Autor Tópico: Rádio Futura - a rádio de autor  (Lida 8942 vezes)

tuscano332

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Re: Rádio Futura - a rádio de autor
« Responder #30 em: Novembro 22, 2024, 11:33:30 pm »
Assinalam-se hoje 3 anos de vida da Rádio Futura, cada vez o "soundwish" a que mais recorro, para saciar as carências musicais que existem no éter.

Um grande bem haja ao Pedro Ramos, Inês Menezes, Joana Bernardo, Duarte Pinto Coelho e restante equipa autoral por manterem esta chama viva e ligada.

Programas como Botânica, Serviço de Urgência, Turista acidental, O coração ainda bate, Grande Almoço Português ou os hilariantes Telefone Vermelho e Danceteria, entraram na minha lista de seguimento obrigatório.

E claro, nada melhor do que embalar e adormecer diariamente nas Nuvens...
Gosto bastante dos dois programas da Inês Menezes e do Sound of Silva, tenho de ouvir outros mais vezes.

tuscano332

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Re: Rádio Futura - a rádio de autor
« Responder #31 em: Novembro 27, 2024, 11:12:56 am »
Parabéns à Maria Inês Menezes pela excelente emissão do seu programa Botânica, Terças e Quartas pelas 11h da manhã, relacionada com o seu aniversário, muito boa selecção musical.

Já agora parabéns a eles por quase todos os estilos de música serem aqui válidos, não tem que afunilar apenas no alternativo, porque não passar os Abba, ou os Boney M, a Karol King, Sergio Godinho, Xutos, Rui Veloso, etc se assim for interessante de passar, passa.
« Última modificação: Novembro 27, 2024, 11:17:29 am por tuscano332 »

Boxx

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Re: Rádio Futura - a rádio de autor
« Responder #32 em: Novembro 27, 2024, 11:59:24 am »
Parabéns à Maria Inês Menezes pela excelente emissão do seu programa Botânica, Terças e Quartas pelas 11h da manhã, relacionada com o seu aniversário, muito boa selecção musical.

Já agora parabéns a eles por quase todos os estilos de música serem aqui válidos, não tem que afunilar apenas no alternativo, porque não passar os Abba, ou os Boney M, a Karol King, Sergio Godinho, Xutos, Rui Veloso, etc se assim for interessante de passar, passa.

A Futura é uma rádio arejada e de mente aberta. Sem os habituais exageros de umbiguismos, que em geral terminaram mal.

A Inês Menezes é , no meu ponto de vista, simplesmente a melhor radialista da atualidade. Tenho uma sintonia total com os seus gostos musicais, inclusive no chamado baú da "jukebox sentimental", ao qual recorro frequentemente.

tuscano332

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Re: Rádio Futura - a rádio de autor
« Responder #33 em: Novembro 28, 2024, 03:05:41 pm »
Parabéns à Maria Inês Menezes pela excelente emissão do seu programa Botânica, Terças e Quartas pelas 11h da manhã, relacionada com o seu aniversário, muito boa selecção musical.

Já agora parabéns a eles por quase todos os estilos de música serem aqui válidos, não tem que afunilar apenas no alternativo, porque não passar os Abba, ou os Boney M, a Karol King, Sergio Godinho, Xutos, Rui Veloso, etc se assim for interessante de passar, passa.

A Futura é uma rádio arejada e de mente aberta. Sem os habituais exageros de umbiguismos, que em geral terminaram mal.

A Inês Menezes é , no meu ponto de vista, simplesmente a melhor radialista da atualidade. Tenho uma sintonia total com os seus gostos musicais, inclusive no chamado baú da "jukebox sentimental", ao qual recorro frequentemente.
A Inês Menezes é genial, tanto de faz 3h por semana de excelente escolha musical(nunca me vou esquecer de 2 emissões feitas por ela, practicamente em cima da hora, ainda na Radar, a quando da morte do David Bowie e do Leonard Cohen) e te diz numa das horas uns textos escritos por ela, que no geral são muito bons, como depois te muda completamente na Antena1, com as suas excelente entrevistas o Fala com Ela, o Amor É com o Professor Júlio Machado Vaz, com quem acabou por criar amizade, bem para lá do programa, ou programas sobre o CCB.

