Posso estar enganado, mas o estado de graça de "novidade" já foi arrastado por uma leve brisa e desapareceu sem darmos conta. Está na fase de amadurecimento, naquela altura da vida em que precisam de dar mesmo o tudo por tudo. Curiosamente, não me parece que o estejam a fazer.
Estranhamente (ouvia-a muito), e falando por mim, deixei de a ouvir com tanta frequência. Primeiro, porque nas minhas deslocações o FM apresenta muitas falhas. Depois, pela razão que o AG enunciou e bem. Nem tudo o que se passa na nossa politiquice tem de ser objeto de noticiários longos e comentários alargados. Têm de abrir novos caminhos, sob pena de ficarem confinados a uma bolha que vai estando cada vez mais vazia. Já ninguém tem paciência.
No entanto, voto de louvor para a boa playlist e para o melhor programa de humor da rádio nacional: o Ideias Feitas, do inenarrável (para não lhe chamar outra coisa) Alberto Gonçalves.
Eu também deixei de ouvir pelas mesmas exatas razões que enuncias, com a agravante de estar numa zona pior servida, de plena transição entre dois emissores. Dantes fazia um esforço, o conteúdo cativava, a música era excelente, valia o sacrifício. Disto só sobra a música, mas fora dos principais horários.
Para mim, além da densidade da Tarde Política (ainda que goste da estética agressiva no arranque desse bloco e do ping-pong de jornalistas), há mais problemas nesta grelha: as repetições são cada vez mais, diretas ou indiretas.
Agora metem a História do Dia às 12h10 em repetição depois de mais de 5 horas seguidas com palavra, metem um programa original isolado às 13h de Quinta entre dois dias com repetições (convite a desligar), repetem O Bom, O Mau e O Vilão logo às 14h35
todos os dias, dois segmentos sobre guerra às 15h10 e 16h15...
E por aqui ficava a escrever. Qualquer dia há repetições de manhã. Ora eu pensava que os podcasts evitavam isso.
O Ideias Feitas continua a ser um oásis de interessante. E eu adoro o estilo "hoje à Pêpa apetece-lhe falar disto" do arranque, que não avisa para o que vem a seguir.