Bem, “Atento”, este “plano”(destruir, esquartejar, desmantelar) do governo é totalmente desastrado para a imagem do próprio governo e de social democrata não tem nada. A social democracia europeia é uma das forças políticas que impulsiona os serviços públicos de rádio e TV nos respetivos países, porque são relevantes. Em Portugal, os governos estão à venda e são lesivos do interesse nacional, portanto, fracos. Esta fraqueza perante os privados que pretendem extorquir resultados à conta do estado e dos contribuintes portugueses deixa-me apreensivo porque isso não é um setor privado robusto, é um sistema parasita que gravita à volta dos governantes e, no passado recente, levou o país à bancarrota. Um sistema privado que sobrevive à sombra do estado. O sistema podre continua.
Mais alguns pontos para reflexão:
- Os países que referiu, Alemanha, Áustria e Suíça, não têm o trunfo que nós portugueses temos. A 9.ª língua mais falada do mundo, com 234 milhões de falantes, e a diáspora espalhada pelo globo que nós temos. No entanto esses serviços públicos são exímios na produção de conteúdos, produção própria ou na modalidade de coprodução, para difundir nesse bloco de países, França, Europa e Mundo. Portugal, com a descapitalização da RTP e intensão de tornar este órgão irrelevante, tal desígnio não é possível, não passa de miragem. Isto não é um plano, é um desastre;
- Todos os serviços públicos europeus a que tenho acesso, têm uma fatia, um vetor comercial, doutra forma não captam público. Aqui, teimamos em destoar, em sermos piores que os outros. Ainda há pouco, a ZDF emitia o filme “Imparável, 2010, com Denzel Washington”, antecedido de noticiário e de programa de entretenimento relacionado com desporto. Não há complexos com publicidade que está limitada na duração. Aqui é esta histeria de 3.º mundo.
Mais havia explanar, mas fico-me por aqui. Resumindo num punhado de palavras, incompetência, impreparação, falta de sentido de estado. Estão a vender-nos gato por lebre.