Memorias da Radio

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Re: Rádio Futura - a rádio de autor
« Responder #34 em: Novembro 28, 2024, 03:27:09 pm »
Sei que a criatividade abunda numa rádio quando têm uma radialista chamada Babá Sottomayor (nome hilariante)... que é na verdade uma voz sintetizada.

Os "textos" só podem ser feitos pelo Pedro Ramos. Ontem ouvi-a dizer (por causa de uma banda) que já tinha ido bastante a Seattle, onde e cito, "passeava muito a cavalo"... cuspi-me a rir no meio da rua!

A playlist da Futura é interessante, mas é, digamos, pouco futura (synthwave onde é que está ali, por exemplo? Novidades onde é que estão?). E em certos momentos notei-a próxima de playlists do Spotify dentro do indie, e da própria Radar. Ah, e falta bastante brilho ao som, há expansão estéreo mas o som podia estar mais tratado nas músicas. E a Joana Bernardo já alterava a edição da promo dela porque não está na Radar para editar exatamente igual à Radar, à milésima, a voz dela. Rádio diferente, estilo diferente, regra básica.

O grande combo da estação são na verdade 3 coisas:
- a playlist não é de todo previsível, eu nunca sei para onde sou levado numa dada hora
- os locutores que existem fazem a diferença sempre, seja pelo conteúdo seja pelo que trazem à antena, nem que seja pela parvoíce
- a música é sempre agradável e até mesmo desafiante, sem quaisquer preconceitos nem estar demasiado fechada, é muitíssimo diversificada e nesse sentido é como que um modelo para mim.

Vão mandar vir comigo, mas para considerar uma rádio completa falta terem no mínimo 3 janelas de informação: uma às 13h e duas ao final da tarde (16/18h). Antes disso não justifica, tanto que a rádio só arranca às 11h. Com tanto contacto não arranjam quem dispense uns 10 minutos para gravar uns boletins assim pela porta do cavalo e fazê-la ficar mais completa?

Há ainda outro problema com a Futura: a falta de presença de gente a Norte nela. É muito à volta do circlejerk da Radar e da baixa de Lisboa e pouco mais que isso. Salva por ser quem é, senão era um pecado capital. Podiam e deviam abrir um espaço para submeter programas mais alternativos, dentro do estilo da Futura, até para completar a antena. Estes são aspetos a melhorar.

De resto, gosto muito da Futura.

Boxx

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Re: Rádio Futura - a rádio de autor
« Responder #35 em: Novembro 28, 2024, 10:26:02 pm »
gosto bastante da ideia das "capas dos discos": fica muito cool quando se liga no carro via bluetooth.

Zeca 2021

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Re: Rádio Futura - a rádio de autor
« Responder #36 em: Dezembro 02, 2024, 11:16:38 am »
Sei que a criatividade abunda numa rádio quando têm uma radialista chamada Babá Sottomayor (nome hilariante)... que é na verdade uma voz sintetizada.

Os "textos" só podem ser feitos pelo Pedro Ramos. Ontem ouvi-a dizer (por causa de uma banda) que já tinha ido bastante a Seattle, onde e cito, "passeava muito a cavalo"... cuspi-me a rir no meio da rua!

A playlist da Futura é interessante, mas é, digamos, pouco futura (synthwave onde é que está ali, por exemplo? Novidades onde é que estão?). E em certos momentos notei-a próxima de playlists do Spotify dentro do indie, e da própria Radar. Ah, e falta bastante brilho ao som, há expansão estéreo mas o som podia estar mais tratado nas músicas. E a Joana Bernardo já alterava a edição da promo dela porque não está na Radar para editar exatamente igual à Radar, à milésima, a voz dela. Rádio diferente, estilo diferente, regra básica.

O grande combo da estação são na verdade 3 coisas:
- a playlist não é de todo previsível, eu nunca sei para onde sou levado numa dada hora
- os locutores que existem fazem a diferença sempre, seja pelo conteúdo seja pelo que trazem à antena, nem que seja pela parvoíce
- a música é sempre agradável e até mesmo desafiante, sem quaisquer preconceitos nem estar demasiado fechada, é muitíssimo diversificada e nesse sentido é como que um modelo para mim.

