Em Portugal se alguem é filho ou marido de alguem de destaque é nepotismo.
Sim. É literalmente a definição de nepotismo.
Não é tão linear assim. Se o filho do Primeiro-Ministro vai para o Governo com o pai, ou é colocado num cargo autárquico de topo, e até passa a comentador na Televisão, sim, é Nepotismo. Se o mesmo filho do Primeiro-Ministro é cantor lírico, mesmo que seja muito bom e venha a ter colocação no São Carlos, é culpa do Pai? Naturalmente que não. Pode não se livrar do rótulo, mas isso é diferente de nepotismo. Mas pode ser, se o Pai meter uma cunha para lá chegar. Dito isto, há casos em que pode ser, outros em que claramente não é, e casos onde pode existir a dúvida.
Mas vamos comparar o incomparável? Rui Maria Pêgo tem talento. É filho de quem é, mas soube trilhar o seu caminho sem precisar da cunha.
As pessoas a quem me referi são produto do privilégio e do nepotismo, sim. Talento? Não têm, lamento.
Diria que este caso o classificaria como não sendo. Até ver, como aludido, o Rui Pai não mexeu cordelinhos pelo Rui Filho. Tanto que se assim fosse, o Rui poderia estar confortavelmente a fazer manhãs em qualquer estação, não é o caso. Diga-se também que o Rui Pego não era Administrador de nenhuma rádio, nem Diretor de coisa nenhuma, quando o filho começou a fazer carreira. Nunca trabalhou sequer na mesma estação que o pai, em simultâneo.
Seria um abuso da liberdade retirar o privilégio a um filho o de ter a mesma profissão do pai. Dois exemplos que me são próximos:
Tenho uma amiga e colega que é Engenheira Mecânica. O pai também é, Professor Catedrático.
A filha, com a minha idade, é um talento excecional, tem uma capacidade de trabalho muito acima da média, tem resultados de investigação brutais, ideias que passaram já para a indústria com tremendo sucesso, para lá das fronteiras portuguesas. Trabalha em demasia, para terem uma ideia, submeteu uma candidatura de um projeto enorme no mesmo dia em que deu à luz uma criança, meia dúzia de horas depois. Diria que com 10 anos de carreira, já terá superado o próprio Pai.
Pelas capacidades que tem, já foi convidada para chefiar o departamento, rejeitou sempre porque o Pai está num dos órgãos de gestão, mesmo sem funções Executivas. Posso classificar esta situação como nepotismo? Jamais. Privarem-na de ser excecional naquilo que faz, apenas porque tem a mesma profissão do Pai, ou obrigarem-na a mudar de cidade, seria errado, uma privação da liberdade.
Tenho outra colega que foi contratada para fazer funções que poderiam perfeitamente ser feitas por outra pessoa, não justificava um recurso humano adicional. O pai fez parte dos órgãos executivos durante largos anos, uma espécie de "dinossauro". Toda a gente percepciona que ela trabalha naquele local, por ser filha de quem é, porque mesmo nas funções que desempenha, não é excecional e a formação de base, é tangente às funções que desempenha. Este caso é nepotismo? Diria claramente que sim.
Fazendo o paralelo, enquadraria o Rui no primeiro caso. É óbvio que, tal como a minha amiga, terá bebido do que são os conhecimentos do pai, e aplica isso na sua profissão. Daí a ser medíocre ou fazer da cunha um modo de vida, vai uma grande diferença.
A Ana Moreira tem um programa bem estruturado.
Simplesmente isso.
Porque é que isto caiu aqui no meio do tópico da RR?
A mesma Emissora Católica Portuguesa que põe o terço em diferido (o que, como agnóstico, não me choca) e não tem um único programa estilo a Fé dos Homens na sua grelha.
Há qualquer coisa aqui que tem que ser afinada e não é por falta de qualidade dos seus protagonistas.
Isso, para mim, já o escrevi, a RR tinha condições para ser a melhor rádio tendencialmente de palavra de Portugal, por uma qualquer razão que a razão desconhece, abstêm-se de cumprir o seu papel. Genericamente, diria que tem lideranças que estão longe de ser as ideais. Talvez a parcela clerical do Conselho de Gerência devesse dedicar mais horas a escutar a estação. E não me venham, novamente, falar de estudos. Porque, honestamente, não sei até que ponto a RR ser o que é, não impede a liderança da RFM.
Pequenas Grandes Coisas que era transmitido das 7 às 11 de Domingo, da direção de programas relegiisos, apresentado pela Dina Isabel.
Passou para às 9 às 11...
Inacreditável..
Confesso que tenho muita dificuldade em compreender como é que a RR aos Domingos de manhã, entre as 7h e as 14h passa um segundo de música em Antena. Até às 12h deveria ser um espaço religioso, que incluísse, por exemplo, um programa ao estilo do Que Mundo, meu Deus, e das 12h às 14h, tinha de ter programas de informação, que fechassem uma semana e abrissem outra. Chegou a ter, salvo erro, nesse horário, um programa de debate com o Manuel Carvalho da Silva, o Fernando Medina e o Prof. Álvaro Santos Almeida. Custa assim tanto voltar a fazer as coisas bem? Mandar tudo para o online, desculpem, não me entra, de todo.