Autor Tópico: Centralismo  (Lida 7745 vezes)

modernices

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Re: Centralismo
« Responder #45 em: Janeiro 13, 2023, 09:24:29 pm »
E era bom que começasses a falar de rádio. Os teus posts só falam nessa treta e zero de rádio.

joao_s

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Re: Centralismo
« Responder #46 em: Janeiro 13, 2023, 10:03:06 pm »
Tiago, no contexto social, fez referência ao cerne de um problema crítico que se tende a agravar. A aproximação do salário mínimo ao vencimento médio, ou seja, o esbatimento da classe média neste país. Nos países desenvolvidos são as classes médias que impulsionam o desenvolvimento económico e social, nos países de terceiro mundo prevalecem os extremos, classes baixa e alta, sendo a classe média residual. Portanto, antevê-se descontentamento, revolta e protesto. Vamos ver o desfecho de tudo isto quando acabarem os milhões do PRR.

As notícias no setor da educação, a meu ver, são preocupantes. Estamos no início da quarta revolução industrial, caracterizada pela inteligência artificial, automação e robótica. Estas três áreas vão evoluir significativamente. A qualidade da formação é essencial para a integração dos cidadãos no mercado de trabalho e para o desenvolvimento do país. Vamos ter as máquinas a substituir os humanos em áreas que julgamos impensáveis. Ora este setor está em crise, os profissionais são mal pagos, a regredir para a classe baixa, e colocados a centenas/dezenas de kms das suas áreas de residência. Total instabilidade familiar e profissional. Um professor em início de carreira em França ganha o mesmo que um professor em final de carreira em Portugal, para os poucos que atingem o topo da carreira. Os responsáveis pela tutela têm vindo a colocar a sociedade contra esta classe e, isto, a médio/longo prazo vai dar mau resultado. No futuro próximo vão faltar professores, os jovens não querem esta profissão, foi-lhes passada a mensagem pelos (ir)responsáveis deste país que se trata de proletariado com manias de grandeza. Esta lacuna tende acrescentar empobrecimento ao país, pois vai acrescentar problemas à formação profissional. Ora, sendo a Educação Universal um dos pilares do estado democrático, da paz social e do desenvolvimento, esta má governação deixa-me apreensivo.

radiokilledtheMTVstar

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Re: Centralismo
« Responder #47 em: Janeiro 13, 2023, 10:24:03 pm »
Só uma coisa em relação ao teu post Tiago, se a TSF não tivesse mudado relativamente há pouco tempo para as Amoreiras (com uma renda com certeza exorbitante que não deve ser paga pela publicidade da rádio) acredito que grande parte da programação pudesse estar a ser feita do Porto para no caso deles reduzirem custos.
« Última modificação: Janeiro 13, 2023, 10:29:13 pm por radiokilledtheMTVstar »

Memorias da Radio

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Re: Centralismo
« Responder #48 em: Janeiro 14, 2023, 11:46:41 am »
Só uma coisa em relação ao teu post Tiago, se a TSF não tivesse mudado relativamente há pouco tempo para as Amoreiras (com uma renda com certeza exorbitante que não deve ser paga pela publicidade da rádio) acredito que grande parte da programação pudesse estar a ser feita do Porto para no caso deles reduzirem custos.

Até porque a sede do JN/TSF deve estar mais que paga por esta altura. Eu acredito que também estaria a ser feita do Porto, mas com estrutura comercial entre ambas, Lisboa e Porto, mais manter um estúdio mais pequeno em Lx só para entrevistas e algumas reuniões corporativas (muita gente do administrativo é da região).

Pergunto-me quem pagará esse aluguer nas Amoreiras…

Tiago, no contexto social, fez referência ao cerne de um problema crítico que se tende a agravar. A aproximação do salário mínimo ao vencimento médio, ou seja, o esbatimento da classe média neste país. Nos países desenvolvidos são as classes médias que impulsionam o desenvolvimento económico e social, nos países de terceiro mundo prevalecem os extremos, classes baixa e alta, sendo a classe média residual. Portanto, antevê-se descontentamento, revolta e protesto. Vamos ver o desfecho de tudo isto quando acabarem os milhões do PRR.