Vão mandar vir comigo, mas para considerar uma rádio completa falta terem no mínimo 3 janelas de informação: uma às 13h e duas ao final da tarde (16/18h). Antes disso não justifica, tanto que a rádio só arranca às 11h. Com tanto contacto não arranjam quem dispense uns 10 minutos para gravar uns boletins assim pela porta do cavalo e fazê-la ficar mais completa?

Há ainda outro problema com a Futura: a falta de presença de gente a Norte nela. É muito à volta do circlejerk da Radar e da baixa de Lisboa e pouco mais que isso. Salva por ser quem é, senão era um pecado capital. Podiam e deviam abrir um espaço para submeter programas mais alternativos, dentro do estilo da Futura, até para completar a antena. Estes são aspetos a melhorar.

De resto, gosto muito da Futura.

Quando refere falta de gente a "Norte" refere -se a gente de Bragança, do Porto, de Vila Real, de Viana do Castelo ?
È que colocar um tripeiro ou um transmontano é como colocar um lisboeta e um algarvio. Tudo é dfierente.
Norte não é o Porto.

Memorias da Radio

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Re: Rádio Futura - a rádio de autor
« Responder #37 em: Dezembro 02, 2024, 11:35:09 am »
Falta de toda e qualquer pessoa que esteja fora de Lisboa e se situe na NUTS II, Zeca. Há muito boa gente para isto em todo o Norte.

Esclarecido?

Zeca 2021

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Re: Rádio Futura - a rádio de autor
« Responder #38 em: Dezembro 02, 2024, 04:25:07 pm »
Falta de toda e qualquer pessoa que esteja fora de Lisboa e se situe na NUTS II, Zeca. Há muito boa gente para isto em todo o Norte.

Esclarecido?
Há 7 nuts II, na qual está a do Norte.

A marosca é tanta em Lisboa que conseguiram criar 3 Nuts numa área tão pequena.

Chamam Norte a tudo que até lá metem o "centro".
Lisboa até nisto gosta de ser diferente e lá alguem resolveu retirar Lisboa da zona Centro e criar uma só com a designação de Lisboa e Vale do Tejo.
Curiosamente, o Porto está metido no Norte, não tendo sido retirado da zona Norte e ser criada a NUT Porto e Douro Litoral.


O Bigode do Sala

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Re: Rádio Futura - a rádio de autor
« Responder #39 em: Dezembro 02, 2024, 10:04:18 pm »
Falta de toda e qualquer pessoa que esteja fora de Lisboa e se situe na NUTS II, Zeca. Há muito boa gente para isto em todo o Norte.

Esclarecido?
Há 7 nuts II, na qual está a do Norte.

A marosca é tanta em Lisboa que conseguiram criar 3 Nuts numa área tão pequena.

Chamam Norte a tudo que até lá metem o "centro".
Lisboa até nisto gosta de ser diferente e lá alguem resolveu retirar Lisboa da zona Centro e criar uma só com a designação de Lisboa e Vale do Tejo.
Curiosamente, o Porto está metido no Norte, não tendo sido retirado da zona Norte e ser criada a NUT Porto e Douro Litoral.

Fugindo um pouco ao tema, vivo numa região em que, em tempos, foi considerada Lisboa e Vale do Tejo. Essa decisão penalizava duplamente a minha região, visto não sermos adjacentes à capital e parte considerável de fundos de coesão eram redistribuídos de forma pouco abonatória para o actual Médio Tejo. Daí ser tão insistente na ideia do serviço público de radiodifusão apostar em estações regionais para Portugal Continental.

Falando da Futura, gosto muito do espaço da Inês Menezes. Talvez a melhor comunicadora da sua geração, sendo uma oportunidade para a escutar as suas escolhas musicais.

A primeira vez, por exemplo, que escutei isto foi pela sua voz na Radar.

https://youtu.be/1uFv9Ts7Sdw?si=PKwo8Jwx__VsUJLk
«O que acontece no Mundo é que toda a gente que nasce, nasce de alguma maneira poeta! Inventor de algo que não havia no Mundo antes de eles nascerem!
E inteiramente individual: cada um poeta que é!»

