Algumas notas sobre a RR:
1. Em resposta ao Nelson, eu fui dos que defendi por aqui que o Rosário deveria ter saído do horário das 18h30, ainda antes dessa situação se ter sequer efetivado. Porém, sempre pensei que não sendo a recitação obrigatória ser a essa hora, seria possível ter articulado uma mudança de hora com o Santuário. A verdade é que aquela hora das 18h30, afugentava ouvintes. E a RR deve procurar chamar ouvintes não cristãos. E isso, tem de ser feito com mestria. Nesse aspeto, a irmã RFM com os pensamentos, por vezes bem profundos, num minuto, é capaz de fazer mais pela transmissão da mensagem do Evangelho do que a RR. Algo a corrigir.
2. Tudo o que disseram sobre o Cardeal, infelizmente, parece-me ser verdade. Eu já aqui aflorei uma hipótese que já pessoas bem posicionadas na política me disseram: ele não exclui a hipótese de ser candidato presidencial. Podemos ter um duelo entre um militar e um cardeal, a que se juntem Centeno, Marqies Mendes e Ventura. Há, claramente, uma sede de mediatismo. O Pr. Paulo Franco tem um perfil totalmente distinto, mas não está a conseguir ter a capacidade de fazer as mudanças necessárias, e sabemos que as há.
3. A Susana Madureira Martins ausentou-se esta semana, em que houve Hora da Verdade a dobrar, com Carlos Moedas e José Pedro Aguiar-Branco, gravado em São Bento. A substitui-la, o jovem Tomás Anjinho Chagas, a um excecional nível. Acho que a RR encontrou ali, se o conseguir manter, uma das âncoras na informação. Ouço-o, e faz-me lembrar muito o Miguel Coelho, que é para mim dos melhores editores que temos em rádio.
4. As Três da Manhã e a RR, porque não se cansaram de referi que o programa era às 7 horas na Renascença, tiveram hoje a melhor das promoções na cerimónia dos Globos de Ouro. A prova de que a rádio pode fazer um sucesso tremendo, está ali. A TV raramente faz essa importação, acham sempre que são superiores, exceto quando aparece um fenómeno como este, que nem as manhãs da Comercial, líderes, muito menos o Café da Manhã, conseguem replicar. Mantendo as bases do programa, podiam, isso sim, entrar um bocadinho mais no domínio da informação, colmatando lacunas que a Antena 1 tem, e não sendo tão pesada quanto a TSF e a OBSRVDOR: 30 minutos para o entretenimento, 30 para a parte "mais a sério". Palpita-me, honestamente, que iam rebentar com a concorrência toda à esquerda e à direita, informação e musicais. A RR tem um potencial tremendo de ser a rádio de charneira, a verdadeira generalista, uma oportunidade como não tinha desde os tempos da Olga e do Sala, e que até está a conseguir replicar nas tardes. Quanto mais tempo pode aguentar se não mexer a sério? A RR precisa de uma Direção de Informação com peso na rádio. Acho que não o ver, é ter vistas curtas. E atenção, que do lado da Bauer estão a mexer-se, a começar a entrar em terrenos que são fortíssimos na promoção dos produtos da R/Com. Há o potencial de diferenciar o produto, é uma asneira não o fazer.