Vou totalmente contra tudo o que aqui foi escrito, no sentido em que esta é a minha opinião:
Não vai acontecer nada. Não nas duas principais estações do grupo.
A Bauer Media é o grupo que detém a Kiss FM, rádio que, como a nossa congénere já era antes, é música ao minuto, ao quilómetro, pop como tudo, para fazer dinheiro e fazer bem. Onde há obrigações regionais, que a Ofcom impõe no Reino Unido, a Bauer tem-se batido por as esbater, seja com fusão de estações, eliminação ou redução da onda média, ou o que seja.
No estrangeiro, o que a Bauer detém é para fazer dinheiro da forma mais massificada que houver. Há vários exemplos a nÃvel europeu da sua forma de atuação.
Isto significa, Ã partida, o seguinte:
- A Rádio Comercial deve manter-se como está, no pior dos cenários com maior recurso a gravados fora das horas de ponta se isso sair mais económico mas não há muito mais por onde optimizar;
- A M80, agora já integralmente fora da esfera da Prisa ou remotamente similar, pode mudar de nome e incorporar outro nome. Neste momento, a Bauer pode gratuitamente utilizar a marca RCP (está valida até 2024 salvo erro) e Star FM (valida até meados de 2022), vem no pacote. Licenciamentos da Nostalgia estão fora de questão, para já, uma vez que a marca está valida até Fevereiro de 2022 ainda - e envolveria negociar com o grupo NRJ, algo que duvido muito que aconteça.
Pode acontecer é trazerem de graça uma das marcas do UK para cá porque como o UK está agora fora da União Europeia, não há conflito de marcas.
- Do segundo lote de rádios vamos ver grandes mexidas outra vez.
A Vodafone está letárgica e deve dar pouquÃssimo lucro, aquilo deve ser mesmo só o acordo, e com emissores de "meia tinta" todos remendados num paÃs com *cinco* rádios alternativas (SBSR, A3, VDF, Radar + universitárias). A SmoothFM está encostada ao tapete, com 3 locutores todos a fazer emissão gravada, mas ainda deve dar algum lucro e apanha um target que não está ainda bem explorado. A Cidade FM tem muitas vezes sequências próximas e overlap com a Comercial, problema que vai e vem conforme as vagas musicais.
Aqui diria que devemos assistir a uma transferência de emissores entre todos os projetos, no sentido de ficarem apenas 4 redes, mais sólidas.
Se a SmoothFM iria para a rede da Cidade quase integralmente? Talvez. Não se esqueçam que é um produto de classe A/B1, mais elevada, um produto barato de dinamizar como está, a Bauer pode chamar nomes vindos da Europa para lhe dar prestÃgio colaborando na rádio, ou trazer programas das suas afiliadas de maneira facÃlima, os anúncios por motivos de target podendo ser mais caros, e podendo explorar melhor o jazz. Há enorme potencial utilizando poucos recursos adicionais.
Se juntarmos à rede da Cidade 92.8 Figueiró dos Vinhos, retirarmos 101.0 Vale de Cambra mantendo 99.3 Alcanena, trocarmos em Lisboa os 91.6 com pressão da RFM, por uns 96.6 que respiram mais livremente... temos uma rádio que se faz ouvir no Litoral Norte no geral, em grande parte da zona Centro, resolve o problema dos 30kms sem sinal de Leiria e *quase* que se faz ouvir no centro, ouve-se bem no Ribatejo, em Lisboa, consegue ligar (não sei em que condições) com o emissor do Redondo em 97.2 e já fica com uma frequência em Faro, bem adequada para o seu target. Nestas condições vai facilmente aos 2-2.5% de AAV com potencial de proveitos muito superiores aos da Cidade, que está num target que se afasta da rádio e cujos custos com publicidade devem estar a cair também no mercado.
Com os restantes emissores, 94.3 Valongo + 101.0 Vale de Cambra + 103.0 Cantanhede + 97.7 Santarém + 91.6 Lisboa + 107.2 Amadora (para a linha de Sintra e eventualmente deslocalizando para lá para cobrir melhor o Oeste também) + 101.1 Moita daria para manter uma rádio virada principalmente para os centros urbanos de Porto, Aveiro, Coimbra, Santarém e Lisboa, com uma excelente cobertura da AML, uma boa cobertura da AMP, boa cobertura da região de Aveiro (101.0+103.0 já no sul), boa cobertura da região de Coimbra e o bónus do Ribatejo.
Neste tipo de parque emissor, dá para manter a Cidade a emitir como está, com redução de custos para manter a rentabilidade, ou alargando a playlist para incluir géneros mais alternativos provindos da Vodafone a tÃtulo complementar, mas não ocupando toda a grelha.
Fica a faltar uma rádio de informação que a ser, só poderia ser na segunda rede, mas já não vai ser que este grupo não está virado para isso; e o Alentejo fica com o problema de deixar de ter rádio jovem se não houver espanholas a lá entrar desse género, algo que algum dos operadores atuais pode repescar (a levemente à deriva Telefonia do Alentejo, por exemplo). Sendo um modelo simples e barato não creio que demore a ser reposto no éter alentejano.