Agostinho da Silva

tuscano332

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Re: Rádio Futura - a rádio de autor
« Responder #40 em: Dezembro 04, 2024, 11:32:29 am »
Ainda vão a tempo de ouvir metade na hora em que escrevo. Mais uma excelente selecção musical da Inês Maria Meneses.

pdnf

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Re: Rádio Futura - a rádio de autor
« Responder #41 em: Dezembro 05, 2024, 01:39:49 am »
Falta de toda e qualquer pessoa que esteja fora de Lisboa e se situe na NUTS II, Zeca. Há muito boa gente para isto em todo o Norte.

Esclarecido?
Há 7 nuts II, na qual está a do Norte.

A marosca é tanta em Lisboa que conseguiram criar 3 Nuts numa área tão pequena.

Chamam Norte a tudo que até lá metem o "centro".
Lisboa até nisto gosta de ser diferente e lá alguem resolveu retirar Lisboa da zona Centro e criar uma só com a designação de Lisboa e Vale do Tejo.
Curiosamente, o Porto está metido no Norte, não tendo sido retirado da zona Norte e ser criada a NUT Porto e Douro Litoral.

Aqui temos de dizer que a marosca dá-nos muito jeito, porque levarmos com Trás-os-Montes por arrasto, permite-nos aceder a Fundos de Coesão como se fossemos região de convergência, o que manifestamente não somos. Aliás, Bruxelas tem insistido muito connosco para corrigirmos isso, mas a CCDR-N tem conseguido contornar.

A divisão de Lisboa faz todo o sentido pois, como aludiu e bem o BdS, o Oeste e o Vale do Tejo, mas acima de tudo a Península de Setúbal, que continua a ser uma das regiões mais pobres da Europa, estão a ser muito prejudicados em termos de acesso a Fundos do FEDER e de Coesão, por estarem integrados no PO Lisboa 2030.

No próximo quadro comunitário, estas regiões já serão, naturalmente, de convergência, coisa que a Grande Lisboa naturalmente não é. Por outro lado, estas estavam a arrastar artificialmente o PIB da Grande Lisboa para baixo. Não sei se têm noção, mas Lisboa estava a 1.5 p.p. de passar a ser região de convergência, e beneficiar da mesma marosca que o Porto.

Desconfio que até 2030 também a Norte ocorrerá a desagregação, com a junção do Grande Porto e de parte do Cávado e do Ave numa única região claramente que não será beneficiária de tantos fundos, pois não necessita deles, tal como a Grande Lisboa, assim como os municípios da AMP do distrito de Aveiro serão integrados na região Centro.

Esta situação da AMP do Porto ser artificialmente encolhida, ao não albergar o eixo Porto - Braga, que é um contínuo territorial, maior até que o Lisboa - Setúbal é benéfica para ambas as partes. Lisboa, por um lado, fica de ego inchado de ser a maior potência do reino, tão artificial, quanto se tivermos dois dedos de testa, a verdadeira AMP é maior. Mesmo como concelho, a área urbana de Gaia e Matosinhos são verdadeiramente Porto. A proposta do Menezes de retalhar Gaia é verdadeiramente correta. Até deixo Rio Tinto de fora, porque há ali aquela quebra em Campanhã, que faz quebrar a cidade.

Por outro lado, como expliquei acima, no Porto não somos tanto de egos, somos mais pragmáticos, e aqui moveu-nos os euros, que são muitíssimo mais ao sermos todos Norte. Para que se tenha uma ideia, no I&D Empresarial, a taxa de apoio varia de 40% (como em Lisboa e no Algarve, as regiões ricas) para 85% para as de convergência. A Burguesia do Porto vive bem com a ideia de deixar os Lisboetas acharem que são o centro do mundo para receberem o dobro dos fundos, disso não tenham dúvidas. E até compreendo, porque no dia em que isso acontecer, vamos ter um problema, que é o atraso se começar a acentuar, porque indubitavelmente, o OE vai beneficiar Lisboa, como já hoje acontece. Basta pensar que, em inúmeros projetos, o Estado já complementa via OE as taxas mais baixas de Lisboa e Algarve, violando claramente o objetivo dos Fundos de Coesão.
Rádio é:
Ir ao fim da Rua, a ligar Portugal, aconteça o que acontecer.
Mais música nova para sentir (e decidir).
Estar no carro, em casa, em todo o lado, só se quiseres.
Saber que se a vida tem uma música, ela passa-a.
É a arte que toca, mais do que música...PESSOAS. Ah, and all that "unique" soul.

