Autor Tópico: Organização do espectro: rádios nacionais vs. rádios locais  (Lida 876 vezes)

pdnf

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Organização do espectro: rádios nacionais vs. rádios locais
« em: Novembro 15, 2021, 01:28:12 am »
Claro que há o outro lado da questão: se de hoje para amanhã quiserem acabar com o projeto não ficam agrilhoados a três das quatro frequências e da outra têm que libertar metade...

Admito que devem pagar um premium pelo aluguer destes emissores à conta disso, até porque o detentor destas gosta é de as vender, mas não se devem importar muito com isso.

Pode também ser parte do motivo pelo qual ainda não furaram para o que falta da região Centro, não haver quem queira alugar ou ainda não terem conseguido convencer alguém a isso.

Continuo a achar que é uma fraglidade maior do que uma força. Não sendo teu, não controlas, e isso é um bocado confrangedor. Na zona Centro já não há assim tantas frequências decentes para requisitar. Diria que se não for a Popular de Soure, ficam mal servidos. Agora, se isto fosse um país decente, em lugar de se aumentar por decreto frequências à Antena 2 e à Antena 3, em zonas que estão totalmente servidas pela Lousã, as mesmas iam a concurso. Este setor precisa urgentemente de ser devidamente pensado. Cada vez mais me convenço que há rádios que têm  mais emissores do que o que necessitavam se as coisas fossem melhor geridas em termos do espectro.
« Última modificação: Novembro 15, 2021, 07:48:29 pm por Luis Carvalho »
Rádio é:
Ir ao fim da Rua, a ligar Portugal, aconteça o que acontecer.
Mais música nova para sentir (e decidir).
Estar no carro, em casa, em todo o lado, só se quiseres.
Saber que se a vida tem uma música, ela passa-a.
É a arte que toca, mais do que música...PESSOAS. Ah, and all that "unique" soul.

Luis Carvalho

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Re: Re: Rádio Observador
« Responder #1 em: Novembro 15, 2021, 02:33:28 am »
Claro que há o outro lado da questão: se de hoje para amanhã quiserem acabar com o projeto não ficam agrilhoados a três das quatro frequências e da outra têm que libertar metade...

Admito que devem pagar um premium pelo aluguer destes emissores à conta disso, até porque o detentor destas gosta é de as vender, mas não se devem importar muito com isso.

Pode também ser parte do motivo pelo qual ainda não furaram para o que falta da região Centro, não haver quem queira alugar ou ainda não terem conseguido convencer alguém a isso.

Continuo a achar que é uma fraglidade maior do que uma força. Não sendo teu, não controlas, e isso é um bocado confrangedor. Na zona Centro já não há assim tantas frequências decentes para requisitar. Diria que se não for a Popular de Soure, ficam mal servidos. Agora, se isto fosse um país decente, em lugar de se aumentar por decreto frequências à Antena 2 e à Antena 3, em zonas que estão totalmente servidas pela Lousã, as mesmas iam a concurso. Este setor precisa urgentemente de ser devidamente pensado. Cada vez mais me convenço que há rádios que têm  mais emissores do que o que necessitavam se as coisas fossem melhor geridas em termos do espectro.

Não há decreto nem meio decreto. Qualquer, saliento, QUALQUER rádio nacional, no sentido de ter direito a cobertura de todo o território, pode colocar um emissor, assim este seja aprovado pela ANACOM, para colmatar falhas de sinal numa determinada região. Nem é um exclusivo da RTP, a Rádio Comercial ou a RR/RFM não estão impedidas de pedir à ANACOM autorização para testar um emissor para a cidade de Coimbra. Ou, se quiser, em Manteigas. Ou em Alcoutim. Ou em qualquer outro concelho do país onde a Comercial ou a RR/RFM não se ouça (m) de forma satisfatória.

Emissores a mais? Não me parece. Há uma coisa que nem a melhor gestão do espectro consegue resolver: zonas de sombra onde o sinal dos emissores principais não chega em condições minimamente decentes. Mesmo tendo emissores potentes no alto do Trevim, os sinais das três "Antenas", da RR/RFM e da TSF (*), não se ouvem bem na vila da Lousã, por exemplo (os sinais passam literalmente por cima da vila devido à orografia).

A respeito deste e de outros assuntos técnicos, recomendo-lhe vivamente a leitura: http://www.mundodaradio.com/livro/manual.html

(*) A Rádio Comercial (90,8) emite de outra localização (Stº Antº da Neve).
Cumprimentos,
Luís Carvalho

Administrador do "Fórum da Rádio"

pdnf

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Re: Re: Rádio Observador
« Responder #2 em: Novembro 15, 2021, 06:45:27 pm »
Claro que há o outro lado da questão: se de hoje para amanhã quiserem acabar com o projeto não ficam agrilhoados a três das quatro frequências e da outra têm que libertar metade...

Admito que devem pagar um premium pelo aluguer destes emissores à conta disso, até porque o detentor destas gosta é de as vender, mas não se devem importar muito com isso.

Pode também ser parte do motivo pelo qual ainda não furaram para o que falta da região Centro, não haver quem queira alugar ou ainda não terem conseguido convencer alguém a isso.

Continuo a achar que é uma fraglidade maior do que uma força. Não sendo teu, não controlas, e isso é um bocado confrangedor. Na zona Centro já não há assim tantas frequências decentes para requisitar. Diria que se não for a Popular de Soure, ficam mal servidos. Agora, se isto fosse um país decente, em lugar de se aumentar por decreto frequências à Antena 2 e à Antena 3, em zonas que estão totalmente servidas pela Lousã, as mesmas iam a concurso. Este setor precisa urgentemente de ser devidamente pensado. Cada vez mais me convenço que há rádios que têm  mais emissores do que o que necessitavam se as coisas fossem melhor geridas em termos do espectro.

