Segundo o director Nuno Santos, a Média Capital irá seguir as passadas da concorrente Medialivre e reconfigurar o actual TVI Ficção para um canal de entretenimento e informação, ao que tudo indica, semelhante à CMTV.
Se considerarmos estes dois como canais de informação (isso tem muito que se lhe diga), será que Portugal tem capacidade para 5 canais noticiosos?
E a rádio? Será que isto não vai afectar a TSF, a Rádio Observador e, diria mesmo, as generalistas Antena 1 e Rádio Renascença?
Fonte: https://www.publico.pt/2024/07/02/sociedade/noticia/grupo-tvi-prepara-lancamento-novo-canal-2096107
Julgo que são canais de informação a mais, com mais comentadores (a mais), em detrimento da diversidade. Parece idêntico à minha perceção de que em Portugal só temos restaurantes e lojas de roupa, porta sim porta não...
Estou consigo, caro ruicleto.
Devemos ser dos países da União Europeia com maior rácio de canais de televisão noticiosos/habitantes.
Em muitos casos, chega a ser constrangedor. Nas generalistas, desde de sermões de pivôs, a telejornais com 01h45m, a outras situações caricatas como palavrões em directo.
No cabo, desde do autêntico disco riscado entre noticiários que encontramos na «muito azul e simplista» RTP3, a uma pilha de comentadores que se revezam entre as privadas, sendo expertos em assuntos tão variados como as guerras na Ucrânia e na Palestina, até a sorteios da Taça de Portugal da FPF.
Para não falar dos políticos que vêem um bom complemento ao seu ordenado de deputados, repetindo as cassetes dos seus partidos nas televisões (às vezes, alegadamente, em regime de falsa exclusividade). Há para todos os gostos. Desde moderados, a «chalupas», educados ou que transformam o espaço num autêntico ruído.
Sem esquecer que, para a luta pelas audiências ser plena, valem supostas afinidades entre um ou outro jornalista «credível» e altas esferas em órgãos de soberania, tornando o jornalismo que se quer sério e sem amarras, alegadamente, dependente dessas mesmas fontes.
E no final do dia? O que fica?
Em contraciclo, temos falta de informação pura e dura na rádio. Seja por condicionamentos financeiros e/ou falta de aposta, a rádio, como diz o Atento, tem que dar ao chinelo!
Mas também vos digo. A determinada altura da pandemia, passei a seleccionar bem as minhas fontes de informação, as quais primordialmente eram os noticiários da Antena 1, em simultâneo na Antena 3 (eram um pouco mais alargados que hoje, mas em 20 minutos sabia o que precisava) e a alguma imprensa que considero relevante e leal.
Falando da rádio, é muito mais difícil ludibriar o público só com o som e «a verdade» das palavras é mais pura neste meio.
Talvez isto explique o cenário dantesco que pintei nesta publicação!