Isto para dizer, que as pessoas destas idades, têm dificuldades em aprender a mexer nas novas tecnologias. E muitas vezes, também não têm vontade, nem querem aprender a mexer.
O site estava ao abandono, por isso mesmo.
Jornalista, creio que a rádio não tem, desde que a Idalete saiu (não tenho a certeza, confesso). Só havia a malta do desporto, mas que servia apenas para isso mesmo (para o desporto).
Sim, faltava os noticiários no site (os noticiários já são gravados por natureza, nem é difícil cortar e colocar num site), podcasts dos programas mais emblemáticos...
Faltou tudo.
Redes sociais, só havia mesmo o Facebook. A rádio não tinha mais nenhuma rede social. O porquê? Acredito que seja pelo motivo que expliquei. Não existir malta nova que goste de rádio em Monchique, e que estivesse disposta a fazer alguma coisa pela rádio da terra
« Última modificação: Julho 17, 2024, 02:49:22 pm por nelsonsoares »

SamM

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Re: Rádio Fóia - 97,1 MHz Monchique
« Responder #134 em: Julho 17, 2024, 03:27:08 pm »
Ouvi parte desta última emissão, desconheço a grelha de programas da Rádio Foia e, confesso, nunca ouvi mais de dois minutos a rádio.
A grelha não difere muito daquilo que está no site.
Eu tenho uma mais atualizada, que estava afixada no estúdio de emissão, e que decidi tirar foto numa das vezes que lá fui fazer o desporto (estive naquele estúdio 8 semanas consecutivas), por isso conheço aquela mesa de emissão como ninguém, até porque utilizava quase todas as vias para poder dar dinâmica à emissão, entre pré-escutas e aquilo que ia verdadeiramente para o ar, vou tentar responder a tudo o que comentaram sobre as questões técnicas.
Em estúdio estavam três pessoas e uma delas tinha o microfone com o ganho tão alto que o som rebentava por completo e anulava os restantes, criando um efeito de eco / sala altamente desconfortável. Não quero estar a dizer nenhuma asneira, mas acredito que o problema não era do microfone mas terá sido ganho a mais na mesa, isto porque há um momento em que quem está a coordenar a emissão desce a via dos microfones com a locutora ainda a falar e, por uns escassos instantes, o som ficou ok.

Posso estar aqui a partir de um exemplo que até pode não ser 100% verdadeiro mas, ao mesmo tempo, serve de amostra para o que se passa em muitas rádios locais: falta de pessoal competente / que entenda o que é tecnicamente aceitável numa emissão. Há tanta rádio local com volumes fora dos parâmetros, microfones saturados, música altamente comprimida... tudo isto porque os poucos que lá estão não "pescam" nada do assunto.

A rádio, para resultar, também tem que ser agradável para quem a escuta.

Atenção: Nada disto vem justificar o fim que esta rádio vai ter, já nos próximos dias, serve apenas de reflexão.

