Sim, reconheço que tem razão.
A rapariga esteve na Mega cerca de 1 mês a fazer de conta que fazia alguma coisa, o grande objectivo era passar diariamente pelos gabineres do presidente da Gerência Bispo Américo e do gabinete do director Cunha para verificação do estado do cabelo, se continuava sedoso e parece que sim, a miúda continua a usar Pantene, não se desleixou( como acontece com muitas) e o cabelo continua lindo de ver..
Tenho evitado escrever sobre a Mega por aqui, por achar tudo isto, como bem descreveu o pdf "deprimente". Penso que o que se tem passado na gestão daquela rádio com a escolha dos elementos para os painéis, a manter-se a estratégia, vai exigir uma intervenção do Conselho de Gerência, que possivelmente só não faz mais, o porquê todos sabemos, é o costume em Portugal. Doutro modo, não tenho grandes dúvidas em afirmar que há um animador da Mega que não estaria no ar diariamente.
Saliente-se que não está em causa ou não a competência das pessoas que estão a ser selecionadas. Trata-se, isso sim, de perceber porque o foram, e sendo a Renascença um grupo ""privado"", é verdade que tem liberdade de contratar, não obstante dever faze-lo, como qualquer empresa, com recurso a critérios transparentes e que sejam relevantes para o desempenho das funções em causa, conforme dispõe o código do Trabalho, sendo tal particularmente relevante dado o grupo deter o estatuto de utilidade pública.
Exemplo prático: a Inês Lopes Gonçalves foi contratada para a RR. Não tem qualquer problema em não ter sido aberto um concurso, é uma pessoa com experiência e reputação no meio, créditos firmados e capacidade comprovada na condução de uma emissão de rádio. Catarina Maia é contratada para a MegaHits ao fim de dois meses de estágio curricular (pelo que consta já passou a contrato), sem ter terminado a Licenciatura em Comunicação Social na FCSH, por ter 207.000 seguidores no Instagram, ser modelo e ter ganho um concurso de beleza. Percebem o ponto? Não se trata da rapariga ter competências ou não, possivelmente a formação dela faculta-as, mas sim o porquê de ter chegado onde chegou. E não foram as brilhantes competências em rádio, mas sim outras, que não revelam para o meio. Pessoalmente, acho que a voz dela não se adequa minimamente a uma emissão regular em rádio, mas estou em crer, como escrevi há umas semanas que o Nélson Cunha está apostado em torná-la rapidamente a nova Mafalda Castro, de quem, verdade seja dita, não se sentiu grande falta, e que, honestamente, não me pareceu que tivesse deixado grandes saudades na maioria dos colegas, exceção feita à Maria Correia. Não obstante, sinto que há uma espécie de orfandade na figura de vedeta, por isso, não tenho dúvidas de que se correr bem no Tik Tok Radio Show, em Setembro arranjam maneira de correr com a Teresa do Snooze e de lá por a Cabelo Pantene Maia. Saliento que foi logo produzir as manhãs, mas só entrava às 9h, não às 7h como os locutores e a Matilde Prata. Vai agora para o Tik Tok Radio Show, rede social onde tem uma presença mínima, com cinco ou seis vídeos com números baixos no último ano e meio. Pergunto-me, foi para isso que mandaram embora a Maria João? Pois é, é gordita, uma mulher comum e não fazia dancinhas mas humor. Pronto...
Por contraponto, sendo verdade que a Cidade não é um grande exemplo, pois foi quem começou com a moda de contratar famosos, nomeadamente youtubers, justiça seja feita, tem emendado a mão, nomeadamente com as contratações das Catarinas. Por outro lado, faço a minha vénia à Laura Ferreira que conseguiu levar avante o projeto dela de criar formações de locutores, para ficarem com uma pool alargada de recrutadores. Soube que apesar de inicialmente terem pensado num grupo reduzido de pessoas, que tinham de ser estudantes numa Instituição de Ensino Superior de Comunicação Social, mas a Laura acabou por aceitar muito mais pessoas, basicamente, quem demonstrou interesse entrou no programa. Tem lá um elemento que é quadro da TSF - Global Media, por exemplo. Diria que é quase uma postura de diretora sombra. Podia a Mega fazer isto? Claro que sim, até tem uma ligação umbilical com uma Universidade Católica. O que faz? O seu oposto. Lembro que as últimas pessoas que entraram por casting foram a Catarina Palma e a Ana Pinheiro, já lá vão quase 10 anos. O Diogo Pires foi por concurso, o Alexandre por transferência da RR, vindo da informação e a Inês Bento da RFM. A Inês Nogueira nunca falou abertamente sobre isso, mas já ouvi insinuarem que foi fator C, o Luís Pinheiro C ao cubo, Mafalda e Conguito no leque dos famosos, diretamente para o programa de maior prestígio.
