Autor Tópico: Quota de música portuguesa na rádio  (Lida 7176 vezes)

Atento

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Re: Quota de música portuguesa na rádio
« Responder #15 em: Janeiro 15, 2021, 07:14:58 am »
Já se sabe vão aumentar a cota para 30%. A senhora Ministra da Cultura anunciou hoje...


Eu também já decidi que não dou mais um cêntimo, enquanto esta imposição vigorar, à música portuguesa.

Hélder Fialho

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SamM

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Re: Quota de música portuguesa na rádio
« Responder #17 em: Janeiro 15, 2021, 05:18:26 pm »


masterhead

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Re: Quota de música portuguesa na rádio
« Responder #19 em: Janeiro 16, 2021, 02:11:37 am »
A ideia inicial não era para elevar a quota para os 40%?

ToLv

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Re: Quota de música portuguesa na rádio
« Responder #20 em: Janeiro 17, 2021, 04:47:43 pm »
Já agora, se alguém tiver interesse na carta aberta enviada à ministra:
https://gruporenascencamultimedia.com/wp-content/uploads/2021/01/Carta-Quotas-Ministra-da-Cultura.pdf

Atento

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Re: Quota de música portuguesa na rádio
« Responder #21 em: Janeiro 17, 2021, 05:07:04 pm »
Já agora, se alguém tiver interesse na carta aberta enviada à ministra:
https://gruporenascencamultimedia.com/wp-content/uploads/2021/01/Carta-Quotas-Ministra-da-Cultura.pdf


A ministra e o inefável secretário de estado já não deveriam ocupar os cargos que ocupam há muito tempo.

O mais lamentável de tudo é que tenham sequer ocupado o lugar.

Hélder Fialho

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Re: Quota de música portuguesa na rádio
« Responder #22 em: Janeiro 26, 2021, 02:36:57 am »

Nao percebo a indignação.

Se querem estar legais, tem que cumprir a lei!


O Governo (todos os anteriores, não só este), se estivesse realmente interessado nos músicos nacionais e na Cultura portuguesa de uma maneira geral, tratava finalmente de criar o Estatuto do Artista (acho que finalmente no mês passado ficou concluído e cuja não existência devia envergonhar-nos a todos, 47 anos depois do 25 de Abril) para que a precariedade na Cultura acabe de vez, para que a designação de trabalhador da cultura exista efectivamente e para que eles possam descontar para a Segurança Social e terem apoios e acabar-se de vez com a ideia medieval do artista que prevalece no nosso país como alguém quase ilegal, itinerante e, se lhe acontece alguma coisa, fica desamparado e desprotegido. Isto não acontece em França nem em nenhum país civilizado, só cá. Um País que não tem e nunca teve uma política cultural e onde o pouco que se fez foi com Manuel Maria Carrilho, talvez o único bom Ministro da Cultura que tivemos. Como tal, este súbito acordar do Governo para a falta de dinheiro dos músicos nacionais devido à pandemia e esta solidariedade para com os músicos nacionais não é genuína e não se pode acreditar nela. Se não fosse o impacto do vírus, eles não mexiam na quota. Isto é tão somente para as grandes editoras, que estão agora ainda mais à rasca, terem os seus grandes lucros assegurados. Sem concertos e com a gravação de álbuns limitada pela impossibilidade da proximidade física, resta as músicas tocadas nas rádios. Toda a gente sabe que os artistas são quem ganha menos, mesmo em condições normais, sem vírus. As editoras é que ficam com a fatia maior do bolo, até porque são elas que impõem as playlists nas rádios de música comercial, seguindo as directivas que vêm das suas casas-mãe nos Estados Unidos. Portanto o Governo vai pelo mais fácil que é algo que pode impor directamente que é a quota de música passada nas rádios. A indignação é porque isto é uma interferência na liberdade das rádios, sobretudo das rádios temáticas e das rádios locais, de passarem a música que quiserem e na nossa (minha, sua e nossa em termos de colectivo) liberdade de ouvirmos o que queremos (não, nenhum familiar meu ou amigo trabalha na rádio). O argumento de que a quota não é cumprida já não cola porque a esmagadora maioria das rádios não só cumpre a quota como até a supera.
« Última modificação: Janeiro 26, 2021, 02:53:48 am por Hélder Fialho »

Hélder Fialho

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Re: Quota de música portuguesa na rádio
« Responder #23 em: Fevereiro 20, 2021, 08:36:06 pm »

Nao percebo a indignação.

