Mais uma rádio local que vai transmitir a Rádio Observador a Rádio 94FM de Leiria.
É uma vergonha o que se está a passar ao património das rádios locais...
Já saiu a deliberação da ERC.
São sinais dos tempos e a lei da rádio não acompanha essa evolução. O modelo de rádios locais dos anos 80 (com 40 anos!), espelhado nesses papiros antiquíssimos da lei da rádio, está obsoleto, esgotado. As redes sociais, o programas televisivos diurnos, a multiplicidade de oferta de TV, entre outros, ditaram a redução do impacto das rádios locais junto das comunidades, ao ponto de muitos desses projetos definharem e se encontrarem em situações complicadas.
Os emissores locais situados entre Lisboa e Porto (inclusive), em caso de dificuldade, podem encontrar nestes projetos abrangentes uma tábua de salvação, as locais do interior do país em dificuldades, estão lixadas, vão ao charco. Isto porque a lei da rádio tem uma imposição incompreensível para nós ouvintes que é de limitar o número de emissores em cadeia a 6. Obviamente que é no território que medeia Lisboa ao Porto que os operadores vão concentrar esforços, porque é aqui que se obtém resultados e se verifica o sucesso e a viabilidade dos projetos. É esta parcela de território que dá escala, dimensão, influência e fidelização de mais público. Levantada a imposição legal/ditatorial de 6 emissores, a zona de Évora deve ser o próximo passo.
Portanto, como ouvinte não partilho da sua perspetiva. Num setor até há pouco tempo estagnado, estes projetos são uma autêntica lufada de ar fresco, trazem dinâmica, pluralismo, o empenho de gente nova, e até, um ambiente de democracia rejuvenescida, em detrimento de um ambiente democrático acomodado, enferrujado, bolorento.
Findo este ciclo da OBSERVADOR, vamos assistir ao reiniciar de um novo ciclo, o projeto do grupo MediaLivre. Como ouvinte, estou expectante e curioso com o que vai sair daqui. Se vamos ter o projeto do grupo MediaLivre em concorrência direta com o projeto OBSERVADOR ou não. Uma coisa é certa, nós ouvintes/ sociedade civil saímos a ganhar e o setor vai reinventar-se. Muito bom! Portanto, os poderes instituídos que deixem/legislem para estas iniciativas provindas da sociedade possam ganhar escala, são positivas, e criam dinâmicas características das sociedades europeias avançadas.
Portanto, para mim, o que estamos a assistir são sinais de progresso.
Relativamente aos 94.0, 2 kW, Leiria é possível estimar o seguinte, tendo como termo de comparação os 93.0 Leiria. Transição impecável com 92.6 na A8/A17, transição impecável com 92.6 na A13 (terceira autoestrada alternativa à A1, que permite poupanças significativas em portagens, por isso, o tráfego tem vindo a aumentar. A partir de janeiro de 2025 acabam as portagens, portanto, o transito vai aumentar ainda mais), cobertura muito interessante numa parte significativa da zona centro. Na A1 tenho dúvidas no sinal entre Fátima e Minde, a não ser que o emissor tenha um ângulo de ataque diferente dos 93.0. Provavelmente, o sinal começa a degradar-se a cerca de 15-20 km de Coimbra. Em Coimbra, 91.2, como está, não tem cobertura satisfatória nos automóveis, portanto, dentro dos edifícios deve ser praticamente inaudível. Veremos como funciona todo o sistema integrado, quando 94.0 e 91.2 ficarem operacionais na rede OBSRVDOR.