Autor Tópico: Redes Regionais Norte/Sul e Leiria  (Lida 5516 vezes)

estvmkt

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Re: Redes Regionais Norte/Sul e Leiria
« Responder #15 em: Novembro 23, 2022, 08:53:25 am »
Se for o Mondego,então Coimbra também poderia ser Rede Regional Sul.
Tudo porque Coimbra está na margem...

AG

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Re: Redes Regionais Norte/Sul e Leiria
« Responder #16 em: Novembro 23, 2022, 10:57:43 am »
Certo é que na época a divisão RRN/RRS foi realizada, a leste do Mondego, tomando como referência, mais coisa, menos coisa, o Tejo. Refiro-me à fronteira Alentejo/Beira Baixa, em que Portalegre ficou com a RRS e Gardunha com a RRN. Ribatejo (Montejunto) ficou com a RRS.
Sempre tive a ideia que a divisão era pelo Tejo, fazendo uma linha leste-oeste na horizontal no eixo de Castelo Branco/Vila Velha de Ródão. Leiria está imediatamente acima dessa linha.

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Re: Redes Regionais Norte/Sul e Leiria
« Responder #17 em: Novembro 23, 2022, 11:36:18 am »
Certo é que na época a divisão RRN/RRS foi realizada, a leste do Mondego, tomando como referência, mais coisa, menos coisa, o Tejo. Refiro-me à fronteira Alentejo/Beira Baixa, em que Portalegre ficou com a RRS e Gardunha com a RRN. Ribatejo (Montejunto) ficou com a RRS.
Sempre tive a ideia que a divisão era pelo Tejo, fazendo uma linha leste-oeste na horizontal no eixo de Castelo Branco/Vila Velha de Ródão. Leiria está imediatamente acima dessa linha.

Mas então se a divisão seria pelo Tejo porquê autorizar Montejunto se é bem para lá da divisória do Tejo…

Talvez por causa da exceção já permitida com a Lousã?

pdnf

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Re: Redes Regionais Norte/Sul e Leiria
« Responder #18 em: Novembro 23, 2022, 11:47:52 am »


E quanto à RRN já foi bastante benévola a ANACOM a estabelecer como limite o dito rio Mondego e a permitir um emissor na Serra da Lousã, que é a 14kms… devem ter achado que colocar só Coimbra com emissor seria insuficiente para cobrir zonas como Viseu, ou queriam fazer certa limpeza de espectro. Como isso foi em 1990 arrisco-me que nunca iremos saber. No entanto, se a divisão é pelo rio, e com exceção ao autorizado expressamente, o desfecho é claro. Porque os reguladores podem justificar-se conforme quiserem, mas quem usa o espectro concedido a partir deles… não.


Eu já aqui expressei num dos tópicos, que a meu ver, não viria mal ao mundo em que na Lousã existisse emissor tanto para a Rede Regional Norte como para a Rede Regional Sul. Aliás, se o limite é mesmo o Mondego e não o distrito de Coimbra, poderia a M80 pedir para colocar um emissor na Lousã. Mais, se o distrito de Leiria já for Rede Regional Sul, poderia por um emissor junto a 90.8 na Torre da Comercial, que já se encontra fora de Coimbra. Por todas as razões, não faz sentido a M80 não ter um emissor de grande potência para a região centro do país.
Rádio é:
Ir ao fim da Rua, a ligar Portugal, aconteça o que acontecer.
Mais música nova para sentir (e decidir).
Estar no carro, em casa, em todo o lado, só se quiseres.
Saber que se a vida tem uma música, ela passa-a.
É a arte que toca, mais do que música...PESSOAS. Ah, and all that "unique" soul.

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Re: Redes Regionais Norte/Sul e Leiria
« Responder #19 em: Novembro 23, 2022, 12:27:55 pm »


E quanto à RRN já foi bastante benévola a ANACOM a estabelecer como limite o dito rio Mondego e a permitir um emissor na Serra da Lousã, que é a 14kms… devem ter achado que colocar só Coimbra com emissor seria insuficiente para cobrir zonas como Viseu, ou queriam fazer certa limpeza de espectro. Como isso foi em 1990 arrisco-me que nunca iremos saber. No entanto, se a divisão é pelo rio, e com exceção ao autorizado expressamente, o desfecho é claro. Porque os reguladores podem justificar-se conforme quiserem, mas quem usa o espectro concedido a partir deles… não.


