Quem fala aqui não tem conhecimento da realidade de manter um projeto de rádio local com um verdadeiro serviço público local.
Já pensaram os custos que tem atualmente ter uma rádio local com funcionários e custos fixos que não são tão poucos?
O problema é que o dinheiro escasseia para manter a qualidade desejada. Claro que existem exceções...
Obviamente que no caso das redações é distinto, mas se pensarmos em termos de animação, ter uma rádio local bem feita, ou uma nacional, a estrutura de custos não é assim tão diferente quanto isso. Têm de preencher as mesmas 24/h de programação, dividir os painéis mais ao menos da mesma forma, se querem ter locução pelo menos, das 06h às 24h. O que difere é, obviamente, o potencial de captação de publicidade, enquanto uma nacional, ou uma rede de emissores associados ou em parceria consegue chegar praticamente ao país inteiro, ou, pelo menos, à maioria da população, as locais chegam a um punhado pequeno de pessoas. Obviamente que tal tem influência no preço que se pode cobrar pela publicidade, que mesmo nas nacionais já é baixíssimo, e por isso na rádio os salários são baixíssimos. Já aqui escrevi que fiquei surpreendido quanto fui às instalações de um grupo nacional e olhei para o parque automóvel com olhos de ver: no parque dos alunos na Universidade encontram, de longe, carros muito melhores e mais recentes. Com este cenário, como é que querem locais a sobreviver de modo decente, isto, claro, sem apoios camarários camuflados? E, lamento dizer, mas quanto mais para o interior se vai, pior é. E, já agora, quem estiver próximo da fronteira, ouça as locais (verdadeiras) que há do outro lado. Algumas parece que o som está ao nível da Onda Média, nem RDS têm, uma coisa profundamente arcaica. Os próprios grupos nacionais estão a cortar nas emissões locais, e não será por falta de audiência. O problema são mesmo os custos serem superiores aos rendimentos, se não for um MP3 FM ou um grande grau de boa vontade. Ou um mecenas generoso, estilo SONAE na NOVA.
Dito isto, o Zeca há uma coisa em que tem razão: tendo as nacionais praticamente todas estúdios pelo menos no Porto, nada obsta a que pudessem ter locutores noutros locais. Não é o facto de centralizar em Lisboa que faz sair mais barato. Isso, verdade seja dita, é uma escolha.
E a Smooth faz radio ? A SW faz rádio ? A batida faz rádio ?
Ou não têm locução ou a que têm limitam - se a algumas horas do dia, sem entrevistas, nada.
A Smooth já teve mais, precisavam de reforçar com dois locutores, seguramente. A SW tem locução até às 22h, se não estou em erro, em direto.