Se querem estar legais, tem que cumprir a lei!


Ainda lhe digo mais. Aliás, não sou eu que vou dizer. É a Isilda Sanches, uma vez que vou citá-la numa entrevista que ela deu quando saiu da Oxigénio e foi para a Antena 3. Ela refere também outra questão absurda que está consagrada, não nesta alteração à lei (a entrevista é, obviamente, anterior a esta alteração), mas a algo que já existe na lei como ela existe:

"Aqui na Antena 3 também há uma política musical. O constrangimento principal tem a ver com a música portuguesa, por causa da aplicação da lei da música portuguesa e da fiscalização. Como a Oxigénio tinha o estatuto de rádio temática, estava posicionada num estilo que alegámos que não tinha produção musical suficiente para cumprir a quota, e foi-nos dado o direito de não a cumprir. Mas passávamos muita música portuguesa que não estava editada ou que era instrumental. A lei da música portuguesa diz que não chega a música ser feita por músicos portugueses, tem de ser cantada em português, e isso é um constrangimento muito grande no mundo actual. Não só porque o inglês está generalizado, mas também porque põe de lado a música instrumental, o que é um absurdo. Os Dead Combo são instrumentais, o Rodrigo Leão, até há pouco tempo, também era instrumental. Esse tipo de constrangimento, aqui, é maior e é fiscalizado. A Antena 3 pertence a um grupo que está ligado ao Estado, portanto há uma fiscalização contínua. Essa é a parte mais complicada. Para se cumprir a lei como ela supostamente está enunciada é muito difícil. Nem sequer a produção de música portuguesa permite isso. Ou seja, se calhar permite, mas não com a música nova que está a sair. Permite com alguns géneros antigos, com determinados estilos, mas no grosso, no indie rock, na pop electrónica, no hip-hop… Se bem que no hip-hop fala-se em português mas, por exemplo, um produtor de hip-hop que só faça beats, como o Beats Vol. 1: Amor, do Sam the Kid, não seria considerado para a quota. Essas coisas fazem-me confusão.

(...) "as rádios hoje em dia têm um software que permite fazer essas contas, mas digamos que isso às vezes coage um pouco a playlist. Acaba por obrigar a mais repetições, para garantir que passam as músicas que têm de passar. Para mim é incompreensível como é que se pode achar que instrumentais ou cantar em inglês não conta na quota de música portuguesa. Não percebo como é que isso é possível num mundo global. Se as pessoas que estão a tocar nasceram em Portugal, ou vivem em Portugal — porque também temos esse caso, há muita gente que, não tendo nascido em Portugal, está cá a viver —, é música portuguesa ou não é? Daqui a pouco é preciso mostrar o cartão de cidadão… Isso faz-me confusão e estou convencida de que deve ser da interpretação."
« Última modificação: Fevereiro 20, 2021, 08:38:05 pm por Hélder Fialho »

guest6

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Re: Quota de música portuguesa na rádio
« Responder #24 em: Fevereiro 20, 2021, 09:36:14 pm »

Nao percebo a indignação.

Se querem estar legais, tem que cumprir a lei!