Eu já aqui expressei num dos tópicos, que a meu ver, não viria mal ao mundo em que na Lousã existisse emissor tanto para a Rede Regional Norte como para a Rede Regional Sul. Aliás, se o limite é mesmo o Mondego e não o distrito de Coimbra, poderia a M80 pedir para colocar um emissor na Lousã. Mais, se o distrito de Leiria já for Rede Regional Sul, poderia por um emissor junto a 90.8 na Torre da Comercial, que já se encontra fora de Coimbra. Por todas as razões, não faz sentido a M80 não ter um emissor de grande potência para a região centro do país.

Eles também devem ter tido em conta os alcances da rede. Um emissor em Santo António da Neve chegaria a muitas zonas da região centro (Aveiro, Coimbra, Viseu, Leiria, parcialmente Guarda e Castelo Branco), mesmo até em parte ao distrito do Porto, e não devem ter querido colocar em desvantagem o concessionário da RRN.

Acho sinceramente mais provável que coloquem um emissor em Leiria. A ANACOM, por norma, aloca novas frequências consoante as anteriormente planeadas para o distrito em causa.

E daí, que também chegaria qualquer coisa a Coimbra, atenção… só que… só que. Temos o Rádio Clube da Feira ao lado em 104.7, seguramente haveria algum tipo de posicionamento a impedir que o sinal chegasse a Aveiro. Porque 10 kW na Maunça teriam algum potencial disso.
« Última modificação: Novembro 23, 2022, 12:30:31 pm por Memorias da Radio »

pdnf

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Re: Redes Regionais Norte/Sul e Leiria
« Responder #20 em: Novembro 23, 2022, 02:03:33 pm »

Eles também devem ter tido em conta os alcances da rede. Um emissor em Santo António da Neve chegaria a muitas zonas da região centro (Aveiro, Coimbra, Viseu, Leiria, parcialmente Guarda e Castelo Branco), mesmo até em parte ao distrito do Porto, e não devem ter querido colocar em desvantagem o concessionário da RRN.

Acho sinceramente mais provável que coloquem um emissor em Leiria. A ANACOM, por norma, aloca novas frequências consoante as anteriormente planeadas para o distrito em causa.

E daí, que também chegaria qualquer coisa a Coimbra, atenção… só que… só que. Temos o Rádio Clube da Feira ao lado em 104.7, seguramente haveria algum tipo de posicionamento a impedir que o sinal chegasse a Aveiro. Porque 10 kW na Maunça teriam algum potencial disso.

Pois... mas a TSF da Rede Regional Norte também chega a Santarém, muitas zonas de Leiria, Portalegre,  Lisboa, pasme-se, até a zonas do distrito de Faro.

Os 104.7 do RCF teriam de encontrar certamente outra frequência, porque seriam certamente interferidos. Mas hoje mesmo, já dentro do concelho do alvará, conseguem ter zonas onde sofrem interferência da Antena 3 do Minhéu, portanto, até seria benéfico para eles. Quiçá os 97.3 para o RCF, considerando que os 97.4 da RFM não expandem nada por aí além.
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Re: Redes Regionais Norte/Sul e Leiria
« Responder #21 em: Novembro 23, 2022, 02:15:38 pm »
Estamos a esquecer-nos do mais importante disto tudo: as duas redes regionais são um completo absurdo. Não faz sentido separar o país desta forma. Mas o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita e agora poucas soluções há para resolver o problema.

O ideal até era juntar as duas redes e lançar novo concurso. Obviamente não exequível, mas seria o "melhor", pelo menos na minha opinião.

estvmkt

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Re: Redes Regionais Norte/Sul e Leiria
« Responder #22 em: Novembro 23, 2022, 03:07:19 pm »
Era o melhor mesmo sem dúvidas...

pdnf

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Re: Redes Regionais Norte/Sul e Leiria
« Responder #23 em: Novembro 23, 2022, 03:09:11 pm »
Estamos a esquecer-nos do mais importante disto tudo: as duas redes regionais são um completo absurdo. Não faz sentido separar o país desta forma. Mas o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita e agora poucas soluções há para resolver o problema.

O ideal até era juntar as duas redes e lançar novo concurso. Obviamente não exequível, mas seria o "melhor", pelo menos na minha opinião.

