Há efectivamente uma ligação excessiva desas cantoras, que pessoalmente até gosto imenso
Tem muito a ver com alguns conceitos mais woke, que sao muito trend muito caros à jovem esquerda caviar...
Há uma franca pertinência neste comentário. A partir do momento que a Bárbara Tinoco tem músicas como a "Linha de Sintra" - que pinta uma realidade que só a espaços é real - e a Carolina Deslandes tem a
audácia de usar os concertos dela e as músicas para fazer intervenção política não solicitada - nada moderada, diga-se de passagem - absolutamente sim, temos que as associar a conceitos que caem precisamente em cheio no woke.
A ironia disto é que o início de carreira da Carolina Deslandes foi feito com uma música que mais facilmente se associaria ao espectro contrário e que até foi usada por anunciantes como a Médis. Acho que não é culpa de ninguém, só uma naturalidade das coisas.
Agora, neste aspeto a Comercial ir por arrasto é que já não concordo. Há como foi aqui dito associações a editoras, há as preferências dos ouvintes, há a necessidade de preencher quotas com musica portuguesa nova e o que estes artistas vêm ser é sobretudo fonte para isso, para uma obrigação legal de preencher quotas da ERC que ainda para mais subiu recentemente.
É um funil: a ERC obriga as rádios, que promovem os artistas, que se alimentam disso para fazer álbuns e concertos e ganham dinheiro com isso. Por arrasto ainda conseguem ir colecionando mais uns sumarentos bónus com o pagamento de concertos (de festivais ou festividades) pelas câmaras municipais, sempre bem acima do que concertos normais rendem, e que frequentemente em câmaras vermelhas são concertos que autoalimentam esse circuito político, direta ou subjetivamente.
Aqui há 20 anos discutia-se o excesso de música internacional nas rádios de cá e toda a gente reclamava. Agora há 30% de quota e reclamam também. Acho que não é bem pela quota que se tem, é mais por se ser português mesmo.