Ainda lhe digo mais. Aliás, não sou eu que vou dizer. É a Isilda Sanches, uma vez que vou citá-la numa entrevista que ela deu quando saiu da Oxigénio e foi para a Antena 3. Ela refere também outra questão absurda que está consagrada, não nesta alteração à lei (a entrevista é, obviamente, anterior a esta alteração), mas a algo que já existe na lei como ela existe:

"Aqui na Antena 3 também há uma política musical. O constrangimento principal tem a ver com a música portuguesa, por causa da aplicação da lei da música portuguesa e da fiscalização. Como a Oxigénio tinha o estatuto de rádio temática, estava posicionada num estilo que alegámos que não tinha produção musical suficiente para cumprir a quota, e foi-nos dado o direito de não a cumprir. Mas passávamos muita música portuguesa que não estava editada ou que era instrumental. A lei da música portuguesa diz que não chega a música ser feita por músicos portugueses, tem de ser cantada em português, e isso é um constrangimento muito grande no mundo actual. Não só porque o inglês está generalizado, mas também porque põe de lado a música instrumental, o que é um absurdo. Os Dead Combo são instrumentais, o Rodrigo Leão, até há pouco tempo, também era instrumental. Esse tipo de constrangimento, aqui, é maior e é fiscalizado. A Antena 3 pertence a um grupo que está ligado ao Estado, portanto há uma fiscalização contínua. Essa é a parte mais complicada. Para se cumprir a lei como ela supostamente está enunciada é muito difícil. Nem sequer a produção de música portuguesa permite isso. Ou seja, se calhar permite, mas não com a música nova que está a sair. Permite com alguns géneros antigos, com determinados estilos, mas no grosso, no indie rock, na pop electrónica, no hip-hop… Se bem que no hip-hop fala-se em português mas, por exemplo, um produtor de hip-hop que só faça beats, como o Beats Vol. 1: Amor, do Sam the Kid, não seria considerado para a quota. Essas coisas fazem-me confusão.

(...) "as rádios hoje em dia têm um software que permite fazer essas contas, mas digamos que isso às vezes coage um pouco a playlist. Acaba por obrigar a mais repetições, para garantir que passam as músicas que têm de passar. Para mim é incompreensível como é que se pode achar que instrumentais ou cantar em inglês não conta na quota de música portuguesa. Não percebo como é que isso é possível num mundo global. Se as pessoas que estão a tocar nasceram em Portugal, ou vivem em Portugal — porque também temos esse caso, há muita gente que, não tendo nascido em Portugal, está cá a viver —, é música portuguesa ou não é? Daqui a pouco é preciso mostrar o cartão de cidadão… Isso faz-me confusão e estou convencida de que deve ser da interpretação."

Na "mouch" caro Hélder. O resto é o que é...

Micro

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Re: Quota de música portuguesa na rádio
« Responder #25 em: Fevereiro 21, 2021, 05:23:24 pm »
Isto das cotas é uma pouca vergonha!

SamM

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Re: Quota de música portuguesa na rádio
« Responder #26 em: Fevereiro 23, 2021, 09:41:03 am »

Nao percebo a indignação.

Se querem estar legais, tem que cumprir a lei!


Ainda lhe digo mais. Aliás, não sou eu que vou dizer. É a Isilda Sanches, uma vez que vou citá-la numa entrevista que ela deu quando saiu da Oxigénio e foi para a Antena 3. Ela refere também outra questão absurda que está consagrada, não nesta alteração à lei (a entrevista é, obviamente, anterior a esta alteração), mas a algo que já existe na lei como ela existe:

"Aqui na Antena 3 também há uma política musical. O constrangimento principal tem a ver com a música portuguesa, por causa da aplicação da lei da música portuguesa e da fiscalização. Como a Oxigénio tinha o estatuto de rádio temática, estava posicionada num estilo que alegámos que não tinha produção musical suficiente para cumprir a quota, e foi-nos dado o direito de não a cumprir. Mas passávamos muita música portuguesa que não estava editada ou que era instrumental. A lei da música portuguesa diz que não chega a música ser feita por músicos portugueses, tem de ser cantada em português, e isso é um constrangimento muito grande no mundo actual. Não só porque o inglês está generalizado, mas também porque põe de lado a música instrumental, o que é um absurdo. Os Dead Combo são instrumentais, o Rodrigo Leão, até há pouco tempo, também era instrumental. Esse tipo de constrangimento, aqui, é maior e é fiscalizado. A Antena 3 pertence a um grupo que está ligado ao Estado, portanto há uma fiscalização contínua. Essa é a parte mais complicada. Para se cumprir a lei como ela supostamente está enunciada é muito difícil. Nem sequer a produção de música portuguesa permite isso. Ou seja, se calhar permite, mas não com a música nova que está a sair. Permite com alguns géneros antigos, com determinados estilos, mas no grosso, no indie rock, na pop electrónica, no hip-hop… Se bem que no hip-hop fala-se em português mas, por exemplo, um produtor de hip-hop que só faça beats, como o Beats Vol. 1: Amor, do Sam the Kid, não seria considerado para a quota. Essas coisas fazem-me confusão.