Ótimo de Pareto... é mais ao menos como está!  ;D ;D
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joao_s

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Re: Redes Regionais Norte/Sul e Leiria
« Responder #24 em: Novembro 23, 2022, 07:01:54 pm »
Nos países civilizados, o investimento na difusão hertziana convencional continua, agora com o digital DAB+ e também no obsoleto analógico FM, por dois propósitos fundamentais:

i) o serviço de radiodifusão é universal e gratuito. Não depende de subscrição de operadores de Internet ou outros meios de comunicação pagos;

ii) o streaming pela Internet, ou Internet Radio, é considerado redundante com a difusão hertziana, considerando-se a última o meio principal de receção. Isto porque, os serviços de Internet podem falhar em determinadas circunstâncias, afetando todos os utilizadores de um operador ou de todos os operadores ao mesmo tempo. Veja-se o ataque informático recente à Vodafone. Se a rádio fosse exclusivamente acedida por serviços de Internet, uma parte da população portuguesa ficaria sem acesso à Internet, à televisão e à rádio, ou seja, faria uma viagem no tempo até à Idade Média, isolados da civilização. Outros cenários podem ser considerados, como catástrofes naturais, tempestades, cheias, incêndios, tremores de terra, ou outros. Portanto, nestas situações, se o serviço de Internet falhar para todos os utilizadores, ou uma parte destes, a radiodifusão terrestre convencional (digital ou analógica) consiste em uma forma de Autoridades comunicarem orientações às populações.

Portanto, a difusão hertziana convencional (Digital ou Analógica) vai continuar nos países civilizados e desenvolvidos Ad Infinitum, só assim se justifica os investimentos que têm vindo a ser feitos por toda essa Europa. A ligeireza com que este assunto é tratado em Portugal causa estranheza e estupefação a qualquer um. É de um amadorismo total.

A radiodifusão hertziana vai continuar, não obstante em Portugal apenas se considerar o obsoleto FM. Os normativos que regulam o setor parecem documentos medievais, tresandam a incompetência, bloqueiam o desenvolvimento, estagnam o meio, tornam o surgimento de novos operadores uma tarefa impossível. São documentos de interpretação dúbia, criam obstáculos atrás de obstáculos, proibições atrás de proibições, criam alçapões opacos, enfim, documentos próprios de regimes autocráticos, rodeados de cleptocratas. Há interesses instalados que beneficiam com isto. Estes regulamentos são a principal causa da desorganização que se assiste, desajuste, estagnação, vão em contraciclo uma sociedade moderna e de mercado e são os cidadãos que saem a perder. Isto parece o terceiro mundo.

Um distrito como o de Leiria, para ter uma cobertura cabal de uma emissora em toda a extensão, necessita de 3 emissores de rádio, como toda a gente sabe. De um extremo ao outro são 180 km por estrada, com orografia que não facilita a propagação dos sinais de rádio. Porque motivo estão impedidos de ter 2 emissores a difundirem a mesma estação 24h/dia, se isso vier a acrescentar um ganho para as pessoas, dentro das hipóteses de escolha disponíveis?

Isto como está, não serve.

pdnf

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Re: Redes Regionais Norte/Sul e Leiria
« Responder #25 em: Novembro 23, 2022, 08:14:00 pm »
Nos países civilizados, o investimento na difusão hertziana convencional continua, agora com o digital DAB+ e também no obsoleto analógico FM, por dois propósitos fundamentais:

i) o serviço de radiodifusão é universal e gratuito. Não depende de subscrição de operadores de Internet ou outros meios de comunicação pagos;

ii) o streaming pela Internet, ou Internet Radio, é considerado redundante com a difusão hertziana, considerando-se a última o meio principal de receção. Isto porque, os serviços de Internet podem falhar em determinadas circunstâncias, afetando todos os utilizadores de um operador ou de todos os operadores ao mesmo tempo. Veja-se o ataque informático recente à Vodafone. Se a rádio fosse exclusivamente acedida por serviços de Internet, uma parte da população portuguesa ficaria sem acesso à Internet, à televisão e à rádio, ou seja, faria uma viagem no tempo até à Idade Média, isolados da civilização. Outros cenários podem ser considerados, como catástrofes naturais, tempestades, cheias, incêndios, tremores de terra, ou outros. Portanto, nestas situações, se o serviço de Internet falhar para todos os utilizadores, ou uma parte destes, a radiodifusão terrestre convencional (digital ou analógica) consiste em uma forma de Autoridades comunicarem orientações às populações.

Portanto, a difusão hertziana convencional (Digital ou Analógica) vai continuar nos países civilizados e desenvolvidos Ad Infinitum, só assim se justifica os investimentos que têm vindo a ser feitos por toda essa Europa. A ligeireza com que este assunto é tratado em Portugal causa estranheza e estupefação a qualquer um. É de um amadorismo total.

