As rádios que deixaram de emitir pertenceram a empresas com problemas financeiros, que se tornaram insustentáveis, por isso cessaram a atividade. Quando as empresas acumulam prejuÃzos e dÃvidas, e não geram os lucros previstos, fecham. Nunca o vi preocupado com os milhares de empresas que faliram nos últimos anos, deixando no desemprego largos milhares de trabalhadores, muitas vezes do mesmo agregado familiar. Para si a rádio deve ser tratada como um caso à parte, mas não é assim, as leis do mercado aplicam-se como nos restantes setores de atividade (com algumas restrições por se usar o bem público que é o espetro radioelétrico. Claro está que existe uma entidade reguladora que zela por esse bem público, legislando no sentido de evitar a apropriação por grupos xenófobos, ideologias de extrema direita ou esquerda, entre outros, que põem em causa o estado de direito e a salvaguarda dos interesses de toda comunidade). Só faltava que o “Zeca†defendesse a utilização da “varinha mágica†do estado para colmatar a falta de investimento e desinteresse na radiofusão sonora local que cessa a atividade, enterrando aà verbas de todos os contribuintes, sem nenhum proveito. Um dos problemas, graves, que têm afundado o paÃs é a promiscuidade entre dinheiros públicos e setor privado, saindo a perder o estado. Uma empresa privada deve sobreviver per si, não a contar com verbas públicas, que são usadas em proveito de alguns, e não em prol da comunidade. Esse “paternalismo†serôdio do estado, que acorre a tudo o que é uma lógica de interesses instalada, tem afundado o paÃs, que não investe nas áreas em que tem potencial, porque os recursos tem vindo a ser desviados para outros fins, em benefÃcio de alguns. A corrupção e falta de estratégia são o problema de há décadas a esta parte, a juntar à falência de um modelo económico que foi posto em causa com a entrada dos paÃses de leste na UE e concorrência da China. Disso não não menciona nem uma palavra... A sua cassete é sempre a mesma.
Mas como o “Zeca†anda numa onda de viagens espaciais, sugiro-lhe o visionamento do filme de ficção cientÃfica “Blade Runner – Perigo Iminenteâ€, realizado por Ridley Scott em 1982, um marco nos filmes deste género. Como audição, sugiro-lhe “Vangelisâ€, que também compôs a banda sonora original deste filme. Por exemplo, sabia que a M80 dedicou o TOP de hoje, domingo, a 1982. Imagine qual foi o músico que atingiu o número um…
Estou a ouvir a BBC Radio 2 no momento em que escrevo este post, a desfrutar do programa de Clare Teal (dedicado à música de orquestra e seus derivados) e a aguardar pelo programa de Moira Stuart (dedicado ao Smooth Jazz e seus derivados ). Constato que o serviço público de radiodifusão da RTP ainda é uma nebulosa, maçador e ultrapassado. Falha um eixo estruturante e vital de serviço público, com uma rádio dedicada ao público adulto (aquele que paga a RTP), aos seus filhos e avós, ie, a todo o agregado familiar, como faz a BBC Radio 2. Um modelo diversificado e coerente, excelente. Faz falta por cá.