Zeca 2021

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Re: Rádio Futura - a rádio de autor
« Responder #42 em: Dezembro 18, 2024, 11:20:56 am »
Falta de toda e qualquer pessoa que esteja fora de Lisboa e se situe na NUTS II, Zeca. Há muito boa gente para isto em todo o Norte.

Esclarecido?
Há 7 nuts II, na qual está a do Norte.

A marosca é tanta em Lisboa que conseguiram criar 3 Nuts numa área tão pequena.

Chamam Norte a tudo que até lá metem o "centro".
Lisboa até nisto gosta de ser diferente e lá alguem resolveu retirar Lisboa da zona Centro e criar uma só com a designação de Lisboa e Vale do Tejo.
Curiosamente, o Porto está metido no Norte, não tendo sido retirado da zona Norte e ser criada a NUT Porto e Douro Litoral.

Aqui temos de dizer que a marosca dá-nos muito jeito, porque levarmos com Trás-os-Montes por arrasto, permite-nos aceder a Fundos de Coesão como se fossemos região de convergência, o que manifestamente não somos. Aliás, Bruxelas tem insistido muito connosco para corrigirmos isso, mas a CCDR-N tem conseguido contornar.

A divisão de Lisboa faz todo o sentido pois, como aludiu e bem o BdS, o Oeste e o Vale do Tejo, mas acima de tudo a Península de Setúbal, que continua a ser uma das regiões mais pobres da Europa, estão a ser muito prejudicados em termos de acesso a Fundos do FEDER e de Coesão, por estarem integrados no PO Lisboa 2030.

No próximo quadro comunitário, estas regiões já serão, naturalmente, de convergência, coisa que a Grande Lisboa naturalmente não é. Por outro lado, estas estavam a arrastar artificialmente o PIB da Grande Lisboa para baixo. Não sei se têm noção, mas Lisboa estava a 1.5 p.p. de passar a ser região de convergência, e beneficiar da mesma marosca que o Porto.

Desconfio que até 2030 também a Norte ocorrerá a desagregação, com a junção do Grande Porto e de parte do Cávado e do Ave numa única região claramente que não será beneficiária de tantos fundos, pois não necessita deles, tal como a Grande Lisboa, assim como os municípios da AMP do distrito de Aveiro serão integrados na região Centro.

Esta situação da AMP do Porto ser artificialmente encolhida, ao não albergar o eixo Porto - Braga, que é um contínuo territorial, maior até que o Lisboa - Setúbal é benéfica para ambas as partes. Lisboa, por um lado, fica de ego inchado de ser a maior potência do reino, tão artificial, quanto se tivermos dois dedos de testa, a verdadeira AMP é maior. Mesmo como concelho, a área urbana de Gaia e Matosinhos são verdadeiramente Porto. A proposta do Menezes de retalhar Gaia é verdadeiramente correta. Até deixo Rio Tinto de fora, porque há ali aquela quebra em Campanhã, que faz quebrar a cidade.

Por outro lado, como expliquei acima, no Porto não somos tanto de egos, somos mais pragmáticos, e aqui moveu-nos os euros, que são muitíssimo mais ao sermos todos Norte. Para que se tenha uma ideia, no I&D Empresarial, a taxa de apoio varia de 40% (como em Lisboa e no Algarve, as regiões ricas) para 85% para as de convergência. A Burguesia do Porto vive bem com a ideia de deixar os Lisboetas acharem que são o centro do mundo para receberem o dobro dos fundos, disso não tenham dúvidas. E até compreendo, porque no dia em que isso acontecer, vamos ter um problema, que é o atraso se começar a acentuar, porque indubitavelmente, o OE vai beneficiar Lisboa, como já hoje acontece. Basta pensar que, em inúmeros projetos, o Estado já complementa via OE as taxas mais baixas de Lisboa e Algarve, violando claramente o objetivo dos Fundos de Coesão.
O concelho do Porto é um erro de casting.
Se Gaia até se compreende pela questão do Douro, Rio Tinto é obviamente uma continuação da cidade e quem sai do Porto e entra em Rio Tinto por S. Roque da Lameira nem dá por ela, é a mesma rua.