Primeiro que tudo, estamos a falar de uma mesa de emissão "Axel Oxygen 3" das antigas. Neste caso específico, foi mesmo porque os ganhos da via de um dos microfones (da miúda) estava muito alto, e quando o João levantava as vias, e as colocava ao mesmo nível, aquele microfone rebentava, porque ele tinha que baixar os ganhos no botão dos níveis mais acima da via. E isto também pode ter acontecido por outra razão: as vias têm dupla função. No botão mais acima de cada via, há vias que por exemplo, com o botão em baixo é uma via para um segundo microfone, com o botão em cima é uma via para um leitor de CD's. Depois noutra via, com o botão de cima dessa via em baixo, torna-se uma via para um terceiro microfone, com esse mesmo botão para cima torna-se um leitor de disquetes (por exemplo). O que pode ter acontecido, é que essa via estava inicialmente com outra função, e bastou ele carregar nesse botão para mudar a função da via, e não baixar os ganhos lá em cima. É o suficiente para acontecer o que aconteceu. Eu, por exemplo, antes de arrancar cada emissão desportiva, testava tudo com a pré-escuta, para ver se estava tudo ok, para a utilidade que ia dar à mesa durante a emissão. A mesa de emissão e os micros não tinham problemas. Eu utilizava quase todas as funções da mesa. O único problema que eu mais detetei na mesa de emissão, era do som que vinha da reggie (nós utilizávamos a reggie para o desporto, e segundo percebi, a reggie só era utilizada no desporto e na missa, porque de resto, era tudo feito na mesa de emissão). A reggie é uma AEQ BC 500. E então o som que vinha da reggie para a mesa de emissão, muitas vezes só vinha num canal (ou direito, ou esquerdo). E só quando abria a via para falar no microfone, e verdadeiramente começava a falar, é que o outro canal que não dava som ganhava vida, e começava a funcionar. Depois a partir daí, já funcionava tudo normal, até ao fim de semana seguinte, em que voltava tudo à estaca 0. Era isso, e um recetor de rádio que tinha no estúdio, e que estava ligado diretamente à mesa de emissão, que tinha o mesmo problema. Mas uma pessoa ajeitava os cabos no recetor, e ficava tudo ok.
A rádio até tinha uns dois ou três técnicos que percebiam daquilo. O problema, é que muitas vezes durante os programas, não estava lá nenhum técnico. E isso faz com que alguém que não tenha uma base de formação técnica (eu por exemplo, aprendi muito da parte técnica, com o técnico da Rádio Alvor, e com o Jorge Guimarães Silva da TSF), acabe por descontrolar tudo na mesa (não sei se é o caso do João Costa, mas foi a ideia que passou).
Havia mais dois problemas técnicos que cheguei a notar, e creio que um deles aconteceu na reggie. Uma vez estava a dar os resultados do campeonato nacional de voleibol (nunca mais me vou esquecer) já mesmo a terminar a emissão, e eu deixei de me ouvir. Pensei: "deve ser algum problema na mesa de emissão, ou então nos phones", e continuei como se nada fosse. Mas depois quando fui ouvir a gravação da emissão toda em casa, percebi que estava a falar para "o cabo", e que aquilo provavelmente foi na reggie, porque foi realmente tudo abaixo, pareceu-me que foi um problema nos estúdios, e a rádio consequentemente entrou em portadora (e esta situação aposto que na NET também falhou). Mas houve uma vez que houve uma quebra de emissão durante o desporto, que também deixou a rádio em portadora durante 1 minuto, mas aí tive praticamente a certeza que foi no feixe hertziano (ou no satélite, não sei) que liga os estúdios ao emissor, porque quando a rádio entrou e saiu de portadora, fez um barulho característico de onda hertziana analógica, pelo que creio que foi mesmo na ligação com o emissor, e aposto que dessa vez, o problema nem se deu conta no online.
E hoje, dia 16 de Julho de 2024 se despede um projeto tão importante no Algarve profundo, um projeto com 35 anos (legal desde 1989) que preservava o falar algarvio, os costumes, a informação do Sul de Portugal. Ao ouvir o último programa e ver a conversa animada dos 3 locutores, questionava-me mesmo se aquele ambiente jovial e descontraído não interessa aos jovens de Monchique, como que num contraste com o que a ERC declarou. Além disso, passou me pela mente a tremenda coincidência da decisão ter estado na gaveta durante 10 meses e no inicio da época alta do turismo, quando o pico de viagens Lisboa-Algarve e dentro do Algarve, se deliberar a ampliação da cobertura de uma rádio local de Lisboa para o Algarve...


São tudo questões que me deixam triste e mais triste fico por ver uma minoria de algarvios, que ainda assim, estão em extâse pela chegada da Mega, ainda que, para isso, se tenha de perder um veículo de difusão da nossa identidade.


