https://colecaoicnova.fcsh.unl.pt/index.php/icnova/article/download/112/119Aconselho vivamente a leitura deste documento, que relata muito bem a história da monumental trapalhada que foi a atribuição das RRN/RRS. Fico com a ideia, a dada altura que a RRN terá de ter o seu limite a sul do Rio Mondego, uma vez que, do que compreendi, o estudo da FEUP só previa emissor em Santa Justa e na Lousã, pelo menos na fase inicial, sendo certo que o DL 338/88 previa que a cobertura fosse sendo alargada a todo o território ao longo do tempo. De facto, esse Decreto-Lei não define, e devia, quais os limites da RRN/RRS, sendo certo que se a Lousã está na do Norte, cai com toda a certeza o limite definido pelo Rio Mondego. A grande questão é, será que alguém, na barafunda do final dos anos 80, pensou nisso dessa forma, ou simplesmente se pensou nos locais dos emissores e não num limite físico? Hoje sabemos que Lousã não chega a Leiria nas melhores condições, mas saber-se-ia que o Montejunto também não? Se no caso da separação Gardunha/São Mamede, parece bem definido, será que não estamos perante a encarnação real do meme "Leiria não existe" e, realmente, ela não pertence nem à RRN nem à RRS? Bato no ponto, para mim era simples, divisão por distritos ou NUT's III. Em qualquer dos casos, permitiria sempre emissor na Lousã à RRN e em Santo António da Neve à RRS. Este último, com uma frequência bem escolhida, fazia com que a RRS se ouvisse razoavelmente de Faro à Póvoa de Varzim, e a RRN de Valença do Minho a Palmela.
Por outro lado, mais em termos históricos, se a TSF tivesse ganho como deveria o concurso para a RRS (a escolha da CMR, uma rádio musical foi absurda, para isso deveria ter sido escolhida a Cidade FM), provavelmente esta questão hoje nem se estaria a colocar, porque a rede seria uma única neste momento, com a aquisição da TSF pela Press. "A TSF é hoje o resultado do produto original da TSF e a estrutura da Press.". Curioso. Claro que temos a questão da Nova, a Sonae sempre foi mal amada pelo poder político em Portugal, talvez a não atribuição deste alvará se possa comparar ao uso da Golden Share aquando da tentativa da OPA da Sonae à PT.
Passado é passado, não seria altura de acabar com esta aberração e abrir um concurso para uma rádio informativa nacional, que faz falta? Fico, contudo, com fundadas dúvidas se, neste momento, não seria a Observador a ganhá-lo, e se isso não afastará essa ideia do horizonte do poder político.
Uma nota final para o projeto da Colina... era interessante, sim, mas em Portugal, como está visto, só no plano teórico. Imagino o que seria um misto de Antena 1 e Antena 2 privada...