Não há decreto nem meio decreto. Qualquer, saliento, QUALQUER rádio nacional, no sentido de ter direito a cobertura de todo o território, pode colocar um emissor, assim este seja aprovado pela ANACOM, para colmatar falhas de sinal numa determinada região. Nem é um exclusivo da RTP, a Rádio Comercial ou a RR/RFM não estão impedidas de pedir à ANACOM autorização para testar um emissor para a cidade de Coimbra. Ou, se quiser, em Manteigas. Ou em Alcoutim. Ou em qualquer outro concelho do país onde a Comercial ou a RR/RFM não se ouça (m) de forma satisfatória.

Emissores a mais? Não me parece. Há uma coisa que nem a melhor gestão do espectro consegue resolver: zonas de sombra onde o sinal dos emissores principais não chega em condições minimamente decentes. Mesmo tendo emissores potentes no alto do Trevim, os sinais das três "Antenas", da RR/RFM e da TSF (*), não se ouvem bem na vila da Lousã, por exemplo (os sinais passam literalmente por cima da vila devido à orografia).

A respeito deste e de outros assuntos técnicos, recomendo-lhe vivamente a leitura: http://www.mundodaradio.com/livro/manual.html

(*) A Rádio Comercial (90,8) emite de outra localização (Stº Antº da Neve).

Sr. Luís,

Antes de mais, deixe-me parabenizá-lo pelo excelente trabalho com o livro, sendo que por acaso nunca tinha passado por ele ao visitar o site. Fuiclendo-o durante o dia de hoje, já conclui. Obrigado. Devia seriamente pensar em leva-lo ao prelo. Por exemplo, para alunos de Comunicação Social, que não têm de ter um domínio exaustivo da parte técnica como os de Engenharia, poderia ser uma solução muito interessante.

Quanto à questão do "por Decreto" referia-me à Lei da Rádio. Obviamente, nenhum ministro vai chegar hoje lá e dizer...instale-se um emissor em Coimbra. Tem que ver com a possibilidade que elencou. Claro que existirá uma razão para o fazer, mas a minha questão é que, atendendo ao princípio da proporcionalidade, estamos a limitar a capacidade de crescer de outras estações, ao passo que para resolver pequenos problemas estamos a criar mais uma frequência que, pelos relatos no tópico que criou, se vê que estão a comprimir outros operadores. Por outro lado, é visível pelas listas de frequências disponibilizadas que o operador público que a procura de respostas a estes pequenos problemas são em número superior ao realizado pelos demais operadores nacionais/ R Reg. Norte e Sul (nem quero ir pela questão dos encargos para o contribuinte dessas soluções, pois não entendo serem relevantes para a análise, mas admito que possa ser algo a considerar de um ponto de vista macro). Mas não seriam possíveis outras soluções, como por exemplo, uma verdadeira microcobertura ao nível do que se faz com as locais, que não passe para lá da Lousã e pouco mais? Ou aumentar um pouco mais a potência dos emissores da Batalha? É que olhamos e RR/RFM/Comercial/TSF não têm emissor em Coimbra, como está a fazer a RDP. Seria mesmo necessária uma nova cobertura aqui que vai, em grande medida, sobrepor-se ao emissor da Lousã e que chega a Santa Maria da Feira? É nesse sentido que digo que há emissores a mais. Por outro lado, a própria Lousã está com 39kw quando tem autorizados 100! Está a utilizar 40%. Já sei que há a questão da zona de sombra, que compreendo que potência nehuma solucione.

Mais, por exemplo, uma Lousã com 100 e um emissor no Muro a 50kw (para não incomodar muito Espanha) não dispensariam o Monte da Virgem, pelo menos com as dimensões que tem aqui na AMP? O mesmo posso dizer para Monsanto, uma Lousã a chegar mais longe com uma boa transição para o Montejunto não o dispensaria, por exemplo reforçando um pouco mais as potências na Arrábida? É isto a que me refiro por emissores a mais: parece-me que assentamos muito o modelo em utilizar muitos pequenos emissores, mas admito que esteja totalmente enganado.

Em contrapartida, preocupa-me a estagnação a que vetamos o setor, sem que exista a possibilidade de crescimento de outros grupos, estações, que inclusive ajudem a crescer o setor. Olho, por exemplo para Espanha, e parecem-me existir muito mais estações a operar emissores de grandes dimensões.

Vejamos o exemplo de Madrid:
https://fmscan.org/transmitter.php?i=2200168

Como é que eles conseguem e nós não?
Só lá temos 15 emissores a sairem com potências que aqui têm, na melhor das hipóteses as nossas nacionais. Andamos a brincar às locais para completar as redes regionais Norte e Sul e associações de rádios que não conseguem crescer.

Falamos, no caso de Madrid, na área de abrangência de uma cidade. Aqui dar dois ou três emissores com essa potência a uma serie de rádios, resolvia os problemas de fraca cobertura, com base em emissores locais, e eram frequências que ficavam livres.

Por isso digo que teriamos de pensar a organização do espectro, que está há 30 e tal anos igual, inamovível, com exceção destes reforços nas nacionais...Claro que admito que esteja totalmente errado, estou só a lançar tópicos para reflexão, pois tudo o que vou aprendendo é convosco.
« Última modificação: Novembro 15, 2021, 06:48:02 pm por pdnf »
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Luis Carvalho

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Re: Organização do espectro: rádios nacionais vs. rádios locais
« Responder #3 em: Novembro 15, 2021, 07:52:37 pm »
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O presente tópico resulta da divisão do tópico "Rádio Observador", feita para evitar maior dispersão de assuntos que pouco ou nada têm a ver directamente com a estação noticiosa homónima do jornal online.
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Luís Carvalho

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