A Rádio 2 da BBC baseia-se em conceitos que não estamos habituados em Portugal.
A grelha estrutura-se em programas fixos, do tipo magazine, com convidados e assuntos do quotidiano de interesse geral, condimentados com música contemporânea variada, do pop ao rock, do folk ao jazz, etc. um equilibro entre os êxitos do momento com os das 5 décadas precedentes. Por outro lado, a grelha contempla programas que se renovam, o ouvinte ao ligar o recetor na expetativa de ouvir um dado programa, depara-se com outro programa no ar, no mesmo horário. É como se a rádio de reinventasse e renovasse periodicamente, uma dinâmica que se faz ouvir, sobretudo, no horário da noite. Tal faz lembrar as séries de televisão, muitas organizadas em temporadas, que, quando terminam são substituÃdas por outras. Talvez este modelo, que se renova, permita estabelecer um fluxo de pessoas de fora do mundo da rádio que participam na construção de uma imagem pública profÃcua da mesma, ao produzirem programas temáticos de qualidade, com conteúdos de que são “especialistasâ€.
Este agradável modelo de rádio vigora no Reino Unido desde 1967, mas por cá é uma absoluta novidade. Nunca ouvi nenhuma rádio com estas caracterÃsticas em Portugal.
Esperemos que na próxima quinta-feira os ingleses não desistam deste irreconhecÃvel projeto da UE. É importante lembrar que este paÃs foi impulsionador da revolução industrial (a rádio nasceu com a revolução industrial), da democracia, do comércio, da ciência, das artes, do cinema, da literatura, da música, etc., ou seja, uma referência na cultura, ciência, economia das sociedades ocidentais. Abrir um rombo, uma brecha, no projeto europeu não serve as partes, o que poderá é preceder um perÃodo de maior incerteza, maior complexidade, de novas/velhas rivalidades de desfecho difÃcil de antecipar.