A radiodifusão hertziana vai continuar, não obstante em Portugal apenas se considerar o obsoleto FM. Os normativos que regulam o setor parecem documentos medievais, tresandam a incompetência, bloqueiam o desenvolvimento, estagnam o meio, tornam o surgimento de novos operadores uma tarefa impossível. São documentos de interpretação dúbia, criam obstáculos atrás de obstáculos, proibições atrás de proibições, criam alçapões opacos, enfim, documentos próprios de regimes autocráticos, rodeados de cleptocratas. Há interesses instalados que beneficiam com isto. Estes regulamentos são a principal causa da desorganização que se assiste, desajuste, estagnação, vão em contraciclo uma sociedade moderna e de mercado e são os cidadãos que saem a perder. Isto parece o terceiro mundo.

Um distrito como o de Leiria, para ter uma cobertura cabal de uma emissora em toda a extensão, necessita de 3 emissores de rádio, como toda a gente sabe. De um extremo ao outro são 180 km por estrada, com orografia que não facilita a propagação dos sinais de rádio. Porque motivo estão impedidos de ter 2 emissores a difundirem a mesma estação 24h/dia, se isso vier a acrescentar um ganho para as pessoas, dentro das hipóteses de escolha disponíveis?

Isto como está, não serve.

Excelente análise. Faz todo o sentido, particularmente essa limitação de 1 emissor por distrito é absurda.
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estvmkt

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Re: Redes Regionais Norte/Sul e Leiria
« Responder #26 em: Novembro 23, 2022, 09:08:52 pm »
Viseu precisa de 4 emissores.
Lamego,Viseu cidade,Vouzela/São Pedro mais Lousã.
A TSF tem de ter tudo afinadinho e mesmo assim falha em Viseu cidade interior de edifícios...

ruicleto

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Re: Redes Regionais Norte/Sul e Leiria
« Responder #27 em: Novembro 23, 2022, 11:45:26 pm »
Nos países civilizados, o investimento na difusão hertziana convencional continua, agora com o digital DAB+ e também no obsoleto analógico FM, por dois propósitos fundamentais:

i) o serviço de radiodifusão é universal e gratuito. Não depende de subscrição de operadores de Internet ou outros meios de comunicação pagos;

ii) o streaming pela Internet, ou Internet Radio, é considerado redundante com a difusão hertziana, considerando-se a última o meio principal de receção. Isto porque, os serviços de Internet podem falhar em determinadas circunstâncias, afetando todos os utilizadores de um operador ou de todos os operadores ao mesmo tempo. Veja-se o ataque informático recente à Vodafone. Se a rádio fosse exclusivamente acedida por serviços de Internet, uma parte da população portuguesa ficaria sem acesso à Internet, à televisão e à rádio, ou seja, faria uma viagem no tempo até à Idade Média, isolados da civilização. Outros cenários podem ser considerados, como catástrofes naturais, tempestades, cheias, incêndios, tremores de terra, ou outros. Portanto, nestas situações, se o serviço de Internet falhar para todos os utilizadores, ou uma parte destes, a radiodifusão terrestre convencional (digital ou analógica) consiste em uma forma de Autoridades comunicarem orientações às populações.

Portanto, a difusão hertziana convencional (Digital ou Analógica) vai continuar nos países civilizados e desenvolvidos Ad Infinitum, só assim se justifica os investimentos que têm vindo a ser feitos por toda essa Europa. A ligeireza com que este assunto é tratado em Portugal causa estranheza e estupefação a qualquer um. É de um amadorismo total.

A radiodifusão hertziana vai continuar, não obstante em Portugal apenas se considerar o obsoleto FM. Os normativos que regulam o setor parecem documentos medievais, tresandam a incompetência, bloqueiam o desenvolvimento, estagnam o meio, tornam o surgimento de novos operadores uma tarefa impossível. São documentos de interpretação dúbia, criam obstáculos atrás de obstáculos, proibições atrás de proibições, criam alçapões opacos, enfim, documentos próprios de regimes autocráticos, rodeados de cleptocratas. Há interesses instalados que beneficiam com isto. Estes regulamentos são a principal causa da desorganização que se assiste, desajuste, estagnação, vão em contraciclo uma sociedade moderna e de mercado e são os cidadãos que saem a perder. Isto parece o terceiro mundo.

