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« Última mensagem por joao_s em Fevereiro 16, 2025, 06:59:40 pm »
“Danl” de acordo com os seus escritos, parto do princípio que pertencemos à mesma geração.
As linhas mestras que estruturavam a RR e a RFM desapareceram há muito, não há vestígios das mesmas. Portanto, para o público em geral essas rádios foram extintas, mantendo-se a designação que não tem qualquer significado.
A R/COM é a principal responsável pelo estado a que a rádio chegou em Portugal, a partir do momento em que esvaziou as emissões de substância e conteúdos inovadores e, vá, de uma marca sonora indelével que fidelizava o auditório. A R/COM foi levada de colo até ao pódium e, a partir de certo momento, não conseguiu responder, nem reinventar-se. Pergunta-se, levada ao pódium, como?
Na primeira metade dos anos 80, o “FM Estéreo da Rádio Comercial”, na esfera pública, dominava o FM, em várias vertentes da programação alternativa à OM, incluindo uma forte aposta na divulgação dos novos músicos e bandas portuguesas. Nessa altura, os jovens e adolescentes pediam aos Pais para adquirirem recetores FM, uma vez que a audição desta estação fazia parte das dinâmicas de grupo, das conversas e dos interesses dos jovens/adolescentes. Com mestria, a programação foi gizada de forma a interessar às camadas mais novas, assim como aos Pais e pessoas de meia idade, seguindo a inspiração do que se fazia na Europa. Esta visão resultou plenamente porque a estação foi muito bem acolhida pelo púbico em geral.
Na segunda metade da década de 80, o “FM Estéreo da Rádio Comercial” cedeu o lugar à RFM, sim, foi uma oferta generosa. As emissões entraram propositadamente em declínio para ceder terreno ao “outro canal da Renascença”. Diga-se que, no início, de 1987 até 1990, mais ou menos, o produto RFM era muito bom, dizia-se uma das melhores rádios da Europa no seu estilo, no entanto tinha um senão, o lançamento dos músicos e bandas portuguesas ficava aquém do que fazia o “FM Estéreo da Rádio Comercial”. Portanto, com o “FM Estéreo da Rádio Comercial” desbravaram-se novos caminhos na forma de fazer rádio, criou-se um conceito de produto diferenciado com adesão de público para depois oferecer tudo “de mão beijada” ao grupo Renascença, sem nenhuma concorrência. Isto, só em Portugal.
A R/COM não está à altura do legado, nem da sua história e não soube aproveitar as cedências que lhe foram feitas, o fez nos últimos anos foi afundar a rádio portuguesa.
Basta olhar para as tabelas de audiências para concluir que os portuguesas não ligam para a rádio, não querem saber daquilo, e há responsáveis pelo estado a que se chegou. O “Atento” tem razão, isto não acontece por essa Europa fora, é mesmo um desastre português.