As notícias no setor da educação, a meu ver, são preocupantes. Estamos no início da quarta revolução industrial, caracterizada pela inteligência artificial, automação e robótica. Estas três áreas vão evoluir significativamente. A qualidade da formação é essencial para a integração dos cidadãos no mercado de trabalho e para o desenvolvimento do país. Vamos ter as máquinas a substituir os humanos em áreas que julgamos impensáveis. Ora este setor está em crise, os profissionais são mal pagos, a regredir para a classe baixa, e colocados a centenas/dezenas de kms das suas áreas de residência. Total instabilidade familiar e profissional. Um professor em início de carreira em França ganha o mesmo que um professor em final de carreira em Portugal, para os poucos que atingem o topo da carreira. Os responsáveis pela tutela têm vindo a colocar a sociedade contra esta classe e, isto, a médio/longo prazo vai dar mau resultado. No futuro próximo vão faltar professores, os jovens não querem esta profissão, foi-lhes passada a mensagem pelos (ir)responsáveis deste país que se trata de proletariado com manias de grandeza. Esta lacuna tende acrescentar empobrecimento ao país, pois vai acrescentar problemas à formação profissional. Ora, sendo a Educação Universal um dos pilares do estado democrático, da paz social e do desenvolvimento, esta má governação deixa-me apreensivo.

Integralmente de acordo quer com as perspetivas, quer com a análise. Também eu estou apreensivo com tudo isto…

Zeca 2021

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Re: Centralismo
« Responder #49 em: Janeiro 14, 2023, 05:17:46 pm »
(...)
Quem não percebe o que significa "centralismo" nunca irá perceber nada de nada.
Somos o unico não regionalizado e por alguma razão o mais pobre da Europa.

Então Zeca, segundo as suas palavras, não somos um país regionalizado. As regiões autónomas dos Açores e Madeira são o quê? Países independentes?

Os seus argumentos primários carecem de fundamentação e, dada a repetição, o que num primeiro momento dá vontade de rir, pelas queixinhas, vitimização, mania da perseguição, em suma, pela infantilidade, a partir de certo momento chateia. É um discurso chato, repetitivo, oco.

Se tivermos que associar uma rádio ao seu tipo de discurso, chegamos… à megaSeca.

Por enquanto, não somos o país mais pobre da União Europeia, mas, o desenrolar dos acontecimentos dos últimos dias e o se tem verificado nas últimas décadas, indicia que esse tende a ser o trajeto. Ou seja, vai ser mais difícil para os mais novos do que foi para nós.

A desagregação e impreparação deste governo socialista é quase surreal. Parece que estão a bater recordes do maior número de demissões no menor espaço de tempo para figurar no guiness.

A meu ver, a regionalização (política) tende a agravar o problema de subdesenvolvimento em relação ao resto da União Europeia. Ao acrescentar nível intermédio decisão política, tende a aumentar a opacidade, rede tentacular de interesses que se apoderam do estado e dos recursos financeiros do país a seu favor, clientelismo, favorecimentos, incompetentes a ocupar cargos de decisão, crime económico e financeiro, etc. Portanto, os dois fatores principais para este nível subdesenvolvimento são: fraca qualidade da classe política e sistema de justiça capturado e conivente, não funciona quando devia. Nada acontece aos que mais lesam o país e a sociedade no seu conjunto. Estes são os dois principais problemas a resolver, assim como as estratégias de crescimento.
Descentralização, afigura-se como a solução mais adequada, neste contexto.

