CarÃssimo AbÃlio, poderia colocar a mesma questão há 40 anos, quando começou em Portugal a transição da Onda Média para a Frequência Modulada. Foi na década de 70 que o FM se popularizou em Portugal e, em boa parte, quando iniciaram as emissões do FM Estéreo da Rádio Comercial, tendo as pessoas um argumento que justificava a aquisição de novos recetores, ou seja um produto radiofónico inovador à época e que apenas emitia em FM. As pessoas não aderem a uma nova tecnologia para ouvir o mesmo. Evidentemente, que a adesão ao DAB seria feita de forma progressiva, aquando da substituição do automóvel, quando for necessário substituir um recetor avariado, atualização de equipamentos áudio, etc. e quais seriam as vantagens?
Maior número de estações (podendo rádios que estão atualmente restritas a uma área geográfica chegar a todo o território, por exemplo, Rádio Sim, Smooth FM, M80, rádios regionais, etc.- sendo esse o principal argumento a favor), inexistência de interferências causadas pela saturação do espetro RF ou pela desadequada organização das frequências atribuÃdas, maior qualidade áudio, uma nova lei da rádio mais consentânea com a época em que vivemos, novos serviços que superam o RDS, redução de custos de operação.
Das desvantagens apenas estou a ver uma, que se prende com a possibilidade de ouvir uma emissão analógica até à estática, à medida que o sinal enfraquece devido à distância da fonte emissora ou obstáculos. Numa emissão digital, os cortes no áudio tendem a ocorrer num cenário do mesmo tipo. Mas, detenhamo-nos no seguinte, se há paÃses que apostam no DAB como a principal forma de difundir rádio pela via hertziana, não estará esse constrangimento salvaguardado? Sim, como é evidente. Agora outra questão, havendo, para já, 4 paÃses que apostam de forma inequÃvoca na tecnologia DAB qual será a tendência da disseminação dessa tecnologia pelos restantes paÃses da Europa? Parece-me igualmente evidente, com Portugal de fora (nem parece um paÃs europeu, nesta matéria).
Por último, refiro o seguinte: os representantes das marcas de equipamentos áudio importam os modelos de sintonizadores/rádios que não têm DAB. Se fizer uma pesquisa de reviews, os mesmos modelos têm DAB nos outros paÃses. Estamos a ser prejudicados porque pagamos o mesmo. Por exemplo, na minha viatura, o manual de instruções do autorrádio tem uma ampla secção sobre as funcionalidades DAB do aparelho, só que… o mesmo não tem DAB (em Portugal, nos outros paÃses da Europa vem equipado com essa funcionalidade).