Um distrito como o de Leiria, para ter uma cobertura cabal de uma emissora em toda a extensão, necessita de 3 emissores de rádio, como toda a gente sabe. De um extremo ao outro são 180 km por estrada, com orografia que não facilita a propagação dos sinais de rádio. Porque motivo estão impedidos de ter 2 emissores a difundirem a mesma estação 24h/dia, se isso vier a acrescentar um ganho para as pessoas, dentro das hipóteses de escolha disponíveis?

Isto como está, não serve.

Excelente texto. Apenas complemento a informação, recente, existente no sítio da WorldDAB, transmitida pelo presidente desta organização (Patrick Hannon) - “DAB+ offers lower costs of distribution than FM, coupled with lower energy requirements, and greater resilience in emergencies, especially out of home,” said Hannon. “It’s essential to protect the core benefits of broadcast radio - it’s free to air, universal and reliable in emergencies. DAB+ is key to securing this,” he added.

nelsonsoares

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Re: Redes Regionais Norte/Sul e Leiria
« Responder #28 em: Novembro 26, 2022, 02:59:24 pm »
Nos países civilizados, o investimento na difusão hertziana convencional continua, agora com o digital DAB+ e também no obsoleto analógico FM, por dois propósitos fundamentais:

i) o serviço de radiodifusão é universal e gratuito. Não depende de subscrição de operadores de Internet ou outros meios de comunicação pagos;

ii) o streaming pela Internet, ou Internet Radio, é considerado redundante com a difusão hertziana, considerando-se a última o meio principal de receção. Isto porque, os serviços de Internet podem falhar em determinadas circunstâncias, afetando todos os utilizadores de um operador ou de todos os operadores ao mesmo tempo. Veja-se o ataque informático recente à Vodafone. Se a rádio fosse exclusivamente acedida por serviços de Internet, uma parte da população portuguesa ficaria sem acesso à Internet, à televisão e à rádio, ou seja, faria uma viagem no tempo até à Idade Média, isolados da civilização. Outros cenários podem ser considerados, como catástrofes naturais, tempestades, cheias, incêndios, tremores de terra, ou outros. Portanto, nestas situações, se o serviço de Internet falhar para todos os utilizadores, ou uma parte destes, a radiodifusão terrestre convencional (digital ou analógica) consiste em uma forma de Autoridades comunicarem orientações às populações.

Portanto, a difusão hertziana convencional (Digital ou Analógica) vai continuar nos países civilizados e desenvolvidos Ad Infinitum, só assim se justifica os investimentos que têm vindo a ser feitos por toda essa Europa. A ligeireza com que este assunto é tratado em Portugal causa estranheza e estupefação a qualquer um. É de um amadorismo total.

A radiodifusão hertziana vai continuar, não obstante em Portugal apenas se considerar o obsoleto FM. Os normativos que regulam o setor parecem documentos medievais, tresandam a incompetência, bloqueiam o desenvolvimento, estagnam o meio, tornam o surgimento de novos operadores uma tarefa impossível. São documentos de interpretação dúbia, criam obstáculos atrás de obstáculos, proibições atrás de proibições, criam alçapões opacos, enfim, documentos próprios de regimes autocráticos, rodeados de cleptocratas. Há interesses instalados que beneficiam com isto. Estes regulamentos são a principal causa da desorganização que se assiste, desajuste, estagnação, vão em contraciclo uma sociedade moderna e de mercado e são os cidadãos que saem a perder. Isto parece o terceiro mundo.

Um distrito como o de Leiria, para ter uma cobertura cabal de uma emissora em toda a extensão, necessita de 3 emissores de rádio, como toda a gente sabe. De um extremo ao outro são 180 km por estrada, com orografia que não facilita a propagação dos sinais de rádio. Porque motivo estão impedidos de ter 2 emissores a difundirem a mesma estação 24h/dia, se isso vier a acrescentar um ganho para as pessoas, dentro das hipóteses de escolha disponíveis?

Isto como está, não serve.
É exatamente isto.
Para quem gosta verdadeiramente de rádio, e acompanha o que se faz noutros países, não consegue ficar indiferente a esta excelente análise.
Muitos parabéns.
É isto mesmo que penso.

estvmkt

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Re: Redes Regionais Norte/Sul e Leiria
« Responder #29 em: Setembro 03, 2023, 09:20:17 pm »
Se Leiria for Rede Regional Sul creio que além de ter um emissor em Leiria poderia abdicar de ter emissões locais,por exemplo em Viseu...