De facto, a democracia neste país continua muito frágil e, em certo ponto, em retrocesso civilizacional. Nos setores da Educação, nenhum jovem quer ser professor pois a profissão deixou de ser apelativa, no setor da Saúde, muitos pretendem emigrar quando terminam os seus estudos, etc. Emigram profissionais qualificados, formados nas universidades portuguesas, que tiveram um custo para o Estado, são compensados pela imigração de paquistaneses, indianos, brasileiros sem essa qualificação. Portanto, o empobrecimento relativo em relação ao resto da Europa tende a vincar-se.

Parabéns por me informar que Portugal é regionalizado ao invocar as regiões autónomas. Desconhecia.
E quanto a Portugal Continental?
Mas afinal, decida-se, prefere um país regionalizado como os restantes países da Europa ou prefere um país parolo e centralista?

Zeca 2021

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Re: Centralismo
« Responder #50 em: Janeiro 14, 2023, 05:33:53 pm »
Este ponto que o joao_s toca é absolutamente central: o contexto deste país é de empobrecimento, não de enriquecimento, por muito que os “amanhãs que cantam” vão cantando. Quem visse esta tarde o e-mail do Negócios ficaria a saber que a taxa atual de poupança está em 0,24% (leram bem) e que a este ritmo, dentro de escassos 20 anos, seremos mais um desses países comunistas em que o salário mínimo é igual ao médio e não há qualquer incentivo de progressão. Está-se a seguir um caminho muito perigoso.

E isto obviamente que vai afetar a rádio, afeta a RR, afeta a capacidade de descentralizar e manter gente, afeta os salários que se recebem. A Renascença pode ser da Igreja mas não faz milagres: e eu nem tinha sequer noção que eram 250 pessoas na estrutura rádio da Renascença (deduzo que no grupo). É uma estrutura pesada, na minha opinião, e para o que vai para a antena, quase de serviço público, confundindo-se com a valência social da Igreja embora nos últimos anos perdendo algum desse foco na RFM (está um pouco melhor na Mega Hits). Preços a pagar.

O Zeca vinha com um argumento que eu achei delicioso: “onde é que foi feita a Lei da Rádio? Em Bragança ou em Lisboa?”. Porque toda a gente sabe que se fosse, sei lá, feita numa casa de banho em Cinfães, já seria muito mais relevante… O que é que interessa onde a Lei da Rádio é ou deixa de ser feita? O que interessa é o resultado final.

E sim: é 200% verdade que rádio ou estrutura que se preze, e precise de ter valência comercial, tem que ter alguma coisa principal em Lisboa. Seja departamento de marketing, seja estrutura da estação, para a vender alguma coisa tem que haver porque está muito lá centralizado. Quem anda aqui a dizer que “em tempos do remoto” se vem com esse argumento devia experimentar - e sugiro que se faça esse exercício - enviar uns e-mails a algumas das principais empresas a pedir reuniões ou propostas de colaboração, reforçando com chamadas. Asseguro que é muito mais difícil do que parece. E dessa batalha ninguém fala. Porque como muita coisa neste mundo, quer-se tudo “dado e arregaçado”, feito e pronto a comer, e esquece-se do trabalho que está por trás.

Ou acham que aos profissionais do jornalismo da Renascença foi fácil trocar um contrato por recibos depois de tantos anos numa casa E ficar ainda leais e fiéis à estação e ao grupo? Ou acham que os emissores optimizados até ao tutano, o satélite, a manutenção técnica, se pagam sozinhos? Ou acham que as grelhas programáticas recheadas de conteúdos com inúmeras personalidades e os programas de autor ou não de 1 hora (!) como o Em Nome da Lei, Da Capa à Contracapa, Visto de Fora, o Hotel Califórnia (com 2h até) se pagam sozinhos? Já foi tempo.

