O que acontece é que a Renascença não tem dinheiro nem estrutura para manter duas rádios nacionais. Um das licenças deveria ser retirada e colocada a concurso a bem da pluralidade e da qualidade da oferta radiofónica.
Eu até vou mais longe. Devia ficar sem as duas. É um erro histórico o favorecimento à igreja.
Deve ir a concurso como as outras.
A minha opinião é sempre a mesma, todas as rádios deveriam ir a concurso, incluindo as três antenas. Obviamente que dificilmente estas perderiam as licenças nacionais, mas seria um incentivo a que cumpram as licenças de acordo com o que foi aprovado, evitando algumas falhas que aqui vamos apontando, ao mesmo tempo que as privadas se esforçariam para conseguir ficar com as licenças.
Já penso há alguns anos que, mais ano menos ano, uma das redes nacionais será vendida. A RR não consegue fazer a facturação que a Bauer faz com as mesmas três rádios (a mais velha, a de meia-idade e a jovem), excluo aqui a Batida e a Smooth que deve ter receitas residuais.
Penso que a R/Com tem é de mudar significativamente o departamento comercial. A diferença nas audiências não justifica uma diferença tão gritante na faturação, isto se os dados que vieram a público recentemente, nomeadamente pelo Eco, estiverem corretos. Daí a que uma das redes seja vendida, acho que ainda vai uma grande distância. Embora, na realidade, a RFM hoje em dia praticamente se pudesse fundir com a RR, se passarem os relatos todos para o online, a maioria dos programas de palavra que estão no ar na RR conseguiriam ser acomodados em horários de fim-de-semana na RFM. E, provavelmente assim, a RR seria líder. Mas não me parece que seja um cenário realista. Para além disso, a Igreja tem dinheiro, isso todos sabemos, as "dificuldades" têm forma de ser colmatadas.
Em relação a fusões, a única que veria com bons olhos seria uma concessão à Observador, mantendo a RR a parte de entretenimento da programação e a Observador a parte informativa, integrando, naturalmente, com o devido destaque, os jornalistas da RR na redação. Há alguma relação com o Publico, que também pode ser explorada.
Porém, as fusões têm um inconveniente, que é o da diminuição da pluralidade na informação. O que é preciso é criar condições para que os grupos ganhem músculo.