“pdnf”, desculpar-me-á a franqueza, que vistas tão curtas… Os serviços públicos de rádio e TV são basilares em qualquer país Europeu, o nosso está limitado face a outros por opções políticas e cedências aos privados. Isso é revelador de uma certa mentalidade facciosa e, digamos, de um certo atraso.
Veja bem, no lado oposto da RTP tem a RAI de Itália com 13 canais de televisão (descontando canais internacionais e regionais) e 12 canais de rádio (ambos os meios têm publicidade). Fazem bom serviço público, promovem a coesão interna, formam, informam, entretêm, exibem produções externas e promovem a imagem do país para dentro e para fora. Isso mesmo, aqui impera a pequenez…
João_s eu não sou liberal, daí entender ser absolutamente necessário termos um serviço público de rádio e TV, mas convenhamos que o custo de produzir TV é mais fixo do que variável, isto é, o custo marginal de produzir a RTP para 10M ou a RAI para 60M é desprezível. A menos qie ainda deseje pagar mais de CAV, é preferível fazermos pouco, mas com excelência, do que muito e fraco. Onde é que não podemos abrir mão de ter uma RTP forte? Na informação, claro está. Precisamos de renovar delegações regionais, reforçar a rede de correspondentes no estrangeiro, dotar de meios as equipas para produzirem informação de excelência, etc.
Repare que na programação que propus, ainda sobra muito espaço para, à escala do dinheiro de que dispomos, apostar na produção nacional de conteúdos, dai que tenha referido que uma boa parte da programação que valha a pena da 2, possa ser promovida à 1. Os recursos de Portugal são muito limitados, temos de ter consciência que termos pouca população e sermos um país atrasado e com pouca capacidade de produzir riqueza não nos permite ambicionar, desde já, um serviço público que todos desejassemos, para fazer face ao que os privados fazem que é, permitam-me, muito próximo de 0. O cenário que temos hoje é o de uma RTP a fazer o mesmo que os privados, a pagar muito menos, e a vetar a rádio, sim convém não esquecer que estamos num fórum sobre esta, a um desprezo absoluto.
O que não podemos tolerar é desperdício de recursos, quando tens peças essenciais a recibos verdes durante longos anos...
A RTP tem problemas estruturais que precisam de ser resolvidos, e receio que para crescer, se tenha, em primeiro lugar, de emagrecer a máquina.
Eu acredito que podemos emagrecer a máquina, sem mexer na base da própria RTP.
Na minha ótica, concessionar um canal público, aproxima-nos mais de um país de terceiro mundo, do que de um país civilizado e desenvolvido.
Aquilo que precisamos sim, é de bons gestores, de pessoas certas nos lugares certos, que saibam colocar a RTP a render em termos de audiências, sem precisar privatizar.
Li aqui algumas boas ideias (reforço da informação local/regional, no desporto ser a casa de TODAS as seleções portuguesas das principais modalidades desportivas).
O exemplo da RAI, é um excelente exemplo, considerando as diferenças entre ambos os países. Mesmo assim, acredito que é possível seguir um rumo parecido ao da RAI, com as conhecidas diferenças entre países, sem eliminar canais do mundo RTP, tal, se tenha vontade para isso.
Em termos de rádio, acho que há muito que pode ser feito de diferente, mas para isso, o mundo radiofónico português tem de "dar uma guinada" para o DAB+ com urgência.