Como se faz isto? Emissões nas universidades, em parceria com as rádios da academia, há tanto trabalho que se pode fazer. Acho incrível, por exemplo, uma rádio como a Mega não ter praticamente emissões fora de estúdio, junto da malta nova de norte a sul. Agora, se não se sair fora de portas, e ficar no gabinete a fazer scroll no Instagram, o método de escolha vai continuar a ser este.
Diria que a próxima aquisição também já está escolhida, ou me engano muito, ou será a Joana Miranda, que apresentava o Curto Circuito e faz o podcast "A Minha Vida dava um filme" agora lá nos estúdios da Mega. Encaixando no perfil, ao mesmo tempo é bastante alternativa, e até um tanto disruptiva, pelo que até acredito que resulte, embora a voz não seja lá muito melodiosa.
Realmente olhando para o lote de animadoras da Mega perguntava-me porque é que cada uma delas poderia ter uma carreira de modelo, mas não pensei que chegasse a esse ponto...
É verdade isso, com exceção da Teresa Oliveira, da Maria Correia, que se estão literalmente nas tintas para serem aquele modelo de mulher sexy, e também da Inês Bento (sendo que esta última se repararem nos últimos posts dela parece que percebeu que tem de arrepiar caminho se quer sentar-se em frente ao microfone diariamente). E isso leva a uma distorção muito grande, que é a existência de um desequilíbrio significativo entre géneros e mesmo dentro do feminino, no tipo de mulheres representadas na estação. Não quero acreditar que as pessoas sejam escolhidas pela roupa mais ou menos curta, por terem um corpo bonito ou dançarem de forma sensual no Tik Tok, mas parece mesmo que sim, pelo menos dá essa ideia. E à mulher de César (Mega) não basta ser séria, é preciso parecê-lo. Mais uma vez, não ponho com isto em causa as competências das pessoas. Por exemplo, acho a Catarina Palma uma mulher linda, mas é uma excelente locutora pelo domínio que tem da voz e da emissão, e pela envolvência que cria com o auditório, por nada mais. Tal como acho o mesmo da Teresa, que é a voz feminina que mais gosto e que acho que tem mais condições para chegar longe, e que, já agora admiro por não ceder à tentação de usar os atributos femininos dela para progredir na carreira.
Da gosto ouvir agora a Mega.
No meu ver vejo finalmente paineis mais adequados.
So acho que a haver mudança era trocar o painel da manhã pelo da tarde.
Mas sem Maria Correia acho melhor.
Finalmente, falando dos paineis, agora que passaram três semanas completas da reestruturação. Começo por dizer que a decisão de alterar a grelha foi tomada muito rapidamente, na terça-feira dia 29, quarta fez-se uma sessão fotográfica com recurso a "prata de casa" (David Caronha) por não haver tempo a perder, sexta-feira pôs-se a correr para o mundo. Dá mesmo a impressão que quem ganhou o campeonato de pesca à linha foi o Nelson Cunha, que anda desde o Verão de 2021 a atirar para todos os lados que mexem e só acertou alguma coisa mais por sorte do que juízo, no caso as saídas da Inês Andrade, da Mafalda e da Maria por licença.
Lembro que o Drive-In só estabilizou depois do Verão com a dupla improvável Catarina-Ana. Continuo a achar o Luís Pinheiro um elemento decorativo, um tanto ou nada arrogante no trato, quer com as colegas quer com as ouvintes, e que faz muito pouco para lá dos mínimos. O programa ficava muito melhor servido com o Diogo Pires (o Alexandre agora não, explico no final porquê). O Tiago Almeida deveria fazer a rúbrica mais do que duas vezes por semana e ter uma presença mais aproveitada em antena, é um bom valor. Atenção que acho que o Drive-In corre o sério risco de se estar a desgastar muito rápido com o "Vai que é tua", a participação dos ouvintes tem diminuído acentuadamente, sendo dois ou três, os mesmos sempre a segurarem as pontas.