Eu defendo uma descentralização, sim. Mas nunca ninguém me ouvirá dizer para mandar 250 profissionais para o Porto, qual Infarmed de pacotilha. Isso seria o maior suicidio comercial e de um grupo que já vi em muito tempo. O caminho é equilibrar, diversificar e acima de tudo tentar aguentar e ir progredindo um barco que, quando vai abaixo vai muito abaixo, e depois quando volta não volta totalmente e já fica pior, num país num contexto completamente descendente. Porque este é o contexto rádio desde literalmente 1995 e ninguém, ou quase ninguém, está a ver a vida como ela é.

Para o que existe e para a situação atual, a RR é uma rádio de excelência.

Se houvesse metade da exigência com a letárgica TSF que há com o Grupo Renascença eu estava todo feliz da vida.

Neste país é tão facil mandar pessoas para Lisboa por encerramento das delegações pelo país fora.
È tão facil mandar professores para Lisboa.
È tão fácil mandar tanta gente de fora de Lisboa para Lisboa.


Mas é tão dificil mandar os lisboetas para o pais, onde aí já é problemático.
Demagogia barata.
A RR se tem muita gente em Lisboa podia ter optado por terem menos gente em Lisboa e mais gente no Porto/Coimbra/Faro.
será quem em lisboa a luz, agua e salarios são mais baixos do que no resto do país? Obvio que não.
Decisões centralistas.
Nada impede uma rádio ter locução de continuidade desde o Porto ou outra cidade. Nada, só o preconceito, o parolismo.

Julio Carvalho

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Re: Centralismo
« Responder #51 em: Janeiro 14, 2023, 06:03:01 pm »
Vou so fazer aqui um apelo e contar uma história.
O apelo, nunca mais digam nada quando as centralistas RR ou Obs forem ao Porto ou à sua área Metropolitana, não refiram isso. O Zeca fica enervado. Afinal o Porto está tão sosegadinho, e lá vem esses ignorantes centralistas perturbar tudo...

Agora a história, quando a Sim foi fundada, era emitida a partir de Lisboa, Porto, Braga e Évora e mais tarde, quando a Sim adquiriu a Rádio Pal de Palmela, também emitia a partir daí.

E o que se verificada? Ninguém sabia isso, talvez só os ouvintes mais atentos.
Porquê? Em Lisboa as emissões do Aurélio Carlos Moreira não eram muito difrentes, das emissões do José Manuel Monteiro no Porto, nem do Daniel Mogas de Braga, nem do Carlos Coutinho de Évora ou do Carlos Lopes de Palmela.
Tinham música, referências ao tempo e alguma conversa que cada um, no seu estilo, tinha...
Ou seja, não trazia nenhuma mais valia para a rádio...

« Última modificação: Janeiro 14, 2023, 06:06:42 pm por R4 »

Zeca 2021

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Re: Centralismo
« Responder #52 em: Janeiro 14, 2023, 06:07:21 pm »
Vou so fazer aqui um apelo e contar uma história.
O apelo, nunca mais digam nada quando as centralistas RR ou Obs forem ao Porto ou à sua área Metropolitana, não refiram isso. O Zeca fica enervado. Afinal o Porto está tão sosegadinho, e lá vem esses ignorantes centralistas perturbar tudo...

Agora a história, quando a Sim foi fundada, era emitida a partir de Lisboa, Porto, Braga e Évora e mais tarde, quando a Sim adquiriu a Rádio Pal de Palmela, também emitia a partir daí.

E o que se verificada? Ninguém sabia isso, talvez só os ouvintes mais atentos.
Porquê? Em Lisboa as emissões dele não eram muito difrentes, das emissões do José Manuel Monteiro no Porto, nem do Daniel Mogas, nem do Carlos Coutinho de Évora ou do Carlos Lopes de Palmela.
Tinham música, referências ao tempo e alguma conversa que cada um, no seu estilo, tinha...
Ou seja, não trazia nenhuma mais valia para a rádio..
A Rádio Sim ocupava uma frequencia local da Maia e só com 6 horas do e para o Porto.
Nunca a emissão da Sim desde o Porto era nacional.
O típico preconceito lisboeta.
Já lhe disse, sair de Lisboa para visitas de estudo e regressar à sede não é descentralizar, é passear.

