Falta de toda e qualquer pessoa que esteja fora de Lisboa e se situe na NUTS II, Zeca. Há muito boa gente para isto em todo o Norte.
Esclarecido?
Há 7 nuts II, na qual está a do Norte.
A marosca é tanta em Lisboa que conseguiram criar 3 Nuts numa área tão pequena.
Chamam Norte a tudo que até lá metem o "centro".
Lisboa até nisto gosta de ser diferente e lá alguem resolveu retirar Lisboa da zona Centro e criar uma só com a designação de Lisboa e Vale do Tejo.
Curiosamente, o Porto está metido no Norte, não tendo sido retirado da zona Norte e ser criada a NUT Porto e Douro Litoral.
Aqui temos de dizer que a marosca dá-nos muito jeito, porque levarmos com Trás-os-Montes por arrasto, permite-nos aceder a Fundos de Coesão como se fossemos região de convergência, o que manifestamente não somos. Aliás, Bruxelas tem insistido muito connosco para corrigirmos isso, mas a CCDR-N tem conseguido contornar.
A divisão de Lisboa faz todo o sentido pois, como aludiu e bem o BdS, o Oeste e o Vale do Tejo, mas acima de tudo a Península de Setúbal, que continua a ser uma das regiões mais pobres da Europa, estão a ser muito prejudicados em termos de acesso a Fundos do FEDER e de Coesão, por estarem integrados no PO Lisboa 2030.
No próximo quadro comunitário, estas regiões já serão, naturalmente, de convergência, coisa que a Grande Lisboa naturalmente não é. Por outro lado, estas estavam a arrastar artificialmente o PIB da Grande Lisboa para baixo. Não sei se têm noção, mas Lisboa estava a 1.5 p.p. de passar a ser região de convergência, e beneficiar da mesma marosca que o Porto.
Desconfio que até 2030 também a Norte ocorrerá a desagregação, com a junção do Grande Porto e de parte do Cávado e do Ave numa única região claramente que não será beneficiária de tantos fundos, pois não necessita deles, tal como a Grande Lisboa, assim como os municípios da AMP do distrito de Aveiro serão integrados na região Centro.
Esta situação da AMP do Porto ser artificialmente encolhida, ao não albergar o eixo Porto - Braga, que é um contínuo territorial, maior até que o Lisboa - Setúbal é benéfica para ambas as partes. Lisboa, por um lado, fica de ego inchado de ser a maior potência do reino, tão artificial, quanto se tivermos dois dedos de testa, a verdadeira AMP é maior. Mesmo como concelho, a área urbana de Gaia e Matosinhos são verdadeiramente Porto. A proposta do Menezes de retalhar Gaia é verdadeiramente correta. Até deixo Rio Tinto de fora, porque há ali aquela quebra em Campanhã, que faz quebrar a cidade.
Por outro lado, como expliquei acima, no Porto não somos tanto de egos, somos mais pragmáticos, e aqui moveu-nos os euros, que são muitíssimo mais ao sermos todos Norte. Para que se tenha uma ideia, no I&D Empresarial, a taxa de apoio varia de 40% (como em Lisboa e no Algarve, as regiões ricas) para 85% para as de convergência. A Burguesia do Porto vive bem com a ideia de deixar os Lisboetas acharem que são o centro do mundo para receberem o dobro dos fundos, disso não tenham dúvidas. E até compreendo, porque no dia em que isso acontecer, vamos ter um problema, que é o atraso se começar a acentuar, porque indubitavelmente, o OE vai beneficiar Lisboa, como já hoje acontece. Basta pensar que, em inúmeros projetos, o Estado já complementa via OE as taxas mais baixas de Lisboa e Algarve, violando claramente o objetivo dos Fundos de Coesão.