O incrível é como é que uma rádio que é absolutamente low cost está em terceiro lugar das audiências. Enfim... 😂
A M80 até tem potencial, por ser saudosista, o ser humano gosta disso, mas precisava de apostar a sério numa programação que a torne apelativa.
A meu ver, o segredo do sucesso da M80 compreende-se em dois factores:
- Um ou dois pares de bons comunicadores, como a Vanda Miranda;
- Ao contrário da madrasta espanhola, a enteada portuguesa percebeu que não pode ter a sua playlist estanque ao «nacional-cançonetismo» de uma determinada era. A mim, apesar de estar nos antípodas do que oiço hoje, é me agradável ouvir o Tô Nem Aí da Luka. Tal como me é agradável ouvir Dire Straits, Bee Gees, Phil Collins, Blondie, Pink Floyd (era Gilmour). Ou como é agradável ouvir Nirvana, Guns N'Roses, Oásis, Suede, Blur...
Sem falar dos artistas portugueses.
A playlist da M80 consegue tocar agradavelmente ao sentimento de nostalgia dos 25 aos 70, o que é um limbo muito difícil de balancear.
O que falta? Um pouco de mais palavra com conteúdo e alguns programas de autor, nem que usem a lógica dos dois fluxos: primeiro em podcast e partes em FM.
Havia um programa que, volta e meia, recordo aqui no fórum: o Zona X da Sandra Ferreira (quem genuinamente gosto). Ouvia-se desde do Rock Alternativo dos Placebo, ao Trip Hop dos Massive Attack ou Portishead.
De resto, como «low buffet radio station», é notável estarem cimentados no 3.º lugar, à frente da histórica Rádio Renascença.
Curiosidade: Ao escutar o Rádio Cidade Saudade, escutei um jingle que hoje é usado na M80, mudando apenas a voz da estação. Mexer com a nostalgia do povo português é um bom presságio para se ter sucesso. Nem que seja uma saudade de tempos que não foram vividos...