(...um aparte...)
Os serviços públicos europeus fazem mais do que gizar grelhas de programas pertinentes para as respetivas populações, são também pertinentes na mobilização de causas de polÃtica externa.
Os canais franceses, nomeadamente públicos, estão a dar um grande destaque à morte do PrÃncipe Filipe, Duque de Edimburgo e marido da Rainha Isabel II. Os noticiários nacionais generalistas abrem com o acontecimento, que chega a ocupar 1/3 da duração de cada bloco informativo, com cerca de 30 min de duração, multiplicam-se os documentários sobre a FamÃlia Real nos diferentes canais da televisão pública francesa, debates e, nos canais de noticiais, o assunto é explanado horas consecutivas, com inúmeros convidados e testemunhos.
Não obstante os acontecimentos históricos (a parte ocidental de França foi território inglês na Idade Média, o Rei Henrique II foi casado com uma francesa, etc.), afinidades culturais, alianças polÃticas e militares, a exposição deste tema pelos media públicos franceses pereceu-me exagerada, até verificar o seguinte: a FamÃlia Real Britânica é muito popular em França, chegou a “ajudar†França nos momentos de crise polÃtica e/ou na popularidade dos atores polÃticos. Os média públicos passam a mensagem da poderosa máquina diplomática planetária, de caráter intergeracional, que a FamÃlia Real representa e deixam ficar esta mensagem de importância significativa “o Reino Unido pode contar com a França como Aliadoâ€. Esta é a posição dos media públicos franceses, ou seja, do Estado Francês.