Concordo com a primeira parte do teu comentário.
De facto, há que dar os parabéns ao Henrique Amaro, Nuno Galopim e restante equipa da RTP que tirou a bimbalhada do FC e o revitalizou em 2017, tornando-o uma montra para novos artistas emergentes que são desconhecidos do grande público.
De lá para cá vem perdendo um pouco do ecletismo, sendo o seu pináculo o FC de 2018 que tinha, pelo menos, uma mão cheia de canções excelentes que cabem perfeitamente em qualquer playlist de uma rádio com o mÃnimo de padrões de qualidade musical.
Nesse ano, apesar de gostar da Isaura, penso que irÃamos muito melhor com a dupla emmy Curl (que passou a ser a minha paixão platónica musical portuguesa, confesso aqui) e Júlio Resende, que o Jardim. E essa votação foi, no mÃnimo, polémica.
Sobre o Conan OsÃris, sou daqueles que o acha uma pedrada no charco na nova música portuguesa. Quer se goste ou não do estilo e mesmo ficando triste com as comparações feitas com o Zeca Afonso e o António Variações (esses são de outra galáxia), o homem é um verdadeiro artista e foi muito bem mandado para uma Eurovisão azeiteira, estérica e com lobbies bem institucionalizados.
Mesmo que o nosso bife do lombo seja mandado para um antro de consumidores de lixo musical bem embrulhado em superficialidade, ficamos sempre bem vistos para aqueles que, tal como muitos de nós aqui, são uns melómanos convictos.
Mas a semente do Salvador Sobral já germinou em alguns paÃses. Ainda este ano, a Bélgica vai mandar uma das minhas bandas de eleição que, por cá, só os ouvi na TSF: os Hooverphonic.
Por fim, a lista de canções deste ano, na minha modesta opinião, é a mais fraca de todas.
Adoro os Blasted Mechanism, já fui muito feliz a ouvi-los ao vivo, mas eles já não são o que eram.
Anos e anos com fatos pesados e exóticos, após múltiplas digressões, a saÃda do Karkov e o desgaste da idade de alguns, bem como a evolução das suas vidas, fazem com que a sua sonoridade tenha sido alterada e já não tenham aquela pujança do tempo do «Start To Move», por exemplo.
E por falar em «Start To Move», deixo-vos aqui uma passagem do grande Professor Agostinho da Silva, contida precisamente nessa faixa:
«O que acontece no Mundo é que toda a gente que nasce, nasce de alguma maneira poeta.
Inventor de qualquer coisa que não havia mundo ainda.
E inteiramente individual.
Cada um poeta que é!»
Let's do a rebellion!
Saudações!
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