Quanto ao Snooze, a dupla da Teresa com a Inês está a funcionar bem, não obstante achar que a Inês está a fazer um bocadinho o que já fazia com a Ana Pinheiro, que é tentar comer um bocadinho o espaço da Teresa. Tem uma excelente voz de rádio, daquelas que namora bem com o ouvinte, é uma miúda muitíssimo ambiciosa, vai chegar longe, lembro que é a mais nova da Mega e não parece, só tem 23 anos. Para além disso está a posicionar-se bem em termos de criação da figura pública, tem bons connects também, e isso ajuda. Para os temas girly e gossip funciona muito bem. O Conguito tem evoluído, embora continue a achar que como host, deixa um bocado a desejar. A Teresa devia assumir esse papel. Não obstante, por mim, já lá estava o Alexandre como elemento masculino principal, e o Nélson vai arrepender-se dessa situação. Até porque o Fábio, fruto de muitos compromissos profissionais, ausenta-se várias vezes.
Quanto à dupla Diogo-Pilar, é claramente uma resposta à Cidade FM, assim como o início mais cedo do Drive-In. Tem sido sempre a Mega a andar a reboque da Cidade, nunca o inverso. A escolha da Pilar Lourenço (só o nome é beta ao quadrado, bem ao estilo de Lisboa) procurará tentar fazer crescer as audiências em Viseu, de onde é originária a rapariga, para rentabilizar os 106.4. Também estará relacionada com o facto de as festas académicas de lá estarem a ser cobertas pela Mega com grande destaque.
Doutro modo, não compreendo porque não foi antes opção a Inês Bento, que tem créditos mais firmados, de um ano de cobertura exemplar de falhas de colegas e de fins-de-semana. Eu se fosse à rapariga, juro, apresentava a carta de demissão, preferia ir para caixa de supermercado, do que ser ultrapassada pela direita dessa maneira. E é burrice porque ela tem uma voz muito boa, e relaciona-se bem com os ouvintes. Tem também o traquejo de produção no Wi-Fi da RFM, que já é um outro patamar. Mal por mal, tivessem escolhido a Matilde Prata que tem melhor voz e é mais espontânea e genuína. A Pilar não encaixa com o Diogo, tem uma voz que feia, nota-se que está a ler a todo o momento o guião e quando não está diz disparates como "ligas para a Mega" em lugar de sintonizas na Mega, sendo que o Diogo já a corrigiu mais do que uma vez. Também já por mais do que uma vez o Diogo tem takes que nem lhe abre a via, nota-se que ainda a trata como uma espécie de estagiária, o que me parece merecido. Foi muito cedo, primeiro tinha de fazer uns fins-de-semana e depois logo se via. Fizeram bem em pôr a dupla, muito mal em não escolher a Inês Bento, que se entrega tanto que até fez as noites em direto na semana de férias do Alexandre, sexta-feira santa incluída. O programa chamar-se Diogo e Pilar é que não dá com nada, não tiveram tempo de pensar num nome?
Pontos positivos, a escolha da música que abre a hora das três, mas mal feito no IG, ao não usarem uma caixa de votação, mas sim a de comentários.
Pontos negativos: aquela hora de "Bora RFM" travestido (usam as versões censuradas das músicas da RFM e não da Mega) todos os dias às 14h, deve perder mais ouvintes que ganhar.
Disparate seguinte: Hot ans Slow segunda e domingo. Ok, não ser diário entendo, mas domingo e segunda, que lógica?
Finalmente, as noites, que perderam uma dupla e continuam a ser relegadas para segundo plano, gravadas, num horário de menor audiência mas que justifica o investimento, porque fideliza, e onde a Cidade está forte. O Alexandre está desmotivado e, como é público, pode ser escrito, está ao momento à procura de emprego. Consta que terá também terminado o relacionamento com a Catarina, o que talvez não ajude, mas se fosse devidamente tratado como o valor que é, certamente não aconteceria. Se o Mendes for inteligente, segura-o na RFM, caso contrário, bem que pode ser agarrado pela Sampaio e Pina. Este é talvez o ponto mais negativo da gestão do Nelson, a desvalorização do potencial de evolução dos seus melhores Recursos Humanos. E isso, não impacta só hoje a Mega, mas a RFM e a RR amanhã. Sim, porque não nos iludamos, não são os Cabelos Pantenes que vão estar aos comandos da RR daqui a 10 ou 15 anos, mas malta com verdadeiro valor.