(...) "as rádios hoje em dia têm um software que permite fazer essas contas, mas digamos que isso às vezes coage um pouco a playlist. Acaba por obrigar a mais repetições, para garantir que passam as músicas que têm de passar. Para mim é incompreensível como é que se pode achar que instrumentais ou cantar em inglês não conta na quota de música portuguesa. Não percebo como é que isso é possível num mundo global. Se as pessoas que estão a tocar nasceram em Portugal, ou vivem em Portugal — porque também temos esse caso, há muita gente que, não tendo nascido em Portugal, está cá a viver —, é música portuguesa ou não é? Daqui a pouco é preciso mostrar o cartão de cidadão… Isso faz-me confusão e estou convencida de que deve ser da interpretação."

Meu caro, posso entender que existem coisas mal geridas ao longo dos tempos, mas isso nao pode servir de desculpa para que nao se façam mudanças. Já que fala na Antena 3 e numa das suas radialistas, aconselho-o a ouvir o podcast do Henrique Amaro à Blitz, difundido a semana passada. Acha que é por aumentar 5% a quota de musica por hora (uma faixa no máximo) que vai fazer tão grande diferença nas playlist?! Tudo isto são birras! Diz o HA e bem que não é por isso que os portugueses vão deixar de consumir rádio. Aconselho-o também a ler, por exemplo, o artigo do Observador (https://observador.pt/2021/01/29/quota-de-30-na-emissao-de-musica-portuguesa-entra-em-vigor-dia-27-de-fevereiro/) onde massivamente o musicos portugueses se congratulam por esta decisão. Serão eles burros, facciosos?! Se calhar ate seria insuficiente, e poderia ser maior. A questão é que os produtores de playlist também nao querem ter muito trabalho na elaboração de playlist. É reconhecido que a produção de musica nacional aumentou muito nos ultimos 20 anos, e existe "produto" que dê e sobre para evitar muitas repetições, agora quando eu, por exemplo, ligo a RFM e vejo que de 3 em 3 horas está sempre a tocar o Pedro Abrunhosa com a mesma musica, acha que estamos a falar de um problema de quota? Sejamos sérios na análise!
« Última modificação: Fevereiro 23, 2021, 09:49:25 am por SamM »

SamM

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Re: Quota de música portuguesa na rádio
« Responder #27 em: Fevereiro 23, 2021, 10:14:00 am »

Nao percebo a indignação.

Se querem estar legais, tem que cumprir a lei!


Ainda lhe digo mais. Aliás, não sou eu que vou dizer. É a Isilda Sanches, uma vez que vou citá-la numa entrevista que ela deu quando saiu da Oxigénio e foi para a Antena 3. Ela refere também outra questão absurda que está consagrada, não nesta alteração à lei (a entrevista é, obviamente, anterior a esta alteração), mas a algo que já existe na lei como ela existe:

"Aqui na Antena 3 também há uma política musical. O constrangimento principal tem a ver com a música portuguesa, por causa da aplicação da lei da música portuguesa e da fiscalização. Como a Oxigénio tinha o estatuto de rádio temática, estava posicionada num estilo que alegámos que não tinha produção musical suficiente para cumprir a quota, e foi-nos dado o direito de não a cumprir. Mas passávamos muita música portuguesa que não estava editada ou que era instrumental. A lei da música portuguesa diz que não chega a música ser feita por músicos portugueses, tem de ser cantada em português, e isso é um constrangimento muito grande no mundo actual. Não só porque o inglês está generalizado, mas também porque põe de lado a música instrumental, o que é um absurdo. Os Dead Combo são instrumentais, o Rodrigo Leão, até há pouco tempo, também era instrumental. Esse tipo de constrangimento, aqui, é maior e é fiscalizado. A Antena 3 pertence a um grupo que está ligado ao Estado, portanto há uma fiscalização contínua. Essa é a parte mais complicada. Para se cumprir a lei como ela supostamente está enunciada é muito difícil. Nem sequer a produção de música portuguesa permite isso. Ou seja, se calhar permite, mas não com a música nova que está a sair. Permite com alguns géneros antigos, com determinados estilos, mas no grosso, no indie rock, na pop electrónica, no hip-hop… Se bem que no hip-hop fala-se em português mas, por exemplo, um produtor de hip-hop que só faça beats, como o Beats Vol. 1: Amor, do Sam the Kid, não seria considerado para a quota. Essas coisas fazem-me confusão.

(...) "as rádios hoje em dia têm um software que permite fazer essas contas, mas digamos que isso às vezes coage um pouco a playlist. Acaba por obrigar a mais repetições, para garantir que passam as músicas que têm de passar. Para mim é incompreensível como é que se pode achar que instrumentais ou cantar em inglês não conta na quota de música portuguesa. Não percebo como é que isso é possível num mundo global. Se as pessoas que estão a tocar nasceram em Portugal, ou vivem em Portugal — porque também temos esse caso, há muita gente que, não tendo nascido em Portugal, está cá a viver —, é música portuguesa ou não é? Daqui a pouco é preciso mostrar o cartão de cidadão… Isso faz-me confusão e estou convencida de que deve ser da interpretação."

E mais:

Quando refere que

" a lei da música portuguesa diz que não chega a música ser feita por músicos portugueses, tem de ser cantada em português, e isso é um constrangimento muito grande no mundo actual. Não só porque o inglês está generalizado, mas também porque põe de lado a música instrumental, o que é um absurdo. Os Dead Combo são instrumentais, o Rodrigo Leão, até há pouco tempo, também era instrumental.",

eu não encontro isso na própria lei:

cita-se Lei da Rádio
Lei n.º 54/2010, Artigo 41:

Difusão de música portuguesa

1 - A programação musical dos serviços de programas radiofónicos é obrigatoriamente preenchida, em quota mínima variável de 25 % a 40 %, com música portuguesa.
2 - Para os efeitos do presente artigo, consideram-se música portuguesa as composições musicais:
a) Que veiculem a língua portuguesa ou reflictam o património cultural português, inspirando-se, nomeadamente, nas suas tradições, ambientes ou sonoridades características, seja qual for a nacionalidade dos seus autores ou intérpretes; ou
b) Que, não veiculando a língua portuguesa por razões associadas à natureza dos géneros musicais praticados, representem uma contribuição para a cultura portuguesa.

Hélder Fialho

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Re: Quota de música portuguesa na rádio
« Responder #28 em: Maio 03, 2021, 09:46:03 pm »

Nao percebo a indignação.

Se querem estar legais, tem que cumprir a lei!


Ainda lhe digo mais. Aliás, não sou eu que vou dizer. É a Isilda Sanches, uma vez que vou citá-la numa entrevista que ela deu quando saiu da Oxigénio e foi para a Antena 3. Ela refere também outra questão absurda que está consagrada, não nesta alteração à lei (a entrevista é, obviamente, anterior a esta alteração), mas a algo que já existe na lei como ela existe:

"Aqui na Antena 3 também há uma política musical. O constrangimento principal tem a ver com a música portuguesa, por causa da aplicação da lei da música portuguesa e da fiscalização. Como a Oxigénio tinha o estatuto de rádio temática, estava posicionada num estilo que alegámos que não tinha produção musical suficiente para cumprir a quota, e foi-nos dado o direito de não a cumprir. Mas passávamos muita música portuguesa que não estava editada ou que era instrumental. A lei da música portuguesa diz que não chega a música ser feita por músicos portugueses, tem de ser cantada em português, e isso é um constrangimento muito grande no mundo actual. Não só porque o inglês está generalizado, mas também porque põe de lado a música instrumental, o que é um absurdo. Os Dead Combo são instrumentais, o Rodrigo Leão, até há pouco tempo, também era instrumental. Esse tipo de constrangimento, aqui, é maior e é fiscalizado. A Antena 3 pertence a um grupo que está ligado ao Estado, portanto há uma fiscalização contínua. Essa é a parte mais complicada. Para se cumprir a lei como ela supostamente está enunciada é muito difícil. Nem sequer a produção de música portuguesa permite isso. Ou seja, se calhar permite, mas não com a música nova que está a sair. Permite com alguns géneros antigos, com determinados estilos, mas no grosso, no indie rock, na pop electrónica, no hip-hop… Se bem que no hip-hop fala-se em português mas, por exemplo, um produtor de hip-hop que só faça beats, como o Beats Vol. 1: Amor, do Sam the Kid, não seria considerado para a quota. Essas coisas fazem-me confusão.

(...) "as rádios hoje em dia têm um software que permite fazer essas contas, mas digamos que isso às vezes coage um pouco a playlist. Acaba por obrigar a mais repetições, para garantir que passam as músicas que têm de passar. Para mim é incompreensível como é que se pode achar que instrumentais ou cantar em inglês não conta na quota de música portuguesa. Não percebo como é que isso é possível num mundo global. Se as pessoas que estão a tocar nasceram em Portugal, ou vivem em Portugal — porque também temos esse caso, há muita gente que, não tendo nascido em Portugal, está cá a viver —, é música portuguesa ou não é? Daqui a pouco é preciso mostrar o cartão de cidadão… Isso faz-me confusão e estou convencida de que deve ser da interpretação."

E mais:

Quando refere que

" a lei da música portuguesa diz que não chega a música ser feita por músicos portugueses, tem de ser cantada em português, e isso é um constrangimento muito grande no mundo actual. Não só porque o inglês está generalizado, mas também porque põe de lado a música instrumental, o que é um absurdo. Os Dead Combo são instrumentais, o Rodrigo Leão, até há pouco tempo, também era instrumental.",

eu não encontro isso na própria lei:

cita-se Lei da Rádio
Lei n.º 54/2010, Artigo 41:

Difusão de música portuguesa

1 - A programação musical dos serviços de programas radiofónicos é obrigatoriamente preenchida, em quota mínima variável de 25 % a 40 %, com música portuguesa.
2 - Para os efeitos do presente artigo, consideram-se música portuguesa as composições musicais:
a) Que veiculem a língua portuguesa ou reflictam o património cultural português, inspirando-se, nomeadamente, nas suas tradições, ambientes ou sonoridades características, seja qual for a nacionalidade dos seus autores ou intérpretes; ou
b) Que, não veiculando a língua portuguesa por razões associadas à natureza dos géneros musicais praticados, representem uma contribuição para a cultura portuguesa.



Se assim é, e admito que seja, pois citou a Lei da Rádio, então a afirmação da Isilda Sanches não é verdadeira. Em todo o caso, nunca ouvi música instrumental passada em qualquer rádio portuguesa, excepto na Antena 2.

Memorias da Radio

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Re: Quota de música portuguesa na rádio
« Responder #29 em: Maio 03, 2021, 11:30:48 pm »

Nao percebo a indignação.

Se querem estar legais, tem que cumprir a lei!


