Como todos nós sabemos, a emissão em 104.8 da SuperFM terminou em 23 de maio de 2017. E a verdade é que até hoje, o Luís Carvalho, eu e vários outros utilizadores deste espaço não tinham tido a comunicação oficial da ERC a indicar a cessação oficial do alvará da SuperFM, pura e simplesmente porque não foi publicada no website original da ERC (na versão anterior dele, a da época).
Nem a mim, na altura em que soube do tema, foi-me mostrada toda a deliberação: apenas uma única página, a penúltima, com a decisão, parecida (mas não igual) ao resultado final.
Eis que hoje, 8 anos e um site ERC renovado depois, e por puro acidente, quando procurava na Internet para confirmar a renovação de alvará da Amália, fui parar a uma parte do arquivo de 2018 que nunca havia visto no website, devido à ferramenta de pesquisa atual ser algo manca... e novamente, por puro acidente, deparei-me com a prova que procurávamos: a cessação da frequência. A cooperativa da estação que supostamente tinha quotas todas de uma pessoa, o seu diretor.
Mas não cessa pelo motivo que veio a público, não por toda aquela confusão, nem muito menos devido a um raio da EDP só por si. Não. O motivo é muito mais simples. Mas mesmo muito mais... Nem imaginam.
https://www.erc.pt/document.php?id=ZTMxN2Y4NmMtZWViZS00YTYzLThiYjgtNjVkOWY4OTE0Yzk3A cooperativa estava dissolvida e extinta no Registo Comercial de Lisboa, por procedimento tributário,
desde 16 de Dezembro de 2014! Eu repito, 2014!
Isto é, a SuperFM esteve a ser explorada durante mais de 2 anos e meio sem a empresa que detinha o alvará sequer existir, e todos os proveitos (e gastos, e operação) da estação foram canalizados por uma empresa diversa da detentora do alvará, prática ilegal à luz da Lei da Rádio. Ou seja, mesmo que tivesse resistido, acabaria este ano com a renovação de alvarás, em 2024.
Portanto, quando no 2º comunicado do texto da página 4 do diretor, se menciona a certa altura que o advogado do terreno vai lá chegar com uma bulldozer e mandar abaixo o emissor...
https://www.mundodaradio.info/forum/index.php?topic=244.msg3304#msg3304... estava absolutamente certo, uma vez que há mais de 2 anos e meio que nem sequer havia uma empresa e, portanto, o terreno onde estava o emissor da estação estava ilegalmente ocupado, sendo que o que deve no imediato ter acontecido é que a empresa foi extinta mas os proprietários do terreno não foram notificados (como ninguém foi, nem quem lá trabalhava!), e depois quando vieram as dificuldades e os atrasos, meteram a coisa com um advogado e descobriram essa do Registo Comercial, levando o advogado a proceder daquela forma.
De igual forma, nunca ninguém poderia ver qualquer dinheiro devido de salários de forma legal, porque a cooperativa havia sido extinguida bem antes e portanto, não eram devidos salários da rádio, mas no máximo de uma empresa terceira que a explorava, sendo que nós nem sequer sabemos se a coisa era explorada de forma informal ou não, o que é provável pelo que todos conhecemos deste país.
Claro que obviamente todas as iniciativas comerciais acabariam por falhar, pela mesma ordem de razão: o pagamento naquela estação sempre foi complexo e já era realizado com atraso por vezes de maneira ocasional aos locutores, quanto mais a quem captava publicidade. Estavam um mês e desapareciam, porque não viam o dinheiro logo, já se percebe.
Temos por fim também que o investimento nas t-shirts e na campanha de crowdfunding foi todo ele para quem geria, serviu para recuperar algum investimento, e não à cabeça para a rádio. E só daqui, depois, é que algum saiu para a rádio. Tanto que quando foi a compra das t-shirts, elas eram compradas informalmente e presencialmente nas instalações ou por transferência bancária à ordem de uma conta que me lembro perfeitamente não ser da Alcojoor.
E esta?