Julio Carvalho

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Re: Centralismo
« Responder #53 em: Janeiro 14, 2023, 06:14:07 pm »
Está enganado...
Até terminar as emissões, a Rádio Sim, tinha dois locutores no Porto, com programas diários próprios, o José Manuel Monteiro e a Felicidade Ramos.

Não insista no erro...

Memorias da Radio

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Re: Centralismo
« Responder #54 em: Janeiro 14, 2023, 10:49:59 pm »
Vou so fazer aqui um apelo e contar uma história.
O apelo, nunca mais digam nada quando as centralistas RR ou Obs forem ao Porto ou à sua área Metropolitana, não refiram isso. O Zeca fica enervado. Afinal o Porto está tão sosegadinho, e lá vem esses ignorantes centralistas perturbar tudo...

Agora a história, quando a Sim foi fundada, era emitida a partir de Lisboa, Porto, Braga e Évora e mais tarde, quando a Sim adquiriu a Rádio Pal de Palmela, também emitia a partir daí.

E o que se verificada? Ninguém sabia isso, talvez só os ouvintes mais atentos.
Porquê? Em Lisboa as emissões do Aurélio Carlos Moreira não eram muito difrentes, das emissões do José Manuel Monteiro no Porto, nem do Daniel Mogas de Braga, nem do Carlos Coutinho de Évora ou do Carlos Lopes de Palmela.
Tinham música, referências ao tempo e alguma conversa que cada um, no seu estilo, tinha...
Ou seja, não trazia nenhuma mais valia para a rádio...

Faltava uma coisa que devia ser anunciada em antena: que se emite desse local. E diferenciar um bocadinho trazendo ‘bits’ do que de melhor acontece nessa zona, coisas que aglutinem, agreguem e façam as pessoas sentir pertença à estação… e as outras curiosidade em sabê-lo, porque não se deve deixar ninguém de fora. Falta muito saber fazer nisso, não é culpa da Sim nem da RR, é culpa de quem forma no meio e perpetua o ciclo.

As emissões locais de âmbito nacional da Sim tinham essa questão, ou a falta dela, e a coisa era de tal ordem que eu, na altura muito ouvinte da Pal FM nos 102.2, deixei de conseguir saber quando uma emissão seguia de Lisboa ou de Palmela durante bastante tempo, largos meses. Só se tornou mais notório daí a algum tempo após o lançamento da Rádio Sim, porque os estúdios da Pal FM tinham algo que em Lisboa não havia… eco. E pior microfone.

Isto até 2010/11, altura a partir da qual tudo isso foi cortado.

Sei que não era o caso em todos os programas - o Alvo do Trindade Guedes assinalava recorrentemente que emitia dos estúdios da Sim a Norte, e por vezes a emissão saída de Braga tinha essas referências, só por vezes. Mas sempre de forma informal feita pelos locutores e nunca com jingles ou plástica dedicada para o sinalizar ao ouvinte, num contexto em que a voz na rádio já ia ficando muito para segundo plano na época e havia o boom das temáticas musicais (convém contextualizar).

Falta muito o hábito em Portugal de, quando se faz esse descentralizar, anunciar-se de forma adequada. Nunca mais me esqueci daquele Bareme mítico da M80 lá para 2012/13 em que ela acaba com tudo o que era emissões locais e vai de 6% para 4,7% de um Bareme para o outro. Ou seja, as 8h locais, feitas locais por obrigação legal, estavam a valer 1,3%. Foi a última vez que tivemos, na rádio já “moderna” feita em Portugal, uma visão muito clara do que contavam emissões locais.

Atualmente vai muito acima disso sim, é verdade, mas o que ninguém vai dizer é que não o faz por serem desnecessárias as emissões locais para a região Centro e Norte, nem o faz alicerçada totalmente no Norte (fora do Litoral a audiência é fraca, são só emissores locais e com falhas). Fá-lo isso sim no sul do país - lembro-me de ver ainda há pouco um Bareme em que a M80 no Alentejo cotava quase nos 15% e no Algarve outro tanto. Por causa da Rede Regional Sul.