Excerto da emissão, antes do sinal horário das 20h.
[size=inherit]https://we.tl/t-IlF4zVS6vC[/size]


P.S. Esta questão técnica foi circunstancial, nem sequer vale a pena tomar este triste dia, como modus operandi desta rádio.
Sim, nada a acrescentar.
Faz me espécie muitos desses pseudo-algarvios (ou pelo menos, não sentem a região como eu).
Para ser frontal, eu não me importo nada que uma rádio de palavra como a Observador chegue ao Algarve. Mas se for para destruir uma rádio verdadeiramente local da minha região, como já não há muitas por cá, prefiro ter a Observador bem longe daqui. Se for para destruir uma jukebox, tanto me faz como se fez, porque jukebox's temos nós cá aos pontapés, e não servem para nada.

Agradeço as explicações.
Entendo as dificuldades pelas quais muitas locais passam, no entanto, defendo que quem se senta em frente ao microfone deve ter a obrigação de conhecer o material de trabalho (mesa do estúdio, neste caso).

Sobre a questão do satélite / feixe que liga o estúdio ao emissor: É mesmo feixe. Já reparei que existe um prato/satélite à porta da rádio mas deve ser mesmo para "inglês ver". Não creio que uma Rádio Foia pague um feed de satélite para transportar o sinal até ao emissor (até as nacionais cortam isso).

Aproveito a presença do Nelson cá para perguntar: Porque é que a rádio não acompanhou os novos tempos? A rádio tem, pelo menos, um jornalista, certo ? Porque não ter um site para onde iriam as notícias e os noticiários editados na rádio ? Redes Sociais... tem facebook... mas é partilha atrás de partilha dos municipios...
Sim, eu também acho que o satélite é de outros tempos, e provavelmente seria para dar mais canais à televisão do estúdio, que atualmente está ligada à TDT.
A rádio não acompanhou os novos tempos, porque como em muitas das rádios locais deste país (para não dizer a maioria) existem muitas "capelinhas". Diretores presos a 1990, com medo de arriscar em tudo o que seja novo. Qualquer ideia que uma pessoa tenha, nem que seja para um programa, perguntam logo o que é que a rádio ganha com aquilo (e atenção que não estou a falar propriamente da Fóia neste exemplo, mas de algumas rádios que conheço, e que é isto que acontece). Não é melhor uma rádio local arriscar em algo novo, que ter enlatados atrás de enlatados, e sem conteúdo a passar? Ainda relativamente à Fóia, a Rádio Fóia pertence ao concelho de Monchique, que se situa no interior do Algarve. Contrariamente ao que a ERC nos faz crer (que vergonha alheia daquela deliberação), Monchique não tem jovens praticamente nenhuns. E os poucos que tem, não têm interesse pela rádio. Já é uma dor de cabeça terem que vir e voltar todos os dias de Portimão, para poderem estudar no secundário (não há escolas secundárias no concelho de Monchique). O fim de semana que é para curtir, vão se enfiar num estúdio de rádio? Não. Outra questão, a direção da rádio está toda acima dos 50, para não dizer 60. As pessoas que lá fazem programas, igual. Eu com 25 era o mais novo. O segundo mais novo do desporto, tinha 45. A média do desporto, andava nos 60 anos de idade. Isto para dizer, que as pessoas destas idades, têm dificuldades em aprender a mexer nas novas tecnologias. E muitas vezes, também não têm vontade, nem querem aprender a mexer.
O site estava ao abandono, por isso mesmo.
Jornalista, creio que a rádio não tem, desde que a Idalete saiu (não tenho a certeza, confesso). Só havia a malta do desporto, mas que servia apenas para isso mesmo (para o desporto).
Sim, faltava os noticiários no site (os noticiários já são gravados por natureza, nem é difícil cortar e colocar num site), podcasts dos programas mais emblemáticos...
Faltou tudo.
Redes sociais, só havia mesmo o Facebook. A rádio não tinha mais nenhuma rede social. O porquê? Acredito que seja pelo motivo que expliquei. Não existir malta nova que goste de rádio em Monchique, e que estivesse disposta a fazer alguma coisa pela rádio da terra


Nélson,

Mas a malta dos discos pedidos parecia-me abaixo dos 40 anos e tinham uma linguagem acessível aos jovens, certo?