O Pateiro arrasta ouvintes.
É das pessoas que tem mais seguidores na área, e só não está milionário, porque em Portugal os jornalistas não podem fazer publicidade.
Seria uma boa aposta, goste-se ou não do estilo.
E bem, porque jornalismo e publicidade parecem-me, evidentemente, incompatíveis. Mas, mesmo no entretenimento, não vejo que existam assim tantos milionários na comunicação social.
Se noutros países de primeiro mundo, jornalismo e publicidade são compatíveis, por que é que em Portugal é incompatível?
Relativamente ao facto do Pateiro poder estar milionário se pudesse fazer publicidade, ele e o Matos podiam.
Sabem a quantidade de patrocínios que ambos já tiveram que recusar ao longo da carreira?
E patrocínios que pagavam muito bem.
Goste-se ou não, são os dois nomes do mundo do relato de futebol em Portugal com mais seguidores, com maior número de visualizações dos seus vídeos nas redes sociais, e pode parecer que não, mas isso diz muito daquilo que o público e os ouvintes pedem.
Há quem diga que ambos têm postura de vedetas, mas têm todos os motivos para isso.
Há outros que têm postura de vedetas, e não têm nem um quinto de motivo para isso, nem números nas redes sociais (hoje em dia isso define muito um profissional, quer queiramos, quer não. Mais até que a qualidade desse profissional em si).
Se dizes que no entretenimento não há tantos milionários quanto isso, só demonstra que o relato de futebol em Portugal é totalmente subvalorizado, comparativamente com outras áreas.
Experimentem inverter as posições.
Um gajo que faz relatos de futebol consegue minimamente fazer entretenimento, mas um gajo que faz entretenimento não consegue fazer relatos de futebol.
Aliás, eu até guardo para mim que quem faz um relato de futebol minimamente em condições, consegue fazer tudo na rádio.
Eu não digo que todos os que fazem relatos de futebol em Portugal devam ser milionários, mas faz-me comichão saber que há colegas meus que estão há 20 e outros há quase 30 anos para entrar nos quadros de uma rádio nacional.
É mau demais.
As rádios não deviam promover a precariedade, mas infelizmente acontece muito em Portugal.