Os números assim o indiciam, caro “AGâ€, a estabilização da M80 em torno dos 4% de AAV. Não manifesto grande concordância com aquilo que se tem escrito sobre a M80 noutros tópicos. Tudo indica que estratégia subjacente ao produto radiofónico se baseia no entretenimento, suficientemente elástico para ter como alvo vastos segmentos de público e, assim, tornar a estação viável. Os temas de maior qualidade encontram-se dispersos pelas horas de emissão, em vez de se concentrarem em horários especÃficos de maior audiência, provavelmente para maximizar essa percentagem. Em todo o caso, acho que a diversidade é superior e mais interessante que a da RR, que satura ao fim de pouco tempo de escuta. É na perspetiva da escuta “descontraÃda†e ao fator surpresa que a M80 marca pontos à RR. Por exemplo, no passado domingo encontrava-me de viagem quando decorria o TOP M80 de 1983. Escutei com grande agrado. Há anos que não ouvia alguns temas, tal como "Corey Hart –Never surrender", que, à época, tinha razoável exposição no antigo TNT do FM Estéreo da Radio Comercial e passava nos programas musicais da TVE de então, nomeadamente o “Tocataâ€. Um tema que gostava de ouvir quando tinha… 12 |13 anos.
Mas, para aplicar filtros a sério aos temas musicais a MCR já dispõe da rede 4, a mais pequena. Aqui não deve facilitar, sob pena de desacreditar o produto. Não compreendo como as guitarras e instrumentais não têm o destaque que deviam na grelha/playlist da rede 4. Há muito por explorar nesta matéria, evitando-se, inclusive, o ciclo relativamente curto de repetições que se verifica. A probabilidade de um ouvinte que sintoniza a estação espaçada e periodicamente escutar os mesmos temas é relativamente elevada. Recordo que houve um tempo em que “as guitarras falavamâ€, "once upon a time…"
Uma rádio generalista na rede 3 talvez seja um produto demasiado caro para MCR, com vários concorrentes nesse plano, logo com um longo perÃodo de maturação de audiências, ou será que não?