Caro João S:
Começando com uma nota importante que convém não ser menosprezada: independentemente das pretensões das emissoras, a atribuição de frequências por parte da ANACOM não pode ser feita de forma arbitrária, porquanto o regulador está sujeito à coordenação internacional de frequências com a vizinha Espanha e outros paÃses. Ou seja, dependendo da região, há frequências para as quais Portugal tem prioridade na sua exploração, enquanto que outras só podem ser usadas no nosso paÃs na condição de não interferirem, dentro do território de outros paÃses (Espanha, Marrocos ou outros), as emissões das rádios do paÃs em causa.
Falando especificamente no caso da rede regional sul, desconheço a motivação que levou o então ICP (actual ANACOM) a atribuir, em 1990, salvo erro, a frequência 106,7 ao tx de Portalegre. Quiçá tenham partido do pressuposto que o Correio da Manhã Rádio nos 106,7 serviria o distrito de Portalegre, enquanto que os 106,8 Montejunto (RFM) serviriam o Ribatejo, de forma a que a intersecção de ambos fosse mÃnima, sem provocar problemas de recepção significativos. Outra hipótese será o não querer convencer a RR a migrar a RFM para os 106,9 MHz. O terceiro cenário é representado pela inviabilidade técnica de escolher outra frequência para um tx de 10 kW em Portalegre, sem prejudicar outras emissões.
Diria que, em qualquer dos casos, seria, em teoria, possÃvel migrar a RFM para os 106,9, convencendo a Rádio Condestável e a Cova da Beira a migrarem as respectivas microcoberturas nos 107,0 MHz para outra(s) frequência(s). A possibilidade de mudar de frequência da M80 para os 106,6 MHz afigura-se inviável, mercê do tx da TSF na Guarda.