Penso que não é muito justo falar-se da Antena 3 de hoje em dia como se falava da mesma em 2014 (antes do Nuno Reis assumir a direcção).
Apesar de as audiências estarem em valores baixos (e preocupantes), pelo menos sinto que neste momento há uma estratégia e um caminho focado no serviço público. Na verdade o problema das audiências é que os ouvintes que talvez se identificassem mais com esta estratégia já tinham sido afugentados (por exemplo nas alterações feitas na playlist, julgo que em 2013, em que algum génio achava que até Miguel Ângelo, por exemplo, cabia na A3).
Além disso, hoje em dia não faz sentido medir a influência de uma rádio apenas com base nas audiências (maioritariamente medidas por questionário telefónico). A verdade é que os métodos de consumo já não são os mesmos, e o consumo on demand tem um peso cada vez maior, e nisso se olharmos por exemplo para o Top de podcasts em Portugal no iTunes, vemos que o TOP3 pertence à Antena 3 e que
entre os 10 mais, metade são desta rádio.
fonte:
https://podcast.okihika.com/PT/0Dentro desta nova estratégia há também que ter em conta que hoje o trabalho desenvolvido pela 3 não é de apenas uma rádio, mas sim de uma produtora de conteúdos multiplataforma, sustentada pela estrutura do Grupo RTP. Veja-se o exemplo do projecto "No Ar" e dos mini-documentários disponÃveis no site da estação, dando assim espaço a novos profissionais, como os que fazem parte do Centro de Inovação da RTP, de criarem de facto. Não há muitas empresas de media com a mesma preocupação (mas também não é obrigação delas).
Exemplo "No Ar":
https://www.youtube.com/watch?v=knaSCpUHbCUPenso que com a alteração de Setembro de 2015 se desenvolveu uma programação focada no serviço público, e com as alterações do último mês se tornou o pacote menos "elitista".
A meu ver a maior preocupação da 3 neste momento deve ser a playlist, uma vez que como esta rádio não tem publicidade, acaba por ter mais espaço para música, e por vezes achava que repetia muitas vezes as mesmas músicas. Atualmente penso que está a haver mais cuidado nesse aspecto, ao se reintroduzir de vez em quando músicas mais antigas, por exemplo, permitindo uma maior variedade. Espero que seja para manter.
Quanto à equipa das manhãs, eu acho que funciona bem (achando eu que as manhãs não têm de ser sempre uma grande animação com humor por todo o lado, ou corre-se o risco de ficar algo cheio de piadas plásticas e risos forçados, tipo RFM).
Também não acho justo dizer-se que a 3 tem as mesma pessoas desde sempre, pois se formos a ver, das 7h às 19h, apenas a Ana Galvão está lá há mais tempo (e não se nota cansaço nem dela nem dos ouvintes, na minha opinião). Além disso não vejo razão para afastar a prata da casa se são excelentes profissionais e continuam a fazer um bom trabalho.
Acho mesmo que dentro do grupo RTP, a Antena 3 é aquela que tem uma estratégia melhor definida. Quanto a audiências, se conseguisse chegar aos 3% acho que já seria muito bom, achando eu que a 3 não deve tentar ser uma rádio de massas (para isso já temos a Comercial, que faz bem o seu trabalho) mas sim um acrescento de valor ao panorama nacional, e esse deve ser o seu principal objectivo. Agora é manter o caminho!
(Quanto à s saÃdas mencionadas, acredito que a Mónica Mendes já tivesse anunciado a vontade de sair anteriormente, daà ter passado para as noites na grelha de Set/2015, o que também justificava a entrada da Isilda Sanches. Já a Joana Dias foi para a RDP Internacional, e bem já que a meu ver ela não sabia falar para o auditório da 3, embora como produtora já me parecesse um bocado melhor)