Ainda lhe digo mais. Aliás, não sou eu que vou dizer. É a Isilda Sanches, uma vez que vou citá-la numa entrevista que ela deu quando saiu da Oxigénio e foi para a Antena 3. Ela refere também outra questão absurda que está consagrada, não nesta alteração à lei (a entrevista é, obviamente, anterior a esta alteração), mas a algo que já existe na lei como ela existe:

"Aqui na Antena 3 também há uma política musical. O constrangimento principal tem a ver com a música portuguesa, por causa da aplicação da lei da música portuguesa e da fiscalização. Como a Oxigénio tinha o estatuto de rádio temática, estava posicionada num estilo que alegámos que não tinha produção musical suficiente para cumprir a quota, e foi-nos dado o direito de não a cumprir. Mas passávamos muita música portuguesa que não estava editada ou que era instrumental. A lei da música portuguesa diz que não chega a música ser feita por músicos portugueses, tem de ser cantada em português, e isso é um constrangimento muito grande no mundo actual. Não só porque o inglês está generalizado, mas também porque põe de lado a música instrumental, o que é um absurdo. Os Dead Combo são instrumentais, o Rodrigo Leão, até há pouco tempo, também era instrumental. Esse tipo de constrangimento, aqui, é maior e é fiscalizado. A Antena 3 pertence a um grupo que está ligado ao Estado, portanto há uma fiscalização contínua. Essa é a parte mais complicada. Para se cumprir a lei como ela supostamente está enunciada é muito difícil. Nem sequer a produção de música portuguesa permite isso. Ou seja, se calhar permite, mas não com a música nova que está a sair. Permite com alguns géneros antigos, com determinados estilos, mas no grosso, no indie rock, na pop electrónica, no hip-hop… Se bem que no hip-hop fala-se em português mas, por exemplo, um produtor de hip-hop que só faça beats, como o Beats Vol. 1: Amor, do Sam the Kid, não seria considerado para a quota. Essas coisas fazem-me confusão.

(...) "as rádios hoje em dia têm um software que permite fazer essas contas, mas digamos que isso às vezes coage um pouco a playlist. Acaba por obrigar a mais repetições, para garantir que passam as músicas que têm de passar. Para mim é incompreensível como é que se pode achar que instrumentais ou cantar em inglês não conta na quota de música portuguesa. Não percebo como é que isso é possível num mundo global. Se as pessoas que estão a tocar nasceram em Portugal, ou vivem em Portugal — porque também temos esse caso, há muita gente que, não tendo nascido em Portugal, está cá a viver —, é música portuguesa ou não é? Daqui a pouco é preciso mostrar o cartão de cidadão… Isso faz-me confusão e estou convencida de que deve ser da interpretação."

E mais:

Quando refere que

" a lei da música portuguesa diz que não chega a música ser feita por músicos portugueses, tem de ser cantada em português, e isso é um constrangimento muito grande no mundo actual. Não só porque o inglês está generalizado, mas também porque põe de lado a música instrumental, o que é um absurdo. Os Dead Combo são instrumentais, o Rodrigo Leão, até há pouco tempo, também era instrumental.",

eu não encontro isso na própria lei:

cita-se Lei da Rádio
Lei n.º 54/2010, Artigo 41:

Difusão de música portuguesa

1 - A programação musical dos serviços de programas radiofónicos é obrigatoriamente preenchida, em quota mínima variável de 25 % a 40 %, com música portuguesa.
2 - Para os efeitos do presente artigo, consideram-se música portuguesa as composições musicais:
a) Que veiculem a língua portuguesa ou reflictam o património cultural português, inspirando-se, nomeadamente, nas suas tradições, ambientes ou sonoridades características, seja qual for a nacionalidade dos seus autores ou intérpretes; ou
b) Que, não veiculando a língua portuguesa por razões associadas à natureza dos géneros musicais praticados, representem uma contribuição para a cultura portuguesa.



Se assim é, e admito que seja, pois citou a Lei da Rádio, então a afirmação da Isilda Sanches não é verdadeira. Em todo o caso, nunca ouvi música instrumental passada em qualquer rádio portuguesa, excepto na Antena 2.

Música sem Filme, na própria Antena 3;
Em Transe, rádio SBSR;
Linhas Cruzadas, quando emitia e ia a essa praia (alguns programas), em 27 rádios locais;
Swing, na Rádio Nova depois das 00h, com alguns temas assim postos;
Íntima Fração, Francisco Amaral, quando emitia;
Lights FM (na Amadora), quando emitia... XFM...
« Última modificação: Maio 03, 2021, 11:33:52 pm por Memórias da Rádio »