Viajei hoje do Porto para Bruxelas, e, sendo certo que um avião a umas dezenas de milhares de pé de altitude não é exemplo para nada, não deixa de ser, ao mesmo tempo, sinónimo de alguma coisa.
Levantei voo com o rádio sintonizado nos 93.7 da RR, que perdi ao fim de uns 2 minutos, migrei para os 103.4 do Muro, duraram até ver o Rio Minho da janela do avião. Já conformado, resolvi ir à sintonia automática, ver se ainda restava alguma coisa de Portugal. Pois bem, e foi aqui que me surpreendi: lá está, os fantásticos 107.4 da Serra da Lousã, com uma performance espetacular, a logarem RDS. Mas, igualmente com bom sinal, 105.3 e 106.5, todos eles a aguentarem já após a Galiza para Norte, sobre o mar, ainda por umas centenas de quilómetros. Curiosamente, esqueci-me que há outra frequência da TSF nas redondezas: Marão. Quando, finalmente, os últimos a morrer, 107.4, já sobre território francês, avanço na busca e eis que para em... 107.6 Marão, com um som perfeito! Fiquei atónito. Já tinha corrido antes todo o espectro, voltei a fazê-lo: nada mais saia de Portugal. Das duas uma, ou foi uma estrelinha (ajuda a TSF estar no final da banda?) ou há, efetivamente, alguma diferença muito significativa na potência radiada pelos emissores da TSF face aos das demais estações nacionais. Consegui fazer todo o voo a ouvir rádio, sem ter de passar pelas estações espanholas, o que não seria de todo possível sem a TSF.
Quando finalmente perdi o sinal da TSF Marão, migrei para a France Musique, em três emissores distintos, mas correndo o espetro a tempos, posso-vos dizer que o desempenho não fica muito atrás das bombas que saem de Lile, Hautvillers, Maisonnay-Canton de Melle ou Le Mans, todas acima dos 130Kw, para as rádios publicas francesas, MUSIQUE, CULTURE, INTER, ICI e INFO (esta última ligeiramente mais fraca do que as demais).