Os atuais 7,tal por cento da M80 não tenho grandes dúvidas que se tornariam em 8 e tal/9 se houvesse uma aposta na dinamização dos alvarás locais com emissão no mínimo regional. Não creio que o “prémio de emissão local” tenha mudado em 9 anos.  Mas ficaria muito mais caro à Bauer e é por isso que não o fazem. Até ao dia em que a ERC se fartar e começar a obrigar a certos identificadores e conteúdos locais de um alvará que, apesar de tudo, foi dado a um certo concelho e distrito.

A mais valia para a rádio era fomentar emprego e voz nas diferentes regiões, neste caso. E isso também é serviço social digno da Igreja. Mas podia ter sido feito mais do que o que foi. Claro que agora é muito fácil de falar para mim ou quem seja, também já tudo acabou…
« Última modificação: Janeiro 14, 2023, 10:52:31 pm por Memorias da Radio »

joao_s

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Re: Centralismo
« Responder #55 em: Janeiro 15, 2023, 12:04:33 am »
Parabéns por me informar que Portugal é regionalizado ao invocar as regiões autónomas. Desconhecia.
E quanto a Portugal Continental?
Mas afinal, decida-se, prefere um país regionalizado como os restantes países da Europa ou prefere um país parolo e centralista?

O zecaJukebox, vira o disco e toca o mesmo, certo? Entrou em loop infinito e não sai do mesmo discurso enfadonho. Se, para si, vive num país parolo, está à espera de quê? Emigre.

Não é essa a minha perspetiva, vivemos num país de “chicos espertos” que tomaram o poder e capturaram a justiça. Este sistema vigora há décadas e prejudica o desenvolvimento económico e social, não obstante a cascata de fundos europeus que têm chegado nas últimas 4 décadas. É a Europa que nos salva, caso contrário teríamos um país subdesenvolvido, à maneira da América Latina. No entanto, verificamos que muitas práticas são semelhantes a países subdesenvolvidos e continuam a vigorar, sem que nada aconteça. A democracia portuguesa continua opaca e imperfeita. O estado de direito não funciona a partir de certos patamares, com casos que lesam fortemente a sociedade civil. Como se paga uma dívida externa de 242 mil milhões, da qual uma percentagem significativa resulta de vigarice e aldrabice, crimes que não são devidamente julgados.

Desde o referendo sobre a regionalização que decorreu no início da década de 90, nada de significativo mudou, provavelmente, estamos piores nestas matérias. Assim, a minha opinião sobre o assunto mantém-se, sou contra. Acrescentar uma camada intermédia de decisão política é um convite à continuação e quiçá aumento do saque e das máfias. Este país tem estado a saque e o que mudou? Nada.

Sou a favor da descentralização administrativa, de uma maior proximidade do estado à resolução dos problemas locais. No entanto, contra a criação de camadas políticas intermédias que provoquem uma corrupção que fique fora de controlo. Esta é a causa do nosso atraso em relação aos países de referência europeus.

Julio Carvalho

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Re: Centralismo
« Responder #56 em: Janeiro 15, 2023, 09:53:44 am »
Caro Memórias, hoje em dia as rádios têm identidade vincada, os locutores não têm que andar sempre a dizer de local estão a emitir.

Por exemplo o Carlos Coutinho da Sim, Évora, tinha o programa Praça Central, entre as 10 e as 12, e geralmente quando abria o programa dizia que estava nos estúdios de Évora. O programa até tinha rubricas e entrevistas, algumas eram de gente de Évora, mas a maioria não.


