Vou so fazer aqui um apelo e contar uma história.
O apelo, nunca mais digam nada quando as centralistas RR ou Obs forem ao Porto ou à sua área Metropolitana, não refiram isso. O Zeca fica enervado. Afinal o Porto está tão sosegadinho, e lá vem esses ignorantes centralistas perturbar tudo...
Agora a história, quando a Sim foi fundada, era emitida a partir de Lisboa, Porto, Braga e Évora e mais tarde, quando a Sim adquiriu a Rádio Pal de Palmela, também emitia a partir daí.
E o que se verificada? Ninguém sabia isso, talvez só os ouvintes mais atentos.
Porquê? Em Lisboa as emissões do Aurélio Carlos Moreira não eram muito difrentes, das emissões do José Manuel Monteiro no Porto, nem do Daniel Mogas de Braga, nem do Carlos Coutinho de Évora ou do Carlos Lopes de Palmela.
Tinham música, referências ao tempo e alguma conversa que cada um, no seu estilo, tinha...
Ou seja, não trazia nenhuma mais valia para a rádio...
Faltava uma coisa que devia ser anunciada em antena: que se emite desse local. E diferenciar um bocadinho trazendo ‘bits’ do que de melhor acontece nessa zona, coisas que aglutinem, agreguem e façam as pessoas sentir pertença à estação… e as outras curiosidade em sabê-lo, porque não se deve deixar ninguém de fora. Falta muito saber fazer nisso, não é culpa da Sim nem da RR, é culpa de quem forma no meio e perpetua o ciclo.
As emissões locais de âmbito nacional da Sim tinham essa questão, ou a falta dela, e a coisa era de tal ordem que eu, na altura muito ouvinte da Pal FM nos 102.2, deixei de conseguir saber quando uma emissão seguia de Lisboa ou de Palmela durante bastante tempo, largos meses. Só se tornou mais notório daí a algum tempo após o lançamento da Rádio Sim, porque os estúdios da Pal FM tinham algo que em Lisboa não havia… eco. E pior microfone.
Isto até 2010/11, altura a partir da qual tudo isso foi cortado.
Sei que não era o caso em todos os programas - o Alvo do Trindade Guedes assinalava recorrentemente que emitia dos estúdios da Sim a Norte, e por vezes a emissão saída de Braga tinha essas referências, só por vezes. Mas sempre de forma informal feita pelos locutores e nunca com jingles ou plástica dedicada para o sinalizar ao ouvinte, num contexto em que a voz na rádio já ia ficando muito para segundo plano na época e havia o boom das temáticas musicais (convém contextualizar).
Falta muito o hábito em Portugal de, quando se faz esse descentralizar, anunciar-se de forma adequada. Nunca mais me esqueci daquele Bareme mítico da M80 lá para 2012/13 em que ela acaba com tudo o que era emissões locais e vai de 6% para 4,7% de um Bareme para o outro. Ou seja, as 8h locais, feitas locais por obrigação legal, estavam a valer 1,3%. Foi a última vez que tivemos, na rádio já “moderna” feita em Portugal, uma visão muito clara do que contavam emissões locais.
Atualmente vai muito acima disso sim, é verdade, mas o que ninguém vai dizer é que não o faz por serem desnecessárias as emissões locais para a região Centro e Norte, nem o faz alicerçada totalmente no Norte (fora do Litoral a audiência é fraca, são só emissores locais e com falhas). Fá-lo isso sim no sul do país - lembro-me de ver ainda há pouco um Bareme em que a M80 no Alentejo cotava quase nos 15% e no Algarve outro tanto. Por causa da Rede Regional Sul.
Os atuais 7,tal por cento da M80 não tenho grandes dúvidas que se tornariam em 8 e tal/9 se houvesse uma aposta na dinamização dos alvarás locais com emissão no mínimo regional. Não creio que o “prémio de emissão local” tenha mudado em 9 anos. Mas ficaria muito mais caro à Bauer e é por isso que não o fazem. Até ao dia em que a ERC se fartar e começar a obrigar a certos identificadores e conteúdos locais de um alvará que, apesar de tudo, foi dado a um certo concelho e distrito.
A mais valia para a rádio era fomentar emprego e voz nas diferentes regiões, neste caso. E isso também é serviço social digno da Igreja. Mas podia ter sido feito mais do que o que foi. Claro que agora é muito fácil de falar para mim ou quem seja, também já tudo acabou…