Posso dar outros casos, na RR, o último locutor a emitir do Porto era o José Araújo, e o mesmo se passava, na Mega, a última locutora a fazer horas locais a partir do Porto, era a Daniela Silva, nessas emissões Também referia a frequência e dava conta de alguns acontecimentos locais, mas ela fazia Também emissão nacional, no fim de semana e aí era uma locutora normal, dizia o que os outros também diziam...

modernices

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Re: Centralismo
« Responder #57 em: Janeiro 15, 2023, 10:50:48 am »
Falando em antena 1 e TSF, apenas, porque das outras, da igreja, não sou ouvinte, quando algo é feito do Porto nota-se menos qualidade. Há um ou outro caso em que não acontece mas no geral os profissionais tem muito menos qualidade quase a roçar o nível de rádio local (comparar um Frederico Moreno com um Nuno Rodrigues ou um Artur Carvalho ou Leonor Ferreira com um Nuno Domingues ou Ana Cristina Henriques é como comparar a beira da estrada com a Estrada da Beira), as condições de estúdio são piores e o conteúdo acaba por sofrer. Já na televisão é a mesma coisa. A RTP 3 maioritariamente feita a partir do Porto é sofrível. O Porto Canal é uma treta mal feita e por aí fora. Esta questão num país como este é uma parolice que só interessa ao Zecandido.

radiokilledtheMTVstar

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Re: Centralismo
« Responder #58 em: Janeiro 15, 2023, 11:03:47 am »
Falando em antena 1 e TSF, apenas, porque das outras, da igreja, não sou ouvinte, quando algo é feito do Porto nota-se menos qualidade. Há um ou outro caso em que não acontece mas no geral os profissionais tem muito menos qualidade quase a roçar o nível de rádio local (comparar um Frederico Moreno com um Nuno Rodrigues ou um Artur Carvalho ou Leonor Ferreira com um Nuno Domingues ou Ana Cristina Henriques é como comparar a beira da estrada com a Estrada da Beira), as condições de estúdio são piores e o conteúdo acaba por sofrer. Já na televisão é a mesma coisa. A RTP 3 maioritariamente feita a partir do Porto é sofrível. O Porto Canal é uma treta mal feita e por aí fora. Esta questão num país como este é uma parolice que só interessa ao Zecandido.

Agora desmascarou-se, talvez por mentalidades como essa é que Coimbra está como está...


Caro Memórias, hoje em dia as rádios têm identidade vincada, os locutores não têm que andar sempre a dizer de local estão a emitir.

Por exemplo o Carlos Coutinho da Sim, Évora, tinha o programa Praça Central, entre as 10 e as 12, e geralmente quando abria o programa dizia que estava nos estúdios de Évora. O programa até tinha rubricas e entrevistas, algumas eram de gente de Évora, mas a maioria não.


Posso dar outros casos, na RR, o último locutor a emitir do Porto era o José Araújo, e o mesmo se passava, na Mega, a última locutora a fazer horas locais a partir do Porto, era a Daniela Silva, nessas emissões Também referia a frequência e dava conta de alguns acontecimentos locais, mas ela fazia Também emissão nacional, no fim de semana e aí era uma locutora normal, dizia o que os outros também diziam...
Estaríamos a falar de uma questão de segundos, não é por aí. Por exemplo a CNN também exige que seja tudo o mais standardizado possível no entanto o Francisco David Ferreira faz sempre questão de dizer que está nos estúdios do Porto nas suas emissões ao fim de semana.
« Última modificação: Janeiro 15, 2023, 11:06:57 am por radiokilledtheMTVstar »

estvmkt

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Re: Centralismo
« Responder #59 em: Janeiro 15, 2023, 11:43:34 am »
Na Sim nunca percebi as horas de emissão local...
Por exemplo Viseu.
O José Araújo foi na M80.
Até 2012 a M80 tinha tudo feito localmente.
A Cidade e a Star creio que era tudo feito de Lisboa,as locais,só a M80 mantinha mesmo locais.
Na Mega o último foi o Fontoura..que também fazia nacional...